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O Teatro de Santa Isabel recebe, na próxima sexta-feira (30), às 19h, o espetáculo “O Sol de Assis”, com direção de Fátima Aguiar. O espetáculo, que fala sobre a vida de Francisco de Assis, tem a participação do grupo musical Sementes do Amanhã e do projeto A Caminho do Futuro.

O ingresso tem o valor de R$ 30 e pode ser adquirido na bilheteria do Teatro de Santa Isabel, Banca Espírita e na sede da Comunidade Espírita Elias Sobreira (CEES). A peça “O Sol de Assis” é uma realização do Grupo de Teatro Anália Franco, com apoio da Prefeitura do Recife.

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Serviço

Espetáculo “O Sol de Assis”

Sexta-feira (30) | 19h

Teatro de Santa Isabel (Praça da República, 233 - Santo Antônio)

R$ 30

Informações: (81) 3242 2756 / 98429 6111

*Da assessoria

A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu rescindir os benefícios do acordo de delação premiada do empresário Wesley Batista, do grupo J&F, e do ex-assessor jurídico da empresa Francisco de Assis. A medida foi tomada após a procuradoria concluir que os dois omitiram informações nas delações.

De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entre os fatos que deixaram de ser informados no acordo por Wesley e Francisco está a participação do ex-procurador Marcelo Miller, acusado de prestar serviços ao grupo enquanto atuava na procuradoria.

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"As mensagens trocadas no grupo deixaram claro que Marcelo Miller prestou relevante assessoria ao grupo J&F para auxiliá-lo na concretização dos acordos de leniência e de colaboração premiada”, diz nota da PGR.

O pedido de rescisão foi encaminhado hoje (26) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos oriundos das delações de integrantes do grupo J&F. No pedido, Raquel Dodge afirmou que as provas que estão no acordo vão continuar válidas, mesmo diante da anulação acordo.

 

Francisco de Assis Barreto da Rocha Filho sempre pertenceu classe média do Recife. O seu pai era funcionário federal e tinha ideias conservadoras. Estudou no colégio estadual de Pernambuco – o Ginásio Pernambucano -, e participou ativamente dos movimentos políticos que aconteciam antes mesmo do Golpe Militar.

No final dos anos sessenta foi dirigente universitário do PCB. Em 1967 foi preso pelos militares, mas não chegou a ser torturado. Depois de passar cinco dias detidos, acabou indo para o Ceará. Por questões de segurança, ingressou no PCBR. De volta ao Recife foi preso novamente e levado para Casa de Detenção do Recife, a atual Casa da Cultura. “Chegaram metralhando e me deram voz de prisão. A gente resolveu reagir. Atirei no povo que tinha metralhado a porta da frente, mas só tinha dois revolveres conosco. O partido recomendou a gente reagir porque sabíamos o que iria acontecer na prisão. Vera Rocha, que estava comigo, foi atingida, teve que fazer várias operações”, relatou o artista plástico.

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Na segunda prisão, o artista plástico foi torturado várias vezes. De acordo com ele, os militares não escondiam o rosto na hora da maltratar os presos.  “Eles nao usavam capuz. Eram tudo de rosto aberto. Eles geralmente não botavam. A gente denunciava, dizia que foi maltratado no dia tal, hora tal, local tal, mas eles diziam que não sofríamos maus tratos. Eu denunciei dez policiais: Miranda, X9, cabo Rível Rocha, todos eles foram indicados como torturadores”, revelou.

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Depois de ser levado para Casa da Cultura, Francisco de Assis foi transferido junto com outros presos para a Penitenciária Professor Barreto Campelo. Segundo o ex-militante, houve um momento em que os presos ficaram colocados juntos em um salão por um ano e meio. “Eram 35 pessoas colocadas juntas num espaço enorme. Na enfermaria. (...) A gente teve sorte, vários companheiros morreram no meio do caminho”, relatou o artista plástico.

Ele passou nove anos e meio no local. Entrou na prisão com 23 anos e saiu com 33 no dia 27 de setembro de 1979. “Dava 44 presos (na Penitenciária). Eram exatamente 11 celas que tinham no local. Cada cela com quatro presos, mas havia mudanças (de presos). Variações nas celas. (...) Eu passei nove anos, quatro meses e 27 dias presos. Isso é muito tempo. (...) A gente olha para trás e pensa que o tempo comprimiu muito”, disse.

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O Golpe de 1964 derrocou em várias prisões, perseguições e conflitos entre militares e pessoas que iriam contra o regime que se instalou no país e perdurou por 21 anos. Em Pernambuco, militantes apartidários e ligados ao Partido Comunista Revolucionário Brasileiro – ala radical do PCB -, tentaram enfrentar o sistema e acabaram torturados.

Conhecidos como integrantes da segunda geração pernambucana que lutou no começo da década de setenta contra a Ditadura Militar, o jornalista Marcelo Mario de Melo, o sociólogo Carlos Soares, o artista plástico Francisco de Assis e o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCB) foram presos e levados a Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

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Juntos com quase 30 detentos – entre eles ex-diretor da Funase, Alberto Vinicius, e o presidente do PCB em Pernambuco, Alani Cardoso -  , eles fizeram greve de fome e tiveram a esperança das forças revolucionárias derrotarem o regime. Com o passar dos anos se acostumaram a viver conjuntamente até o período da anistia, no final dos anos setenta. Por conta do rigor no cárcere, acabaram intitulando o local de o “AI 5 de Itamaracá”.

Eles entraram em conflito com o sargento Siqueira, hoje um coronel reformado. Alguns foram amigos do líder estudantil Odijas Carvalho, que foi morto no Departamento de Ordem Política e Social do Estado (DOPS-PE).

O jornalista Marcelo de Melo até hoje guarda um material vasto sobre o regime. Ele foi um dos mais procurados pelos militares. Francisco de Assis não conseguiu se esconder por muito tempo e acabou sendo torturado por várias maneiras pelos policiais. 

O atual vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB) ainda guarda o trauma de escutar os gritos de dor da sua mulher sendo torturada. Enquanto Carlos Soares foi um dos últimos comunistas a conseguirem a liberdade.

Por conta da militância ativa contra o regime, as histórias destes ex-combatentes são relevantes para entender o período de perseguição no Estado. E a equipe do Portal Leia Já conversou com cada um deles. 

Confira nos links abaixo a entrevista:

Jornalista foi um dos mais perseguidos pelos militares

Francisco de Assis foi uma das vítimas do golpe no Estado

Luciano Siqueira: um líder estudantil contra a repressão

Militante do PCBR foi condenado a duas prisões perpétuas

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