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Neste mês de julho, começa o período de férias, seja no ambiente escolar ou acadêmico. Com o tempo livre, uma boa opção de lazer é acompanhar obras cinematográficas. O LeiaJá entrevistou o crítico de cinema e autor do livro “Cinema Brasileiro no Século 21”, Franthiesco Ballerini, para dar dicas de filmes nacionais que todo brasileiro deve assistir. O especialista também contou como está o cenário cinematográfico no Brasil. Confira:

Central do Brasil (1998) – Direção de Walter Salles

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O filme conta a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas, e parte em uma busca no interior do Nordeste para encontrar o pai de um garoto chamado Josué (Vinícius de Oliveira), que perdeu a mãe em um acidente de ônibus. A obra ganhou o 'Urso de Ouro (melhor filme)' e o 'Urso de Prata (melhor atriz)' no Festival de Berlim, além de levar o 'Globo de Ouro' de melhor filme estrangeiro. Franthiesco comenta que este é um dos melhores trabalhos de direção, e um dos melhores trabalhos de harmonia entre todos os elementos de um filme.

Cidade de Deus (2002) – Direção de Fernando Meirelles e Kátia Lund

A trama gira em torno do jovem Buscapé (Alexandre Rodrigues), morador da periferia, que tem seu destino traçado fora dos caminhos da bandidagem, por conta de seu talento como fotógrafo. Vale destacar a presença do personagem Zé Pequeno (Leandro Firmino), como um dos grandes antagonistas do filme, que foi indicado a quatro categorias do Oscar: melhor diretor; melhor fotografia; melhor montagem e melhor roteiro adaptado. De acordo com o crítico, este também é um dos filmes que conseguem ser um trabalho impecável de autoralidade, com apelo ao público.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) - Direção de Glauber Rocha

O cineasta brasileiro, que na época tinha apenas 25 anos, trouxe na obra uma história sobre rebelião popular com cenário principal nos sertões brasileiros. A sinopse oficial conta que, depois de matar um patrão inescrupuloso, Manoel (Geraldo Del Rey) foge com a mulher Rosa (Yoná Magalhães) para as terras áridas do sertão. Para Franthiesco, esta obra cinematográfica tem o melhor roteiro sobre a gênese da violência, que gera o cangaceiro.

Limite (1931) – Direção de Mário Peixoto

O filme é preto e branco, e também mudo. A trama aborda a história de duas mulheres e um homem que estão em um barco à deriva, que posteriormente passam a ficar cansados de remar. Conformados com a morte, os personagens passam a relembrar situações do passado. O filme chegou a ser exibido em Paris e Londres, e hoje existem cópias do filme incompleto, por conta de trechos que se perderam. Estudiosos e cineastas já o assistiram, como Orson Welles (1915 – 1985) em sua passagem no Brasil, no ano de 1942. Segundo Franthiesco Ballerini, esta é uma obra que precisa ser vista.

O Bandido da Luz Vermelha (1968) – Direção de Rogério Sganzerla

Neste filme, a história é inspirada nos crimes do assaltante João Acácio Pereira da Costa, o bandido da luz vermelha, que realiza assaltos em residências, e foge das autoridades policiais. De acordo com o cineasta Sganzerla, este é um longa que mistura diversos gêneros: faroeste, musical, documentário, policial, comédia, ficção científica e se torna um “filme-soma”. Franthiesco avalia que este foi um filme “importantíssimo”.

Terra em Transe (1967) – Direção Glauber Rocha

O longa traz um contexto sobre política em sua composição, por conta do momento em que foi feito, nos anos 60, durante a ditadura militar. A trama mostra um país chamado Eldorado, onde o poeta e jornalista Paulo Martins (Jardel Filho) decide abandonar a proteção de um político, para apoiar o populista Felipe Vieira (José Lewgoy) para governador. Para o crítico de cinema, este é um filme fundamental para entender o Brasil de hoje. “Glauber foi muito visionário na época”, destaca.

Importância do cinema nacional

De acordo com Ballerini, é importante que o Brasil produza obras cinematográficas, porque o cinema por si só é uma manifestação da cultura de um país. “O cinema trafega e flutua muito bem pelo mundo, por meio dos festivais, pelo streaming também. Então é uma maneira excelente de mostrar nosso país, nossa cultura, nossa cara, o lado bom e o lado ruim”, aponta.

Existem caminhos para que a cultura brasileira seja exposta, de modo que se rompa a barreira da estereotipação. “O cinema é o caminho para a gente fugir do estereótipo do futebol e do carnaval, ou até mesmo de falar dessas manifestações, fugindo dos estereótipos. É importantíssimo, o cinema já fez isso muito bem”, comenta.

Franthiesco ressalta que existe uma ideia equivocada, de que os filmes nacionais mostram apenas as mazelas do país. “Ao contrário, o cinema brasileiro é um dos canais para se mostrar a pluralidade da nossa cultura”, diz.

Com um documentário sobre seu exílio voluntário na Itália nos anos 1970, o Festival de Cinema de Roma homenageou o diretor brasileiro Glauber Rocha, considerado o pai do "Cinema Novo".

O documentário, intitulado "Glauber, Claro", do cineasta brasileiro César Augusto Meneghetti, 55 anos, apresenta ao espectador o espírito de Rocha, em sua vital criatividade acompanhada pela necessidade de protestar à sua maneira contra um sistema e um mundo que rejeitou.

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"É um metafilme, nos metemos dentro de um filme e seu mundo", disse à AFP Meneghetti, que não pôde comparecer à exibição desta segunda-feira no auditório do MAXXI em Roma, devido à pandemia.

O filme, dedicado ao influente diretor, ator e roteirista, falecido em 1981 aos 43 anos, é inspirado no filme "Claro", rodado por Rocha em Roma em 1975, durante seu exílio na Itália.

O mosaico de memórias, de amigos, de atores, de colaboradores e críticos, descreve toda uma geração que acreditava em princípios e se sentia politicamente comprometida.

"Na montagem fomos guiados pela sinceridade, pelo emocional, o que vinha do coração, a cronologia não contou. Nos deixamos levar”, contou Meneghetti.

Conhecido pelos seus filmes políticos, expressos de forma forte, muitas vezes aliados ao misticismo e ao folclore, entre eles "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de 1964, mas também pelo seu estilo e fotografia particulares, Glauber Rocha 45 anos depois continua muito atual.

"Esses jovens de 80 anos que entrevistei ainda são muito vitais e ainda acreditam que devemos lutar por um mundo melhor", disse Meneghetti, que queria fazer o filme desde 2005, quando estudava no Centro Experimental de Cinema de Roma.

Rocha, que contava histórias entre a verdade e a imaginação, foi censurado no Brasil durante a ditadura militar (1964-1985), razão pela qual deixou seu país para morar em vários lugares, como Espanha, Chile, Itália e Portugal.

"Ele foi um visionário. Ele antecipou o homem global e também foi um pensador", afirmou o cineasta, que não o conheceu pessoalmente.

O documentário aborda, sem dizer explicitamente, argumentos muito atuais no Brasil, como autoritarismo, violência estatal e racismo. Usa material inédito do arquivo histórico da televisão estatal italiana.

"Foi uma sorte poder mostrar um importante pedaço da história do cinema", resume Meneghtti.

Após a grande repercussão nacional tomada pela fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em generalizar o Nordeste como ‘Paraíba’, ele irá cumprir uma agenda oficial em Vitória da Conquista, na Bahia, nesta terça-feira (23).

O presidente vai participar da inauguração do Aeroporto Glauber Rocha - cineasta com forte atuação política na época da ditadura militar e que “nadava contra a maré” dos governos autoritários, que morreu em 1981.

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Glauber era natural de Vitória da Conquista e era um dos símbolos da resistência contra a dominação militar em sua época. Sua ideologia de vida pregava exatamente o contrário do que é trazido atualmente pelo presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, entretanto, afirmou que não há constrangimento em ir ao Nordeste após a sua afirmação feita ao ministro Onyx Lorenzoni, sem saber que o seu áudio estava sendo captado. “Bahia é Brasil, não tem problema. Nordeste é Brasil, é minha terra. Eu ando em qualquer lugar do território brasileiro”, garantiu.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), utilizou suas redes sociais para publicar um vídeo explicando que não vai participar da cerimônia. De acordo com ele, o evento se tornou uma convenção político-partidária. “A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso”, argumentou.

 

É incalculável o quanto já se escreveu sobre Glauber Rocha no Brasil e no mundo. Sim, ele foi um dos mais importantes cineastas brasileiros, um dos líderes do movimento Cinema Novo - e nem precisa dizer que suas obras contribuíram para um aprimoramento da linguagem utilizada na sétima arte, as quais se caracterizaram por um discurso que exprimia a situação sociopolítica do país na segunda metade do século passado, rompendo com padrões tradicionais da época. No entanto, pouca gente sabe da vida pessoal do artista, para além das telas.

O Setor de Gestão Documental da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), localizado no 2º andar do Instituto de Previdência do Salvador (IPS), em Nazaré, resguarda um acervo com 4 mil caixas de documentos, com 40 mil prontuários de servidores inativos, entre aposentados, falecidos e exonerados. Em meio a tantos papéis, estão aqueles sobre a vida profissional de um dos mais importantes nomes da produção cinematográfica do país. Em 2019, se estivesse vivo, Glauber Rocha completaria 80 anos.

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Nascido em 14 de março de 1939 em Vitória da Conquista, no Centro-Sul do estado, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade da Bahia em 1957, mas abandonou os estudos três anos depois para se dedicar ao jornalismo. Exercendo a profissão, foi técnico de Informação e Divulgação na extinta Secretaria de Administração e Finanças (SAF), do dia 18 de março de 1960 até 1º de maio de 1963. Nessa época, quem estava à frente da administração municipal era o prefeito Heitor Dias. O secretário da SAF na ocasião era um dos maiores intelectuais baianos do século XX: o editor, empresário e professor (título que preferia ser chamado) Manoel Pinto de Aguiar, membro da Academia de Letras na Bahia e no Rio de Janeiro, falecido em 1991.

Nos arquivos do Setor de Gestão Documental, a caixa de número 345 contém um envelope com 11 documentos do conquistense. Fichas financeiras, de cadastro, de frequência, guia de inspeção de saúde, memorando e folha corrida revelam alguns dados pessoais.

Glauber residia num imóvel na Rua General Labatut, nos Barris, e entrou na Prefeitura sob contrato individual de trabalho. Seus vencimentos mensais chegavam ao valor bruto de 20 mil cruzeiros - pouco mais do que o dobro do salário mínimo instituído em 1960, que era de 9,6 mil cruzeiros. Era uma quantia ínfima para quem quisesse se dar ao luxo de ter um automóvel na época. Para ser ter uma ideia, um Fusca era vendido por 540 mil cruzeiros.

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Mesmo com o trabalho na Prefeitura - e casado à época com a atriz Helena Ignez - Glauber produziu, em 1961, o seu primeiro longa-metragem, Barravento, que foi filmado na praia do Buraquinho, em Itapuã. A película possui 80 minutos e conta a história de Firmino, um homem que volta à aldeia de pescadores onde foi criado e questiona o misticismo do povo do local. O longa chamou atenção dos críticos e rendeu premiação no Festival de Karlovy Vary, da antiga Tchecoslováquia.

Entre os documentos, há um que indica que, em abril de 1963, Glauber faltou oito vezes ao trabalho, o que lhe custou um desconto de 5,3 mil cruzeiros no salário. Não era pra menos: um ano depois, em 1964, veio Deus e o Diabo na Terra do Sol, um filme que fala sobre levante, catolicismo e extermínio no sertão. A produção, reconhecida internacionalmente, foi sequenciada por outras não menos importantes, como Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969).

Embora tenha trabalhado para o governo municipal da capital baiana por três anos, foi indiscutivelmente no cinema que Glauber se eternizou. Sua filmografia conta com dez longas e oito curtas, com produções feitas no Brasil e também no exterior. O artista foi um dos idealizadores do Cinema Novo, ao lado de cineastas como Cacá Diegues e Paulo César Sarraceni. O movimento propôs ao cinema a exibição da realidade, com mais conteúdo e menor custo, fora dos padrões hollywoodianos. Destacam-se obras com temas ligados à liberdade de expressão, à indústria do cinema e à crítica social. Ele viveu intensamente, produzindo entre o final dos anos 50 e o início dos anos 80, pensando o cinema como uma arte que pode ser feita com “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”.

Um de seus grandes amigos na juventude, o poeta e jornalista Florisvaldo Mattos, lembra com carinho e saudade dos tempos em que convivia com Glauber. A amizade entre os dois durou mais de 20 anos, de 1957 até a morte do cineasta, em 1981. Embora sem ter convivido com Glauber quando este foi servidor municipal, Florisvaldo lembra de como o amigo via cinema em tudo o que fazia. "Ele via cinema em tudo; tudo para ele tinha um enquadramento; a forma de como aquela cena poderia vista, construída, fotografada, filmada. Estando uma pessoa sentada numa cadeira, a conversar com outra, ele se postava diante, como se estivesse com a câmera na mão, mostrando como seria construída a cena. Agora, o interessante aí é que, para mim, como cineasta Glauber era intimamente um jornalista."

Glauber Rocha foi preso em novembro de 1965, por ter participado de um protesto contra a Ditadura Militar, durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Rio de Janeiro. Permaneceu 23 dias preso e viveu em exílio entre os anos de 1971 e 1976. Ele morreu em agosto de 1981, aos 42 anos, vítima de um choque bacteriano, dias depois de chegar ao Rio de Janeiro, vindo de Portugal. Na época, seu filho, o também diretor Eryk Rocha, tinha apenas três anos. Há quem diga que Glauber morreu de tristeza pela situação do Brasil. Ele era um dos três filhos de dona Lúcia e seu Adamastor. As irmãs morreram antes: Ana Marcelina, aos 11 anos, vítima de leucemia, e a atriz Anecy Rocha, aos 34 anos, ao cair no fosso de um elevador.

Da Secom Salvador

A quarta edição do Festival Internacional de Curitiba, Olhar de Cinema, exibirá em prmeira mão um filme perdido do cineasta baiano Glauber Rocha. A Vida é Estranha é uma das grandes atrações do festival que também contará com mostra de clássicos e outras novidades nacionais e internacionais, entre os dias 10 e 15 de junho, na capital paranaense.

O filme veio ao conhecimento da organização do Festival através de uma entrevista dada pela cantora novaiorquina Mossa Bildner ao jornalista da Gazeta do Povo, Cristiano Castilho. Nela, Mossa revelou ter sido namorada de Glauber nos anos 1970 quando os dois viajaram para o Marrocos e registraram o passeio em vídeo. A partir daí, a produção do Olhar de Cinema entrou em contato com a cantora e teve acesso ao material filmado. 

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Os arquivos então foram digitalizados e passaram por processos de produção como correção de cores, som e finalização para que pudesse ser exibido com excluisividade pelo evento. O resultado são 39 minutos de imagens de Glauber e Mossa pelo Marrocos. Numa delas, o cineasta apara a longa barba num barbeiro marroquino. A programação completa do Festival Internacional de Curitiba pode ser vista no site oficial do festival

Na manhã desta sexta-feira (31), o diretor de fotografia brasileiro Affonso Beato realizou uma masterclass no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, Derby, dentro da programação do Janela Internacional de Cinema. O diretor de cinema e criador do Janela, Kleber Mendonça Filho, também esteve presente na palestra. 

O fotógrafo estudou na Escola Nacional de Belas Artes e há mais de 30 anos se divide entre o Brasil e os EUA, tendo fotografado mais de 50 longas, 60 curtas e 300 comerciais em sua carreira. Affonso Beato possui mais de 50 anos de carreira , com trabalhos nacionais e internacionais. É professor, cineasta e diretor de fotografia e em sua bagagem estão filmes de grande importância.

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Durante a masterclass, ele contou um pouco da própria história. "Começei na década de 1960 e o meu reconhecimento internacional chegou após fazer a fotografia de O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha", relembrou. Beato tentou derrubar o mito de que algo bom e de qualidade só pode ser feito fora do Brasil. "Não é bem assim, os cineastas não podem pensar dessa maneira, pelo contrário, você será reconhecido se fizer algo bom nacionalmente, é como se o reconhecimento internacional é o melhor nacional", explicou. 

Ainda durante a programação do Janela de Cinema, o fotógrafo realizou um workshop de 27 a 30 com a temática Cinematografia como Design. Luz, cor, visão humana e sistema fotoquímico foram alguns dos assuntos abordados pelo cineasta. 

Durante a carreira, Beato realizou alguns trabalhos com o diretor de cinema Pedro Almodóvar, dentre eles, Todo sobre mi madre, La flor de mi secreto e Carne trémula. Affonso comentou a relação com Pedro: "É uma troca de aprendizado, a forma de desenhar um filme e estudar as cenas anterionemente foi o principal legado". 

A relação das filmagens de um filme com o acaso também foi citada e esclarecida por Beato. "Sou contra o uso do 'acaso' em filmagens. Sou a favor do desenho, claro que às vezes acontece, mas isso não deve ser entendido como um método. É preciso ter disciplina e seguir os passos que foram planejados", explicou. 

O diretor de fotografia já colaborou com diversas produções internacionais, entre elas, A fera do rock (1989), do americano Jim McBride, Ghost World (2001), de Terry Zwigoff e A Rainhade Stephen Frears. Em 2005 fotografou Água negraprimeiro filme internacional de Walter Salles. Seu filme mais recente é Tempo e o vento, de Jayme Monjardim. Foi presidente da Associação Brasileira de Cinematografia entre 2004 e 2005 e foi aceito como membro da American Society of Cinematographers, sendo o primeiro brasileiro a assinar as iniciais ASC. O Janela Internacional de cinema segue até o próximo domingo (2).


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A 18ª edição do festival de audiovisual de Pernambuco, o Cine Pe, chegou ao fim na noite da sexta-feira (02), depois de uma maratona de 13 curtas e 14 longas metragens, sendo 22 deles nacionais e os outros cinco internacionais, categoria que começou a ser exibida esse ano. Os comandantes da festa foram os atores Deborah Secco e Bruno Torres, que além de premiar os ganhadores do festival, também comandaram as homenagens do evento, que ocorreu no Teatro de Santa Isabel, na área central do Recife.

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A solenidade de encerramento homenageou três figuras importantes do cenário cinematográfico brasileiro: o ator José Wilker, falecido no dia 5 de abril; a película Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha; e também o crítico de cinema do jornal baiano A Tarde, João Carlos Sampaio, que cobria o Cine PE e faleceu na madrugada desta sexta (02). Familiares e amigos dos três foram chamados ao palco para participar das homenagens, que começou com a projeção de vídeos de momentos importantes das carreiras de Wilker, Glauber e João Sampaio.

O filme Muitos Homens num Só (RJ) foi o grande vencedor da premiação, levando nove troféus na mostra competitiva de longas-metragens de ficção, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Edição de Som, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte e Melhor Ator Coadjuvante. Além dos troféus calunga, o longa também ganhou como Melhor Filme segundo a escolha do júri popular, mais uma inovação do Cine PE desse ano. A diretora Mini Kerti e o roteirista Leandro Assis conversaram com a equipe do Portal LeiaJá e falaram sobre a alegria pela repercussão do longa, que está previsto para entreiar nos cinemas no segundo semestre desse ano.

 

Confira a matéria completa no vídeo acima.

Pernambuco e, principalmente, o Recife é um dos maiores redutos cinematográficos existentes no Brasil e vem conquistando cada vez mais espaço no cenário mundial. Nada mais justo que a Veneza Brasileira tenha um festival dedicado à produção audiovisual. O Cine PE é um desses eventos que representa não só filmes do estado, mas também de todo o Brasil- e agora de todo o mundo. 

Em 2014, o Festival de Cinema do Recife chega aos seus 18 anos com uma programação mais diversificada e madura. Com direção de Sandra e Alfredo Bertini, o Cine PE se tornou um dos maiores do Brasil e ganhou até a alcunha de "Maracanã dos festivais". Mas antes de ser realizado no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Olinda, o Cine PE teve sua primeira edição no Cinema São Luiz, em 1997, com uma programação restrita apenas para convidados. Em conversa com o LeiaJá, Sandra Bertini conta que a seleção de filmes da primeira edição era apenas de curtas. “Era uma mostra de curtas para convidados, mas que teve um bom número de público. Nesse momento, percebemos que o festival tinha tudo para ser um sucesso no futuro”, comenta Sandra. 

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Veja os vencedores do Cine PE 2013

No ano em que o festival chega a sua maioridade, ele também ganha amadurecimento. Com curadoria de Rodrigo Fonseca, o “Maracanã dos Festivais” conta com um time de 27 filmes, sendo nove deles produções pernambucanas. A grande novidade do Cine PE, que começa neste sábado (26) e vai até a sexta (2), fica por conta da inclusão de filmes internacionais em sua programação, abrangendo produções de diferentes lugares do mundo como Estados Unidos, Itália e Argentina. Sandra Bertini destaca que essa novidade veio no momento certo. “Esse processo faz parte do amadurecimento do Cine PE. O evento já tem reconhecimento do público e do Poder Público, portanto ele merece esse avanço”, conta Sandra ao LeiaJá.

Cine PE: Cinema do Mundo em Pernambuco

A 18ª edição do festival abrange produções internacionais vindas de diferentes lugares como Estados Unidos, Itália e Argentina. Esses filmes estarão presentes na Mostra Longa-Metragem Documentário e no Festival Internacional de Cinema, com exceção da elogiada comédia O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson. O filme faz parte da Mostra Especial do Cine PE e ganha sua primeira exibição brasileira neste sábado (26), no Teatro Guararapes.

Confira a programação completa da 18ª edição do Cine PE

Apesar de ser um ano de internacionalização do Cine PE, as produções locais também ganham mais espaço nesta edição do festival. A Mostra Pernambuco sai de um horário paralelo à programação noturna e ganha destaque ao lado de outros filmes nacionais e internacionais. Além dos seis filmes que compõem a Mostra Pernambuco, duas produções integram a Mostra Curta Brasil, e uma faz parte da Mostra Doc Internacional. Ou seja, são filmes pernambucanos inseridos em três das quatro categorias competitivas do festival.

Filmes de outros estados brasileiros também marcam presença nas mostras competitivas. Eles concorrem nas categorias de Curta Nacional, Longa-Metragem Documentário e Festival Internacional de Cinema. Uma dessas produções é O Menino no Espelho, que tem no elenco o ator Mateus Solano, presença já confirmada para o Cine PE 2014. As produções nacionais também marcam presença na sessão especial de Getúlio, filme sobre ex-presidente do Brasil estrelada por Tony Ramos, e na Mostra de Cinema Infantil que ocorrerá no Cinema São Luiz para alunos de escolas públicas.

Com essa nova roupagem, a expectativa é que o Cine PE faça jus ao seu apelido de Maracanã dos Festivais e lote o Teatro Guararapes da mesma forma que o maior estádio do Brasil fica cheio durante um FlaxFlu. É essa participação do público que marca o Cine PE e o destaca de grandes festivais brasileiros como o de Brasília e de Gramado. “O público faz o Cine PE ter um status diferencial. É o que a gente tem de mais bonito”, completa Sandra Bertini.

Abertura e encerramento

A abertura da 18ª edição do Cine PE acontece neste sábado (26), no Teatro Guararapes. Como de praxe, o local recebe uma grande tela na qual os filmes serão exibidos em formato digital. Como nos anos anteriores, a apresentação do festival fica por conta da jornalista Graça Araújo. 

Já a solenidade de encerramento e a premiação acontecerão na sexta-feira (2), no Teatro de Santa Isabel. A cerimônia para convidados será apresentada pelos atores Deborah Secco e Bruno Torres. Na ocasião, os atores Laura Cardoso e José Wilker (em memória) serão homenageados pelo festival junto com o filme Deus e Diabo na Terra do Sol, obra de Glauber Rocha que completa 50 anos em 2014.

Presenças confirmadas

Além do ator Mateus Solano, os atores brasileiros com presenças confirmadas até o momento são Vladimir Britcha, Caio Blat, Sidney Santiago.

Foram divulgados os homenageados do Cine PE-Festival do Audiovisual, que será entre os dias 26 de abril e 2 de maio, no Teatro Guararapes. Completando 50 anos, o filme de Galuber Rocha Deus e o Diabo na Terra do Sol, foi lançado às vesperas do golpe militar e encabeça a lista de reverências.

A ideia era entregar a homenagem à Dona Lucia Rocha, mãe do direror, mas ela faleceu no decorrer das negociações. Por esta razão, os filhos de Glauber Rocha deverão estar presentes no evento, representando a família.

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A atriz de cinema, teatro e TV, Laura Cardoso e o ator, diretor, e crítico de cinema brasileiro José Wilker compõe a dupla de homenagens artísticas. Aos 85 anos, Laura Cardoso conta com 29 filmes no currículo, sendo o documentário dirigido por Carlos Hugo Christensen, O Rei Pelé (1962), o primeiro da lista. E o cearense, José Wilker, que esteve no Cine PE 2013 com o longa Giovanni Improtta, tem 69 filmes na carreira.

Os tributos serão prestados na última noite do festival (2 de maio).

Maior Idade

Para celebrar a maior idade, o Cine PE abre suas portas para receber longas-metragens internacionais. O festival deve divulgar a programção completa no dia 30 de março.

Premiada durante a 20ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE), a peça h(EU)stória – O Tempo em Transe inicia nesta sexta-feira (14) uma temporada no Teatro Arraial, na Rua da Aurora, que segue até o dia 5 de abril. A montagem é inspirada na troca de cartas entre Jomard Muniz de Britto e o cineasta Glauber Rocha, que completaria 75 anos hoje se estivesse vivo. As sessões acontecerão de quinta a sábado, às 20h, e os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). 

H(EU)stória, do Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos, recebeu durante o JGE os prêmios de melhor espetáculo adulto e melhor trilha sonora, esta última produzida pelos músicos Geraldo Maia, Juliano Muta e Leonardo Villa Nova. “A montagem faz parte de uma trilogia que a gente está iniciando. Glauber Rocha é uma pessoa que marcou a história do Brasil e 33 anos após a sua morte ele permanece vivo”, comenta Júnior Aguiar, um dos atores do elenco.

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O espetáculo compõe um projeto maior do Coletivo Grão Comum, chamado Trilogia Vermelha, que reúne três nordestinos que interviram na construção do Brasil. Além de Glauber Rocha, Paulo Freire e Dom Helder Câmara também fazem parte da trilogia. 

Serviço

h(EU)stória - O Tempo em Transe

Até 5 de abril

Quinta a sábado | 20h

Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457 - Boa Vista)

R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

(81) 3184 3057

Será velado na noite desta sexta-feira (3), no Tempo Glauber, no Rio, o corpo de dona Lúcia Rocha, mãe do cineasta Glauber Rocha. Ela morreu hoje, aos 95 anos, de causas naturais. Dona Lúcia era muito querida no meio cinematográfico. Transformou-se em guardiã do acervo documental e dos filmes do filho desde sua morte, em 1981. Com muito esforço, conseguiu restaurar filmes e criar o Tempo Glauber, centro cultural do bairro de Botafogo.

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