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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nesta quinta, 23, nota em que defende o direito de sustentação oral nos tribunais e chama atenção para o descumprimento da regra. "Infelizmente, as prerrogativas não têm sido adequadamente respeitadas, ocasionando a violação da ampla defesa em diversos casos com a supressão das manifestações verbais do profissional da advocacia", diz a nota, assinada pelo Conselho Federal da OAB e Colégio de Presidentes Seccionais da OAB.

A nota da OAB pode ser vista como mais uma resposta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. Na tarde desta quinta, 23, Moraes negou um pedido de sustentação oral durante julgamento de agravo regimental na Corte e já previu a resposta da organização dos advogados. "A OAB vai lançar outra nota contra mim, vão falar que eu não gosto do direito de defesa", afirmou.

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O ministro ainda acrescentou que a nota "vai dar mais uns 4.000 tweets dos meus inimigos. Então vamos fazer, doutor, a festa do Twitter e das redes sociais", e defendeu que, de acordo com o regimento interno do Tribunal Superior Eleitoral, acompanhando o regimento interno do Supremo Tribunal Federal (STF), não há sustentação oral em agravos.

Sem citar o ministro, um trecho nota da OAB diz respeito justamente a esse argumento. "O regimento interno de um tribunal não vale mais do que a Constituição e as leis", afirma o documento.

Como mostrado pelo Estadão, esta não é a primeira vez que a sustentação oral provoca crise na relação entre Moraes com a OAB. Há duas semanas, três iniciativas da Corte, sendo duas do ministro, foram classificadas como formas de silenciar advogados e prejudicar o trabalho deles em processos que tramitam no STF.

No dia sete deste mês, Moraes negou o pedido do defensor público Esdras Carvalho para fazer sustentação oral durante o julgamento de um habeas corpus na 1º Turma do STF. O defensor argumentou que o plenário virtual, onde o processo começou a ser julgado, garante à defesa dos réus a possibilidade de fazer sustentações orais. Ele desejava que a regra valesse também para o plenário físico.

À época, o embate sobre o regimento interno da Corte também foi central na discussão. Moraes mencionou trecho do documento que não permite sustentação oral na 1ª Turma do Tribunal.

Dois dias depois, a OAB emitiu nota afirmando que "a sustentação oral está inserida no direito de defesa, que é uma garantia constitucional e, portanto, não se submete a regimentos internos, mesmo o do STF. Tais regimentos regulamentam o funcionamento dos tribunais e não podem corrigir ou suprimir direitos constitucionais regulamentados por leis federais".

Na nota publicada nesta quinta, a OAB reforça que "utilizar a palavra nos julgamentos reflete diretamente o direito e o clamor por justiça de mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras que ali se fazem representar por seus advogados e advogadas constituídos para que cumpram múnus da salvaguarda do cidadão."

A organização dos advogados diz que vai buscar "solução" para este embate. A reportagem entrou em contato com o STF e com a OAB e aguarda retorno.

OAB acusa STF de 'mordaça' por julgamentos em plenário virtual

A Ordem dos Advogados do Brasil foi uma das principais organizações a defender o STF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente da OAB, Beto Simonetti, ficou ao lado da Corte para conter ataques antidemocráticos e respaldar decisões dos ministros, mas agora tem dito que "a defesa intransigente do Judiciário e do sistema eleitoral, feita para preservar os avanços democráticos, não significa o empoderamento dos tribunais para ignorarem as leis".

Ainda antes do episódio do início de novembro, a OAB já havia apontado outra tentativa de "mordaça" por parte do Supremo. Na ocasião, apresentou um pedido para que a então presidente do STF, Rosa Weber, revertesse a decisão de julgar no plenário virtual os réus acusados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

Para a OAB, as sessões virtuais violam o direito à ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal. A Ordem cobra que o plenário virtual só seja utilizado quando houver concordância dos advogados envolvidos nos processos.

Veja a nota da OAB na íntegra:

"A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) busca, por meio de ações e do diálogo, o fim das violações de direitos dos cidadãos representados pela advocacia. Inúmeras foram as conquistas legislativas alcançadas pela atual gestão da OAB Nacional, inclusive quanto à necessidade de sustentação oral. Infelizmente, as prerrogativas não têm sido adequadamente respeitadas, ocasionando a violação da ampla defesa em diversos casos com a supressão das manifestações verbais do profissional da advocacia.

A proteção da Constituição e da democracia deve ser feita por todos e de forma permanente, o que pressupõe a observação do devido processo legal. O regimento interno de um tribunal não vale mais do que a Constituição e as leis.

Queremos respeito às manifestações da OAB, que é a maior instituição civil do país, representa uma classe que cumpre função essencial à administração da Justiça e sempre se coloca ao lado do Estado Democrático de Direito. Essa é a visão da diretoria nacional da OAB, de todas as presidentes e de todos os presidentes de seccionais e das conselheiras e conselheiros federais da entidade.

Utilizar a palavra nos julgamentos reflete diretamente o direito e o clamor por justiça de mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras que ali se fazem representar por seus advogados e advogadas constituídos para que cumpram múnus da salvaguarda do cidadão.

A Ordem buscará a solução para essa situação, sempre por meio dos caminhos definidos pela Constituição."

Conselho Federal da OAB

Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira, 24, no plenário, às críticas que recebeu pelo voto para descriminalizar o consumo de drogas para uso pessoal.

O posicionamento gerou forte reação entre parlamentares da bancada evangélica, líderes religiosos e bolsonaristas. "O evento foi objeto de muita desinformação, potencializada pelas disputas ideológicas e moralismos que orbitam esta delicada controvérsia", disse o ministro ao acrescentar que as críticas ao tribunal são "absolutamente infundadas".

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também chegou a se manifestar publicamente contra o julgamento. O senador defende que a regulação das drogas cabe ao Congresso e não deveria estar sendo discutida no STF.

Antes da retomada da votação, Gilmar defendeu o "diálogo institucional" e negou uma invasão de competências do Legislativo: "Não houve, em nenhum momento, um gesto do tribunal em direção à liberação de entorpecentes, nem mesmo qualquer espécie de avanço indevido sobre as competência do Congresso Nacional quanto ao reconhecimento do caráter ilícito do porte drogas, ainda que para consumo próprio."

O ministro também afirmou que o julgamento tem sido alvo de fake news. "Como se a proposta apresentada representasse um aceno do Poder Judiciário à liberação das drogas ou um salvo-conduto para o uso indiscriminado em vias públicas de substância psicotrópicas", reagiu. "Não há um direito a drogar-se e permanecer drogado."

O decano também voltou a defender que os esforços no combate às drogas drogas sejam deslocados do campo penal para o da saúde pública. "É necessário conjugar esforços para, sem moralismos ou preconceitos, arquitetar uma solução multi-disciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção ao uso de drogas, atenção especializada e reinserção social", sugeriu. "O que se busca é uma solução eficaz e constitucionalmente adequada desse grave drama social."

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin publicou uma nota nesta quarta-feira, 23, rebatendo as críticas feitas em relação ao seu voto no caso da equiparação da homotransfobia ao crime de injúria racial. Único a votar contra, o novo magistrado justificou que não é contrário ao mérito da causa e que seu voto teve razões técnicas. "O mérito do julgamento não poderia ser alterado por embargos de declaração (tipo de recurso que estava em análise), que servem apenas para esclarecer omissão, obscuridade, contradição ou erro material no julgado", diz a nota veiculada pelo seu gabinete.

Nesta terça, 22, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou um mandado de injunção (tipo de ação constitucional usada para questionar lacunas da lei) e equiparou a ofensa à honra de pessoas LGBT+ ao crime de injúria racial. Em 2019, a Corte decidiu aplicar a legislação do crime de racismo à homofobia e à transfobia. O argumento da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), autora do pedido julgado nesta terça, é de que a decisão de 2019 não era clara sobre os crimes contra a honra - calúnia, injúria e difamação.

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A ABGLT opôs embargos de declaração sobre a decisão de 2019. Por isso, o julgamento desta terça é um desdobramento dentro do mesmo processo. Nove ministros votaram a favor do pedido da Associação. André Mendonça se declarou impedido e não votou. Apenas Zanin foi contra. O placar foi de 9 a 1.

"O recurso em julgamento busca, a meu ver, rediscutir e ampliar o mérito do presente writ (mandado) injuncional, extrapolando a própria decisão então proferida pelo Plenário desta Corte e os limites dos pedidos fixados na petição inicial", diz o voto dissidente. Em outro trecho, Zanin disse que os embargos da ABGLT são "clara hipótese de rejulgamento e ampliação do mérito do julgado".

O voto de Zanin foi alvo de duras críticas nas redes sociais. Usuários apontaram que o novo ministro seria contra a tipificação dos crimes contra a honra de pessoas LGBT+. "O voto deixa clara a importância que o ministro confere ao tema", diz a nota.

Em outro trecho, o gabinete de Zanin explica: "o mérito do julgamento não poderia ser alterado por embargos de declaração, que servem apenas para esclarecer omissão, obscuridade, contradição ou erro material no julgado. E, na visão do Ministro Zanin, não haveria a obscuridade apontada pelo Ministro Fachin, relator do recurso".

Leia a íntegra da nota do gabinete do ministro Cristiano Zanin:

Foi publicado em algumas matérias que o voto do Ministro Cristiano Zanin no recurso de embargos de declaração opostos contra decisão do Plenário do STF no julgamento do Mandado de Injunção 4733 foi contrário a tipificação da homotransfobia como injúria racial.

Tal informação não procede!

O voto deixa claro a importância que o Ministro confere ao tema, no entanto, ele entende, e transcreve de forma fundamentada em seu voto, que o mérito do julgamento não poderia ser alterado por embargos de declaração, que servem apenas para esclarecer omissão, obscuridade, contradição ou erro material no julgado. E, na visão do Ministro Zanin, não haveria a obscuridade apontada pelo Ministro Fachin, relator do recurso.

 

 Silvana Taque, mãe de Larissa Manoela, decidiu dar sua versão da briga com a filha em uma entrevista na televisão. A pedagoga falou sobre o assunto com Chris Flores para os programas Domingo Legal e Fofocalizando.  Durante a gravação, ela se emocionou e passou mal.

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Na entrevista, Silvana negou as acusações feitas pela filha, alegando que nunca quis o dinheiro para si, nem sequer negou o acesso de Larissa ao seu patrimônio. Ela também admitiu que as acusações de Larissa filha, feitas no Fantástico, programa exibido pela TV Globo, lhe deixaram abalada. "Ela sempre pôde comprar tudo o que ela quisesse, de qualquer valor, inclusive carro. Bolsa e sapatos eram bem mais caros que um milho na praia. A partir do momento em que ela fez 18 anos, ela sempre teve cartão de crédito black, entre outros cartões também", revelou.

Emocionada e chorando muito, Silvana passou mal e falou sobre a saudade da filha, com quem não mantém contato há meses. Em frente às câmeras, ela implorou pelo perdão da artista. "Eu só peço a Deus que nos dê forças para que juntos encontremos uma solução pra trazer ela de volta", disse

Na última quarta-feira (9), Simaria Mendes decidiu abrir uma caixinha de perguntas nas redes sociais para interagir com os seguidores e acabou ficando incomodada com os questionamentos que recebeu - em especial um relacionado à sua vida amorosa.

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Apesar de ter se divertido nos Stories do Instagram, a cantora deu uma resposta para lá de direta a um internauta que ficou curioso sobre a sua relação com o empresário Ailton Maranhão.

"Boato ou verdade o suposto romance entre você e o Ailton Maranhão?", perguntou o seguidor.

Sem pensar duas vezes, Simaria disparou: "Não sei quem é esse rapaz. Já arrumaram tanto noivo para mim. É cada bofe lindo, de destronar o Brasil, o grito do país. Toma vergonha, vocês! Me respeita como mulher. Onde é que vocês me viram agarrada com alguém?"

Vale lembrar que a cantora não assumiu nenhum relacionamento desde o divórcio do espanhol Vicente Escrig.

A defesa do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), emitiu nota em que declara que 'todas as movimentações financeiras são regulares e encontram amparo nas reservas financeiras e no patrimônio familiar' do militar. O posicionamento é uma resposta ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado na semana passada que aponta 'movimentações atípicas' na conta bancária de Cid, que teria recebido depósitos de R$ 1,4 milhão em seis meses.

Segundo a defesa, a quebra de sigilo financeiro de Cid já foi alvo de apuração da Polícia Federal em 2021. 'Pela absoluta normalidade das transações, a autoridade policial não encontrou quaisquer indícios de ilegalidade e não procedeu com qualquer investigação nesse sentido', afirma. O levantamento produzido pelo Coaf, no entanto, parte da análise da movimentação bancária do militar no período de julho de 2022 a maio deste ano.

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Na nota, a defesa aborda ainda as movimentações financeiras que têm circulado na imprensa, como o fato de Cid ter enviado R$ 368 mil para os EUA em remessa 'atípica' enquanto o ex-presidente Bolsonaro já estava no país. A defesa afirma que o envio de dinheiro para o exterior foi uma 'transferência de patrimônio, devidamente declarada, de sua conta no Brasil para conta de mesma titularidade nos Estados Unidos'.

Os advogados ainda apontam resgates de investimentos para 'quitação de contas familiares' e 'aquisição de imóvel', além da tomada de um 'empréstimo familiar'. Tudo 'devidamente declarado'. O documento do Coaf afirma que a 'movimentação elevada' pode 'constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se'.

Em seu relatório, o Coaf destrinchou a vida financeira de Cid e apontou quatro nomes que chamaram a atenção dos servidores - um militar preso pela Polícia Federal; um "caixeiro viajante", comerciante que faz negócios fora da cidade ou região em que mora; um ourives, que produz ou vende metais preciosos; e um empresário, tio da mulher de Cid.

Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército, suspeito por falsificar cartões de vacina de covid-19, além de documentos da própria família de Bolsonaro. O tenente-coronel também esteve envolvido no caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que o ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o Brasil. Como mostrou o Estadão, o ajudante de ordens e "faz-tudo" do ex-chefe do Executivo foi o primeiro a ser escalado para resgatar pessoalmente as pedras preciosas.

No dia 11 deste mês, o militar foi ouvido pela CPMI dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, mas ficou em silêncio durante todo o depoimento. No dia 13, a Comissão Parlamentar apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) denúncias contra Cid por supostamente ter descumprido a ordem da ministra Cármen Lúcia que o obrigava a falar a verdade em perguntas que não o incriminassem.

Em uma provocação ao ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse neste domingo (21) que Curitiba 'não tem o germe do fascismo'.

"Curitiba tem o germe da democracia, da honestidade, da integridade e do combate à corrupção", escreveu nas redes sociais depois de participar de um ato na cidade contra a decisão que o deixou inelegível pelos próximos oito anos.

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A publicação faz referência à entrevista de Gilmar Mendes ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no início do mês. O ministro afirmou que Curitiba foi o 'germe do fascismo' e ajudou a eleger o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018.

Ao discursar para apoiadores no ato desse domingo, Dallagnol já havia atacado o ministro. O ex-procurador afirmou que outros parlamentares que fizeram críticas a tribunais superiores podem ser cassados.

"Eu acredito na liberdade de ter um Supremo Tribunal com um ministro que não diga que Curitiba é o germe do fascismo. Porque eu quero dizer para você: Curitiba não é o germe do fascismo. Curitiba é o ambiente da democracia", disparou.

A decisão de cassar o mandato de Dallagnol é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os ministros entenderam que ele tentou burlar a Lei da Ficha Limpa.

O ex-chefe da Lava Jato ainda pode tentar reaver o mandato, mas precisa aguardar fora do cargo. Os recursos podem ser enviados ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal. As chances de vitória, no entanto, são consideradas pequenas: o julgamento na Corte Eleitoral foi unânime e o STF tem maioria anti-Lava Jato - ala liderada justamente por Gilmar Mendes.

O deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse nesta terça-feira, 16, que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar seu mandato foi uma ‘canetada’ e contraria a lei e a Justiça.

O julgamento foi unânime e, além de anular o registro da candidatura do ex-procurador, também o deixa inelegível por oito anos.

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Dallagnol foi eleito com 344.917 votos, a maior votação no Paraná. Pela decisão, os votos vão para a legenda. O ex-procurador afirma que as vozes dos seus eleitores foram ‘caladas’.

"Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro", disse em nota.

O TSE considerou que Dallagnol tentou burlar a Lei da Ficha Limpa. Os ministros concluíram que ele pediu exoneração quase um ano antes da eleição para se livrar de procedimentos disciplinares que, se avançassem, poderiam impedir sua candidatura.

Quando pediu exoneração, em novembro de 2021, o então procurador era alvo de reclamações e sindicâncias por suspeita de grampos clandestinos, violação de sigilo funcional, improbidade administrativa, abuso de poder e quebra de decoro.

"O pedido de exoneração teve o propósito claro e específico de burlar a incidência da inelegibilidade", afirmou o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, no julgamento. "Foram inúmeras as apurações iniciadas com esteio em indicações robustas de práticas irregulares."

Dallagnol ainda pode recorrer, ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas precisa aguardar o desfecho do caso fora do cargo.

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo defendeu ao Supremo Tribunal Federal a rejeição de pedido para incluir a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia como investigados no inquérito das milícias digitais. A solicitação partiu da bancada do PSOL na Câmara, que viu 'intentona antidemocrática' dos aliados do presidente Jair Bolsonaro em vídeos em que 'convocam' as Forças Armadas a não reconhecerem a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas e a promoverem 'intervenção'.

Braço-direto do procurador-geral da República Augusto Aras, Lindôra argumentou que as imputações feitas pelos parlamentares da oposição contra os bolsonaristas 'não veiculam elementos concretos e reais de inserção em uma organização criminosa que atenta contra a Democracia e o Estado de Direito' e assim não devem ser apuradas no inquérito das milícias digitais.

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Os parlamentares do PSOL pediam investigação sobre o vídeo em que Zambelli questiona se os generais das Forças Armadas 'vão querer prestar continência a um bandido' no dia 1º de janeiro, data da posse do presidente eleito. "Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?", afirma.

Com relação a Malafaia, os parlamentares do PSOL impugnaram gravação que cobra uma reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra decisões de Alexandre. "Senhor presidente Jair Messias Bolsonaro, o senhor é o presidente em exercício, o senhor tem poder de convocar as Forças Armadas para colocar ordem na bagunça que esse ditador fez", disse, em referência a Alexandre. "Presidente Bolsonaro, como o senhor vai passar para a história? Omisso? Covarde? Ou como alguém que usa o seu poder legal", completou.

Ao Supremo, a bancada do PSOL na Câmara sustentou que as "intenções de ruptura democrática" são "nítidas" e que as manifestações extrapolam a liberdade de expressão.

No parecer enviado à Corte máxima na quarta-feira, 7, a vice-PGR sustentou que já há um procedimento em tramite na Corte que trata do vídeo em que Zambelli incitou generais a não reconhecerem o governo de Lula. A petição é sigilosa e foi autuada no STF no dia 11 de novembro.

Lindôra ainda argumentou que é 'inadmissível a intervenção parlamentar' no inquérito. "Portanto, dada a ausência de legitimidade processual dos parlamentares peticionantes, a falta de conexão das notícias-crimes com o objeto da presente apuração e, no caso das autoridades com prerrogativa de foro, a existência de outros procedimentos acerca dos mesmos fatos relatados, cumpre seja negado seguimento às petições incidentais, com o consequente desentranhamento dos autos", argumentou.

O pedido de arquivamento feito pela vice-PGR também abarca um pedido do deputado Marcelo Calero para que fosse aberta investigação em face do ministro do Tribunal de Contas da União João Augusto Ribeiro Nardes em razão de áudio atribuído ao magistrado com 'declarações incompatíveis com o Estado Democrático de Direito'.

Assim como no caso de Zambelli, Lindôra sustentou que já há uma petição em tramite no Supremo que versa sobre os mesmos fatos. O pedido de investigação em questão partiu do senador Randolfe Rodrigues e foi apresentado no bojo do inquérito das milícias digital. A Procuradoria-Geral da República pediu a redistribuição do caso ao ministro André Mendonça, sob a alegação de que não há 'elementos concretos de conexão' para que a solicitação fosse apresentada no âmbito da apuração sobre ataques aos ministros do STF.

A psicóloga e influencer Heloísa Bolsonaro, mulher do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), divulgou, nesta quinta-feira (1º), uma nota em que tenta explicar a viagem que ela e o filho do atual chefe do Executivo fizeram para assistir à Copa do Mundo no Catar.

Além de provocar críticas de opositores de Eduardo e do presidente Jair Bolsonaro (PL), a ida também resultou em uma avalanche de comentários de bolsonaristas insatisfeitos, que têm boicotado os jogos da Copa e protestado contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em frente a quartéis e rodovias.

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"Ter ido para a Copa, representando nosso Brasil, foi algo organizado para ser vivido num momento de felicidade. Quando tivemos o resultado da eleição ficamos arrasados e sem clima para nada. Por várias vezes discutimos 'qual o clima de irmos viajar?'. Mas não viemos apenas para assistir um jogo. Quem só enxerga isso, não vê adiante o que existe por trás", afirmou Heloísa em uma postagem no Instagram.

"Eduardo é uma figura que transita muito bem internacionalmente e independentemente do que possa acontecer no Brasil, mais do que nunca, é preciso manter isso. Não é sobre futebol. Essa é uma visão muito simplista", declarou ela. O filho "03" do presidente foi o responsável durante o governo do pai por articular reuniões com representantes de direita e extremistas da política mundial, como Steve Bannon, que foi estrategista do ex-presidente americano Donald Trump.

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Em nota, a Câmara declarou que o deputado "informou, no dia 23 de novembro, à Presidência da Câmara dos Deputados que ficará ausente do país entre os dias 23 de novembro e 5 de dezembro, quando estará em viagem de caráter particular ao Oriente Médio". De acordo com a Casa Legislativa, a viagem dele não foi bancada com recursos públicos. "Não há ônus para a Casa", afirmou a instituição. Questionada pelo Estadão, a Câmara se recusou a enviar o ofício em que o deputado informa isso e alegou que é "um ofício interno".

Pen drives

Na terça-feira (29), Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo comentando a viagem e disse, com uma mão cheia de pen drives, que uma das razões da ida ao Catar foi mostrar a "situação do Brasil" para representantes de outros países. O vídeo virou piada nas redes sociais, com mensagens dizendo que o deputado foi ao país para vender pen drives e que ele desconhece a tecnologia de armazenamento e compartilhamento por nuvem. "Quem está zombando do pen drive não faz ideia de que certas conversas e certos assuntos só podem ocorrer pessoalmente e com o conteúdo em mãos", afirmou a psicóloga.

Heloísa, que costuma compartilhar rotineiramente sua vida pessoal no Instagram, afirmou que reduziu as postagens com esse teor após o sogro ter perdido para Lula na eleição presidencial deste ano. "Desde o resultado das eleições tenho usado meu perfil de Instagram praticamente para fins de trabalho. Parei de dividir meu dia a dia como antes fazia, por simplesmente as coisas não estarem normais, nem bem e nem feliz", disse.

De acordo com ela, a viagem ao Catar não foi feita de forma sigilosa. A ida dela e de Eduardo Bolsonaro ao mundial de futebol só foi descoberta após eles aparecerem em uma transmissão da Fifa na segunda-feira (28), durante o jogo entre Brasil e Suíça. "Eduardo e eu fomos assistir ao jogo do Brasil na área de convidados da Fifa, cercados de imprensa. Não estávamos disfarçados, tiramos fotos com vários brasileiros. O tal flagra não foi um flagrante, foi algo esperado visto que estávamos em um lugar público e de holofotes".

Pagamento parcelado

Ela também negou que recursos públicos tenham sido usados para financiar a ida ao país árabe. "Uma viagem ao Catar não é planejada em um mês. Assumimos o compromisso com o anfitrião 1 ano atrás e no início deste ano começamos a pagar parcelado. Não houve ônus para Câmara e nem jatinho privado, como a esquerda começou a inventar".

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA), de que está faltando um "ministro da Fazenda" para facilitar o andamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição. Para ela, o impasse ocorre por falta de articulação política no Senado.

"Não vejo isso, articulação política se dá no Congresso independentemente de quem é o ministro. Temos de respeitar o tempo do presidente Lula [para indicar os ministros]. Não sei porque essa ansiedade toda", afirmou Gleisi. "Está faltando articulação política no Senado, por isso acho que nós travamos na PEC. Não é falta de ministro."

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Ela lamentou o fato de Lula não ter podido estar em Brasília para ajudar na articulação da PEC por questões de saúde - devido a uma cirurgia na garganta no domingo, ele adiou para a próxima semana a viagem à Capital Federal, prevista inicialmente para esta semana.

Apesar da demora na apresentação da PEC, Gleisi disse que aposta na "solução política" para garantir recursos para o Bolsa Família de R$ 600 no ano que vem, mas disse que, se isso não for possível, o novo governo buscará outras saídas.

A presidente do PT minimizou o novo adiamento do texto, que está previsto para ser protocolado até terça-feira que vem. "Estamos fazendo as conversas no Congresso Nacional, acertando bem o texto. É importante ajustar para que possamos ter tramitação célere e aprovar a matéria", completou.

Gleisi falou rapidamente com a imprensa depois de assistir à estreia do Brasil na Copa do Catar com outros integrantes da equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Ela comemorou o resultado - o Brasil venceu a Sérvia por 2 a 0 - e, questionada sobre a substituição de Neymar, que apoiou o presidente Jair Bolsonaro nas eleições, disse: "Foi tarde."

Um dia após a divulgação de um vídeo no qual o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso retruca um apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em Nova York, as expressões "Perdeu, Mané" e "Não amola" se mantiveram no topo do ranking dos assuntos mais comentados do Twitter. Juntos, os termos acumulam quase 620 mil menções.

No trecho, um eleitor do atual presidente acompanha o ministro, que caminha ao lado de outros magistrados pelas ruas de Nova York, com questionamentos sobre as urnas eletrônicas.

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"O senhor vai responder às Forças Armadas? Vai deixar o código fonte ser exposto? O Brasil precisa dessa resposta ministro, com todo respeito", questiona. "Por favor, Barroso, responde para a gente", pede o bolsonarista.

O ministro, então, responde: "Perdeu, mané. Não amola."

"Agora a qualquer mimimi de bolsonarista eu vou responder com 'perdeu, mané, não amola'. Obrigado, Barroso!", escreveu um internauta na rede. "Barroso foi até elegante para tratar golpista que pede intervenção federal. Perdeu, mané!", publicou outro perfil.

Barroso foi aos Estados Unidos junto de outros ministros do STF para participar de um evento promovido pelo grupo Lide - Grupo de Líderes Empresariais. No vídeo, é possível ver também o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, que tem sofrido ameaças por sua condução do processo eleitoral deste ano.

As campanhas dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) entraram em acordo nesta sexta-feira, 28, e abriram mão dos direitos de resposta pendentes de análise pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte aprovou o acordo em sessão extraordinária realizada há pouco.

Segundo Tarcísio Vieira, advogado da campanha de Bolsonaro, eram 56 pedidos de direito de resposta de Lula, e 31 do atual presidente.

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A sessão de hoje foi convocada para analisar, de forma definitiva, o direito de resposta de Bolsonaro que foi suspenso na manhã de hoje. As campanhas concordaram em retirar também este pedido.

O último bloco de propaganda eleitoral será transmitido daqui a pouco, às 20h30. O acordo não interfere na veiculação de direito de resposta já concedido a Bolsonaro no bloco de Lula da noite de hoje.

"Chegamos à conclusão de que, para tranquilizar esse final de campanha, a melhor coisa seria abrir mão, reciprocamente, dos novos pedidos e com isso encerrar essa contenda", disse o advogado de Lula, Eugênio Aragão. "Não conseguimos chegar a um acordo relativo às inserções de rádio, mas estamos tranquilos em relação a isso", acrescentou.

"Com isso, ambas as candidaturas acreditam ter colaborado para que o encerramento dessa fase se dê em clima de paz e normalidade em respeito ao TSE, ao eleitor e à democracia em sentido material", destacou o advogado de Bolsonaro.

O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, já havia se reunido com os advogados das campanhas na semana passada para pedir "mais civilidade" e propôs um acordo para a desistência dos pedidos. Na ocasião, a proposta não foi aceita.

Na sessão de hoje, Moraes agradeceu "pela prontidão e a rápida resposta" da equipe jurídica dos dois candidatos.

O ministro encerrou a sessão dizendo que tem "absoluta certeza que domingo será um dia de festa, festa da democracia e do respeito à escolha popular".

"Os 15 milhões de brasileiros, após a proclamação dos resultados, respeitarão os resultados das nossas eleições", ressaltou.

O empresário Thiago Brennand publicou nesta terça, 25, mais um vídeo em seu canal do Youtube, onde volta a rebater as acusações que o cercam por crimes sexuais e agressões. Brennand está em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes, aguardando o processo de sua extradição para o Brasil, onde está com a prisão decretada. Ele começa sua fala afirmando que seus vídeos foram apagados da plataforma e que, diferentemente do que teria sido veiculado pela imprensa, não viveria de uma herança.

Brennand exibe prints de um contrato em seu nome, no qual teria recebido R$ 20 milhões e diz que seu pai foi 'o maior contribuinte' de ISS do Estado do Pernambuco.

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Ele volta a atacar a advogada e ex-promotora do Ministério Público de São Paulo Gabriela Manssur, que representa algumas mulheres que o acusam de crimes sexuais. Brennand se refere à advogada como 'professora de abuso de poder' e comenta a candidatura dela ao cargo de deputada federal. "Nunca usei o erário para me candidatar, nunca participei de conluio nenhum."

Brennand dirige impropérios à ex-promotora, a quem chama de 'babaca'. Afirma sofrer perseguição. "Se fazem isso comigo, imagina o que não fazem com uma pessoa que não tem voz."

Ele manda um recado a Gabriela Manssur, em referência às mulheres que o acusam e para as quais a ex-promotora advoga. "Pare de arregimentar esse rol de prostitutas que está feio." Ele mostra uma foto de Gabriela e, em seguida, coloca a legenda 'não é um traveco, prometo'.O empresário também ataca o advogado Marcio Janjacomo, que atua representando algumas vítimas, dizendo que ele 'sequer frequentou as aulas de português' e 'pega prostitutas e chama isso de agência de modelos'. Brennand chega a mencionar o nome de uma das vítimas afirmando que ela pegou seu dinheiro duas vezes.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubo, também é mencionado no vídeo. Além de ser chamado de 'canalha', 'covarde', 'vagabundo' e 'bunda mole', Brennand afirma que ele faria parte de um conluio para incriminá-lo injustamente. "Sarrubo, aparece aí, que vou contar da nossa briga lá pela FAAP. Se vocês quiserem me chamar pra uma live, eu faço'", desafia.

Ele cita novamente a advogada Dora Cavalcanti, que assumiu a defesa dele por um breve período. "Canalha, petralha. Deve estar alinhada com a Gleise e com o pessoal do ministério."

O vídeo também contém um apelo ao atual governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Brennand critica o fato de ele ter supostamente 'cogitado Gabriela Manssur como sua vice durante a campanha' e de ter 'prometido a ela uma secretaria se ela perdesse as eleições'.

A respeito das ordens de prisão que pairam contra ele - uma da juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Erika Mascarenhas, e outra do e outra do juiz da 1ª Vara de Porto Feliz, Jorge Panserini - ele diz que 'só falta me colocar de castigo embaixo de uma árvore'.

Em vários momentos, o empresário se refere às pessoas a quem ele atribui a perseguição como partidárias do petismo, organizadas para incriminá-lo injustamente. Ele afirma que Manssur usa uma 'toga vermelha', que os jornalistas 'vivem num mundinho tão maluco' e que 'jamais houve um pai como eu. Tudo que eu faço, eu faço com amor'.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antecipou o julgamento, no plenário virtual, das decisões que deram ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o direito de ocupar a maior parte das inserções da propaganda do presidente Jair Bolsonaro na reta final da campanha. A ministra Maria Cláudia Bucchianeri, do TSE, levou ao plenário virtual da Corte, à meia-noite desta sexta, 21, o caso em que ela autorizou a campanha do petista a usar o direito de resposta em 164 inserções de 30 segundos no programa eleitoral de Bolsonaro na TV.

Na noite de quinta-feira, 20, a ministra suspendeu sua própria decisão para levar o caso à apreciação de todos os ministros da Corte. O plenário físico só se reuniria na próxima terça-feira, a cinco dias do segundo turno. Ao submeter o processo ao plenário virtual, a definição sobre o tema será antecipada, faltando pouco mais de uma semana para o término da campanha. O TSE vive uma crise em torno das decisões de direito de resposta. Os despachos dos ministros têm sido classificados como censura por apoiadores do presidente.

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As decisões que concederam direito de resposta majoritariamente a Lula deram ao petista ampla vantagem na veiculação da propaganda eleitoral na reta final da campanha. Lula e Bolsonaro tinham direito a 225 inserções cada um. A partir da primeira decisão do TSE, o petista passaria a ter direito de divulgar sua candidatura em 395 inserções. Ao presidente, candidato à reeleição, restariam apenas 55 propagandas de 30 segundos.

Na quinta-feira, Moraes promoveu uma reunião com as equipes jurídicas das campanhas de Lula e de Bolsonaro. O objetivo do presidente do TSE era costurar um armistício, para evitar a disseminação de notícias falsas e desinformação. Não houve acordo.

Em Juiz de Fora (MG), o Lula avisou que quer ter seu direito de resposta garantido, como reconheceu a primeira decisão da ministra do TSE. "Não tem acordo. Se nós ganhamos, ele que utilize os 14 (direitos de resposta) dele e a gente os nossos 184", afirmou.

As duas campanhas aumentaram ataques nas propagandas em rádio e TV que, na avaliação da Corte, muitas vezes distorcem fatos e manifestações, reproduzindo fake news. O Estadão apurou que na próxima semana, a última desta eleição, os comitês dos dois candidatos devem lançar acusações com ataques pessoais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianieri acolheu recursos pedidos pela campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspendeu, na noite desta quinta-feira (20), os direitos de resposta concedidos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que totalizam 164 inserções de 30 segundos no que seria originalmente parte do programa televisivo do chefe do Executivo.

Como efeito, Bolsonaro pode veicular suas inserções no horário político gratuito. Bucchianieri dividiu a responsabilidade com a turma de juízes da Corte e abriu um prazo de 24 horas para que as campanhas de Lula e Bolsonaro se manifestem.

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Uma representação da Coligação Brasil da Esperança aponta suposta veiculação de desinformação e ofensas contra a honra da coligação e de Lula em diferentes inserções da campanha de Bolsonaro na TV ao longo de sete dias. Algumas das peças associam o petista à criminalidade. Somadas, as inserções podem chegar a mais de 1h concedida a campanha do ex-presidente.

Em direito de resposta por ter sido chamado de "ex-presidiário" por Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que foi preso para facilitar a eleição do atual presidente da República. O petista ainda pontuou estar "mais limpo que ele ou qualquer parente dele".

"Ele sabe a razão pelas quais eu fui preso. Foi para ele se eleger presidente da República porque era preciso tirar o Lula do processo. Eu, nesse processo todo, estou mais limpo do que ele ou qualquer parente dele. Fui julgado e considerado inocente pela Suprema Corte", destacou durante participação no primeiro debate presidencial na TV, na Band.

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Lula ainda provocou o adversário ao dizer que, se eleito, vai "apagar todos os sigilos" decretados pelo candidato à reeleição em "um decreto só".

A socióloga Rosângela "Janja" da Silva, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rebateu a publicação da primeira-dama Michelle Bolsonaro que compartilhou, nesta terça-feira, 9, um vídeo em uma rede social em que associa religiões de matrizes afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda, às "trevas". As imagens resgatam a participação de Lula durante um encontro com grupos de religiões africanas em Salvador.

"Eu aprendi que Deus é sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e de respeito. Não importa qual a religião e qual o credo. A minha vida e a do meu marido sempre foram e sempre serão pautadas por esses princípios", escreveu Janja, esposa de Lula, no Twitter.

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O vídeo foi inicialmente divulgado pela vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos-SP) no Instagram nesta segunda-feira. Nele, Lula aparece diante de uma religiosa recebendo pipoca sobre a cabeça. "Lula já entregou sua alma para vencer essa eleição", escreveu a vereadora bolsonarista. Michelle então recompartilhou no Instagram. "Isso pode, né? Eu falar de Deus, não", questionou.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu o ator norte-americano Leonardo DiCaprio, após o astro usar as redes sociais nessa terça-feira (26) para denunciar o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira, usando dados do próprio governo brasileiro. “Qual a extensão do desmatamento na Amazônia, um dos lugares mais importantes do planeta para pessoas e vida selvagem?”, questionou o ator em uma postagem no Twitter, feita em português e em inglês. 

A publicação do ativista estadunidense compartilhou um levantamento do Projeto Mapbiomas, rede colaborativa que pesquisa e divulga dados sobre o uso da terra e as mudanças climáticas, e que mapeou a mineração e o desmatamento na Amazônia nos últimos três anos. 

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Em resposta, Bolsonaro escreveu, em inglês: “Você de novo, Léo? Assim, você se tornará meu melhor cabo eleitoral, como dizemos no Brasil! Eu poderia dizer a você, novamente, para desistir de seu iate antes de dar uma palestra ao mundo, mas eu conheço os progressistas: você quer mudar o mundo inteiro, mas nunca a si mesmo, então vou deixar você se safar”. Confira os tuítes originais a seguir (a tradução pode ser encontrada abaixo). 

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O mandatário brasileiro também acusou o ator de estar ignorando incêndios na Europa e nos Estados Unidos. “Alguém pode se perguntar se você é obcecado pelo meu país (ou seus recursos) ou se acredita que o Brasil é o único na Terra”, escreveu Bolsonaro. 

O presidente ainda disse que o Brasil continuará sendo “a nação que mais preserva” e atacou o trabalho do artista: “Você pode continuar brincando com seus brinquedos de estrelas de Hollywood enquanto fazemos nosso trabalho”. 

“Se estiver ao seu alcance, adoraríamos vê-lo parar de espalhar informações erradas. No passado recente, você usou uma imagem de 2003 para falar sobre os incêndios florestais na Amazônia supostamente acontecendo em 2019 e foi exposto, mas eu o perdoei. Então, por favor, vá e não peque mais”, ironizou, citando uma passagem bíblica. 

Confira a tradução dos tuítes de Bolsonaro: 

“Você de novo, Leo? Assim, você se tornará meu melhor cabo eleitoral, como dizemos no Brasil! Eu poderia dizer a você, novamente, para sair do seu iate antes de dar uma palestra ao mundo, mas eu conheço os progressistas: vocês querem mudar o mundo inteiro, mas nunca a si mesmos, então vou deixar você se safar. 

Cá entre nós, é estranho ver um cara que finge amar o planeta dando mais atenção ao Brasil do que aos incêndios que prejudicam a Europa e seu próprio país. Alguém pode se perguntar se você é obcecado pelo meu país (ou seus recursos) ou se acredita que o Brasil é o único na Terra. 

Mas não se preocupe, Leo, ao contrário dos lugares que você finge não ver fazendo brilhantemente o papel de um cego, o Brasil é e continuará sendo a nação que mais preserva. Você pode continuar brincando com seus brinquedos de estrelas de Hollywood enquanto fazemos nosso trabalho. 

Na verdade, no meu governo a média de desmatamento é bem menor do que era no passado, quando estava no poder o bandido [Lula] que virou candidato e que seu camarada brasileiro apoia. 

É claro que todos os que atacam o Brasil e sua soberania em prol da sinalização da virtude não têm a menor ideia do assunto. Eles não sabem, por exemplo, que preservamos mais de 80% de nossa vegetação nativa ou que temos a energia mais limpa entre as nações do G20. 

Também está claro que você não sabe que meu governo anunciou um novo compromisso para erradicar o desmatamento ilegal até 2028, e não até 2030 como a maioria dos países. Ou talvez você saiba disso, mas por algum motivo finja ser ignorante. Espero que você não esteja recebendo muito por este papel. 

Se estiver ao seu alcance, adoraríamos vê-lo parar de espalhar informações erradas. Recentemente, você usou uma imagem de 2003 para falar sobre os incêndios florestais na Amazônia supostamente acontecendo em 2019 e foi exposto, mas eu o perdoei. Então, por favor, vá e não peque mais. 

A propósito, o que você acha sobre o sucesso do mercado de carvão na Europa? E a Greta Timberlake, você sabe o que ela tem feito ultimamente e o que ela tem a dizer sobre isso? Se eu estivesse fazendo um churrasco na minha casa, tenho certeza de que ela estaria gritando ‘Como você se atreve?’”. 

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta sexta-feira (1°) a adoção de medidas "urgentes" para conter a propagação da varíola do macaco na Europa, onde os casos triplicaram nas últimas duas semanas.

"É imperativa uma ação urgente e coordenada" nos próximos meses para evitar que a doença se espalhe "em áreas geográficas maiores", alertou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri Kluge, em comunicado.

De acordo com os dados mais recentes da agência da ONU, a Europa contabiliza cerca de 4.500 casos de varíola do macaco, três vezes mais do que em meados de junho.

Esse número corresponde a 90% dos registrados mundialmente desde meados de maio, quando a doença, até então considerada endêmica apenas em cerca de dez países africanos, começou a ser notificada na Europa.

Até agora, 31 países europeus registraram casos.

A varíola do macaco, ou ortopoxvírus símio, foi identificada em humanos em 1970 e é considerada menos perigosa que a varíola, da mesma família, erradicada em 1980.

No sábado (25), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o surto de varíola do macaco era uma ameaça à saúde muito preocupante, mas que no momento não representava uma emergência global de saúde pública.

Apesar desta decisão, "a evolução rápida e a natureza urgente deste evento significa que o comitê (de especialistas) irá reexaminar seu posicionamento em breve", informou a OMS Europa.

O Reino Unido tem o maior número de casos até ao momento (1.076 segundo as autoridades britânicas), à frente da Alemanha (838), Espanha (736), Portugal (365) e França (350), de acordo com dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

A doença é transmitida por contato muito próximo e 99% dos casos atuais dizem respeito a homens jovens (20 a 40 anos), segundo a OMS.

A agência da ONU recomendou que os países intensifiquem a vigilância da doença, incluindo seu sequenciamento, e obtenham capacidade para diagnosticá-la e responder a ela.

A OMS também incentivou os países a se comunicarem com os grupos afetados e o público em geral.

Nesta sexta-feira, o laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, único a fabricar uma vacina já aprovada especificamente contra a varíola do macaco, anunciou uma nova entrega de 2,5 milhões de doses para os Estados Unidos.

Esse lote se soma a um primeiro pedido de 500.000 doses das autoridades americanas feito há algumas semanas para esta vacina, comercializada sob o nome de Jynneos nos Estados Unidos, enquanto na Europa é chamada Imvanex.

Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, linfonodos inchados, dores musculares e falta de energia.

Erupções cutâneas aparecem em seguida no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés; lesões, pústulas e, finalmente, crostas. Geralmente a doença se cura em cerca de três semanas.

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