Tópicos | João Alberto Silveira Freitas

Cerca de 50 manifestantes se reuniram, na manhã deste sábado (21), em frente ao Carrefour de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, para protestar contra o racismo.  O ato, pacífico, chama atenção para o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por dois seguranças da rede, em Porto Alegre.

Aos gritos de 'fecha Carrefour' e 'Carrefour racista' o grupo fechou o trânsito em frente ao supermercado incentivando as pessoas a não consumirem produtos na rede. A manifestação foi convocada pela Anepe (Articulação Negra de Pernambuco), e começou às 11h da manhã.

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"A gente observa que esse perfil que não respeita os direitos humanos é um perfil do Carrefour. Essa não foi a primeira ação de desumanidade que acontece nessas instituições", diz a escritora negra, Odailta Alves, que participa do ato.

 "Essa é uma forma de fortalecer a luta. A luta não é só de quem está no Rio Grande do Sul, mas do povo negro que é violentado o tempo inteiro. Quando você vê uma instituição fazer isso, não foi apenas o policial e o segurança, ele está respaldado por uma chefia que orienta, muitas vezes, a ter mão de ferro com corpos negros. Se fosse um homem branco, de olhos azuis, ele poderia quebrar o Carrefour inteiro que ninguém encostaria nele", reforça.

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Por volta das 12h30, os manifestantes se dirigiram para a entrada do Carrefour e chegaram a entrar no estacionamento, mas foram expulsos pela PM e se concentraram na garagem do supermercado. Para o advogado Eliel Silva, que também participa do ato em Boa Viagem, a rede Carrefour precisa ser responsabilizada nacionalmente pelo caso. "Mataram um cliente, um senhor, um homem negro. É uma questão de boicote e judicialização".

Entenda o caso

 Na última quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto, de 40 anos, foi espancado até a morte na porta do supermercado Carrefour de Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os responsáveis pela morte do homem foram um segurança terceirizado e um policial militar. Os dois foram presos em flagrante por homicídio qualificado - quando há intenção de matar.

A vítima realizava compras com a esposa e teria se desentendido com uma fiscal de caixa. Ele supostamente ameaçou agredi-la, quando a segurança foi acionada e os suspeitos, de 24 e 30 anos, o levaram para fora do supermercado. Desde a última sexta-feira (20), diversos protestos têm se espalhado em unidades da rede pelo Brasil contra o racismo e a rede Carrefour.

Está não é a primeira vez que a rede de supermercado se envolve em polêmicas. Em 2018, um cachorro foi espancado por um segurança da rede e, em agosto desse ano, um funcionário do Carrefour de Recife teve seu corpo, sem vida, coberto por guarda-sóis, após sofrer um mal súbito durante o expediente.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta sexta-feira (20), que no Brasil não existe racismo e observou que o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, espancado até a morte na porta do supermercado Carrefour de Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, não teve nenhuma ligação com a raça, mas com o despreparo dos agentes de segurança do local. 

"Lamentável", classificou Mourão sobre a morte ao chegar no Palácio do Planalto, no início da tarde de hoje, e emendou: "a princípio, a segurança (estava) totalmente despreparada para a atividade que tem que fazer".

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Logo em seguida, ele foi questionado se via racismo na atitude e respondeu: "Não. Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil, não existe aqui". E reafirmou: "Não, eu digo para você com toda a tranquilidade: não tem racismo aqui".

O vice-presidente ainda comparou o racismo no Brasil com o que acontece nos Estados Unidos (EUA). "Eu digo para vocês o seguinte, porque eu morei nos EUA: racismo tem lá. Eu morei dois anos nos EUA, e na escola em que eu morei lá, o 'pessoal de cor' andava separado, [o] que eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, era adolescente e fiquei impressionado com isso aí. Isso no final da década 60", contou.

"Mais ainda, o pessoal de cor sentava atrás do ônibus, não sentava na frente do ônibus. Isso é racismo, aqui não existe isso. Aqui você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país", emendou ao concluir o argumento.

A morte de Alberto aconteceu nessa quinta-feira (19). Ainda na noite de ontem, um segurança terceirizado e um policial militar foram presos em flagrante por homicídio qualificado - quando há intenção de matar. A vítima realizava compras com a esposa e teria se desentendido com uma fiscal de caixa. Ele supostamente ameaçou agredi-la, quando a segurança foi acionada e os suspeitos, de 24 e 30 anos, o levaram para fora do supermercado e começaram a espancar, seguindo a agressão até a morte.

A morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, tem repercutido em todo o país nesta sexta-feira (20), data em que se vivencia do Dia da Consciência Negra. No meio político, diversos nomes ressaltaram o contraste da data com o episódio de espancamento que matou Alberto na porta do supermercado Carrefour de Passo D'Areia, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O pedido de luta contra o racismo e de punição para os culpados foi latente.

No Twitter, a ex-senadora Marina Silva (Rede) escreveu que as cenas transformaram esta sexta-feira em mais um dia de luto contra a discriminação racial. "Ontem os seguranças espancaram e mataram, João Alberto, no estacionamento do supermercado Carrefour em Porto Alegre. As cenas bárbaras e desumanas contra mais uma vida negra fazem de hoje mais um dia de luto e de luta contra o racismo estrutural, o ódio e a barbárie", disse.

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Na mesma rede social, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou pela urgência na quebra do ciclo racista que o Brasil vive. "Amanhecemos transtornados com as cenas brutais de agressão contra João Alberto Freitas, um homem negro, espancado até a morte no Carrefour. O racismo é a origem de todos os abismos desse país. É urgente interrompermos esse ciclo", observou.

Candidata ao comando da prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB, Manuela D'Ávila tem compartilhado manifestações em frente ao supermercado e ao comentar o assunto, escreveu: "O racismo que estrutura as relações de nossa sociedade precisa ser enfrentado de frente. As mulheres e homens brancos precisam assumir a sua responsabilidade na luta antirracista. Quantos Betos? Qual pessoa branca você viu ser vítima dessa violência??"

O deputado federal Kim Kataguiri (SP) também falou sobre o assunto e cobrou punição. "Cenas horríveis que aconteceram ontem no Carrefour, um homem espancado até a morte por seguranças. Meus sinceros sentimos a família dele. Cobramos celeridade das autoridades para resolver o caso", disse.

Veja outros posicionamentos:

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A morte de Alberto aconteceu nessa quinta-feira (19). Ainda na noite de ontem, um segurança terceirizado e um policial militar foram presos em flagrante por homicídio qualificado - quando há intenção de matar. A vítima realizava compras com a esposa e teria se desentendido com uma fiscal de caixa. Ele supostamente ameaçou agredi-la, quando a segurança foi acionada e os suspeitos, de 24 e 30 anos, o levaram para fora do supermercado e começaram a espancar, seguindo a agressão até a morte.

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