Tópicos | representação

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 10 votos a três, a representação feita pelo Psol contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP). O partido alegou que, enquanto exercendo a função de relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cometeu "violência de gênero" por usar o colegiado como "arma política para intimidação" e também fala da perseguição do parlamentar em publicações contra Sâmia Bomfim (Psol-SP) nas redes sociais.

Em maio, Salles pediu a extração das falas da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) após ela fazer acusações ao deputado. Ele fez o pedido para apresentar ação contra a colega no colegiado - já protocolada e arquivada por votação na instância.

##RECOMENDA##

Em sua defesa, Salles disse que o que acontecia o inverso. Deputadas do Psol faziam ataques a integrantes da comissão, inicialmente composta, em sua maioria, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. "A CPI do MST presenciou um sem-número de ataques e provocações muito pesadas, inclusive, de deputadas a um sem-número de deputados ali presentes, rotulados de terroristas, assassinos, genocida, bandido", afirmou. "Era uma estratégia de ataque, escamoteado atrás da discussão de gênero."

O Conselho de Ética também arquivou, por 11 votos a um, uma representação do PL contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). A legenda acusou Glauber de "ferir gravemente" a honra de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, ao falar do caso das joias sauditas trazidas pelo ex-presidente, caso revelado pelo Estadão.

"Fica quietinho. Você já devolveu todos os colares? Já devolveu todos os colares?", questionou Braga a Eduardo. O PL justificou que Glauber imputou o "falso crime" de peculato. "Não é aceitável que em meio aos trabalhos de uma comissão desta Casa, um parlamentar inicie demasiados ataques desordeiros", escreveu o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.

Glauber sustentou que o que foi dito não passou de "uma discussão política de natureza dura", mas que não extrapolava os limites do que dispõe a Constituição e o Código de Ética.

Até o momento, o Conselho de Ética não deu prosseguimento a nenhuma das 22 representações protocoladas no colegiado. O presidente da comissão, Leur Lomanto Júnior (União-BA), fez um apelo a parlamentares em setembro para que parassem de fazer trocas de acusações por via de representações. O PL é o autor de mais ações: foram 11 até o momento.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, nesta terça-feira (19), que a representação desigual e distorcida na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial é inaceitável. O chefe do Executivo do Brasil disse que, quando instituições reproduzem desigualdades, elas fazem parte do problema e não da solução.

"No ano passado, o FMI disponibilizou US$ 160 bilhões em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas US$ 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável. Não corrigimos os excessos da desregulação dos mercados e da apologia do Estado mínimo. As bases de uma nova governança econômica não foram lançadas", disse Lula durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

##RECOMENDA##

No cenário mundial, Lula avaliou que o protecionismo dos países ganhou força, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) permanece paralisada, em especial o seu "sistema de solução de controvérsias".

O presidente afirmou ainda que o Brics - grupo de países emergentes - surgiu justamente na esteira desse "imobilismo" e se transformou em uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre as nações.

"Somos uma força que trabalha em prol de um comércio global mais justo num contexto de grave crise do multilateralismo", avaliou Lula.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria no período da tarde desta sexta-feira, 25, para reconhecer a omissão do Congresso em não regulamentar a representação de cada Estado na Câmara. A Constituição prevê que o número de parlamentares eleitos por unidade da federação deve variar entre 8 e 70, mas a quantidade de cadeiras por Estado não é atualizada desde 1993. A ação que acusa omissão foi apresentada pelo Pará em 2017.

Até o momento, seis ministros seguiram o voto do relator, Luiz Fux, que fixou prazo até 30 de junho de 2025 para o Congresso realizar a redistribuição das vagas na Câmara.

##RECOMENDA##

"Após esse prazo, e na hipótese de persistência da omissão inconstitucional, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral determinar, até 1º de outubro de 2025, o número de deputados federais de cada Estado e do Distrito Federal para a legislatura que se iniciará em 2027", determina o voto do ministro.

Para Fux, a omissão gera sub-representação de alguns Estados "em grau não admitido pela Constituição" e causa "evidente mau funcionamento do sistema democrático".

Ele também destacou que o Legislativo pode ter dificuldades em corrigir o problema, uma vez que é necessário reduzir o peso de algumas bancadas na Câmara e até suprimir cadeiras dos próprios parlamentares. Por isso, segundo ele, a intervenção da Corte é "plenamente legitimada e justificada".

A Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) entrou com uma representação, na última quarta-feira (23), junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), contra o Governo de Pernambuco, devido a irregularidades constatadas no sistema de transporte coletivo no estado, como a não convocação do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM). O órgão deve ser convocado a cada dois meses para debater com o governo ações para melhorar o transporte público. 

A ação foi impetrada pelo advogado Pedro Josephi, que apresentou a denúncia ao Procurador Geral de Justiça do MPPE, Marcos Carvalho. Segundo Josephi, a falta de comunicação do CSTM com a gestão atual, encabeçada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), tem dificultado o acompanhamento e tratamento de problemas, no âmbito do Sistema de Transporte da Região Metropolitana do Recife (STTP/RMR).

##RECOMENDA##

“A Lei determina que o Conselho se reúna no mínimo a cada 2 meses, mas já se passaram 8 meses, e o que aparenta é um completo desgoverno no setor. Não se sabe até agora quais são as diretrizes, planos, metas ou propostas do novo governo para o transporte, e a população está sendo impedida de exercer a fiscalização e o controle social”, afirmou o advogado. 

Ainda de acordo com o texto da representação protocolada junto ao MPPE, a licitação das linhas de ônibus, datada de 2013, nunca chegou a ser concluída. Apenas os contratos relativos ao BRT (corredores Leste-Oeste e Norte-Sul – lotes 1 e 2) foram assinados à época, permanecendo toda a maior parte do STTP/RMR (lotes 3, 4, 5, 6 e 7) funcionando a título precário de permissão, sem segurança jurídica para o usuário.

O documento aponta também que o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (SIMOP) do STTP que permitiria, entre outras coisas, o acesso dos usuários em tempo real aos horários/itinerários dos ônibus por meio de aplicativos e painéis, licitado no valor de R$ 40 milhões, também não foi lançado, mesmo já tendo ocorrido diversos pagamentos para a empresa vencedora da licitação. 

A denúncia assevera também que, durante toda a existência do Grande Recife (criado em 2007), nunca foram feitas pesquisas de avaliação e controle de qualidade do Sistema de Transporte ou ainda foram levadas em consideração as reclamações dos serviços prestados pelas operadoras, tais como, ônibus quebrados, veículos avariados e insuficientes, viagens roubadas, queimas de parada, falta de urbanidade no tratamento com idosos, mal atendimento, não funcionamento dos equipamentos para a pessoa com deficiência e dos aparelhos de ar-condicionado, desrespeito aos itinerários e horários previstos, entre outros problemas verificados. 

O Tribunal de Contas do Estado identificou, após representações da Frente de Luta pelo Transporte Público, na Auditoria Especial, indícios de esvaziamento das competências do Consórcio Grande Recife (CTM) e determinou que o controle da bilhetagem eletrônica (valor arrecadado com as passagens), antes nas mãos da Urbana-PE, o sindicato das empresas, retornasse para o Estado de Pernambuco. 

O LeiaJá procurou o governo de Pernambuco na espera de algum posicionamento sobre o assunto, mas não houve resposta até o encerramento da matéria. 

*Com informações da assessoria

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) protocolou notícia crime e representação por improbidade a respeito de ministros do governo Lula que têm usado aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar o final de semana em seus redutos eleitorais. Segundo o deputado, os alvos são Luiz Marinho (Trabalho), Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde), Juscelino Filho (Comunicações) e Flávio Dino (Justiça).

Nikolas afirmou, em sua postagem, que pediu investigação "por suposta utilização de benefícios públicos, mais precisamente por criarem agenda às sextas para voltarem para casa de jatinhos da FAB, sem agendas oficiais". Como mostrado pelo Estadão esses cinco ministros de Lula criam agenda às sextas para voltar para casa de jatinho da FAB.

##RECOMENDA##

Há um decreto presidencial que regula o uso de avião da FAB, com uma ordem de prioridade específica. Primeiro, em casos de emergências médicas. Segundo, quando há razões de segurança. Depois, viagens a serviço. Segundo essas regras, não é possível solicitar o jato para passar o final de semana em casa.

O custo dessas viagens aos cofres públicos chega a custar R$ 70 mil. Uma viagem em voo comercial sai em média entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, considerando o preço cheio.

[@#galeria#@]

Na manhã da última quinta-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da primeira sessão plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o chamado Conselhão, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O CDESS tem como objetivo auxíliar o presidente na formulação de políticas públicas para o país, com participação de variados grupos sociais.

##RECOMENDA##

O Conselhão foi criado no primeiro mandato de Lula (2003-2007). Na gestão de Jair Bolsonaro, deixou de existir. Agora, foi recriado. Na primeira reunião tomaram posse os 246 novos integrantes.

O Conselhão reúne desde influenciadores digitais, como Felipe Neto, até lideranças indígenas, como o xamã yanomami David Kopenawa. Duas mulheres paraenses também estão incluídas na lista de empossados: Glória Caputo, professora, musicista e gestora de órgãos publicos ligados à música; e Zélia Amador de Deus, professora, ativista do movimento em defesa da população negra e uma das fundadoras do centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa).

Em entrevista, Glória Caputo disse que o Conselhão será de grande ajuda na busca da solução para problemas que o governo Lula poderá vir a enfrentar. "Acho que um bom conselho pode ajudar muito, desde que não se perca nas análises dos problemas, mas que procure as soluções a curto e longo prazo", afirmou a professora.

Além da posse, a primeira reunião foi marcada por vários pronunciamentos.  "Tivemos neste momento inicial a posse e durante a tarde os primeiros pronunciamentos. Acredito que nas próximas reuniões é que de fato vamos discutir e trocar ideias", destacou Glória Caputo.

Glória avaliou a participação de representantes paraenses no Conselho. "Acho um número muito grande de integrantes. Porém, um Estado como o Pará, tão grande e com extensões equivalentes a de um país, é evidente que poderíamos ter mais representantes", disse.

Pianista e professora, Glória Caputo ressalta a importância da música como uma ferramenta educacional no país. "A música é muito importante no processo de educação, fundamental para o crescimento do nosso país. As artes são ferramentas importantes no desenvolvimento das crianças, educação em forma de lazer", observou.

Glória Caputo começou a tocar piano na infância. Estudou nos Estados Unidos e, de volta ao Brasil, na década de 1980, criou a Fundação Amazônica de Música (FAM). Atualmente, ensina o ofício da música a crianças carentes de Belém (PA), formando profissionais para orquestras e bandas.

Também integrante do Conselhão, Zélia Amador de Deus tem Licenciatura Plena em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (1974), curso de formação de ator (1974), mestrado em Estudo Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará (2008). É professora da Universidade Federal do Pará desde 1978. Tem experiência na área de Letras, Teatro, História da Arte, Estética, com ênfase em ações afirmativas e afrodiáspora.

Por David Nogueira (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, em vídeo divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no YouTube, nesta sexta-feira (2), que o Ministério Público Federal (MPF) tem sido “sabotado” com “centenas e centenas” de representações e notícias-crime falsas.

No vídeo, Aras diz que as representações são baseadas em “meras notícias de jornais previamente plantadas em representações com autores falsos”. “Tem um fake Pastor Silas Malafaia que fez mais de 200 representações contra ministros do Supremo, autoridades de distintos órgãos de poderes, e mais outros tantos que dirigem a esta instituição centenas e centenas de representações”, disse. “Isso é uma sabotagem”, completou. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

De acordo com o procurador, essas representações são “perda de tempo e de dinheiro público”. “Faz parte de uma estratégia para impedir que o procurador continue investigando as verdadeiras organizações criminosas que têm neste País”, ressaltou. 

A deputada federal e pré-candidata ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes, ingressou, na tarde desta terça-feira (19), com uma Representação junto à Procuradoria Geral da República, contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, pelos crimes de atentado ao Estado Democrático de Direito, ataques ao sistema de votação brasileiro com uso de Fake News e ato de improbidade administrativa. 

 Na ação, Marília destaca a gravidade das declarações de Bolsonaro proferidas durante uma reunião, realizada, na segunda (18), com dezenas de embaixadores de países estrangeiros residentes no Brasil. Na ocasião, o presidente voltou a colocar em xeque a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Os ataques, sem nenhum fundamento ou provas, forma transmitidos, ao vivo, pela TV Brasil, uma emissora pública. 

##RECOMENDA##

Entre as acusações proferidas por Bolsonaro estão ataques infundados à confiabilidade e transparência das urnas eletrônicas; a suposta manipulação de dados eleitorais após as eleições; a difusão de fatos inverídicos relativos a inquérito policial instaurado após as eleições presidenciais de 2018 e conduzido pela Polícia Federal; ao estabelecimento de dúvidas sobre a lisura das últimas eleições presidenciais; a suposta impossibilidade de promover-se auditoria das urnas eletrônicas; a promoção da ideia de estabelecimento do voto impresso, proposta já rechaçada pelo legislativo; a promoção de ataques a Ministros do TSE; a suposta interferência do Supremo Tribunal Federal para inocentar injustamente o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva; a difusão de supostos ataques sofridos pelo Presidente e que teriam sido realizados pelo Ministro do STF Luís Roberto Barroso, o qual teria trabalhado “para que o terrorista César Battisti ficasse no Brasil”, entre outros acintes diretos ao sistema eleitoral. 

“Não podemos ficar inertes a mais esse gravíssimo ataque contra o Estado Democrático de Direito, contra a Democracia brasileira, contra as nossas instituições! Ao reunir dezenas de embaixadores estrangeiros para tentar desmoralizar e colocar em xeque a correção, a legalidade do nosso sistema eleitoral Bolsonaro comente uma série de crimes, contra a Pátria, contra a Constituição, contra todos nós, brasileiros e brasileiras. Jamais poderia assistir a isso sem tomar uma atitude coerente com a minha luta em defesa permanente da Democracia”, destacou Marília para em seguida completar.  “Há anos Bolsonaro atenta contra o País, as instituições, contra tudo e todos. As manifestações de repúdio são importantes e necessárias, mas agir de formas firme e objetiva, como estamos fazendo com essa representação é essencial para garantir o avanço desse tipo de atitude criminosa”, comentou. 

A representação foi elaborada, a pedido de Marília, pelo escritório do advogado Walber Agra, um dos mais conceituados juristas de Pernambuco.

*Da assessoria 

Partido do presidente Jair Bolsonaro, o PL entrou neste sábado (26) com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o festival de música Lollapalooza após artistas como Pabllo Vittar criticarem o chefe do Executivo e exaltarem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro e líder nas pesquisas de intenção de voto na corrida eleitoral deste ano.

Pabllo chegou a exibir uma bandeira de Lula em sua apresentação, fato apontado pelo PL na peça judicial. De acordo com a legenda, o ato se assemelha a showmício e fere a lei eleitoral.

##RECOMENDA##

Ao Broadcast Político, a advogada Caroline Lacerda, sócia do escritório de Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, que atende a campanha de Bolsonaro, diz que o evento precisa "instruir os artistas". "Neste momento do ano eleitoral, não é permitido fazer exaltação a nenhum candidato e também não é permitido falar mal de nenhum candidato. A lei eleitoral veda tanto a propaganda antecipada quanto a propaganda negativa", afirmou a advogada à reportagem. "Por descumprimento da lei, a gente pediu ao TSE notificar o evento para que ajuste a conduta dos artistas que ainda forem fazer shows hoje e amanhã", acrescenta.

A peça apresentada ao TSE diz que manifestações políticas em apresentações musicais em ano eleitoral se assemelham a showmício e, por isso, supostamente configuram propaganda eleitoral irregular.

"O ato induz a concluir que o beneficiário Lula seria o mais apto nas eleições, posto que conta com o apoio de artista renomado e gritos de apoio do público", diz a representação do PL, que pede à empresa organizadora do Lollapalooza advertir os cantores. "Impedindo a prática de ilícitos aqui incluídos os cíveis, administrativos, criminais e eleitorais sob aqueles que, naquele momento, atuam em seu nome".

Os advogados da legenda dizem que a organizadora do Lollapalooza pode sofrer multa "condizente ao grande poder econômico da organização de um evento deste porte" caso manifestações políticas voltem a acontecer no festival, que começou na sexta-feira e tem programação até amanhã, domingo.

O PL também cita as críticas da cantora britânica Marina ao presidente brasileiro. "Estamos cansados dessa energia", disse Marina. A banda Strokes soltou um "Fora, Bolsonaro" ao final do show, mas o episódio não foi relatado pelo partido.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pré-candidato à Presidência, protocolou representação contra o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), por suposto abuso de autoridade no caso que investiga o rompimento de contrato do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) com a consultoria americana Alvarez & Marsal.

Em dezembro do ano passado, o ministro acatou um pedido do procurador Lucas Furtado para ter acesso aos documentos relativos ao encerramento do contrato, incluindo os valores envolvidos no processo de rompimento.

##RECOMENDA##

No requerimento protocolado perante a Procuradoria-Geral da República (PGR), nessa terça-feira (18), o senador aponta supostos indícios de que tanto Dantas quanto Furtado teriam deixado de observar "normas internas e pareceres técnicos do tribunal com o objetivo de explorar indevidamente o contrato firmado por Sérgio Moro com a Alvarez & Marsal".

Conforme expressado no requerimento, a auditoria do TCU indicou não haver indícios de dano ao erário ou de ato irregular que envolva a gestão de recurso público no caso. Portanto, não caberia ao tribunal "qualquer avaliação de conduta da Alvarez & Marsal", afirma Alessandro Vieira. Na avaliação do senador, o ministro Bruno Dantas deveria ter arquivado o caso sumariamente.

"Não é razoável aceitar este roteiro que passa pano para corruptos e corruptores, ao mesmo tempo em que ataca investigadores e juízes. A lei vale para todos", escreveu o senador nas redes sociais.

Como mostrou o Estadão, o Podemos de Moro abriu conversas com o Cidadania em busca da primeira aliança para o ex-juiz. A apresentação do requerimento ocorre no momento em que ambos os partidos dialogam sobre uma possível federação para ampliar recursos e tempo de TV para o presidenciável. A negociação implicaria a retirada da pré-candidatura de Vieira.

Ex-aliada do governo, a deputada federal Dayane Pimentel (PSL-BA) entrou, nessa terça-feira (14), com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pedindo que ele responda a um processo administrativo por publicações contra ela nas redes sociais. A parlamentar diz que está sendo 'ameaçada' e 'perseguida' pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Desde que a sra. Dayane Pimentel deixou de apoiar o governo do Presidente Jair Bolsonaro, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, ora Representado, vem perseguindo a Representante, de forma a intimidá-la e temer pela sua integridade física e moral, máxime diante de tanta violência que se encontra lamentavelmente no cenário político hodierno", diz um trecho da representação.

##RECOMENDA##

Dayane imputa ao deputado quebra de decoro parlamentar por violação ao trecho do Código de Ética da Câmara que prevê como dever fundamental dos deputados "tratar com respeito e independência os colegas". Ela também afirma que Eduardo Bolsonaro cometeu os crimes de stalking (perseguição) e dano emocional à mulher, incluídos recentemente no Código Penal.

"A deputada federal se sente extremamente ameaçada e assustada, pois, repise-se à exaustão, um deputado que correntemente incita o ódio na política brasileira, com forte influência perante os seus seguidores - que, diga-se, são milhões -, o persegue nas redes sociais, transbordando, pois, aos limites concedidos pelas prerrogativas parlamentares ou liberdade de expressão", segue a parlamentar.

A representação foi enviada depois que Eduardo Bolsonaro chamou a deputada de "traidora nível hard" por participar da manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (19), que pedia o impeachment do presidente. Ele também compartilhou uma foto da parlamentar com um alvo no rosto.

Com a repercussão da publicação, a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados divulgou uma nota de repúdio ao comentário.

"Lamentamos a postura recorrente de Eduardo Bolsonaro por meio de atos de violência política de gênero em redes sociais, incompatíveis com o mandato parlamentar e por se constituírem em verdadeiro atentado à Constituição brasileira", diz o texto.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO EDUARDO BOLSONARO

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) entrou com uma representação, na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, contra o secretário especial da Cultura, Mario Frias, por omissão em relação à Cinemateca Brasileira.

A ação do parlamentar acontece após o incêndio que atingiu o local no dia 29 de julho. Para Túlio, "é clara a inércia da União na condução e gestão dos espaços culturais brasileiros".

##RECOMENDA##

Túlio acentua que o Ministério Público já havia alertado o governo sobre os riscos de incêndio no prédio da Cinemateca em razão da falta de manutenção.

"Mas a União menosprezou os apelos e preferiu continuar verbalizando que a cultura é um instrumento de manipulação ideológica", disse o secretário. Além disso, Túlio acentua que Mario não direcionou esforços para "quantificar os danos do incêndio e iniciar os trabalhos de Cultura de Bolsonaro" e manifestou-se culpando o governo anterior pelo desastre.

O parlamentar ressalta que o governo Bolsonaro está no terceiro ano de mandato. Portanto, já deveria ter agido em prol da preservação do local. O pedetista acredita que o descaso evidencia a prática de ato de improbidade administrativa. A representação requer diligências para propositura de possíveis processos, caso seja comprovada a omissão por parte do secretário de Cultura.

 

A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) entrou com uma representação no Ministério Público Federal com o objetivo de instaurar um inquérito civil público contra o Presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo fato do Governo Federal ter autorizado a realização da Copa América no Brasil. "Não há razoabilidade e nem amparo científico para a realização do evento", ressalta a deputada.

Segundo a petista, o inquérito civil público, por intermédio da Procuradoria da República no Distrito Federal, tem por objetivo apurar a legalidade, o interesse público, a moralidade, o possível atentado à saúde pública e a prática de ato de improbidade administrativa cometido pelas autoridades federais ao aprovar a realização do torneio no país.

"O anúncio da Copa América no Brasil acontece depois do torneio não ter acontecido na Argentina, que registra 77 mil mortes pela Covid-19, e nem na Colômbia, que já soma 88 mil mortos pela Pandemia. Nas duas nações vizinhas a população mostrou-se contrária à realização da competição em seus territórios exatamente por conta dos riscos de aumento nos casos de Covid-19. É inadmissível, irresponsável e insano o governo brasileiro apoiar e aprovar a realização desse torneio aqui no nosso país", ressalta Marília.

São mais de 460 mil vidas perdidas no Brasil, com cerca de 2 mil mortes diárias causadas pela doença. Menos de 10% da população brasileira está imunizada com as duas doses da vacina. "O Brasil é um dos países mais ineficazes na batalha contra o novo coronavírus e a ausência de coordenação do Governo Federal tem levado o país a níveis de infecções muito elevados." É importante lembrar que, desde o ano passado, Bolsonaro recusou 11 vezes ofertas para compra de vacinas.

PT ENTRA COM AÇÃO NO STF  - O PT também entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal com o objetivo de barrar a realização da Copa América no Brasil. A relatoria será do ministro Ricardo Lewandowski.

Estados Unidos inaugura, neste domingo (10), uma representação no Saara Ocidental, última ex-colônia africana sem situação resolvida, reivindicada pelo Marrocos e pelos independentistas da Frente Polisário, anunciaram fontes diplomáticas.

O papel e a situação exata desse escritório serão detalhados hoje, de acordo com a embaixada dos americana.

A representação ficará instalada em Dakhla, um porto pesqueiro no sul do Saara Ocidental, destinado a se tornar um "centro marítimo regional" para a África e as Ilhas Canárias, graças a um colossal projeto lançado por Rabat.

A iniciativa, organizada nos últimos dias do mandato do presidente Donald Trump, vai contra a posição das Nações Unidas, que considera o Saara Ocidental um território autônomo enquanto aguarda o seu status definitivo.

O vice-secretário de Estado para o Oriente Médio e Norte da África, David Schenker - que iniciou uma "visita histórica" ao Saara Ocidental no sábado, desembarcando em Laayoune, a capital regional - presidirá o evento, segundo a embaixada americana em Marrocos.

Este gesto diplomático simbólico deriva do acordo assinado em 22 de dezembro entre americanos, israelenses e marroquinos, para a normalização diplomática entre Marrocos e Israel, com o reconhecimento de Washington da soberania de Rabat sobre o Saara Ocidental.

E acontece quando as negociações políticas da ONU neste território desértico, no norte da Mauritânia, estão paralisadas há décadas.

Marrocos, que controla cerca de dois terços desse território, quer uma "autonomia sob controle". A Frente Polisário, apoiada pela vizinha Argélia, milita pela independência e pede um referendo sobre a autodeterminação, planejado pela ONU.

Com Trump prestes a deixar a Casa Branca, suas equipes aceleraram o cumprimento do acordo, tornando Marrocos o quarto país a normalizar as relações com Israel, depois dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão, ao mesmo tempo em que legitima sua presença no Saara Ocidental.

"Reconhecendo a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental, o presidente Trump rejeitou o status quo fracassado que não beneficiou ninguém e apresentou uma solução duradoura e mutuamente aceitável no caminho", estimou Jared Kushner, conselheiro e genro de Trump, a bordo do primeiro voo comercial entre Tel Aviv e Rabat.

O acordo prevê a abertura de um "consulado" dos EUA em Dakhla e inclui um investimento de US$ 3 bilhões, desbloqueado pelo Banco de Desenvolvimento dos Estados Unidos (DFC) para "apoio financeiro e técnico a projetos de investimento privado" no Marrocos e na África subsaariana.

Além da parte financeira, Marrocos considera que a validação dos Estados Unidos do "seu Saara" é "um avanço diplomático histórico".

A Frente Polisário rompeu em novembro um cessar-fogo assinado em 1991 sob mediação da ONU, depois que Marrocos posicionou suas tropas em uma zona desmilitarizada na fronteira com a Mauritânia, com o objetivo de garantir a "segurança" na única estrada para a África Ocidental, muitas vezes cortada pelos independentistas.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, ainda não fez comentários sobre a questão do Saara Ocidental.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu arquivar a representação oferecida pelo Ministério Público (MP) contra a Advocacia-Geral da União (AGU) em razão de um pedido apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o bloqueio de perfis de bolsonaristas nas redes sociais. As contas foram suspensas no âmbito do inquérito das fake news.

Na ocasião, o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado Rocha, levantou suspeitas de um possível desvirtuamento do papel constitucional da AGU para "atender interesse particular" do presidente Jair Bolsonaro em "benefício pessoal e de seus aliados".

##RECOMENDA##

"O que chama a atenção é a possível utilização da máquina pública, em especial da AGU, para a elaboração da ADI com intuito de tratar o assunto, aparentemente, de interesse privado do Presidente da República", escreveu Rocha no ofício encaminhado ao TCU.

Ao analisar o caso em julgamento por videoconferência no dia 27 de outubro, a Corte de Contas entendeu que não houve irregularidade na atuação da Advocacia-Geral da União. Os ministros acompanharam o relator, Vital do Rêgo, e votaram em unanimidade para arquivar o processo.

"A ADI ajuizada pela Advocacia-Geral da União simplesmente trata de proteger direitos fundamentais, principalmente as liberdades de manifestação do pensamento, de expressão, de exercício do trabalho e do mandato parlamentar, além dos princípios da legalidade, do devido processo legal e da proporcionalidade", concluiu a Corte.

A ação em questão, ajuizada em junho no Supremo, foi assinada pelo Advogado-Geral da União, José Levi Mello, e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e questiona a interpretação do Código de Processo Penal que resulta em ordens de bloqueio de perfis pessoais em redes sociais. O processo foi apresentado depois que o Twitter tirou do ar contas de apoiadores bolsonaristas por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Com a palavra, a AGU

"O papel da Advocacia-Geral da União e do Advogado-Geral da União, muitas vezes, não é compreendido, mormente no que se refere (mas não só) à curadoria da presunção da constitucionalidade das leis e atos normativos. É dever da AGU e do AGU esclarecer e, nisso, prestar contas das atuações levadas a efeito sempre e rigorosamente dirigidas em favor do interesse público e da segurança jurídica.

Assim, inclusive no contexto do Acórdão referenciado, a AGU e o AGU permanecem, sempre, à disposição do Egrégio Tribunal de Contas da União e do Ministério Público junto ao E. TCU para todos e quaisquer esclarecimentos demandados."

Deputados do PSOL e ativistas ligados ao partido anunciaram, nessa quinta-feira (29), a preparação de uma representação que será encaminhada nos próximos dias ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por homofobia. A iniciativa é uma reação à "piada" de tom homofóbico feita na quinta pelo presidente durante visita ao Maranhão. Em uma parada não programada no município de Macabeira, apoiadores ofereceram a ele um copo de Guaraná Jesus, refrigerante cor-de-rosa tradicional no Estado.

"Agora virei boiola igual maranhense, é isso?", provocou Bolsonaro, rindo, ao tomar o refrigerante. "É cor-de-rosa do Maranhão aí, ó. Quem toma esse guaraná aqui vira maranhense, hein?". Indicando a cor da bebida, ele questionou os apoiadores: "Que boiolagem é isso aqui?".

##RECOMENDA##

Após repercussão negativa, Bolsonaro pediu desculpas pela declaração em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Foi uma brincadeira, mas a maldade está aí. Quem se ofendeu, eu peço desculpas", disse.

Na avaliação dos nomes do PSOL, a fala expressa preconceito com a população LGBTI+ e merece punição por discriminação, sobretudo por ter partido do presidente da República.

"Não é a primeira vez que Bolsonaro é preconceituoso com as pessoas LGBTI+. A campanha dele foi baseada em LGBTIfobia e o governo se dedica a atacar os direitos humanos dessa população a todo momento. O STF já definiu que a discriminação é crime e nós vamos fazer valer essa decisão", afirma a deputada federal Fernanda Melchionna (RS).

Além dela, subscrevem a representação os deputados federais do PSOL David Miranda (RJ) e Sâmia Bomfim (SP), a deputada estadual Luciana Genro (RS) e o distrital Fábio Félix (DF), além das ativistas Natasha Ferreira, que luta pelos direitos das pessoas trans em Porto Alegre, Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, Sara Azevedo (MG), Ari Areia (CE), Luana Alves (SP), Erika Hilton (SP) e Vivi Reis (PA).

Nesta quinta-feira (6), o procurador da República Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, do Ministério Público Federal (MPF) em Joinville (SC), decidiu arquivar uma representação contra o pastor Silas Malafaia. A reclamação é decorrente das críticas do líder religioso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional, publicadas em suas redes sociais. No entendimento do MPF, acatar ao pedido seria ferir a liberdade de expressão, resguardada pela constituição de 1988.

No dia 16 de junho, Malafaia publicou em sua conta no Twitter: “Neste vídeo eu faço denúncias gravíssimas e mostro na lei que o STF está dando um golpe no Brasil. Bolsonaro tem que se posicionar convocando as Forças Armadas”. Assim, de acordo com a representação, o pastor teria cometido o delito previsto no artigo 23, inciso II, da Lei de Segurança Nacional (LSN), que criminaliza a conduta de “incitar a animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições civis”.

##RECOMENDA##

Também foi apontado que Malafaia teria incorrido ainda na conduta de “tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos poderes da União ou dos estados”, tipificada pelo artigo 18 da LSN. As acusões estão baseadas nas seguintes publicações: “Está instalado o estado policial. Acabou a liberdade de expressão! Com a operação de hoje, exclusivamente contra apoiadores de Bolsonaro, o ditador, tirano, ministro do PSDB, Alexandre de Moraes, confirma a perseguição política para derrubar Bolsonaro. Tinha que ser preso!” e “O ministro ditador e tirano do PSDB! Alexandre de Moraes rasgou a constituição, art. 129, inciso I, o sistema acusatório é restrito do MP, rasgou o art. 144, montou o seu próprio aparato de investigação sem a participação da PF. Não merece só perder o cargo. Cadeia!”.

Para arquivar a representação, Ghannagé defende que os comentários de Malafaia “são meras críticas, incapazes de provocar afetação concreta aos bens protegidos pela Lei de Segurança Nacional, o que se reputa indispensável para a configuração dos delitos tipificados pela norma”, expressando apenas a indignação do líder religioso. O procurador argumentou ainda que “o direito à liberdade de expressão e, consequentemente, de tecer críticas às posturas adotadas por autoridades públicas, encontra amparo na Constituição Federal de 1988, fato que não pode ser desconsiderado quando da análise dos delitos tipificados pela lei n° 7.170/1983” e ainda que “não se pode chegar ao absurdo de criminalizar a simples manifestação de um posicionamento ou crítica sem que este efetivamente represente uma ameaça, visto que tal prática representaria verdadeira censura”.

O presidente Jair Bolsonaro, defensor do uso de cloroquina para o tratamento de pacientes da covid-19, é alvo de uma representação que pede apuração de ato de improbidade administrativa, por incentivar e determinar o aumento de produção de uma substância cuja eficácia é rejeitada por cientistas. A representação apresentada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) contra Bolsonaro foi feita à Procuradoria Geral da República.

No documento, o parlamentar pede à PGR que determine a instauração de ação civil pública ou procedimento investigativo para apurar a conduta do presidente sob a ótica da Lei de Improbidade Administrativa.

##RECOMENDA##

"No decorrer da crise de saúde pública, o senhor presidente da República se esforçou em promover interesses próprios, por meio das irresponsáveis e inverídicas afirmações acerca da eficiência do tratamento de covid-19 com o medicamento hidroxicloroquina", afirma Correia.

O deputado lembra que, com as Forças Armadas, o governo aumentou a produção das drogas em 84 vezes em relação ao mesmo período entre os anos de 2017 e 2019, investindo recursos públicos na compra de matéria-prima em valor quase 600% superior ao pago anteriormente. "A situação supracitada acarreta em injustificável e gravíssimo dano ao erário, que se agrava ainda mais pelo momento de histórica crise econômica decorrente da pandemia da covid-19", diz.

A conclusão é que a fabricação em massa de medicamento que não se comprova eficaz para o tratamento da covid-19 tem resultado em desperdício de recursos públicos, em compras sem processo licitatório e preços elevados. "A divulgação da hidroxicloroquina ou qualquer outro remédio, sem a imprescindível comprovação técnica-científica, como método eficaz no tratamento da doença que já matou mais de 70 mil brasileiros é conduta expressamente vedada pelo tipo penal e, nesse sentido, merece ser devidamente investigado e denunciado", declara o deputado.

Um segundo mandado de segurança, com pedido liminar, requer ao Ministério da Defesa informações sobre o embasamento técnico que autorizou a produção em larga escala de cloroquina pelo governo, além da real efetividade da aplicação do medicamento a pacientes de covid-19.

Na semana passada, os deputados federais Ivan Valente e Luiza Erundina e o ex-candidato a presidente Guilherme Boulos, todos do PSOL, acionaram a PGR pedindo a abertura de uma investigação para apurar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de infração de medida sanitária preventiva, previsto no artigo 268 do Código Penal, na condução da pandemia do novo coronavírus.

Os políticos de oposição alegam que o presidente vem estimulando o descumprimento das medidas de isolamento social e dos protocolos de segurança fixados por Estados e municípios para evitar a disseminação da covid-19.

"Na contramão das medidas adotadas pela maioria das nações do mundo, as recomendações da Organização Mundial de Saúde e as evidências científicas de saúde pública, o Presidente Jair Messias Bolsonaro, desde que a pandemia começou a se alastrar pelo país, vem se manifestando publicamente, no exercício de sua função pública, de forma a minimizar a gravidade da Covid-19 e adotando a postura de violar o isolamento social e ignorar os protocolos e medidas de segurança", diz a notícia-crime enviada à PGR na última sexta-feira, 10.

O LeiaJá revela com exclusividade que a Prefeitura de Sirinhaém, município localizado na Mata Sul de Pernambuco, emprega um funcionário fantasma. Adail Veras da Silva Junior exerce o cargo comissionado de Diretor do Departamento de Esportes no município desde pelo menos o ano de 2019 de forma irregular, e o nome que consta no Portal da Transparência do município não é o seu, mas o de seu filho, Rodrigo Cesar dos Santos Veras. 

 

##RECOMENDA##

Print Screen do Portal da Transparência de Sirinhaém

O exercício do cargo se comprova através de diversos vídeos e fotos postados pelo próprio Adail em sua conta pessoal no Instagram, ao longo do tempo, como por exemplo este vídeo em que ele aparece se intitulando como Diretor do Departamento de Esportes durante o Campeonato de Futebol dos Engenhos de Sirinhaém de 2019:

[@#video#@]

A Constituição Federal em seu Artigo 37, inciso XVI, nas alíneas a e b, veda a acumulação de cargos públicos exceto para professores, que podem ter, no máximo, dois. A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco confirmou ao LeiaJá que Adail Veras é professor concursado. 

De acordo com uma fonte que preferiu não ser identificada, Veras trabalha como professor de geografia na Escola Miguel Arraes, em Sirinhaém, e tem dois vínculos empregatícios com o estado comprovados pelas cadernetas de acompanhamento dos alunos. Esse fato torna irregular a contratação de Adail para outro cargo na esfera municipal e gera um motivo para a inserção do nome de seu filho em lugar do seu próprio no Portal da Transparência. 

Outros casos em investigação 

Além do caso de Adail e Rodrigo Veras, há suspeita de utilização de mais funcionários fantasmas na prefeitura, que foram levantados anonimamente por cidadãos de Sirinhaém que formalizaram denúncias ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

A representação aponta Márcio Herculano da Silva, assessor de Desenvolvimento Político e Comunitário da prefeitura admitido em janeiro de 2017 como vigia da Casa Grande Hildo Hacker, residência da mãe do prefeito de Sirinhaém, Franz Hacker (PSB), informação que consta em seu currículo.

Carlos Eduardo Berto, Diretor do Departamento de Comércio desde março de 2017, é acusado na denúncia de não ter dado expediente nenhum dia desde sua admissão. Já Sérgio José Alves Barreto, diretor do Departamento de Fiscalização e Manutenção de Frota, também é apontado como funcionário da Casa Grande. O texto da representação apresentada aos órgãos de controle cita, ainda, outros funcionários.

Print Screen do Portal da Transparência de Sirinhaém

 

Texto da representação feita à Ouvidoria do MPPE e TCE-PE por fontes não identificadas

Ao LeiaJá, o TCE-PE afirmou que até o momento não identificou denúncias sobre a cidade. “Entretanto, o Tribunal iniciou a análise das folhas de pagamento para verificar os vínculos dos servidores em alguns municípios, incluindo Sirinhaém. Caso seja identificada alguma irregularidade, o relatório de auditoria é encaminhado ao relator das contas do Município para formalização de processo. Em seguida, o relatório é enviado ao gestor responsável para ele apresentar defesa e por fim o processo é julgado”, respondeu o órgão através de nota. 

Já o MPPE, declarou que “Todas as demandas que chegam pela Ouvidoria do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) passam por um processo de triagem e, posteriormente, são encaminhadas para que as Promotorias competentes tomem as medidas cabíveis. No caso da denúncia enviada, como existe envolvimento de um gestor municipal, deverá ser encaminhada para a Procuradoria Geral de Justiça, devido à questão criminal, que posteriormente poderá encaminhar para a Promotoria do município, para verificarem as questões administrativas. Além disso, lembramos que as informações de procedimentos são prestadas ao noticiante pelo link gerado ao registrar a denúncia”. No referido link, consta que desde a última terça-feira (9), a representação foi encaminhada para o gabinete do Procurador-Geral. 

Família Hacker: Duas cidades, mesma irregularidade

A utilização de funcionários fantasmas é uma prática comum em prefeituras de todo o país e, vale lembrar, configura crime de improbidade administrativa, enquanto o funcionário incorre em apropriação indébita. 

Um caso recente do uso de funcionários fantasmas que ganhou notoriedade foi o da Prefeitura de Tamandaré, descoberto após a trágica morte do menino Miguel Otávio, que caiu do nono andar de um dos prédios conhecidos como "Torres Gêmeas". Sua mãe, a empregada doméstica Mirtes Renata, trabalhava para o prefeito Sérgio Hacker (PSB) e a primeira-dama, Sari Corte Real, e era usada sem saber como funcionária fantasma da prefeitura, assim como sua mãe, avó do menino. Miguel morreu após ser deixado sozinho no elevador por Sari, subir em uma grade e se desequilibrar, fato que levou ao indiciamento da primeira-dama por homicídio culposo. 

O caso de Tamandaré está conectado ao de Sirinhaém por mais do que apenas o mesmo tipo de crime ou a proximidade entre os dois municípios, que fica a apenas 31,5 km de distância um do outro. Há um grande elo entre as duas prefeituras, que atualmente são governadas por membros não apenas do mesmo partido, mas também da mesma família: Sérgio Hacke (PSB), prefeito de Tamandaré que atualmente é investigado pelo TCE e pelo MPPE, devido ao emprego de funcionários fantasmas, é sobrinho de Franz Hacker, atual prefeito de Sirinhaém, que está no final do seu segundo mandato.

Com a palavra, os envolvidos

O LeiaJá tentou falar com Rodrigo Veras, mas no momento em que foi informado do assunto da ligação e questionado se sabia que seu nome consta no Portal da Transparência do município de Sirinhaém, ele desligou o telefone sem dizer nada. 

Em seguida, várias tentativas feitas por diferentes números foram necessárias para conseguir contato com o celular de Adail. Uma voz feminina confirmou se tratar do telefone dele e, no momento em que a repórter se identificou, novamente o telefone foi desligado.

A tentativa de contato passou então a ser feita pelo aplicativo Whatsapp, meio pelo qual a reportagem conseguiu explicar o assunto que desejava tratar com ele e questionar se ele aceitaria conceder entrevista. Diante das mensagens estarem marcadas como visualizadas e ele optar pelo silêncio, Adail foi informado de que sua negativa em se manifestar seria registrada no texto desta reportagem. 

Já o Prefeito Franz Hacker afirmou, também através do Whatsapp, não ter conhecimento sobre os fatos narrados pela repórter, nem ter sido notificado pelo Ministério Público a respeito das irregularidades que foram denunciadas ao órgão. “Como falei não tenho conhecimento do que vc (sic) tá falando é (sic) não recebi nenhum (sic) citação de nenhum órgão competente sobre esse assunto”, afirmou o prefeito. 

Também tentamos contato com a Secretaria de Administração do município de Sirinhaém nesta quinta-feira (11), mas ao citar que o motivo do contato eram inconsistências entre o nome de ocupantes de cargos na Prefeitura e os que aparecem no Portal da Transparência, a secretária que se identificou apenas como "Vânia" afirmou que "não tem problema nenhum" e que "não recebi nenhuma notificação, não tenho nada quanto a isso aí".

Ela também alegou que está viajando (em meio a uma pandemia) por ser feriado na cidade, e que só retomará seu expediente na próxima segunda-feira, solicitando informações por e-mail. Diante da resposta, informamos que a reportagem seria publicada e mais esclarecimentos poderiam ser prestados após a divulgação do conteúdo.  

LeiaJá também

--> TCE vai investigar funcionários fantasmas em Tamandaré

Segundo a Subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Criminais de Direitos Humanos do Ministério Público do Rio há elementos de provas que indicam, 'de forma veemente', o envolvimento do juiz João Luiz Amorim Francio, da 11ª Vara de Fazenda Pública, em um esquema de venda de sentenças e direcionamento de nomeações de peritos mediante pagamento de propina. A informação consta em pedido encaminhado ao órgão especial da Corte fluminense que culminou na operação Erga Omnes no dia 24 de abril.

Na representação, a subprocuradoria aponta ainda suposto envolvimento do secretário do magistrado Marcus Vinicus Farah Noronha, do advogado Joel Fernandes Pereira da Fonseca e do empresário Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure, no esquema de corrupção que caracterizou como 'sofisticado'.

##RECOMENDA##

Na Erga Omnes, 'vale para todos' em português, o Ministério Público e a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio cumpriram 22 mandados de busca e apreensão contra residências, empresas e escritórios de advocacia de 18 investigados. Além de Amorim, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial também foi alvo da operação.

A representação do MP-RJ pelas medidas cautelares indica que a investigação teve como base um processo administrativo conduzido pela Corregedoria-Geral de Justiça e ainda informações prestadas pelo perito Charles da Fonseca William, que foi preso em dezembro de 2019 na Operação Expertus e denunciado dias depois. Segundo a Promotoria ele teria recebido ao menos R$ 4,9 milhões em propinas de empresas de ônibus do Rio de Janeiro para produzir laudos favoráveis às companhias e interceder em benefício do setor, em casos em que era assistente técnico.

Segundo a subprocuradoria, o processo administrativo em questão foi instaurado após relatório da Divisão de Fiscalização Judicial constatar 80% das perícias realizadas na 11ª Vara de Fazenda Pública da Capital foram concentradas em apenas quatro peritos, sendo que os mesmos 'são beneficiados com honorários em valores arbitrados em valores muito acima da média'.

Já as informações de William entraram no radar dos investigadores após buscas da Expertus encontrarem em endereço do perito um documento da Corregedoria do Tribunal de Justiça, indicando 'vazamento da existência da investigação de natureza administrativa e a articulação dos envolvidos em manobras tendentes a obstruir os trabalhos investigativos'.

Questionado sobre a obtenção do relatório, William afirmou que o mesmo 'lhe foi entregue pessoalmente pelo magistrado João Amorim, oportunidade em que ordenou, em tom ameaçador, que caso fosse indagado, não deveria dizer nada que pudesse lhe comprometer'.

Na representação, o MP do Rio afirma que, segundo depoimento do perito, Amorim teria convidado William para atuar perante a 11ª Vara de Fazenda Pública da Capital, condicionando 'as suas nomeações ao pagamento de 10% dos valores brutos recebidos em cada perícia à título de propina'.

O documento diz ainda que a partir do final de 2014, início de 2015, o percentual pago por Charles aumentou para 20%, sendo que os outros 10% eram entregues a Marcus Vinicus Farah Noronha, secretário e homem de confiança do magistrado, segundo a subprocuradoria.

Os investigadores indicam que os pagamentos tiveram início em 2007 e somente se encerraram com a prisão de Charles William em dezembro de 2019.

Além das propinas para nomeações, o perito afirmou ter intermediado, por sua empresa de contabilidade, a venda de duas sentenças de João Amorim em favor de uma empresa integrante do Grupo Econômico Docas S.A. Segundo a representação, João Amorim teria acertado pagamento de R$ 330 mil por uma das decisões e R$ 1,35 milhão pela outra.

Após as intermediações, o perito diz que informou a Amorim que não continuaria a ajudá-lo com a venda de sentenças, 'oportunidade em que foi avisado pelo magistrado que perderia a 'preferência' nas suas nomeações e que seria substituído por Marco Antônio dos Reis Gomes', registra a subprocuradoria.

A representação enviada ao TJ-RJ registra ainda que Marco Antônio é o segundo perito mais nomeado junto a 11ª Vara de Fazenda da Capital, com mais de 170 nomeações.

Assim, segundo a subprocuradoria, há 'sérios indícios de que os mesmos ilícitos praticados entre Charles William e João Amorim, continuam ocorrendo, mas agora com o perito Marco Antônio e sua empresa de contabilidade'.

Charles William afirmou ainda em sua delação premiada que teria sido 'aconselhado' pelo próprio Marco Antônio, na presença do juiz Fernando Viana a não tentar nomeações perante a 7ª Vara Empresarial da Capital, pois aquela seria 'a sua área'.

Ainda segundo delação, em encontrou posterior nos arredores do fórum, Marco Antônio teria afirmado que 'entregava 50% dos valores recebidos pelas perícias feitas perante a 7ª Vara Empresarial da Capital ao irmão do magistrado Fernando Viana, que seria fiscal de rendas em Niterói e estaria afastado de suas atividades profissionais em razão de um envolvimento em um escândalo de corrupção'.

COM A PALAVRA, OS INVESTIGADOS

Até a publicação desta matéria, a reportagem buscou contato com os investigados, sem sucesso. O espaço permanece aberto a manifestações.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando