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Com palavras de ordem e relembrando as vítimas de feminicídio em Pernambuco e em outros Estados do Brasil, mulheres ocuparam a área central do Recife, neste sábado (9), durante a Marcha das Vadias. Com o tema "Por Maria Aparecida, Remís, Marielle Franco e por todas as outras", o ato teve concentração na Praça do Derby e foi iniciado com a uma leitura da carta-manifesto e uma batucada feminista.

Patrícia Naia, uma das organizadoras da 'Coletiva das Vadias', conta que principal pauta da marcha é chamar atenção aos casos de violência conta a mulher. “Nossa principal pauta na Marcha 2018 é o aumento das estatísticas de feminicídio”, explicou. Além disso, o ato também pediu pela legalização do aborto, desencarceramento das mulheres, defesa da identidade de gênero e contra o racismo.

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Alta Azevedo, de 35 anos, estava acompanhada das irmãs e sobrinha, de 5 anos. Ela comenta que estar presente nesse tipo de ato é importante para a reflexão e discussão sobre os problemas enfrentados pelas mulheres. "Desde muito nova você enfrenta os problemas na sociedade por ser Mulher. Tragos elas desde cedo para verem que tem outras mulheres que estão discutindo e querendo mudar", comentou.

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Carmem Silva, representante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, contou que o Coletiva das Vadias é um grupo de jovens mulheres militantes que organizam reuniões, debates e que a marcha é sobre expor nas ruas o movimento feminista contra a violência.

A mobilização tomou conta da Avenida Conde da Boa Vista, centro da capital pernambucana, e será finalizada na Praça do Diário, onde segue com o debate sobre questão de gênero e machismo.

*Com informações Cecília Santos

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Pelo direito da igualdade dos gêneros e pela libertação da mulher, a Marcha das Vadias foi às ruas do Recife na tarde deste sábado (27). A concentração do evento teve início por volta das 13h na Praça do Derby, área central da cidade, e contou com confecção de cartazes, pintura no corpo, performances, e leitura de poemas.

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Chegando ao sétimo ano de realização na capital pernambucana, em 2017, a Marcha trouxe como mote "Feminismo é Revolução", a luta contra o feminicídio, o racismo e a retirada de direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores no governo de Michel Temer. No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Rafaela Amorim, do coletivo Marcha das Vadias Recife, diz que as bandeiras escolhidas pelo movimento neste ano foram pautadas pelas demandas do feminismo. "Trazer a marcha e o diálogo para a rua é super importante porque traz o discurso para outras pessoas que muitas vezes não têm acesso", explicou.

Enquanto pinta o seu corpo com tintas vermelhas, Gabriela Mesquita diz que a pintura é uma forma de discurso. “Eu posso marcar no meu corpo, que é sempre tocado sem a minha autorização e sexualizado, aquilo que dói nele. É uma forma de dizer que eu não preciso falar porque tá escrito nele a dor que eu sinto diariamente”, disse a feminista.

Para ela, feminismo é libertação e a Marcha das Vadias vem trazer essa mensagem às ruas. “Hoje eu marcho por mim, pela minha mãe, pela minha família e por todas as mulheres que estão aqui e sofrem pelas consequências do patriarcado e do machismo que oprime e mata todos os dias”, lamentou Gabriela.

Em 2015, o Mapa da Violência sobre homicídios entre o público feminino revelou que, de 2003 a 2013, o número de assassinatos de mulheres negras cresceu 54%, passando de 1.864 para 2.875. Na mesma década, foi registrado um aumento de 190,9% na vitimização de negras, índice que resulta da relação entre as taxas de mortalidade branca e negra.

Apesar da pouca estrutura pra viabilizar o evento no Recife neste ano e mesmo sem energia elétrica, um som improvisado tocava “A Carne”, da cantora Elza Soares. No refrão “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, a artista Perlla Rannielly realiza uma performance que remete à escravidão e ao racismo no Brasil ainda vigente no Brasil.

Enquanto assiste à apresentação, a mãe Priscila Mendonça  conta que é seu segundo ano participando da Marcha, mas em 2017decidiu trazer a pequena Júlia, de dois anos.  “A gente tenta fazer isso em casa nas coisas básicas do dia a dia. Hoje, eu resolvi trazer ela para se ambientar a o movimento,  já que antes dela nascer eu não me interessava pelo feminismo e foi justamente por ela que mudei meu s conceitos e estou aqui”, afirmou Priscila.

Milhares de mulheres saíram da Praça do Derby, atravessaram a Avenida Agamenon Magalhães e seguiram pela Avenida Conde da Boa Vista. Além das faixas, cartazes e corpos pintados, os participantes cantam, entoam rimas com músicas autorais ou paródias e tocam tambores de maracatu.  A caminhada seguiu em clima de tranquilidade. Equipes da Polícia Militar e da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano acompanharam o protesto. 

No sábado (27), a Praça do Derby, na área central do Recife, receberá o ponto de concentração da Marcha das Vadias, a partir das 13h. Segundo a organização do evento no Facebook, neste ano os manifestantes estarão marchando por três pautas.

Conforme publicação, as questões consistem em pedir “pelo fim de todas as violências sexistas e racistas contras as mulheres cis e trans; pelo fim do feminicídio e contra as inúmeras tentativas de retirada de nossos direitos como a reforma da previdência e trabalhista implementadas pelo governo golpista juntamente com o congresso nacional”.

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A Marcha

Segundo a organização, esta é uma manifestação organizada pelo Coletivo Marcha das Vadias Recife e é um movimento político-artístico e feminista que acontece uma vez por ano desde 2011. O nome do evento se dá, de acordo com os organizadores, pelos termos dos quais “historicamente e, em nossos cotidianos, as mulheres, são chamadas de vadias, principalmente as mulheres negras”.

Na descrição da marcha, é detalhado que “ao longo do tempo, essa sociedade machista ampliou o uso desse termo para as mulheres que usam roupas curtas ou quando elas livremente se relacionam com quem quiserem”. Diante disso, o termo “vadias” utilizado no nome do evento visa “trazer um novo sentido e reafirmar que somos donas dos nosso corpos, de nossas vontades e de nossas escolhas”.

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“É um bando de sapatão”, disse o senhor, alterado, na parada de ônibus. “O senhor está errado”, rebateu, também na parada, o vendedor de pipocas e águas. O diálogo, que traz opiniões distintas, bem como mostra a permanência de ideias de senso comum, foi realizado durante a passagem da Marcha das Vadias pela Avenida Conde da Boa Vista, na tarde deste sábado (28).

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Uma multidão de mulheres e homens caminhou da Praça do Derby até a Praça da Independência, localizada no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. A sexta edição do ato teve o principal mote a luta pela não culpabilização de vítimas de estupro

Durante a caminhada pela avenida de grande movimentação, naquele momento tomada pelas “vadias”, sem a possibilidade do tráfego comum de veículos, os populares se dividiram sobre a importância do movimento. “Eu acho que está muito certo esse tipo de ato porque luta para que as mulheres consigam o respeito que merecem”, disse o especialista na área de segurança digital, Leonardo Dias, de 32 anos.

Apesar da opinião favorável, o homem comentou que não crê que existam muitos casos de machismo, principalmente no trabalho. “Pelo menos na minha área, que é a de tecnologia, as mulheres sempre estiveram presentes”, justificou. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2015, das 580 mil pessoas que trabalham na área de Tecnologia da Informação (TI), no Brasil, 20% são mulheres.

O ambulante Marcos Antônio Ferreira disse aprovar a Marcha, porém “as mulheres usam de meios errados para protestar”. “Porque não vejo necessidade quando elas tiram a roupa, acho que não é a forma certa de combater”, disse. Quando explicado por uma manifestante que as mulheres protestam com os seios de fora, por exemplo, para lutar contra a visão vulgar e erótica que se tem dessa parte feminina, Marcos retrucou. “Porque, então, não ir de militar? Valeria muito mais a pena, alfinetaria mais”, disse.

A dona de casa Maria da Conceição Silva, 53, olhava atentamente a passagem da manifestação. O cartaz que trazia a frase “a buceta é minha” causou espanto na mulher. “Nossa, olha o que está escrito ali”, comentou com o marido, na frente do prédio onde moram. Apesar de seu certo desconforto com a frase, Maria da Conceição disse achar o feminismo importante. “Aquele caso da menina que foi estuprada por 33 homens. Meu Deus do céu, o que foi aquilo? Esse ato pode, sim, ser uma forma de alertar outras mulheres e protegê-las”, opinou.

A passagem das “vadias” pela Avenida causou muitos espantos, como também muitas aprovações. Frases como “Meu Deus do Céu”, “Não têm o que fazer”, “Apoiado” e “Isso mesmo” foram ditas pelos transeuntes que espectaram o ato. Houve, também, quem levou em tom de brincadeira. “Vamos mostrar os peitinhos. Todo mundo agora”, disseram cinco mulheres que estavam juntas na parada de ônibus localizada em frente ao Shopping Boa Vista.  

Toda a caminhada da Marcha das Vadias foi realizada de forma tranquila. Vez por outra, alguns momentos de tensão eram registrados, todos causados por homens que não aceitavam a forma da manifestação e exteriorizavam, de forma agressiva, suas opiniões. Em resposta, durante grande parte da caminhada, as manifestantes cantavam “Não te devo nada, não mereço ser estuprada”.

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Confira também a cobertura em vídeo realizada pela TV LeiaJá:

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Em celebração aos dois anos de ocupação do terreno do Cais José Estelita contra a construção do Consórcio Novo Recife, apoiadores da causa se reuniram na tarde deste sábado (21), em frente ao local. Outros movimentos sociais marcaram presença na ocasião em demonstração da convergência de algumas das pautas defendida pelos grupos. 

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O Centro de Cultura Luiz Freire, localizado em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), é uma organização não governamental de direitos humanos e viu no evento uma porta para expor as questões levantadas na entidade. “Nós vemos que o Ocupe Estelita também é uma pauta de direitos humanos. Também fazemos parte do Movimento Nacional pela Democratização da comunicação, então estamos aqui presentes personalizando camisas contra o monopólio das empresas de comunicação, porque acreditamos que através da comunicação é possível conquistarmos outros direitos, então se trata de pautas interligadas”, detalha Débora Britto, pertencente ao Fórum Permanente de Comunicação e integrante do Centro.

No próximo sábado (28), o Recife receberá mais uma edição da Marcha das Vadias, com concentração na Praça do Derby, às 13h. E também para divulgar o evento, integrantes do movimento marcaram presença na ação do Ocupe. Com a personalização de camisetas e venda de cervejas, o grupo arrecadou dinheiro que será destinado aos preparativos do evento da próxima semana.

“Estamos em processo de preparação do evento, então iríamos confeccionar os cartazes em Olinda, mas quando soubemos dessa celebração decidimos unir o útil ao agradável, afinal, também estamos divulgando nosso evento”, contou a facilitadora do Coletivo Marcha das Vadias Recife, Judolores. Além disso, ela conta que há convergência de alguns pontos entre ambos os movimentos. “Há a ligação de como a cidade deve ser pensada e isso inclui a mobilidade das mulheres em relação à segurança. Não é apenas ser levado o meu celular, o que importa é a segurança do meu corpo, então alguns pontos são necessários como iluminação da cidade e que a polícia esteja preparada para enxergar sobre a segurança da mulher”, pontua.

Ocupe Estelita

De acordo com um dos integrantes do movimento, Petrus Cavalcanti, está sendo montado um calendário anual de atividades do grupo, além de uma discussão sobre estratégias para fortalecer o movimento quanto às investidas da polícia durante os atos.

No convite feito aos recifenses pela comunidade do facebook da Marcha das Vadias, o Movimento Zoada publicou um manifesto pela igualdade e repeito a todas as mulheres. Na programação, iniciada às 14h na Praça do Derby, área central do Recife, confecção de faixas, de cartazes, intervenção de graffiti e a leitura do documento. No entanto, durante a passagem pela Avenida Conde da Boa Vista, um grupo de ambulante começou a agredir verbal e fisicamente os que marchavam pela via. Relatos de representantes da Marcha dão conta de que foram agredidos com paus, socos, além das mulheres terem tido seus seios tocados pelos trabalhadores informais durante a confusão.

Segundo o servidor público, Fernando Ribamar, 42 anos, ele acompanhava a atividade quando nas proximidades do Shopping Boa Vista começaram a tocar os seios das jovens e ao defendê-las, levou um soco no rosto. Júlia Costa, estudante, 21 anos, representante do movimento ficou com o queixo machucado por um soco que um camelô daria em Marcello Campello, musicista, 33 anos e apesar de não ter sido atingido, caiu no chão e se machucou. Mariana Monteiro, marqueteira, 31 anos, também levou um murro na orelha. 

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Policiais e um homem a paisana foram flagrados por nossa equipe de reportagem com arma em punho. Apenas dois agressores foram levados a Corregedoria localizada na Conde da Boa Vista e de lá seguem para a Central de Flagrantes, na Avenida Agamenon Magalhães, área central da capital pernambucana. Apenas os ativistas agredidos no ato não concluíram, a caminhada, mas as outras centenas de pessoas concluíram o percurso até o Marco Zero. Os dois homens agredidos foram encaminhados para à UPA da Imbiribeira, na zona sul do Recife.

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Confira o manifesto na íntegra:

Convocatória para a Marcha das Vadias – Movimento Zoada, Coletivo Feminista Diadorim e Marcha das Vadias- Recife

Marchamos pelas mulheres que já são entendidas como vadias disponíveis, hiperssexualizadas desde sempre. Lutamos pelas que não tiveram e não tem escolha sobre o direito de ser vadia ou não. Não somos nem santa nem puta!

Sou feminista. Dentre várias razões porque quando eu estou sozinha numa rua escura levemente alcoolizada no meio da noite e escuto passos atrás de mim. Apavoro. Olho pra trás e percebo que não há sensação mais reconfortante do que ver uma mulher e eu sei que ela está aliviada em me ver também olhares que se tocam e silenciosamente dizem "obrigada".

Vamos às ruas nesse dia 30 de maio para lutarmos contra o machismo que recai contra as mulheres, causando todo tipo de violência de gênero e suprimindo os direitos mais básicos de todas as cidadãs.

Marchamos por igualdade e respeito a todas as mulheres. Queremos que a gente mulheres negras, pobres e da periferia, possua direitos garantidos. Que não mais nossos corpos explorados sexualmente pela mídia e pela sociedade. Lutamos para que as mulheres não sejam agredidas por causa da vida sexual que querem ter, também marchamos para que as mulheres possam ter dignidade e segurança dentro e fora de casa, NÃO sendo mais torturadas, espancadas e violentadas por seus pais, parentes e companheiros. É por isso que também chamamos para preparar e participar da Marcha das Mulheres Negras em Brasília dia 18 de novembro de 2015.

Lutamos para que as mulheres, ao usar transporte público não sejam mais constrangidas com cantadas machistas, nem encoxadas e abusadas por homens. Marchamos pelo direito à cidade: para que ruas, vielas e becos sejam mais seguros para as mulheres negras, trans, lésbicas, bissexuais, e que a noite não seja mais um símbolo de medo de um possível estupro.

Lutamos para que o direito de ir e vir seja, de fato, garantido às mulheres!

Marchamos para que meninas não sejam mais expulsas de suas casas porque engravidaram na adolescência. Lutamos para que se elas quiserem abortar, tenham aparato legal e segurança para fazer o procedimento. Ser mãe não deve ser uma obrigação, e criminalizadas, sabemos que milhares de mulheres todos os anos morrem fazendo abortos clandestinos. Lutamos para que as mulheres que decidem ser mães não se sintam sós nesta luta diária, que possuam condições básicas para criar suas crianças, como acesso a creche, saúde, educação, alimentação de qualidade. QUEREMOS CRECHES!

Marchamos para que as mulheres possam ser protagonistas da sua história e donas do seus próprios corpos.

Por sentimos na pele o despertar por uma luta antirracista, anticapitalista, contra a criminalização do tráfico de drogas e feminista, marchamos contra o sistema capitalista que se sustenta nos colocando em jornadas triplas de trabalho ( em casa, no trabalho formal, e ainda o cuidado com as crianças e os e as idosas/os). Nós mulheres recebemos, na maioria das vezes, salários injustos e inferiores aos dos homens, sofrendo por não termos com quem deixar suas crianças ao irem em busca do sustento diário. Lutamos para nós mulheres negras e pobres não tenhamos mais uma falsa independência ao conseguirmos uma vaga de emprego no comércio e na casa de outras mulheres como trabalhadoras domésticas, onde continuamos sendo exploradas sem o acesso a todos seus direitos trabalhistas.

Marchamos ao lado das índias, quilombolas e trabalhadoras rurais, que são força ativa de trabalho e possuem seu meio de (sobre)vivência negado e invisibilizado pelo governo, pelas empresas, pelo latifúndio, pela sociedade. Marchamos ao lado das mulheres que são inseridas e usadas no tráfico de drogas, que são presas, que sofrem os efeitos da guerra às drogas.

A luta feminista não é individual! Nosso feminismo só será válido se LIBERTAR A TODAS, COLETIVAMENTE! O machismo é recorrente na vida de todas as mulheres, mesmo que de formas diferentes. Temos que estar juntas lado a lado para que nossos direitos sejam reconhecidos. Não aceitaremos que o sistema capitalista liberte, ainda que parcialmente, algumas mulheres, e aprisione - com pesadas correntes- outras.

Para lutar contra tudo isso não é preciso conhecimentos acadêmicos. Aprendemos juntas com o compartilhamento de nossas próprias vivências, na prática! Sigamos em frente, empoderadas e juntas!

O feminismo será para todas as mulheres ou não será!

 

* Com informações de Camila de Assis 

JOÃO PESSOA (PB) - Será realizada neste sábado (16), a 3ª Marcha das Vadias, em João Pessoa. O tema principal da edição 2014 será a legalização do aborto, mas também contará com discussões a respeito da “violência obstétrica”.

De acordo com a organização do evento, o objetivo é garantir os direitos das mulheres que queiram ou ter filhos. A intenção é fazer com que a vontade esteja assegurada quanto a poder realizar o aborto ou quanto a escolher como o parto será feito.

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A marcha quer mostrar o número de mortes causadas pelo aborto feito de forma errada. Os organizadores informam esta é a quinta causa de mortalidade materna no país, sendo 200 mil mortes por ano.

Além disso, segundo a organização, mais de 80% dos nascimentos neste ano foram por cesárea, sendo que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 15%. As mulheres ainda alegam que há uma indução às mulheres para realização das cirurgias, por razões diversas, como tempo gasto em relação ao parto normal.

A Marcha das Vadias acontece neste sábado, saindo às 9h do monumento à Pedra do Reino, na Lagoa, e seguindo até a Praça Rio Branco, no centro de João Pessoa.

Nesta sexta-feira (14), será realizada, às 19h, no Marco Zero, área Central do Recife uma manifestação visando combater a violência sexista. Na página feita em uma rede social, mais de 1.500 pessoas confirmaram a presença no evento. De acordo com o grupo, uma em cada três mulheres no planeta será estuprada ou espancada em sua vida. 

Além do Brasil, o “Um bilhão que se ergue por justiça” acontece em mais 207 países. O evento é organizado pelo Coletivo Marcha das Vadias (slutwalk) do Recife. O Movimento Slutwalk surgiu no Canadá, no início de 2011, e teve grande repercussão no mundo. O objetivo do grupo é conscientizar que as mulheres vítimas de agressão sexual, não são responsáveis pela violência. 

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Confira a nota do grupo no evento:

"Por que 'Um Bilhão'?

Uma em cada três mulheres no planeta vai ser estuprada ou espancada em sua vida.

Isso é um bilhão de mulheres. 

Em 2013, um bilhão de mulheres e homens sacudiu a Terra dançando pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Este ano, em 14 de fevereiro de 2014, todas as mulheres e homens, de todos os lugares, estão novamente convidados para erguer-se pela justiça.

Por que devo participar?

Porque a sua voz tem importância. Porque precisamos mostrar para o mundo o poder da solidariedade global exigindo justiça para todas as mulheres e meninas, colocando um fim na violência contra elas.

Por que dançar?

Porque com a dança ocupamos espaços. Mesmo sem uma direção definida, nós estamos lá juntos. É desafiador, prazeroso, sensual, ao mesmo tempo um pouco santo e perturbador. Quebra as regras. Pode acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, com qualquer um de nós. É de graça. Ninguém pode nos controlar.

A dança nos une e nos impulsiona a ir mais longe.

É contagiante e se espalha rapidamente. 

É do corpo.

É transcendente.

Sugestão: usar roupas/acessórios vermelho e preto e rosa, inclusive nos dias de ensaio. Em breve com as datas divulgadas!

Depoimentos de 'por que vocês se erguem' são muito bem vindos!

*O termo mulher refere-se tanto as cis, quanto as trans"

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Os produtores culturais Roger de Renor e Nilton Pereira prepararam uma programação intensa para o Som Na Rural desta sexta-feira (14), a primeira edição após o incidente com a Prefeitura do Recife (PCR). O evento terá início às 19h e conta com as presenças de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner, Malícia Champignon e Grupo Bongar, entre outras atrações.

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“A programação dessa sexta-feira (14) está cheia de coisas legais. Vai ter o lançamento dos trabalhos musicais do grafiteiro Galo e do violonista Allan Sales, além das apresentações de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner com a galera do Malicia Champignon e Grupo Bongar com Siba e Maciel Salú”, revela o produtor do Som Na Rural.

Entrevista: Roger de Renor critica "toque de recolher"

“Quem passar por lá vai conferir a galera do Maracatu Nação da Ilha, que faz um trabalho de formação com a meninada da Ilha de Deus. Além deles, o pessoal da Marcha das Vadias confirmou que vai encerrar a caminhada por lá e representantes dos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook farão uma fala sobre o episódio com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (SEMOC)”, completa Roger. 

Proibição e liberação por parte da PCR

Na sexta passada (7), a SEMOC cancelou uma edição do Som Na Rural no meio da realização do evento. A medida gerou repercussão nas redes sociais e entre a classe artística, principalmente nos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook, inclusive com pedidos de exoneração do secretário João Braga por conta do caso.  

Para apagar o incêndio a Prefeitura do Recife convocou uma reunião de última hora nesta segunda (10), que contou com a presença de Roger de Renor, Nilton Pereira, dos secretários João Braga (SEMOC), Felipe Carreras (Secretaria de Turismo e Lazer) e Carlos Percol (Secretaria de Comunicação), e do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa.

No encontro ficou definido que o Som Na Rural continua com o apoio da Prefeitura do Recife durante as duas próximas edições, marcadas para acontecer nesta sexta (14) e no dia 21 de fevereiro. E a partir de agora, qualquer evento cultural realizado em área pública contará com o apoio da Secretaria de Cultura do Recife para conseguir as licenças necessárias, sem muita burocracia.

Carregando os cartazes "Tira sua cruz do meu útero!", mais de mil pessoas protestaram neste sábado a favor do aborto legal e do casamento homossexual, diante de milhares de peregrinos católicos reunidos na praia de Copacabana.

Na Marcha das Vadias, há muitos homens vestidos de mulher e muitas mulheres sem blusa, apenas de sutiã, saia, short, sapatos altos e batom vermelho nos lábios.

"Acreditamos que o papa tem condições de usar toda essa solidariedade que diz ter para olhar as mulheres como iguais", afirmou Gisele Barbosa, uma professora de História, de 31 anos, do Movimento "Católicas pelo Direito de Decidir", que são pró-aborto.

Pelas calçadas de Copacabana, fica um rastro de crucifixos quebrados pelos manifestantes. Alguns peregrinos recolhem as cruzes e ficam indignados. "Isso é absurdo, não podem faltar ao respeito desse jeito com a gente", reclama uma jovem.

Gabriela Mayall, de 25, levou a filha Flora, de 4, para a marcha. "Ela precisa ver que o mundo está cheio de injustiças contra as mulheres, que as crianças não são apenas princesinhas", explicou.

"Queremos mostrar a todos que estão olhando para o Brasil pelo papa que esse é um país onde as mulheres têm muito poucos direitos, onde é normal ser agredida e onde o aborto está longe de ser uma garantia. Não queremos mais opressão!", disse à AFP Ana Carolina Castro, de 24.

Uma integrante de um grupo de católicas que se somou à manifestação por uma teologia feminista exigia que "a Igreja dê espaço para as mulheres".

De vestido e colar de pérolas, Erick Araújo protesta pelos direitos das mulheres. "A opressão que existe desde sempre precisa de um limite, estamos em 2013, e as mulheres lutam pela mesma coisa desde 1960", queixou o rapaz.

Os manifestantes também protestam pelo gasto público com a visita do papa e com a JMJ. "Queremos um Estado laico!", gritavam.

"Nossa luta começou há muito tempo, mas estamos com nova energia com essa nova camada de feministas", disse Cláudia Braga, de 55, funcionária pública, que estava vestida de freira.

Enquanto milhões de peregrinos participavam de eventos da Jornada Mundial da Juventude, hoje à tarde, na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, cerca de 1.500 pessoas promoveram no mesmo lugar a Marcha das Vadias, ato de protesto contra a grande incidência de estupros no Brasil e pelo direito da mulher de usar o próprio corpo como quiser. Outro alvo do protesto foi o governador Sérgio Cabral (PMDB), que tem sido motivo constante de manifestações.

Marcado desde 2012, o ato transcorreu, em sua maior parte, em clima de descontração. Mas também houve críticas à religiosidade e discussões entre peregrinos e manifestantes. Um casal seminu fez uma performance durante qual colocou um preservativo na cabeça da imagem de Nossa Senhora Aparecida e quebrou a imagem da santa.

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Também houve discussão entre ativistas e um grupo de 20 peregrinos vindos do Oriente Médio. "As manifestantes não sabem o que estão dizendo, mas nós vamos rezar por elas", disse a peregrina Cynthia Palais, que é de Paris.

O grupo Católicas pelo Direito de Decidir, que defende a liberdade de escolha às mulheres, também esteve na marcha. "Estamos aqui para falar para a Igreja, especialmente para as mulheres católicas, que elas têm o direito de decidir", disse a teóloga Yury Orozco.

O grupo se reuniu em frente ao Posto 5 e, pelo trajeto original, seguiria rumo ao Leme, bairro vizinho. Mas, devido à ocorrência da Jornada, as organizadoras decidiram mudar o trajeto para Ipanema, outro bairro vizinho, porém mais distante do palco montado para a Jornada. "Não queremos confronto. Isso é um contraponto político", afirmou Nataraj Trinta, uma das organizadoras.

Os manifestantes seguiram até o Posto 9, de onde a maioria se dispersou. Às 18h30, um grupo de aproximadamente 200 ativistas pretendia voltar a Copacabana.

Cerca de 200 pessoas estão reunidas em frente ao Posto 5, no início da tarde deste sábado, em Copacabana, no Rio, para participar da Marcha das Vadias. O grupo protesta contra a alta incidência de estupros no Brasil e contra o Estatuto do Nascituro e também pede que a presidente Dilma Rousseff sancione o Projeto de lei 03, uma norma técnica do Ministério da Saúde que atende vítimas de violência sexual.

O ato havia sido marcado no início do mês e tinha sido programado para seguir em direção ao Leme. Porém, com a mudança das atividades da Jornada Mundial da Juventude de Guaratiba para Copacabana, as organizadoras decidiram mudar o trajeto para Ipanema.

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"Não estamos querendo confronto. Isso é um contraponto político e uma marcha com muita irreverência", disse Nataragi Trinta, uma das organizadoras. O grupo Católicas pelo Direito de Decidir, que é pró-liberdade de escolha para as mulheres, também acompanha a marcha. "Estamos aqui para falar para a Igreja, especialmente para as mulheres católicas, que elas têm o seu direito de decidir reconhecido no próprio magistério da Igreja Católica", disse a teóloga Yury Orozco, do grupo.

"Em caso de situações-limite, os católicos podem recorrer à sua consciência e tomar decisões independentemente da postura oficial da Igreja Católica. Esse é um respaldo como recurso à consciência e os católicos não devem se sentir culpados".

Na defesa do fim da violência contra a mulher, cerca de 1,5 mil pessoas participaram da Marcha das Vadias, que aconteceu neste sábado (22) em Brasília. Com gritos "eu quero tchu, eu quero tcha, eu quero liberdade já" e "vem pra rua, vem, contra o machismo", o grupo circulou pela área central da capital. Grande parte dos cartazes criticava o projeto da "Cura Gay" e o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), além de defender a legalização do aborto.

Entre as manifestantes, várias contavam que foram marchar pela primeira vez. É o caso da Karola Marques, de 19 anos, que estava vestida com sutiã e minissaia. "Ninguém pode me julgar pela roupa que eu uso. Tem de me conhecer para saber quem sou eu", disse. Ela defende a legalização do aborto. "Estuprador não é pai", defendeu a jovem, que ficou sabendo do evento pelas redes sociais.

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A atriz Tatiana Bittar, de 33 anos, também foi "vadia" pela primeira vez. Segurando um cartas com a mensagem "Estado, não se meta no meu útero", ela mostrava indignação com o fato de o pastor Marco Feliciano presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. "A igreja não pode estar no governo, somos um país laico", colocou.

Uma das organizadoras do evento, Julia Zamboni, avalia que a população brasileira "está com muita vontade de ir para as ruas". Questionada sobre o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, Julia avaliou que ela cumpriu o papel dela e disse que considerou o pronunciamento bom. "Mas não serviu para calar a nossa voz", concluiu.

Se a ocorrência de muitas manifestações pelo País estimula mais pessoas a irem às ruas, também confunde quem não está dentro do protesto. A vendedora Zenilda Lopes, de 26 anos, assistiu a marcha passar na rodoviária. Ela disse apoiar o protesto, mas não sabia que era pelas causas feministas. "Eu apoio. Se eu não tivesse trabalhando, estaria aí junto. Se não abrir a boca, vai continuar a corrupção."

Gritaria

Apesar de não ter ocorrido violência física durante a marcha, uma repórter do jornal Correio Braziliense foi hostilizada por manifestantes. Ao se aproximar de um homem que havia sido expulso da marcha, para entrevistá-lo e ouvir o motivo, ela ouviu gritos de "mídia fascista".

A organização da Marcha das Vadias explicou à reportagem que a marcha é espontânea e que, em muitos momentos, as pessoas têm atitudes que não estavam programadas.

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Na tarde deste sábado (25), mulheres se uniram contra a violência sexual e pelo fim do machismo. Intitulado de Marcha das Vadias, o terceiro ano do evento levou até a Praça do Derby, na área central do Recife, pessoas de todas as idades. A concentração foi iniciada às 14h e a manifestação segue até a Praça do Diario, também no centro da cidade.

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“Não há nada melhor do que fazer esse ato em um local movimentado como a Praça do Derby. As mulheres podem chegar com a roupa que quiser nos lugares: de biquíni, de saia curta, porque não fazemos nada por obrigação”, afirma a organizadora da marcha, Késia Salgado. A expectativa da organização é que cerca de duas mil pessoas participem do ato.

Ainda segundo Késia, a participação dos homens é importante na marcha. “Eles têm mesmo que apoiar essa ideia e ser contra o machismo. Quem quiser pode vir pra cá pra se juntar conosco a essa causa”, convida. Lílian e Beatriz Rodrigues, mãe de 46 anos e filha de 18, foram juntas pela primeira vez à Marcha das Vadias. “Acho uma iniciativa bem legal e se a mulher usa roupas curtas é xingada. Para mim, roupa não define o caráter de ninguém. Eu mesma já sofri assédio verbal por causa da roupa”, relata Beatriz.

A mãe de Beatriz concorda com a filha. “Eu tenho que apoiar essa causa porque o machismo, mesmo com o passar do tempo, não muda. Toda vez ela me chama e este ano eu resolvi acompanhá-la para apoiar”, conta. A estudante Júlia Helane, de 25 anos, também aproveitou para levar a filha, de apenas 2. “Eu sei que ela não entende o que se passa aqui, mas trago para que ela cresça já lutando pelos seus direitos, de ser respeitada”, explica a mãe.

Dados – Segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI), a violência contra a mulher em Pernambuco ocupa o terceiro lugar no ranking do país. O município de Escada, na Zona da Mata do Estado é a primeira cidade do Brasil em que mais mulheres morrem em consequência da cultura machista.

O termo "Vadias" foi usado depois de uma declaração feita por um policial no Canadá, que afirmou que as mulheres evitariam estupros se não se vestissem como vadias, vagabundas. A primeira Marcha das Vadias (Slut Walk) foi realizada no dia 3 de abril de 2011, em Toronto, no Canadá, e reuniu cerca de três mil manifestantes, se espalhando pelo mundo.

"As pessoas precisam entender e conhecer essa marcha. Não adianta só esse público vir até aqui. Queremos mais. Queremos a cidade nos apoiando contra uma coisa tão forte que é a violência. Se todo mundo comparecer e se organizar, tenho certeza que a sociedade vai dar valor a Marcha das Vadias. O que não pode acontecer é que os homens usem a pouca roupa como desculpa de estuprar uma mulher", afirma uma manifestante que não quis se identificar.

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ARACAJU - O Coletivo de Mulheres de Aracaju realiza, durante este sábado (25), a 2ª edição da Marcha das Vadias. A manifestação feminista contra o machismo tomou as ruas do Centro da capital sergipana, a partir das 11h, com o objetivo de sensibilizar a população de que a violência contra as mulheres tem alto índice em Sergipe, assim como acontece no Brasil, e de abordar a diversidade e liberdade sexual da classe.

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Segundo uma das representantes do Coletivo, Bárbara Nascimento, é preciso ter mais investimentos em políticas públicas que abordem a defesa das mulheres e que a sociedade tem que se preocupar com o alto número de mortes de mulheres vítimas de abuso e violência sexual. “Existem poucas políticas públicas para dar conta da demanda de casos em Sergipe. Aqui só tem uma única casa-abrigo, que seria o espaço que as mulheres que não conseguem mais estar dentro de casa, teriam que ir. As mulheres do interior precisam se deslocar para a capital e a gente sabe que tudo fica mais difícil”, diz.

Cantando os versos “Vem, vem contra o machismo, vem”, estudantes e profissionais saíram em passeata na defesa de assuntos que abordam a classe feminina, como o direito a se expressar, defesa contra abusos sexuais, igualdade no mercado de trabalho e aborto. "Vamos abordar o direito que dá de a gente se expressar sem ser violentada por isso. Dê a gente poder andar nas ruas, da forma que a gente queira sem que isso seja um convite à violência", afirma Bárbara.

“Vamos sensibilizar a população pela causa das mulheres. Existem muitas mortes de mulheres, o que a gente chama de ‘feminicídio’. E Sergipe ocupa o 17º lugar no ranking nacional, de mulheres que morrem vítimas de homicídio. O objetivo é fazer essa denúncia. A gente junto consegue transformar essa visão da sociedade”, completa Bárbara.

Além de reunir um grande número de mulheres, a Marcha das Vadias também tem a adesão de homens. “Acho muito importante esse tipo de manifestação porque reitera a afirmação do direito de igualdade para todos, homens e mulheres”, destaca o jornalista Leonardo Maia, 26 anos. Para ele a igualdade tem que ser desde o mercado de trabalho até os compromissos com as afazeres domésticos. “Sou contra qualquer tipo de trabalho que escravize. O homem tem que dividir os afazeres do lar e não apenas a mulher ter a obrigação. Elas também têm o direito de descansar”, conclui.

ARACAJU (SE) - As mulheres que organizam a 2ª edição da Marcha das Vadias, em Aracaju, promovem uma audiência pública sobre a Violência Contra a Mulher em Sergipe: diagnóstico e combate. O evento acontece nesta quarta-feira (22), às 19 horas no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (Caase/OAB), no centro da cidade. 

O espaço tem o objetivo central a discussão com o conjunto da sociedade mecanismos de combate ao machismo e à violência decorrente destePara aprofundar a discussão e traçar novas perspectivas, a audiência contará com a participação de órgãos públicos responsáveis por políticas para as mulheres. A Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SEPM/SE), o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) e o Ministério Público em Sergipe estão com presenças confirmadas.

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Continuação da proposta 

Toda a mobilização é mais um dos elementos que compõem o calendário da Marcha das Vadias de Aracaju. Nos dias 23 e 24 acontece a Formação Feminista Simone de Beauvoir e uma Filosofia do Feminismo, que será ministrada por Romero Venâncio professor do Departamento de Filosofia da UFS. Às 10 da manhã deste sábado (25) é a vez de a Marcha tomar as ruas do centro de Aracaju e fazer soar o grito pela liberdade das mulheres e por uma sociedade livre da violência e da opressão.

A segunda edição brasileira da Marcha das Vadias (Slutwalk) será realizada neste sábado (26), simultaneamente, em 15 cidades do país. O evento é uma manifestação feminista contra a violência contra as mulheres e acontece no Brasil desde 2011. 

No Recife, a caminhada sairá novamente da Praça do Derby, às 14h. Outras cidades do país como São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Salvador (BA) e Natal (RN) também irão participar da movimentação neste sábado. 

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Origem - A Slutwalk surgiu em 2011 em Toronto, no Canadá, quando após diversos casos de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto, um policial local fez uma observação alegando que "as mulheres evitassem se vestir como vadias (sluts, em inglês), para não serem vítimas". O primeiro protesto levou 3000 pessoas às ruas de Toronto. Desde então, o evento apartidário tornou-se mundial e une mulheres e homens de diversas idades que são contra a discriminação de gênero.

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