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O nono mês de 2021 vai se retirando mas deixa boas novidades musicais nas plataformas digitais. Vários lançamentos de singles, álbuns e clipes embalam o final de setembro preparando os ouvintes para outras tantas gratas surpresas que devem chegar em outubro. Corre lá no seu aplicativo de streaming preferido e dá uma conferida em algumas das últimas novidades do mês nove.

naondi

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Divulgação/Lucas Lima

O cantor e compositor recifense Breno apresenta seu projeto solo, naondi, com o single Voar, PT.1. A música, a primeira de uma série de três lançamentos, fala sobre autocuidado e autoconhecimento, embalada por uma linha melódica que flerta com rock psicodélico e art pop. O som traz, ainda, um leve sotaque pernambucano com batidas de maracatu e samples de percussão. A gravação conta com as participações de Jáder, Arquétipo Rafa e Cielo (Quinteto Violado).

Péricles

Divulgação/Victor Zarpa

Pericão traz um abraço quentinho aos desiludidos do amor no novo EP, Céu Lilás. Em quatro faixas, o sambista canta sobre desamores e sofrências, porém, arrematando todo esse imbróglio com a solar ‘O que falta pra gente formar’, uma canção com a proposta de fazer qualquer coração partido ressurgir das cinzas e voltar a acreditar na felicidade. No canal do artista no YouTube, o público pode conferir também o clipe da música ‘Te dei meu mundo’. 

Nimbo

Divulgação/José de Holanda

O que acontece quando se mistura referências tão diversas quanto Clube da Esquina e Radiohead? Nas mãos do duo Nimbo, aconteceu o single 'Só'. Na música, Ricardo Chacon e Daniel Vasconcelos falam com leveza sobre a alegria de encontrar alguém no mundo e, ainda assim, preservar sua individualidade. A canção tem uma pegada  suave e convidativa mas, sem deixar de lado um toque de experimentalismo e intensidade melódica. Também tem um videoclipe no canal do duo. 

Marissol Mwaba

Divulgação/José de Holanda

A cantora de origem congolesa Marissol Mwaba apresenta ‘Marte’, segunda faixa do EP 'Ndeke'. No single, Marissol abusa do vozeirão em uma levada que mistura R&B e Hip Hop e ainda, toques de folk e soul, na participação da banda curitibana Tuyo. A canção é uma parceria de Mwaba com Mônica Agena, que também assina a produção musical e a programação dos beats além de ter tocado guitarra e synths na faixa. 

Nei Van Soria

Divulgação

O bom e velho pop rock nacional está vivíssimo e Nei Van Soria pode provar. No single 'O Plano', o roqueiro gaúcho usa sua expertise de 36 anos de carreira, ao lado de bandas como TNT e Os Cascavelletes. para apresentar um ‘rockão’ genuíno e bastante sincero. A música também conta com um clipe disponível no canal do YouTube do artista.

Duque de Arake

Divulgação/Adriano Sobral

A pernambucana Duque de Arake se juntou à paraibana Luaz para cantar o orgulho de ser nordestino. Na faixa 'Todos em Um', eles usam o bom e velho rock’n’roll, com alguns elementos do pop e até mesmo do afoxé, para deixar uma mensagem de pertencimento e valorização da identidade do povo do Nordeste. Este é o terceiro de uma série de lançamentos da Duque de Arake que se prepara para apresentar um novo show online em outubro. 

Diego Cabral

Divulgação

O pernambucano Diego Cabral conta com a participação do ex-Limão com Mel, Batista Lima, na faixa 'Vê se me esquece'. No melhor estilo ‘sofrência’, a faixa faz uma homenagem ao célebre ‘forró das antigas’, eternizado por bandas que fizeram muito sucesso na década de 1990. O público pode conferir o clipe da música no YouTube do artista. 

Platônicca

Divulgação

A pernambucana Platônicca surge mais dançante e solar do que nunca no single ‘Não Pode Parar’. Com um pop genuíno, repleto de toques eletrônicos, a cantora canta sobre esperança e otimismo acompanhado pelo também pernambucano, Barro. A produção é assinada pelo recifense Leo D, produtor e músico da Mundo Livre S.A. A música ganhou também um clipe todo colorido, com direito à coreografia, e figurinos brilhantes em neon, que já está disponível no canal do YouTube da artista. 

Ben Charles

Divulgação/Ed Andrade

O cantor e compositor Ben Charles faz uma homenagem aos ‘povos  da floresta’ e à sua própria ancestralidade - ele é herdeiro da etnia indígena Macuxi, de Roraima - na canção ‘Sou filho da Selva’. A faixa mistura carimbó, música caribenha e xamânica e ganha um tom de pertencimento ainda maior com a participação especial de Ilce Filgueiras, mãe do músico, que divide com ele os vocais. Na gravação, Ben Charles gravou todos os instrumentos da canção. A mixagem e masterização também foram feitas por ele. 

Samuca e a Selva

Divulgação

Para celebrar os sete anos de Samuca e a Selva, as produtoras musicais, DJs e beatmakers TataOgan, Malka, Odara Kadiegi, Numa e Nahraujo recriaram cinco faixas do álbum 'Terra'.  Cada faixa representa uma de suas autoras e, em conjunto, representam a força da união feminina tendo como símbolo maior a própria terra, como ferramenta de fertilidade e fonte de energia. 

π Teco Martins

Divulgação/Caio Camargo

O vocalista da Rancore, π Teco Martins, se prepara para o lançamento do primeiro álbum solo, 'A Spectrum Solar'. Para abrir os caminhos, ele apresenta o single ‘do Oiapoque ao Chuí’, o primeiro de uma série de lançamentos que estão por vir. A música chega acompanhada por um videoclipe, disponível no canal do YouTube do artista. 

Avoada

Divulgação

O coletivo musical Avoada faz uma homenagem aos músicos considerados “malditos” da Música Popular Brasileira na faixa ‘O Céu é dos Malditos’. A composição, assinada por Marília Parente e Marcelo Cavalcante, traz o característico tom setentista do grupo em uma canção com ares de protesto. O single também antecipa o que virá no próximo EP do grupo pernambucano, com lançamento previsto para 2022. A Avoada é integrada, ainda, pelos músicos Juvenil Silva e Feiticeiro Julião, além de Marília e Marcelo. 

Dupoint

Divulgação

Original da Zona Norte de São Paulo, a banda Dupoint abusa do estilo ‘tranquilão’ no single ‘Aê Doutor’. A música questiona sobre a pressão da sociedade por um diploma acadêmico e profissões ditas tradicionais. Com riffs seguros em um rock tipo 'diretão', e autoral, a música é uma das que compõem o EP ‘Simples Como Tem Que Ser’, trabalho de estreia do grupo que com lançamento previsto para novembro de 2021. 

Wagner Albino

Divulgação

O cantor e compositor Wagner Albino celebra o amor no single que traz o sentimento em seu próprio nome, ‘O Ser do Amor’. Composta e produzida em tempos de pandemia, seguindo todos os protocolos de segurança, a faixa também ganhou um videoclipe, gravado simultaneamente. 

Thaíde

Divulgação

Thaíde, um dos nomes mais importantes do rap nacional, repassa os princípios do movimento no single 'Din Real Cash'. Para isso, ele se juntou a alguns nomes da nova geração - Arnaldo Tifu e Ana Preta -, para relembrar que “rap é compromisso” e que para rimar de verdade é preciso ter responsabilidade. A produção musical ficou por conta do próprio Thaíde.

Bloco do Caos

Divulgação

Sem deixar a atenção a causas urgentes de lado, porém colocando todo mundo pra dançar, a Bloco do Caos lança ‘Pra rabiscar o salão’. Essa é mais uma das faixas do próximo álbum da banda, 'Minha Tribo', que tem lançamento previsto para o final de 2021. A faixa mistura ritmos latinos como afrobeat e kuduro com o reggae, e pitadas de rock, em mais uma miscelânea criativa dos paulistas. 

Jô Ribeiro

Divulgação

A pernambucana Jô Ribeiro faz um mergulho no tradicional forró no EP 'Recomeço'. Com repertório autoral, a cantora e compositora passeia pelo xote, flertando com o ijexá e a ciranda, entre outros ritmos, que dão um tom bem nordestino ao trabalho.

Clayton Barros

Divulgação

O violonista da Cordel do Fogo Encantado, Clayton Barros, continua dedicando-se à composições próprias para sua carreira solo. Em parceria com o cantor Chico César, ele apresenta ao público o single 'Açude Negro'. A música tem produção assinada por Rodrigo Coelho, mixagem de Léo D e masterização realizada em Miami (USA) por Felipe Tichauer. A arte da capa é uma ilustração de Elvira Paes. 

Flow Dona Chica

Divulgação

As artistas Ana Preta, Cris Piza, Deborah Crespo e Mikaela Saymon se juntaram para o lançamento de ‘Flow Dona Chica’. A música faz uma mistura de trap e reggaeton, com proposta dançante, mirando nos challenges dos aplicativos da moda. 

Mundo Livre S/A

Divulgação/Tiago Calazans

A Mundo Livre apresenta o segundo single de seu próximo álbum, 'Usura Emergencial’.  A música foi composta pelo líder da banda, Fred 04 em um momento ápice da pandemia do novo coronavírus e, talvez por isso, traga em seus riffs e melodia um peso que remete a algumas das criações dos primórdios do grupo, no início dos anos 1990. O próximo disco da Mundo Livre está previsto para ser lançado ainda em 2021. 

Ciel

Divulgação

O pernambucano Ciel Santos juntou-se ao grupo Radiola Serra Alta para recriar uma de suas músicas, ‘Terra’. Juntos, eles fizeram um remix da faixa com uma sonoridade fortemente nordestina aliada a timbres eletrônicos. Tudo junto às rimas potentes de Jéssica Caitano e a delicada poesia de Ciel. O público também pode conferir um videoclipe da produção no YouTube. 

MC Bruninho e Marcela Jardim

Divulgação

A parceria entre o pernambucano MC Bruninho e a mineira Marcela Jardim acaba de ganhar um videoclipe. Os dois resolveram ilustrar a música 'Recreio', um pop meio chiclete, cheio de charme, e pitadas de funk melody, que conta a história de uma paixão juvenil. 





 

Após passar por dois roubos no mês de outubro, o Iraq, centro cultural ativo na vida noturna do Recife há 14 anos, vem contando com a solidariedade do público e dos amigos para se reerguer. Entre as ações que estão sendo desenvolvidas para sanar os problemas da casa estão apresentações culturais como a que acontece na próxima quarta (30). A festa Salve, Salve vai juntar os músicos Juliano Holanda, Clayton Barros e Juvenil Silva prometendo um grande show. 

Os dois roubos consecutivos no Iraq deixaram a casa com um grande prejuízo. Foram levados caixas de som, equipamentos, bebidas, insumos e dinheiro. Para ajudar no restabelecimento do local, foi aberta uma campanha de financiamento coletivo, para que os frequentadores e amigos possam doar qualquer quantia em prol da reestruturação da casa. A meta é arrecadar R$ 6 mil.

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Além disso, algumas festas vem sendo realizadas para levantar dinheiro e, ainda, promover grandes encontros musicais. A Salve Salve, nesta quarta (30), vai contar com Juliano Holanda, Clayton Barros e Juvenil Silva. Os músicos prometem uma noite de muita música e solidariedade.

Serviço

Salve, Salve...Iraq!

Quarta (30) - 19h

Iraq (Rua do Sossego, 179 - Boa Vista)

R$ 20

Em abril de 2018, milhares de fãs órfãos da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado viram um sonho tornar-se realidade: o grupo que havia se separado em 2010 anunciou seu retorno com o lançamento de um disco novo, Viagem ao Coração do Sol, e vários shows ao redor do Brasil e até nos Estados Unidos e Europa. 

Em quase um ano e meio da retomada da carreira, o Cordel (re)encontrou plateias sedentas, matou a saudade do Carnaval do Recife - festa que os alçou ao sucesso no início da trajetória -, aprendeu a lidar com novas tecnologias e formatos de música e viu a legião de fãs crescer ao passo que uma nova geração identificou-se com sua música. Neste sábado (7), o Cordel do Fogo Encantado sobe ao palco do Baile Perfumado, ao lado da Nação Zumbi, em um show que vai comemorar os sete anos de funcionamento da casa.

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Antes do encontro com o público pernambucano, o violonista Clayton Barros falou com exclusividade ao LeiaJá sobre o turbilhão de emoções da volta aos palcos, a necessidade de se colocar em meio ao atual cenário político e social do país e o que está por vir na história do grupo de Arcoverde. 

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LJ - Vocês não tocavam no Recife desde o Carnaval, tocar em 'casa' deve ser sempre especial, né?

Recife pra nós é uma cidade que foi um ponto principal da nossa ida pela primeira vez pro Sudeste. É sempre um público muito forte e muito querido, a gente sabe que aqui é uma das nossa maiores forças.  Você junta isso com a vontade de tocar e ainda participar de uma noite com a Nação Zumbi e comemorando os sete anos do Baile. Pra nós tem uma simbologia muito forte e é diferente também porque o último show foi no Carnaval, ao ar livre, esse é à portas fechadas então a gente tem uma expectativa bacana das pessoas que movimentam o mercado da música aqui no Nordeste. É uma série de sensações e simbologias. 

LJ - Vocês já fizeram um balanço desse um ano e meio de retomada da carreira?

A gente tem falado muito sobre isso. Cada um tem uma impressão, mas uma coisa é unânime: o pensamento de como foi importante pra gente ter voltado nesse momento tão difícil no Brasil. Juntar nossa energia, nossa força artística como uma mensagem também de positividade e de enfrentamento das lutas. Falando tecnicamente, a quantidade de shows - não sei precisar agora quantos foram -, mas tem a ida pra Europa, recentemente ao Central Park (nos Estados Unidos), é muito positivo esse resultado; como o disco tem fluído na mão das pessoas, o público que se faz presente nos shows cantando junto, a recepção sempre muito bacana em todos os lugares, cada show é uma coisa diferente e a gente colhe de cada lugar a energia desse público. Mas resumindo, tem sido muito positivo a gente voltar a tocar no mundo de hoje, com as redes sociais; quando paramos ainda estava germinando o processo de internet no Brasil, não existia streaming, então tudo isso foi uma forma importante pra gente aprender a se comunicar com o público nos dias de hoje através dessas novas ferramentas. É muito positivo o saldo. 

LJ - Vocês passaram bastante tempo parados, oito anos, e voltaram, como você disse, em meio a essas novidades de mídias e formatos de música, isso deve ter gerado uma renovação do seu público. Vocês notaram isso?

Antes de voltar pro palco, a gente conversava internamente sobre como seria o encontro com quem já conhecia a banda e as pessoas que já tinham ouvido, mas nunca tinham visto ao vivo, ir de encontro a essa renovação de público tem acontecido de forma muito positiva e muito aliada às redes sociais. A gente tem aprendido muito com o próprio público a dialogar dessa maneira, com essa estrutura,  essa nova comunicação.

LJ - Você falou sobre a vontade do grupo em juntar forças a um "enfrentamento de lutas" e o disco novo, Viagem ao Coração do Sol, tem como grande mote a liberdade. Como essa mensagem tem reverberado junto ao público?

Lira mesmo disse que a arte é uma forma de manifestação política, a gente vem pra somar forças na luta, na resistência contra essas forças obscuras da política. Quando a gente fala de liberdade é aquela coisa: conhecer a sua liberdade interior e a liberdade do outro, querer sempre o outro livre. Eu acho que a democracia real é feita disso e não de passar por uma situação de você ser tolhido, perseguido, shows que têm sido censurados, isso a mim pessoalmente, me entristece. Mas ao mesmo tempo, isso promove uma reação de força, de luta, resistência, e de contestação a esses valores - se é que podemos chamar de valores os ataque à liberdade de expressão, os ataques às ideias opostas. Isso traz uma imagem muito negativa e temerosa de um passado, desde o golpe militar. Enfim, eu torço pra que a gente consiga um diálogo mais amplo e efetivo sobre todas essas coisas mas a cada dia que passa eu percebo q é utópica essa visão. Pessoalmente, é bem nítido, tenho visto um dos anos mais temerosos  em relação a uma série de coisas na política na arte, nos espaços. Um ano bem difícil tem sido 2019, mas nem por isso se torna um ano inútil, é uma ano de luta e de resistência. A gente sente que soma nessa força, é uma forma da gente expandir essa energia.

LJ - Passado esse turbilhão inicial do retorno, após tantos shows, o Cordel já tem projetos novos?

Estamos preparando coisas para o futuro próximo, ainda não posso falar muita coisa.  Filmamos vários shows, temos um material bacana pra um documentário. Estamos decidindo quais setas vão apontar para os próximos passos, a gente tá muito feliz e realizado artisticamente em todo esse processo. 

 

Em 1999, um grupo vindo do Sertão de Pernambuco, mais precisamente da cidade de Arcoverde, arrebatou plateias de todos os cantos do país com shows que eram verdadeiras experiências de som, poesia e imagem. O Cordel do Fogo Encantado apareceu trazendo uma música de percussão expressiva e apresentações de tamanha força que provocavam até chuva na cidade (ou, pelo menos, era o que os fãs da banda acreditavam).

Em 11 anos de carreira, o Cordel gravou três discos - Cordel do Fogo Encantado (2001); O Palhaço do Circo sem Futuro (2003); e Transfiguração (2006) -, um DVD - MTV Apresenta (2005) -; e arregimentou uma legião de fãs em todo o Brasil. Mas, quando a primeira década dos anos 2000 estava em curso, Lirinha, vocalista da banda, decidiu "trilhar novos caminhos", algo que talvez já estivesse anunciado - coincidentemente, ou não -, nos versos da música que fechava o então último disco do Cordel, Transfiguração: "E o tempo faz estrada para se chegar ao fim, nossa vida é feita assim; vou por aqui, vou por ali, o infinito é tão longe".

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Porém, oito anos depois da dissolução do Cordel do Fogo Encantado, Lirinha, Clayton Barros, Rafa Almeida, Nego Henrique e Emerson Calado resolveram juntar-se novamente, desta vez para fazer uma Viagem ao Coração do Sol (nome que batiza o atual trabalho da banda). Como diz a primeira música do álbum, "o mundo agora é esse", e neste novo mundo, temos um Cordel mais melódico; atento às novas necessidades de seu público - eles disponibilizaram todos os discos nos serviços de streaming e lançaram um vídeo em 360º de sua música de trabalho -; e com pegada mais pop, produzidos por Fernando Catatau, da Cidadão Instigado. Mas, apesar de renovado, o Cordel não se desfez de suas origens, e continua trazendo à cena temas muito seus, como o sertão, a natureza e as tradições indígenas. O LeiaJá escolheu 12 músicas significativas da carreira do Cordel do Fogo Encantado para, através delas, contar um pouco dessa trajetória.

1 - Chover (Ou invocação para um dia líquido)

Como bons filhos do Sertão, os músicos do Cordel sabem bem o que é esperar pela chuva. Chover promovia verdadeiras catarses na plateia dos shows da banda e, por acaso, ou não, sempre acabava chovendo de verdade. Os fãs acreditavam tratar-se de um fenômeno metafísico promovido pela música do grupo.

2 - Os oim do meu amor

Com a linguagem simples de quem vem do interior, essa música é uma verdadeira declaração de amor. O 'poeta' canta saudoso pelo olhar da amada.

 

3 - Pedrinha

Os tambores cantam muito alto e forte nesta música que Lirinha costumava apresentar como "sagrada; uma celebração dos poderes pequenos e dos poderes grandiosos". Costumava causar um efeito de fato poderoso na plateia.

 

4 - Ai se sesse

Aqui não temos uma música, mas uma poesia, do poeta Zé da Luz. Os versos acabavam ganhando melodia mesmo quando o coro das vozes dos fãs decidiam acompanhar a declamação de Lirinha, nos shows.

 

5 - A Matadeira (Ou no balanço da justiça)

Mais uma música extremamente forte, em que o violão de Clayton Barros canta imponente e os tambores simulam trovões. Em alguns shows, o Cordel dividiu esta canção com convidados, a exemplo de Canibal, vocalista da banda pernambucana de hardcore, devotos.

 

6 - Na Veia

Também com forte presença do violão de Barros, essa era outra canção que arrebatava plateias. A música fala de saudade, temática que permeia quase todo o segundo disco da banda, O Palhaço do Circo sem Futuro.

 

7 - O Palhaço do Circo sem Futuro

A música que deu nome ao segundo álbum do grupo era muito esperada nos shows. Precedida por uma poesia que contava a história de um filho que tinha vergonha do pai, que era palhaço do Circo sem Futuro. A declamação vinha acompanhada de uma performance, em que Lirinha pintava o rosto de maneira 'desarrumada'.

 

8 - Tempestade (ou a dança dos trovões)

Mais uma que cantava as agruras de esperar pela chuva no sertão. Quando os versos cantavam para a "dona do trovão", o público costumava acompanhar a plenos pulmões: "é de relampiê, é de relampiá".

 

9 - Louco de Deus

Mais uma que trazia uma performance. Lirinha costumava cantar esta segurando fogo, aceso em um pequeno candeeiro.

 

10 - Dos três mal-amados palavras de Joaquim

Outra poesia que virava música ao ser acompanhada pelo coro da plateia. Escrita por João Cabral de Melo Neto, a poesia razia ao palco o Lirinha declamador e garantia um momento de bastante beleza nos shows.

 

11 - Preta

Esta canção chegou, em 2006, acompanhada de um clipe de visual fluído e de cores que se transformavam em pingos de chuva. Dirigido por Bruno Mazzili, o clipe agradou em cheio aos fãs do Cordel.

 

12 - Morte e Vida Stanley

Com forte apelo, a música contava a história de Stanley, mais um filho da Pedra do Gavião, no Sertão do Pajeú; "mais um homem pra trabalhar na cidade sem sol", revisitando a vida de tantos nordestinos que deixaram sua terra para ganhar a existência no Sul/Sudeste.


 

13 - Liberdade A Filha do Vento

Com sonoridade bem mais harmônica e melódica, a música de trabalho da volta do Cordel canta a busca do grupo pela liberdade. E, apesar de alguns fãs antigos terem reclamado da suavização da percussão neste momento, outros elementos presentes parecem ser suficientes para garantir a boa qualidade do trabalho da banda, como a poesia e a qualidade de seus músicos.

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A banda Cordel do Fogo Encantado lançou, na última sexta-feira (6), o disco 'Viagem ao Coração do Sol', que está disponível nas plataformas de streaming. O álbum marca a reunião do grupo, formado por Lirinha, Clayton Barros, Emerson Calado, Nego Henrique e Rafael Almeida, após um hiato de oito anos. Composto por 13 faixas, o disco versa sobre os três pilares da banda, como ressaltou o violonista Clayton Barros, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, "poesia, teatro e música"; e reflete o momento de celebração do retorno ao projeto.

Em meio a especulações e questionamentos dos fãs, os músicos mantiveram sigilo sobre a volta e o início das gravações em estúdio. Questionado sobre o retorno da banda, Clayton foi categórico: “A decisão de voltar foi tão natural quanto a pausa, que foi um respiro. Não houve mágoa ou coisa do tipo. Nesse tempo, cada um se dedicou a novas experiências e permitiu que cada um percorresse seu caminho”, explicou o músico.

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Em janeiro de 2017, o Cordel iniciou as gravações de 'Viagem ao Coração do Sol', que conta com direção musical de Fernando Catatau, da banda Cidadão Instigado, e as canções são composições feitas antes da pausa, que receberam novas melodias e movimentos rítmicos. “Em janeiro do ano passado, entramos no estúdio e ficamos nos olhando. Há princípio, a sensação era de que não sabíamos mais tocar as músicas como antes, mas tudo foi fluindo, porque a chama do Cordel nunca se apagou”, disse o vocalista.

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Clayton Barros fez questão de ressaltar que, como nos trabalhos anteriores, o novo disco é marcado por experimentalismos e permitiu que o grupo saísse da zona de conforto. Ele garante que 'Viagem ao Coração do Sol' retoma ao ponto exato de oito anos atrás. “A verdade é que nunca me senti um ex-cordel e essa nomenclatura me criava uma mágoa. Mas, esse disco dá continuidade a aquilo que já fazíamos. As pessoas falam do tempo que a gente ficou separado, mas o contato continuou. Tudo que fizemos foi transformado e estamos celebrando agora", afirmou.

A partir do dia 21 de abril, o Cordel do Fogo Encantado sai em turnê pelo Brasil. A primeira cidade a receber o grupo será Salvador. No Recife, o encontro com os fãs acontece no dia 12 de maio, às 21h, no Clube Português. O valor dos ingressos varia entre R$ 40 e R$ 80.

O músico Clayton Barros, com longa carreira, iniciada com o grande sucesso do grupo Cordel do Fogo Encantado e que hoje segue em carreira solo, esteve nesta sexta (3) na redação do LeiaJa.com para uma conversa transmitida ao vivo pelo Facebook. Munido do seu inseparável violão, Clayton falou sobre o atual momento da sua carreira, a gravaçao do novo disco em andamento, seu primeiro solo, e sobre sua apresentação marcada para este sábado (4) no Guaiamum Treloso Rural.

O cantor também falou sobre seu novo projeto, o 'Violeiro elétrico', para o qual criou um traje especial. Um gibão com equipamento de som, caixas, amplificadores e até uma mesa de som - que pesa mais de 30 quilos - é a vestimenta que o tranforma no Violeiro, fazendo com que possa tocar em qualquer lugar. Confira no vídeo a entrevista exclusiva com Clayton Barros:

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A 3ª edição do OlindaSystem traz como convidado o músico, ex-Cordel do Fogo Encantado, Clayton Barros. O evento, que acontece quinzenalmente, sempre aos sabados, mistura diversas manifestações artísticas no Bike Fit Café, em Olinda.

Nesta edição, além da música, comandada por Clayton, há a exposição fotográfica O invisível aos olhos de quem vê, de Rodrigo Cavalcanti e exposição de obras e pinturas de diversos artistas plásticos. O café é decorado por intervenções urbanas de Raoni Assis; da Casa do Cachorro Preto, Gabriel Marx, conhecido mundialmente como Plic e James Duarte que está com uma mostra na Bélgica.

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Serviço

OlindaSystem com Clayton Barros

Sábado (1º) | 18h

Bike Fit Café (Ladeira da Misericórdia, 46 - Carmo)

Gratuito

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Os produtores culturais Roger de Renor e Nilton Pereira prepararam uma programação intensa para o Som Na Rural desta sexta-feira (14), a primeira edição após o incidente com a Prefeitura do Recife (PCR). O evento terá início às 19h e conta com as presenças de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner, Malícia Champignon e Grupo Bongar, entre outras atrações.

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“A programação dessa sexta-feira (14) está cheia de coisas legais. Vai ter o lançamento dos trabalhos musicais do grafiteiro Galo e do violonista Allan Sales, além das apresentações de Zé Brown, Clayton Barros, Fred Zeroquatro, Wander Wildner com a galera do Malicia Champignon e Grupo Bongar com Siba e Maciel Salú”, revela o produtor do Som Na Rural.

Entrevista: Roger de Renor critica "toque de recolher"

“Quem passar por lá vai conferir a galera do Maracatu Nação da Ilha, que faz um trabalho de formação com a meninada da Ilha de Deus. Além deles, o pessoal da Marcha das Vadias confirmou que vai encerrar a caminhada por lá e representantes dos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook farão uma fala sobre o episódio com a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (SEMOC)”, completa Roger. 

Proibição e liberação por parte da PCR

Na sexta passada (7), a SEMOC cancelou uma edição do Som Na Rural no meio da realização do evento. A medida gerou repercussão nas redes sociais e entre a classe artística, principalmente nos grupos Direitos Urbanos e Direitos Culturais do Facebook, inclusive com pedidos de exoneração do secretário João Braga por conta do caso.  

Para apagar o incêndio a Prefeitura do Recife convocou uma reunião de última hora nesta segunda (10), que contou com a presença de Roger de Renor, Nilton Pereira, dos secretários João Braga (SEMOC), Felipe Carreras (Secretaria de Turismo e Lazer) e Carlos Percol (Secretaria de Comunicação), e do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Roberto Lessa.

No encontro ficou definido que o Som Na Rural continua com o apoio da Prefeitura do Recife durante as duas próximas edições, marcadas para acontecer nesta sexta (14) e no dia 21 de fevereiro. E a partir de agora, qualquer evento cultural realizado em área pública contará com o apoio da Secretaria de Cultura do Recife para conseguir as licenças necessárias, sem muita burocracia.

O Estelita, novo espaço recifense inaugurado nesta sexta (17) no bairro do Cabanga, promove neste sábado (18) a primeira edição da festa Ocupe Estelita, às 21h, com entrada gratuita. No palco aberto se apresentam os músicos Bruno Lins (Fim de Feira), esposo da BBB Bella Maia, além de João Cavalcani (Tagore), Clayton Barros (Os Sertões) e Émerson Calado, que farão uma jam session. Enquanto isso, nos internavlos, o DJ Praga comanda as picapes.

O evento reforça o apoio ao movimento #OcupeEstelita e aos projetos urbanos sustentáveis que discutem a verticalização desenfreada no Recife. A noite representa também a celebração pela realização do projeto de Davi Santiago, idealizador da casa, morto no ano passado por um choque elétrico em fio desencapado na rua.

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Serviço

Festa Ocupe Estelita

Sábado (18) | 21h

Estelita (Rua Saturnino de Brito 385, Cabanga)

Gratuito

(81) 3106 9006

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No programa dessa semana, o jornalista Alvaro Duarte recebe o Diretor Executivo da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE), Vinícius Carvalho, e o músico Clayton Barros, integrante do grupo  "Os Sertões", que se apresentará no festival. Eles conversam sobre a configuração da edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que esse ano chega a 23ª edição, e também apontam a sua importância para a cultura do Estado.

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Considerado um dos maiores festivais do Brasil, o FIG acontece entre os dias 18 e 27 de julho e trará uma extensa programação de shows, literatura, artesanato, dança, teatro, entre muitos outros. São mais de 300 atrações divididas nos 11 polos e cinco palcos. Nomes nacionais como Caetano Veloso, Mart'nália, Ney Matogrosso e Daniela Mercury marcarão presença. Entretanto, também haverá espaço para a cultura local. Além de 'Os Sertões', a Orquestra Contemporânea de Olinda e Mundo Livre S/A também se apresentarão.

A produção audiovisual também terá espaço garantido. Isso porque mais uma vez acontecerá a Mostra de Cinema, em que farão parte os longas de sucesso, como o "Rio Doce-CDU", de Adelina Pontual.

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

As atividades do Festival Pernambuco Nação Cultural aportam no Sertão de Moxotó. Arcoverde, um dos principais polos musicais da região e importante cidade no circuito cultural de Pernambuco, será o palco principal da festa.

Nos quatro dias de evento, o município recebe a programação artística movimentada por grupos tradicionais e contemporâneos, reflexo da efervescência cultural da área. Os shows acontecem entre os dias 9 e 14 de abril e, além de Arcoverde, o município de Sertânia também sedia shows.

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A peculiaridade desta edição em Moxotó é o retorno de três arcoverdenses que ganharam o Brasil integrando a banda Cordel do Fogo Encantado e, hoje, voltam trazendo suas carreiras solo em experiências distintas, coincidentemente na mesma época.

Lirinha, Emerson Calado e Clayton Barros apresentam seus trabalhos individualmente. O primeiro, que lançou Lira - álbum aclamado pelo público, muitos deles fãs desde “Cordel” – e os dois últimos trazem os projetos “Nume” e “Os Sertões”, respectivamente.

Coreto – (Praça da Bandeira – Centro) Arcoverde

Sexta-feira, 13/04

18h - Sergio Mutreta e Larissa

19h - Roda Quarto

20h - Clayton Barros

Palco Nação Cultural – Arcoverde

Sábado, 14/04

17h - Maracatu Batuque do Sertão

18h - Nume

19h - Cacau Arcoverde e Treminhão

21h - Bande Dissinée

22h - Tibério Azul

23h - Lirinha

0h30 - Original Olinda Style

2h - Dj Patrick Tor4



Destaques também para a Mundo Livre S/A, Original Olinda Style, Dj Patrick Tor4 e Samba de Coco Raízes de Arcoverde. A programação, na íntegra, pode ser conferida na página da Fundarpe.

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