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Sem líder no Senado há dois meses, o Planalto estuda indicar o senador Carlos Viana (MDB-MG), integrante da bancada evangélica, para comandar a base governista. O cargo foi entregue pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) após ele ser abandonado pelos aliados na disputa ao Tribunal de Contas da União (TCU). As informações são do colunista Guilherme Amado.

O interesse em torno de Viana pode ser explicado como um aceno aos representantes da bancada evangélica no Congresso, que também articulam a nomeação de um de seus integrantes para Ministro de Estado.

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Outro fator se refere à longa estada que Viana ainda terá na Casa Alta em seus quatro anos finais de mandato. Caso assuma a liderança da bancada governista, o senador também assume a missão de atuar para melhorar a imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazer frente à atividade da oposição, que se intensificou pelos desdobramentos da CPI da Pandemia.
Ele assumiu ter sido convidado no fim do ano passado e pediu tempo para avaliar a proposta. "Fui sondado, por exemplo, sobre se aceitaria ser líder do governo. Pedi tempo para responder. Ainda não parei para pensar em profundidade sobre isso [ser líder do governo]. Vai ser um ano muito difícil para o governo", afirmou ao Estado de Minas em dezembro.
Atualmente, Viana divide a vice-liderança do Governo com Eduardo Gomes (MDB-TO), Elmano Férrer (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC).

Na expectativa pelas eleições deste ano, mesmo sem participar como candidato, o mineiro vai precisar reverter a alta rejeição de Bolsonaro com sua participação no Senado.
Pelo cálculo eleitoral, alguns parlamentares ventilados para ser o novo líder governista recusaram o convite para focar em suas campanhas e se distanciaram do presidente, como o caso do senador Alexandre Silveira que deve disputar o Governo de Minas Gerais. 

  

O presidente Michel Temer intensificou as conversas sobre o lançamento de um candidato próprio do MDB ao Palácio do Planalto. Em reunião realizada neste domingo (4) no Palácio do Jaburu, Temer ouviu do presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), que é preciso começar a construir a campanha e reforçar a defesa do governo, alvejado não apenas pela oposição, mas também por aliados.

Líder do governo no Senado, Jucá já defende, nos bastidores, a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje filiado ao PSD. "Ele é muito bem-vindo no MDB", disse o senador. "Ainda não temos decisão sobre nomes, mas estamos afunilando as conversas nesse sentido."

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Ao lado do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, Jucá mostrou para Temer uma pesquisa encomendada pelo partido sobre o quadro eleitoral nos Estados. "Mais de um terço dos entrevistados acha que, se a economia continuar como está, o MDB deve lançar candidato à Presidência", disse ele.

Na edição deste domingo, 4, do jornal O Estado de S. Paulo, a colunista Eliane Cantanhêde informou que há articulações para que Meirelles seja vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O ministro indica que vai entregar o comando da economia, no início de abril, e migrar para o MDB, com a intenção de concorrer ao Planalto. Apesar das referências elogiosas, porém, o partido de Temer não dá a ele todas as garantias de que vá liderar a chapa.

"A nossa ideia é ter um candidato que defenda a agenda do governo. Se não for o Michel, acho que Meirelles reúne essas qualidades e tem todas as condições de aglutinar os partidos de centro para disputar o Planalto", argumentou o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), presidente do MDB paulista.

Temer tem feito uma espécie de enquete com aliados para saber qual seria o nome, no espectro de centro, que teria mais viabilidade eleitoral. Embora haja resistências de dirigentes do próprio MDB à candidatura do presidente a novo mandato, o núcleo político do governo ainda não descartou essa possibilidade.

Natural

A aposta no Planalto é de que, se a intervenção na Segurança Pública do Rio surtir efeitos positivos e as investigações contra Temer forem arquivadas, o presidente deixará o dígito isolado nas pesquisas de intenção de voto - que hoje não ultrapassa 1% - e será o "candidato natural". Em público, porém, ele rejeita essa hipótese.

Dono de uma impopularidade persistente, Temer pode tomar a decisão até julho e não precisa se desincompatibilizar para entrar no páreo, enquanto Meirelles, se for concorrer, será obrigado a sair da Esplanada em 7 de abril, mesmo prazo para a mudança de partido.

Sem um nome competitivo até agora, o MDB tem como prioridade eleger grandes bancadas de senadores e deputados federais. Jucá disse ontem que o partido também deve apresentar nomes aos governos de 14 dos 26 Estados.

O senador considera muito difícil a possibilidade de apoio a Alckmin, ao menos por enquanto. Na avaliação da equipe de Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não será candidato, embora seu nome deva ser aclamado em convenção do partido, na quinta-feira. A portas fechadas, correligionários de Temer dizem, ainda, que o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), pode ser vice de Alckmin.

"Mas o MDB não está postulando lugar de vice nem de Alckmin nem de Maia", insistiu Jucá. "O natural, em política, é muito forte. Ninguém vai tirar do bolso do colete um candidato, que precisa ter elan, charme e liderança", disse Moreira Franco, um dos principais interlocutores de Temer no Planalto.

Quem vê com simpatia a candidatura de Meirelles alega que o fato de ele poder financiar a campanha com dinheiro do próprio bolso favorece sua escolha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A prisão de Delcídio Amaral (PT-MS) já traz implicações negativas para o governo. Com reunião do Congresso Nacional cancelada em razão da detenção do senador, o principal prejuízo foi o adiamento da votação sobre a nova meta fiscal. Outras pautas prioritárias e ligadas ao ajuste do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também seguem prejudicadas. Dentro da bancada do PT, a ordem é não perder o ânimo e correr para aprovar o que for preciso.

"O esforço é não deixar nada parar, tocar e concluir o ano apontando as saídas da economia para entrar em 2016 com outro clima, outras condições", afirmou Paulo Rocha (PT-PA). Para o senador, Delcídio dialogava com a oposição e demais setores da máquina política, mas outros articulares estão preparados para dar sequência às pautas de interesse do governo.

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A estratégia é dar espaço a outros nomes que já participavam da articulação. "Naturalmente, o Delcídio sempre dava uma ajuda em questões do orçamento, mas o grande articulador no Congresso é o (José) Pimentel (PT-CE)", argumenta Humberto Costa (PT-PE). Outros senadores que devem assumir protagonismo são os peemedebistas Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE). Recém-chegado ao partido da base, Blairo Maggi (PR), também tem bom trânsito com demais parlamentares.

Prioridade

A meta fiscal é a maior preocupação do governo atualmente. Correndo o risco de ter as contas reprovadas novamente e estar suscetível a pedidos de impeachment, a presidente Dilma Rousseff buscava um relaxamento da meta que, em vez de superávit, lhe permitisse um déficit de R$ 119,9 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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