Tópicos | Gildo Xavier

O caso da estudante Maria Alice de Arruda Seabra, de 19 anos, morta em junho deste ano, terá um novo capítulo. O mestre de obras Gildo da Silva, 34, que confessou ter assassinado a enteada, sentará no banco dos réus – cinco meses após o crime.

A audiência de instrução e julgamento está marcada para a próxima segunda-feira (16), na Vara Criminal de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Na ocasião serão ouvidos o réu e testemunhas, além de ficar definido se Gildo vai a júri popular. O caso segue em segredo de justiça.

##RECOMENDA##

Caso

A jovem Maria Alice saiu de casa acompanhada do padrasto no dia 19 de junho com a promessa de uma entrevista de emprego na cidade de Gravatá, Agreste de Pernambuco. Após o sumiço, a mãe [Maria José de Arruda] ligou para a estudante e do outro lado da linha ouviu gritos da filha.

No curso das investigações ficou comprovado que Alice estava no carro com Gildo. O padrasto confessou o crime e admitiu: planejava estuprar a garota, por quem alimentava desejo sexual há três anos.

Gildo ainda agrediu Alice na cabeça e a dopou. Para garantir que a vítima morresse, ele admitiu ter utilizado o cinto de segurança do carro para estrangulá-la. Quando viu que ela estava morta, jogou o corpo em un canavial na cidade de Itapissuma. O resultado do laudo confirmou que o padrasto também decepou a mão da garota.

O mestre de obras se entregou à polícia cinco dias após cometer o crime e ajudou a localizar o corpo de Alice. Antes disso, em postagem nas redes sociais, ele chegou a dizer que estava arrependido.

A Polícia Civil de Pernambuco divulgou, nesta segunda-feira (6), mais informações sobre o caso da jovem Maria Alice Seabra, encontrada morta no último dia 24 de junho. Conforme o resultado dos laudos, Gildo da Silva Xavier – que confessou o crime - decepou a mão esquerda da enteada [no mesmo braço da tatuagem] , versão não confirmada por ele.

Em depoimento, o acusado disse que provavelmente um animal teria arrancado a mão da jovem. Mas os exames apontaram que ele usou um “instrumento corto-contundente pesado” para realizar o crime.  Além disso, a perícia também descobriu que Alice teve dois dentes arrancados pelo padrasto. “Foi pelo ódio que ele decepou a mão dela, se fosse para não identificar a vítima ele teria cortado as duas”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Gleide Ângelo.

##RECOMENDA##

Outro ponto confrontado pela investigação foi o tempo que Gildo gastou para cometer os crimes. “Ele tinha dito que parou na BR e fez tudo em 20 minutos. Mas foi comprovado que levou muito mais tempo. Ele agrediu a menina no carro e a arrastou até o canavial, onde decepou a mão de Alice. Mas ele nega por saber que é uma crueldade muito grande”. 

O inquérito também confirmou que tudo foi premeditado, durante pelo menos dois meses. “Ele quer dar a entender que foi um momento de ódio que o fez estuprar e agridir Alice no carro, e depois se arrependeu e voltou. Mas ficou muito claro que Gildo está mentindo”, alertou a delegada.

Gleide Ângelo ainda revelou que Gildo fala de Alice com muito ódio durante os depoimentos, e sempre bate na questão da tatuagem. “Ele acredita que ela tenha feito por conta de algum namorado, então na cabeça dele, a menina merecia morrer”.

Antes do resultado do laudo, Gildo poderia ser condenado a 48 anos de prisão; Agora a pena pode passar para 50 anos. Ele foi indiciado por sequestro para fins libidinosos, homicídio triplamente qualificado [motivo torpe - satisfazer o desejo dele, sem chance de defesa para a vítima e feminicídio], além de ocultação de cadáver.

Com informações de Juliana Marques

[@#galeria#@]

O corpo de Maria Alice Seabra, sequestrada e assassinada pelo padrasto, começou a ser velado na manhã desta sexta (26) em uma casa funerária nos arredores do cemitério de Santo Amaro. A movimentação na porta foi grande e os familiares e amigos continuaram a chegar durante horas. A cerimônia foi privada, dentro da casa funerária, que está de portas fechadas. O clima de revolta tomou conta no lado de fora, e em forma de comentários, os populares esperam por justiça para a morte de Maria Alice.

##RECOMENDA##

Silvio Felix, tio da vítima, explicou que o clima na família é de tristeza, mas agora é esperar. Ele conta que morava longe da sobrinha e não sabia que a relação da família era complicada, mas ninguém esperava isso."Nós tínhamos esperanças que ela fosse encontrada viva, mas infelizmente teve esse final trágico. Ele já está preso. É esperar que ele tenha uma pena merecida", afirmou.

Isolado da aglomeração em frente ao velório, o senhor José Pedro da Silva, tio do assassino confesso, lamentou o fato e se disse surpreso. "Ninguém diria que ele seria capaz de uma coisa dessas. Ela um homem trabalhador. Vivia de casa pro trabalho. Mas aquelas lágrimas não me convenceram. Ele tem que pagar o que deve", disse.

"Eu a conheci pelas redes sociais, pois ela era torcedora do Santa Cruz, inclusive minha sobrinha fez amizade com ela por conta dessa paixão pelo clube. Era uma menina tímida", conta o senhor Roberto Freitas que veio acompanhar o enterro em solidariedade. Ele explicou que a torcida do Santa Cruz está planejando fazer uma homenagem a Maria Alice no próximo jogo. Hoje, às 14h, eles irão à Federação de Futebol solicitar autorização para o árbitro conceder um minuto de silêncio. Uma faixa e salva de palmas devem fazer parte também da homenagem.

A profissional de serviços gerais, Gleiciane Gonçalves, não conhecia a vítima, mas ficou comovida com o sofrimento da família. "Viemos prestar solidariedade à família. É muito triste. Tomei conhecimento do caso pelo Facebook, mas a gente se comove. Nós que temos filhos, que também têm padrasto. Ele é um monstro".

Cortejo e enterro - Um pequeno cortejo em total silêncio, do local do velório até o cemitério de Santo Amaro, encerrou a cerimônia fúnebre de Maria Alice Seabra. Ela foi sepultada ao lado de onde seu pai havia sido enterrado anos antes.

[@#video#@]

O absurdo conseguiu ser ainda maior do que todos imaginavam. Os detalhes do sequestro e morte de Maria Alice Seabra, 19 anos, foram revelados pela Polícia, na tarde desta quinta-feira (25), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, na Zona Oeste do Recife. Durante quase três horas de depoimento, Gildo Xavier, padrasto da vítima, confessou o crime e admitiu: planejava estuprar a garota, por quem alimentava desejo sexual há três anos.

Segundo Gleide Ângelo, delegada responsável pelo caso, o homem planejou tudo. Pediu um adiantamento no trabalho de R$ 300, sob a falsa história de que a filha teria sido atropelada, utilizou o dinheiro para alugar um carro, juntou todas as suas coisas que estavam em Gravatá (município em que trabalhava) e veio para o Recife. Na última quinta (18), afirmou que tinha conseguido uma entrevista de emprego para a enteada, no bairro da Encruzilhada. Na sexta (19), apanhou a garota por volta das 16h para uma viagem sem retorno.

“Ele premeditou tudo. Alugou o carro e ainda passou em uma loja, na Avenida Recife, para por películas no veículo. Comprou um vidro de Rupinol (utilizado para dopar em casos como o “boa noite, cinderela”). No caminho, perguntou à menina por que tinha feito uma tatuagem. Alice disse que não era da sua conta. Neste momento, parou o carro na altura do Sítio do Pica Pau, em Paulista, agrediu a menina na cabeça e começou a dopá-la. O celular tocou (era a mãe de Alice), a jovem começou a gritar e Gildo agrediu muito ela. Ela começou a vomitar, convulsionar, e ele estuprou ela ali mesmo, no carro, ainda viva, quando depois percebeu que ela estava agonizando”, contou, emocionada, a delegada Gleide Ângelo.

Para garantir que a vítima morresse, o réu confesso admitiu ter utilizado o cinto de segurança do carro para estrangulá-la. Quando a percebeu sem vida, jogou o corpo em canavial na cidade de Itapissuma. Segundo a delegada, Gildo Xavier ainda voltou ao local, dez minutos depois de ter jogado o corpo, e tentou reanimar Alice, arrependido pelo crime cometido. Sem sucesso, pegou o carro e seguiu para o município de Aracati, no Ceará, onde estava foragido desde então.

Acusado manteve contato com a Polícia pelas redes sociais

No outro estado, Gildo Xavier confessou ter entrado nas redes sociais e visto a repercussão do sumiço da menina. Começou a dar informações à Polícia, pelo Whatsapp, mas como as investigações não surtiram efeito, resolveu voltar, se entregar e ajudar na procura pelo corpo. Preso em flagrante, o homem será indiciado por quatro crimes: sequestro qualificado, estupro, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O homem pode ser condenado a 48 anos, se somadas às possíveis penas máximas de cada crime.

O corpo da garota foi encontrado pela Polícia com uma das mãos decepadas, coincidentemente a do mesmo braço no qual a vítima tinha feito a tatuagem. “Ele diz que nunca mutilaria Alice, não confirma que fez isso. Apenas a perícia irá dizer se foi algum animal, já que o corpo estava em estado de decomposição”, explicou a Gleide Ângelo, ao lembrar que os exames periciais ainda demorarão certo tempo para serem divulgados.

Jovem já havia sido agredida pelo padrasto no Carnaval

A obsessão do padrasto por Alice foi acentuada no momento que a menina saiu de casa. No início do ano, ela descobriu que o “pai” com quem ela convivia desde os quatro anos estava traindo a mãe com uma amante. O fato resultou na separação do casal, mas o homem pediu para voltar e a mãe aceitou. “Alice disse à mãe que, se Gildo voltasse, ela sairia de casa. E fez. Ela estava morando há dois meses com uma tia, em Igarassu”, assegurou a delegada do caso.

O comportamento agressivo do acusado já pôde ser identificado no mês de fevereiro deste ano, durante o Carnaval. Numa brincadeira realizada pelo tio de Alice, o padrasto teve um ataque de ciúme e partiu para cima da garota, agarrando-a pelo pescoço. Mesmo assim, em nenhum momento a mãe deu parte na Polícia e disse nunca ter suspeito do desejo sexual do marido com a própria filha. O homem preso garante que nunca tentou abusar a enteada durante todos esses anos. Depois do depoimento, o homem foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) e, de lá, para o Cotel, em Abreu e Lima.

##RECOMENDA##

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando