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Em meio à crescente desconfiança dos investidores em relação ao quadro fiscal brasileiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que fará "o que for necessário" para reduzir a dívida e citou, entre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, a possibilidade de "até vender um pouco de reservas".

A dívida bruta do governo deve fechar o ano em 96% do PIB, segundo projeções do Tesouro Nacional, com forte aumento provocado pelas despesas com o combate à covid-19. A previsão é que a dívida continue crescendo e ultrapasse os 100% do PIB em 2025, para só então se estabilizar e começar a cair.

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Ao mesmo tempo, o Brasil tem hoje US$ 355,5 bilhões em reservas internacionais. O governo já vendeu uma pequena parcela desse colchão de proteção contra choques externos, mas acabou recompondo parte do que havia sido vendido em meio à crise provocada pela pandemia. A gestão das reservas é feita pelo Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto.

"Nossa lógica é muito simples. A dívida tem que cair. E a maneira de fazer isso é vender ativos, privatizar, desalavancar bancos públicos, reduzir dívida interna e até vender um pouco de reservas", disse Guedes em evento promovido pelo Bradesco nesta quinta-feira, 19.

Segundo o ministro, um volume alto de reservas era necessário quando o real estava sobrevalorizado ante o dólar e a taxa de juros era mais elevada. Essa composição, frisou Guedes, mudou para um câmbio mais depreciado e a taxa de juros menor, dispensando a necessidade de um colchão mais robusto de reservas.

O ministro reconheceu que o governo não se saiu bem na promessa de privatizar, mas deixou claro que vai seguir insistindo nessa frente. "Faremos o que for necessário para reduzir a dívida", garantiu.

Após um dia agitado para a política e economia do País, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu no Twitter às falas do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que mexeram com o cenário nacional nesta terça-feira, 10.

"Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no País, uma economia frágil e um Estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal. E a todos os parentes e amigos de vítimas da covid-19 a nossa solidariedade", escreveu ele em duas postagens no Twitter.

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As duas primeiras palavras de Maia se referem a falas de Bolsonaro feitas em uma cerimônia no Palácio do Planalto na tarde de hoje. Diante da ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de aplicar sanções econômicas ao Brasil, caso não haja atuação mais firme para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia, Bolsonaro reagiu e disse que "apenas pela diplomacia" não daria. "Depois que acabar a saliva, tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem", disse Bolsonaro mais cedo.

Depois, ao se referir à pandemia de covid-19, o presidente disse que o Brasil precisa deixar de ser "um país de maricas" e enfrentar a doença. "Tudo agora é pandemia, tem que acabar com esse negócio, pô. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas", disse em cerimônia no Palácio do Planalto. Para completar, chamou a imprensa de "urubuzada".

Já o ministro da Economia disse, pela manhã, que o Brasil pode "ir para uma hiperinflação muito rápido" se não rolar a dívida satisfatoriamente. Houve reação à declaração, com alta do dólar.

Para explicar o uso de jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB) em deslocamentos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, justificou que a opção trata-se de um questão de segurança. Ele é um dos 14 ministros que viajam em aviões da Aeronáutica, contudo, as solicitações vão além da agenda oficial.

De fato, Guedes usa os aviões para participar de reuniões do governo. Porém, as solicitações se estendem para que ele participe de eventos e promova palestras. O ministro não esclareceu o uso da FAB fora do cronograma da sua pasta.

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Segundo apuração da Folha de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (3), o ministério afirmou que as solicitações de aeronaves são feitas quando "questão econômica está sendo tratada e há grande repercussão".

Recentemente, o assessor especial da Casa Civil e braço direito de Onyx Lorenzoni, Vicente Santini, foi exonerado por duas vezes após utilizar uma aeronave da FAB para retornar da Índia. Ainda assim, a sanção imposta a Vicente Santini parece ter sido uma exceção, pois a ‘farra’ de voos em aviões da Força Aérea prossegue sem impedimentos ou novas punições.

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