Josué Apolônio de Castro nasceu no dia 5 de setembro de 1908 na cidade do Recife. Foi médico, professor, geógrafo, cientista social, político e escritor. Conhecido pelo ativismo no combate à fome, Josué de Castro foi eleito deputado federal por Pernambuco durante duas legislaturas, 1955 a 1959. Além disso, foi indicado três vezes ao prêmio Nobel, concorrendo para o Nobel de Medicina em 1954, e nos anos de 1963 e 1970 ao Nobel da Paz. Com uma vasta obra intelectual e social, professores afirmam que o autor é um dos personagens que podem ser abordados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A professora de redação e língua portuguesa, Shênia Bezerra, destaca que a obra de Josué de Castro tem elementos que podem tanto ser abordados na prova de Linguagens, como servir de lastro para a redação do Enem. “Quando eu trabalho com meus alunos para redação e português sempre cito autores renomados. Josué de Castro nos dá uma base teórica muito ampla, tanto para a prova de linguagens como para redação. Ele tem uma importância muito grande na questão do subsídio geográfico na luta contra a fome e extrema pobreza, que o marcava”, pontua.
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Ainda segundo a docente, os estudantes devem compreender a abordagem cultural que o autor empregava nas suas obras. “O aluno também devem ficar atento na influência exercida por Josué de Castro, ele deu embasamento a artistas e demais autores, como por exemplo, Chico Science e João Cabral de Melo Neto. Os dois beberam da maneira bem Pernambucana como Josué escrevia. Um livro essencial que com certeza pode ser cobrado pelo Enem é ‘Geografia da Fome’. Todo estudante precisa ler essa obra”, ressaltou.
Abordagem social
No ano de 1957, o ainda deputado Josué de Castro fundou a Associação Mundial de Luta contra a Fome (ASCOFAM), onde deu andamento ao trabalho de conscientização mundial sobre fome e miséria no Brasil. A professora de literatura Luciana Feitosa afirma que ao ler a obra do autor, o aluno deve fazer um paralelo com a realidade brasileira atual.
“Josué de Castro foi um médico que se dedicou às questões sociais, principalmente voltada para fome e outras questões sociais que tratam da desnutrição. O aluno precisa focar na obra dele, mais especificamente o livro ‘Geografia da Fome’, que pode cair no Enem, e fazer um paralelo com a realidade brasileira atual”, pontuou a docente.
Exílio
Após o regime militar de 1964, Josué de Castro teve seus direitos políticos cassados por dez anos e foi impedido de retornar ao Brasil. Escolheu a cidade de Paris, na França, para viver e continuar suas atividades intelectuais. Em 1965, fundou o Centro Internacional para Desenvolvimento, que dirigiu até o ano de 1973.
Além disso, o médico presidiu a Associação Médica Internacional para o Estudo das Condições de Vida e Saúde. Em 1969, o governo francês o indica para o cargo de professor estrangeiro associado ao Centro Universitário Experimental de Vincennes, onde o autor lecionou até a morte.
Morte
Ao longo de sua estadia na França, o autor sempre escreveu sobre sua saudade do Brasil. Certa feita, em um de seus escritos, afirmou: “Não se morre apenas de infarto agudo no miocárdio ou de glomeronefrite crônica, se morre também de saudades”. À época, Josué aguardava a vinda de seu passaporte para retornar ao Brasil.
Josué de Castro morreu no dia 24 de setembro de 1973, na cidade de Paris, na França. Seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Até os dias atuais, a vida e obra do autor é objeto de estudo por teóricos, especialistas e professores, sendo um dos principais escritores brasileiros.