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O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou neste sábado esperar "ataques pessoais e mentiras" de Donald Trump no primeiro debate televisionado entre os presidenciáveis, na próxima terça-feira, e comparou o mandatário republicano ao chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

"Será difícil", reconheceu o ex-vice-presidente em entrevista à emissora MSNBC.

"Eu suponho que serão só ataques, e majoritariamente pessoais. É a única coisa que [Trump] sabe fazer", analisou Biden ao falar de seu rival no debate.

"Ele não sabe debater os fatos. Não é tão inteligente", continuou. "Ele não sabe muito sobre política externa, não sabe muito sobre política interna. Não sabe muito sobre os detalhes".

O debate de terça-feira em Cleveland, Ohio, será a primeira vez que o democrata enfrenta o atual presidente pessoalmente na campanha. Os dois septuagenários também medirão forças em outro debate antes das eleições, marcadas para 3 de novembro.

Alguns simpatizantes democratas, porém, temem que Biden, propenso a cometer equívocos, possa vacilar nestes duelos televisionados diante dos golpes retóricos de Trump, que é muito mais agressivo.

Trump nunca deixou de zombar da falta de dinamismo de seu rival, que apelidou de "Sleepy Joe" (Joe Dorminhoco), e de atacar a acuidade mental do candidato democrata.

"Ele é como Goebbels", comparou Biden. "Se você diz uma mentira muitas vezes, e a repete sem parar, ela acaba se tornando conhecimento público".

Apesar dos ataques que sofrerá, Biden afirma estar pronto para o debate. "As pessoas sabem que o presidente é um mentiroso", afirmou.

"Não seria uma surpresa. E por isso estou pronto para sair e expor meu caso sobre como acredito que [Trump] falhou e como as respostas que tenho que dar ajudarão as pessoas e a economia americana, e nos deixarão mais seguros internacionalmente".

O deputado Marcelo Calero (Cidadania/RJ) protocolou representação no Ministério Público do Distrito Federal contra o ex-secretário especial da Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, "pelo discurso com apologia nazista" - ao divulgar em canal institucional do Youtube, o Prêmio Nacional das Artes de 2020, na último dia 16.

Na representação, Calero, ex-ministro da Cultura no governo Temer, requer apuração dos fatos e responsabilização penal e civil administrativa de Alvim - "o que inclui as sanções por improbidade, a reparação decorrente dos gastos com a inadmissível publicidade e a condenação à reparação ao dano moral coletivo existente".

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Na semana passada, Alvim foi demitido depois que postou vídeo em que parafraseou Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.

"O ato do ex-secretário é incompatível com a sociedade brasileira, e o Estado deve responder de forma exemplar, enérgica e pedagógica para que isso jamais volte a acontecer em nosso País", declarou Calero.

Ainda segundo a representação protocolada nesta quinta-feira (23), no Ministério Público, "as referências ao nazismo, ainda mais quando feitas por uma alta autoridade pública encarregada da cultura nacional, não podem em hipótese alguma ser toleradas".

O deputado assinala, ainda, que "nesse cenário, a indiferença é algo que não cabe, devendo haver o uso de todas as formas possíveis de responsabilização do autor do fato ilícito para que se sinalize a todos os cidadãos brasileiros e demais Estados Soberanos da Comunidade Internacional que os compromissos históricos brasileiros com a dignidade humana continuam sólidos, íntegros e que não houve e nem haverá qualquer guinada na forma do país em se posicionar contra os horrores do nazismo".

Calero argumenta que "o momento inspira diálogo, busca de convergência e entendimento". "A tradição brasileira é de harmonia nas relações entre os povos e de respeito à pluralidade. Não vamos deixar que ações como esta nos tirem do caminho de fazer um Brasil melhor", disse.

No dia 17, em entrevista à Rádio Gaúcha, Roberto Alvim pediu perdão e disse que não houve "associação intencional com o nazismo". Segundo ele, houve "uma infeliz coincidência retórica".

Após uma forte pressão que resultou na queda do agora ex-secretário especial de Cultura Roberto Alvim por conta de vídeo parafraseando ministro de Adolf Hitler, um advogado saiu em defesa dele e apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus pedindo a anulação do ato que o exonerou e a reintegração ao cargo.

Alvim foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (18), após aparecer em vídeo parafraseando Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler. A menção repercutiu muito mal entre chefes de Poderes, na comunidade judaica e mesmo entre auxiliares mais próximos de Bolsonaro. O presidente cedeu à pressão e optou por demitir Alvim.

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Autor do habeas corpus, Carlos Alexandre Klomfahs não atua em nome ou a pedido do ex-secretário. Conhecido por mover ações judiciais polêmicas, como contestar o reajuste salarial de ministros do STF, ele agiu em defesa de Alvim por conta própria.

O habeas corpus argumenta "constrangimento ilegal" na demissão por conta da "execração pública nacional e internacional" sem direito à ampla defesa e ao contraditório. "(O presidente) agiu em constrangimento ilegal ao não facultar a ampla defesa e o contraditório, haja vista a execração pública nacional e internacional (...) e por motivar (a exoneração) tão somente com a frase 'um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado", escreveu o advogado.

Na opinião de Klomfahs, ocupantes de cargos como os de ministro de Estado e de secretários de ministérios podem ser desligados sem que haja qualquer justificativa. Contudo, quando há uma motivação, ela não pode ser falsa ou inexistente, sob risco de tornar o ato nulo.

A demissão foi comunicada por meio de nota assinada por Jair Bolsonaro. O texto trazia como motivação para o corte a referência a um "pronunciamento infeliz" do então secretário. Para o advogado, a liberdade de expressão permite que mesmo o holocausto seja submetido "a todo tipo de revisões".

Politicamente correto

Klomfahs também defende no habeas corpus a posição de que não pode ser encarado como verdade absoluta o fato de o nazismo ter gerado milhares de mortes. Segundo ele, a expressão das "ideias dominantes" e das "politicamente corretas" desrespeita "o direito de se pensar autonomamente".

"Não se endossa apologia à guerra, extermínio físico de judeus ou qualquer ação contra grupos religiosos ou étnicos, mas tão só a liberdade de acesso à verdade histórica mundial", frisou.

Após a polêmica referência a Goebbels ganhar ampla repercussão, Roberto Alvim, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, disse, primeiro que a frase citada tinha "origem espúria", mas que "assinava embaixo". No fim do dia, pediu desculpas pelo "erro involuntário".

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, elogiou a reação contra as declarações de Roberto Alvim, demitido da Secretaria Especial de Cultura depois de copiar trecho de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista.

"Fantástica, e até emocionante, a reação de intelectuais, artistas, historiadores, professores, estudantes, militares e da nação como um todo, ao infeliz resgate de pensamentos nazistas", escreveu Heleno em sua conta no Twitter. "Mostra uma face da convicção e do apego de nosso povo à democracia e às liberdades individuais.", completou.

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O presidente Jair Bolsonaro demitiu o secretário nesta sexta após pressão dos presidentes da Câmara, do Senado, do STF, da comunidade judaica e de eleitores. O discurso de Alvim gerou a mais forte reação a um pronunciamento ideológico desde o início do atual governo.

Parlamentares da oposição fizeram representações nesta sexta-feira, 17, à Procuradoria-Geral da República contra o ex-secretário nacional de Cultura, Roberto Alvim, e o presidente Jair Bolsonaro, para apurar, não apenas o caso envolvendo o ex-chefe da pasta, mas também a responsabilidade do Planalto sobre perseguições na área da cultura e da educação.

Uma representação é assinada pela bancada do PSOL na Câmara, outra pelo deputado estadual em São Paulo Emídio de Souza (PT). Eles apelam à Procuradoria-Geral da República.

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Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim, citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

Segundo o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, a declaração foi uma "clara e aberta apologia ideológica do regime nazista".

Na manhã desta sexta, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do secretário de Cultura e declarou "repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas".

A representação do PSOL não leva em conta apenas o episódio, mas outras ações do governo sobre universidades, e na área da cultura.

A agremiação destaca, por exemplo, ação de improbidade administrativa contra o ministro da Cidadania, Osmar Terra, em que a Procuradoria atribui a ele a suspensão de um edital para projetos audiovisuais a serem veiculados em TVs públicas por "inequívoca discriminação por orientação sexual e identidade de gênero".

Segundo os deputados federais do PSOL, "por meio de atos e manifestações públicas, o presidente da República e seus ministros ensejam um processo alarmante de sufocamento das artes e demais áreas de conhecimento no Brasil".

"Em menos de um ano de governo, foram capazes de violar a autonomia de cátedra e universitária, de relativizar a seriedade e transparência de dados públicos relativos ao desemprego, desmatamento e políticas de drogas e de censurar abertamente produções artísticas atreladas à diversidade e a posicionamentos políticos que se apartam do apregoado pelo governo federal", afirmam os parlamentares.

Já Emídio de Souza, deputado paulista, entrou com representação contra Alvim junto à PGR por promoção e exortação "a discursos e simbologias do regime da Alemanha nazista".

Ele ressalta que "o parágrafo primeiro do artigo 20 da Lei 7.716/89 prevê reclusão de dois a cinco anos e multa para quem 'veicular símbolo', 'propaganda' para 'fins de divulgação do nazismo'".

"Tal legislação versa sobre os crimes resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional."

A representação é assinada, além de Emidio, pelos advogados Brunos Salles Ribeiro, Fabiano Silva dos Santos e Marco Aurélio de Carvalho, todos integrantes do Grupo Prerrogativas.

A Embaixada de Israel no Brasil divulgou nota nesta sexta-feira, 17, na qual diz apoiar a decisão do governo brasileiro de demitir Roberto Alvim do cargo de secretário especial da Cultura.

"A comunidade judaica e o Estado de Israel estão unidos no combate à todas as formas de antissemitismo. Por esta razão, a Embaixada de Israel apoia a decisão do governo brasileiro de exonerar o Secretário Especial de Cultura Roberto Alvim. O nazismo e qualquer uma de suas ideologias, personagens e ações não devem ser utilizados como exemplo em uma sociedade democrática sob nenhuma circunstância", diz a nota emitida pela representação israelense.

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A demissão de Alvim foi anunciada hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais. O ex-secretário foi afastado do cargo depois de divulgar um vídeo no qual faz referências a trechos de discursos nazistas.

A Associação Juízes Para a Democracia cobrou nesta sexta-feira, 17, a responsabilização civil, administrativa e criminal, do ex-secretário Nacional de Cultura Roberto Alvim. Segundo a entidade, que reúne magistrados ativistas, o presidente Jair Bolsonaro foi "contraditório" ao demitir Alvim já que seu governo "flerta continuamente com políticas totalitárias".

Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim, citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

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Segundo o presidente da OAB, a declaração foi uma "clara e aberta apologia ideológica do regime nazista". No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do secretário nacional de Cultura e declarou "repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas".

"O pronunciamento oficial de um secretário de Estado, reproduzindo, em forma e conteúdo, a política de propaganda de um regime totalitário, mundialmente repudiado pelos prejuízos causados à humanidade, é inaceitável", reage a AJD.

A entidade, presidida pela juíza Valdete Souto Severo, afirma que a "ação da Presidência da República, demitindo o referido secretário, constitui, no máximo, um sinal contraditório de um governo, cujas ações flertam continuamente com políticas totalitárias como o extermínio de populações periféricas e indígenas; intolerância com a população LGBT; censura do pensamento de oposição e destruição do ambiente".

"A AJD repudia o pronunciamento feito pelo Secretário de Cultura e bem assim a política que vem sendo feita pelo atual governo. Além disso, exige que as instituições responsáveis pela garantia da democracia promovam a responsabilização civil, administrativa e criminal de Roberto Alvim."

O governo federal já formalizou no Diário Oficial da União (DOU) a exoneração do dramaturgo Roberto Alvim do cargo de secretário especial da Cultura. A demissão de Alvim está em edição extra do documento que foi publicada na tarde desta sexta-feira, 17.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro já havia confirmado, em nota, a demissão do secretário. Bolsonaro disse que a situação de Alvim no governo ficou "insustentável" após ele gravar um vídeo com discurso quase idêntico ao do ideólogo nazista Joseph Goebbels. A fala teve ampla repercussão negativa entre autoridades do País e na comunidade judaica nesta manhã, o que contribuiu para a rápida demissão do secretário.

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"Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", escreveu o presidente.

Alvim foi nomeado secretário de Cultura em novembro, semanas após ofender a atriz Fernanda Montenegro nas redes sociais. Ele já estava no governo desde junho, como diretor do Centro das Artes Cênicas da Fundação Nacional das Artes (Funarte).

Na curta passagem pelo cargo, Alvim ganhou brigas com os ministros da Cidadania, Osmar Terra (MDB), e do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ao receber aval de Bolsonaro para nomear quem quisesse. Na ocasião, Bolsonaro mudou a estrutura da Esplanada para retirar a secretaria de Alvim do guarda-chuva de Terra e evitar atritos entre eles. Toda a estrutura da Cultura agora está vinculada ao Ministério do Turismo.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou nesta sexta-feira (17) que os "setores do governo testam há meses os limites democráticos", "flertam com as ditaduras de hoje e do passado", e que o secretário de Cultura, Roberto Alvim "ultrapassou todos os limites ao optar pela clara e aberta apologia ideológica do regime nazista".

Em vídeo no que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim, citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

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A posição foi defendida em nota após a repercussão gerada pela gravação divulgada por Alvim. O presidente da entidade dos advogados indicou ainda que o secretário deveria ser afastado, "sob pena de o governo brasileiro se enquadrar internacionalmente como inimigo da democracia e da civilização". "Os milhões de cadáveres das vítimas do autoritarismo nos cobram imediata e firme reação", apontou.

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