Tópicos | Greve da Polícia Civil

O governador Paulo Câmara (PSB) reconheceu, nesta quarta-feira (3), que o sistema penitenciário de Pernambuco apresenta falhas diante da entrada de celulares e bebidas nos presídios. Os equipamentos eletrônicos e as bebidas não são permitidos nas unidades prisionais, no entanto, diversos presos têm acesso aos dois itens. Inclusive, alguns deles se comunicam com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico (PSDB), por mensagens. 

"Há uma falha que nós entendemos que precisa ser corrigida, tanto na área externa, porque pessoas ainda continuam conseguindo entrar com esse tipo de instrumento, como também falha interna do próprio sistema, que permite isso", admitiu o socialista, em conversa com a imprensa após a abertura do ano letivo estadual, em Olinda. "Estamos fazendo um amplo trabalho atuando muito para combater entrada de celular e de bebida. O secretário está fazendo o seu trabalho para evitar isso. Agora há, isso é um fato. E ele não vai esconder isso. Não vamos esconder, vamos combater. E vamos buscar incansavelmente que não haja mais esse tipo de falha", acrescentou.

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O socialista também aproveitou para minimizar as críticas à atuação de Pedro Eurico diante do sistema penitenciário. Nessa terça (2), o secretário afirmou ter repassado o seu contato telefônico aos presos e que constantemente recebe telefonema e mensagens dos mesmos. “Pedro Eurico está fazendo seu trabalho, mostrou tudo aquilo que está sendo feito no sistema prisional. Não é uma coisa fácil de resolver. É um sistema complexo, que exige muito trabalho e dedicação, muita infraestrutura, e nós estamos construindo novas vagas para poder melhorar, e Pedro vai continuar fazendo seu trabalho”, garantiu. 

Greve da Polícia Civil

O governador comentou ainda a possibilidade da Polícia Civil iniciar uma greve no próximo sábado (6). Para o socialista, a paralisação é um “desserviço à sociedade” e não trará benefícios a categoria. "Nós não vamos resolver o problema de segurança fazendo greve. O governo tem o compromisso, vai cumprir o compromisso com a categoria dos policiais civis. Entrar em greve em pleno sábado de Carnaval vai prejudicar uma população que quer ter, em quatro dias de Carnaval, a condição de brincar com paz, de usufruir desse momento para estar com sua família ou estar na rua", observou o governador.

De acordo com Paulo Câmara, apesar da possibilidade, a segurança estará garantida durante a folia de momo. "Vamos cumprir com nossa obrigação, vai ter muita polícia na rua, vai ter Polícia Militar, as delegacias vão estar abertas. Vamos oferecer as condições adequadas para o folião brincar da forma que tem. E Pernambuco vai manter a sua tradição de fazer o melhor Carnaval do Brasil", frisou.

A Polícia Civil ameaça entrar em greve a partir da 0h da próxima sexta-feira (5), seguindo pelos dias de Carnaval. O motivo é o descumprimento do acordo firmado pelo Estado com a categoria em dezembro de 2015 e que deveria entrar em vigor no início do mês de janeiro de 2016.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, a categoria exige três principais pontos que foram assegurados pelo governo, mas não foram cumpridos. É o caso da publicação da comissão que vai criar uma lei orgânica da Polícia Civil que rege o interesse da categoria. “Todos os estados do Brasil possuem essa lei que, no caso, é o que fundamenta a Polícia Civil, mas nós não temos”. Ele ainda aponta outra exigência que é o novo plano de cargos e carreiras que ainda não foi publicado, mas que deveria ter sido lançado desde o início do ano. 

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Além desses aspectos, mais um foi apontado por Cisneiros. É o caso da revisão do Projeto de Lei para abertura da sessão legislativa que alinha os efeitos financeiros para a categoria. Este documento deveria ter sido entregue nesta segunda-feira (1) para entrar em vigor em abril.  

O Sindicato fará assembleia na próxima terça-feira (2), às 18h, na sede do Sinpol, para alinhar o movimento. A categoria assegura que, caso o Estado não cumpra até o momento da reunião o prometido em dezembro, a Polícia Civil entrará em greve a partir da 0h da sexta (5). 

Após a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que declarou ilegal a greve dos Policiais Civis deflagrada na última segunda-feira (23), a categoria decidiu, em assembleia nesta quinta-feira (26), radicalizar a greve a partir de hoje. Todas as delegacias, exceto as da Várzea, Prazeres, Olinda e as seccionais do interior, não irão funcionar.

Ainda em assembleia, ficou decido que na próxima quarta-feira (1 de agosto), uma passeata sairá do Instituto de Criminalística, localizado na rua Odorico Mendes, no bairro de Campo Grande, a partir das 14h, seguindo em direção à sede provisória do Palácio do Governo, no Centro de Convenções, onde será realizada outra assembleia.

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O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Claudio Marinho, afirmou que tentaram armar contra a categoria, e que alguns policiais sofreram ameaças pessoais e de transferências.  “Isso é uma falta de respeito contra nós, policiais. Essa decisão da Justiça do Trabalho foi o suficiente para os policiais deliberarem a radicalização da greve”. 

Claudio ainda afirmou que ainda vai recorrer à decisão da justiça e que assumirá os erros cometidos.

Com informações da repórter Rhayane Fernandes

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