Tópicos | Lançamento de Martelo

A polonesa Anita Wlodarczyk bateu o recorde mundial do lançamento de martelo, nesta segunda-feira (15), na final da prova nos Jogos do Rio-2016, com uma marca de 82,29 metros.

O recorde anterior também estava em poder da lançadora polonesa de 31 anos, com 81,08 metros, desde 1º de agosto de 2015, quando o bateu em seu país, em Cetniewo.

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“Quando eu lancei para 78 (metros) e vi o resultado no placar, eu corri para meu treinador, abracei ele e passou um filme na minha cabeça”, lembra Wagner Domingos. Em 2011, o pernambucano, atleta do lançamento de martelo, foi à disputa do primeiro Pan-Americano, em Guadalajara. No ano seguinte foi diagnosticado com um câncer na bexiga. No último domingo (19), fez a melhor marca da carreira e conquistou pela primeira vez vaga para disputar os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro. Da Eslovênia, onde faz os treinamentos, o recifense conversou com a reportagem do LeiaJá e contou tudo, da preparação à emoção em dar a notícia do resultado aos familiares: “Minha mãe ficou muito feliz, ela disse que não conseguia nem falar e eu tive que ligar depois”.

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A carreira de Wagner Domingos começou em 1998. Um amigo do atleta convidou ele para treinamento e a trajetória iniciou. Os seus 1,87m de altura e 118kg de peso lhe renderam o apelido de “Montanha”. A força, destreza e persistência impulsionaram sua carreira. O recordista brasileiro conquistou 11 títulos nacionais, e outros dois sul-americanos (um em Santiago-CHI e outro em Cartagena-COL). No último domingo, na Eslovênia, o atleta alcançou a marca de 78,63 metros e quebrou um jejum de 83 anos sem representante brasileiro nos Jogos Olímpicos.

“Fico muito grato por ser mais um pernambucano que vai representar o Brasil. Sempre carrego a bandeira de Pernambuco e digo que sou pernambucano de coração. É minha raiz e não tenho como negar. Fico muito feliz quando as pessoas de Pernambuco e do Brasil inteiro torcem por mim e ficam feliz pelo meu resultado. Hoje em dia, eu treino para mostrar para mim mesmo que eu consigo fazer o que eu sonho, mas também para representar o Brasil e os pernambucanos cada vez melhor”, conta Montanha.

Para alcançar o índice, Wagner Domingos montou um esquema bastante específico de treinamentos. A programação iniciou em outubro de 2015, quando começou a preparação geral, ainda no Brasil. Em fevereiro, o pernambucano se mudou para a cidade de Brezice, na Eslovênia, no leste europeu. “Aqui nós temos um ritmo de dia a dia, de treinamento. Costumo ficar em Brezice, que é bem pequena, com cinco mil habitantes. Então, você fica muito focado no que tem que fazer. Já no Brasil, não é que perca o foco, mas, no dia a dia, você tem família, amigos e tudo isso vai tirando o foco”, explica.

Acostumado ao clima brasileiro e, principalmente nordestino, Wagner conta que teve um pouco de dificuldade na chegada à Eslovênia. “Quando cheguei estava oscilando entre zero grau, menos um, menos cinco e só depois começou a melhorar o tempo. Foi quando comecei a fazer competições e fui evoluindo a cada disputa. Neste ano, focamos em ficar o máximo de tempo possível aqui na Eslovênia, competindo e treinando”, declarou.

Montanha chegou para treinar com o treinador Vladimir Kevo  - que preparou o campeão olímpico em Primus Kozmus (Berlim-2008). Além do alto nível de concentração e das capacidades do seu comandante, Wagner Domingos tem um número maior de competições à disposição na Europa. O recifense conta que alcançou a primeira grande meta para o ano, mas ainda espera conquistar um feito maior.  “neste ano eu consegui focar bem. Tracei meu objetivo e já consegui 50%, que é o índice para a Olimpíada. Agora falta conseguir os outros 50% que é chegar em uma final olímpica”, almeja.

No próximo domingo (26), o pernambucano volta ao País para disputar o Troféu Brasil em São Bernardo dos Campos, São Paulo, de 30 de junho a 3 julho. Em seguida, Wagner Domingos retoma à Eslovênia, aonde vai encerrar a preparação para disputa de atletismo nas Olimpíadas, que ocorrerá de 5 a 21 de agosto.

*Imagem Wagner Carmo/CBAt/Divulgação

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Era final de 1997 quando Wagner Domingos, ainda com 14 anos, iniciava sua trajetória no atletismo. Mal sabia ele que alguns anos depois se tornaria um dos principais nomes do esporte no país. Atleta especialista em lançamento de martelo, aos 29 anos, o “Montanha”, como é conhecido, ainda persegue o índice para se classificar aos Jogos Olímpicos de Londres, que será iniciado no dia 27 de julho.

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Wagner nem sempre teve vocação para atleta, muito pelo contrário. Depois de muita insistência do amigo Edson Salustiano, ele começou a prática esportiva, inicialmente para cuidar da saúde. “Estava acima do peso, obeso. Eu tinha mais de 100 quilos. Por isso comecei o atletismo: para poder cuidar da saúde”, explicou.

A treinadora Luciana Tavares foi a responsável pela iniciação do atleta no esporte, ainda na pista do Quartel Militar - localizado no bairro do Derby, no Recife. O pernambucano treinava em todas as áreas: dardo, disco, peso, salto e outros. Passou a integrar o Programa Atletismo Campeão, encabeçado por Abraão Nascimento, que depois de poucos meses começou a comandar o jovem.

O início de Montanha no lançamento de martelo foi curioso. “Ele fazia de tudo, menos lançar martelo. Essa modalidade era oferecida pelos campeonatos na época, mas não existia quase nenhum competidor no Estado. Formos ao Centro do Recife e encontramos um martelo para vender. Lembro que na época compramos por um preço muito baixo para ser o equipamento que era. Paguei uns R$ 6,00 e começamos as atividades”, explicou Abraão Nascimento.

O treinador lembra que não tinha conhecimentos sobre a modalidade, mesmo assim ambos acreditaram e foram em frente. “Não sabíamos nada, fomos trabalhando e aprendendo juntos. Líamos artigos, assistíamos filmes, tudo para aprimorar o trabalho. A princípio, era uma brincadeira, não tínhamos pretensão, mas aos poucos fomos evoluindo”, analisou.

O começou não foi fácil e Wagner lembra das dificuldades. “Só tínhamos um martelo e toda vez que lançava, precisava ir andando até o local para pegar, voltar e lançar de novo”, recorda. “As condições climáticas também não ajudaram. O tempo estaca chuvoso e a lama atrapalhava”, afirmou Abraão.

O primeiro grande resultado veio em 2000, quando Montanha conquistou o Campeonato Brasileiro de menores. “Éramos alvo de piadinhas. Diziam que o martelo era mais leve. Não acreditavam que um atleta pernambucano pudesse vencer a competição”, analisa o técnico. As conquistas continuaram acontecendo. Em 2002, mais duas marcas importantes: Campeão brasileiro juvenil e a quebra de recorde brasileiro durante o Campeonato Sul-Americano, em Belém-PA, onde ficou em quarto lugar.

A partir daí, Montanha passou a ser um dos mais respeitados atletas da área. Durante os 10 anos que passaram juntos, Wagner e Abraão conseguiram quebrar o recorde nacional 26 vezes. A primeira delas, inclusive, derrubou um jejum de 28 anos em relação à última marca estabelecida.

A partir de 2008, por falta de patrocinador, o lançador deixou o Recife para treinar com a Rede de Atletismo, que viria acabar pouco tempo depois por conta de problemas com doping. Mesmo não estando envolvido, Montanha acabou dispensado do grupo. Em seguida, passou a integrar o grupo da BM&F Bovespa, no qual está até hoje. Em 2010, o atleta participou de um período de atividades na Europa com o técnico esloveno Vladimir Kevo, comandante do campeão olímpico Primoz Kozmus. Ao retornar para o Brasil, segue treinando sob os olhares de Neilton Moura e Pedro Rivail Attilio.

Foram vários títulos até o momento, incluindo heptacampeonato do Troféu Brasil: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010. Wagner não esquece o momento mais importante da carreira. “Foi em maio de 2011. Eu descobri que estava com um câncer maligno na bexiga e precisei ir para a cirurgia. Fiz, deu tudo certo, recuperei a forma a tempo e pouco depois já estava de volta. Em agosto, consegui a medalha de prata no Troféu Brasil e o quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. Foi muito especial”, analisou.

Montanha explica que não existe uma regra muito rígida com relação à alimentação, mas que procura sempre comer coisas saudáveis. Ele ainda comentou sobre a preparação para esta temporada. “Venho treinando forte. Em média, estou em atividades de três a quatro horas por dia”. Wagner ainda não conseguiu o índice para Londres, faltam quase quatro metros. A meta estabelecida pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) é de 76,08. O máximo feito até o momento pelo atleta em competições oficiais é 72,48, que é o recorde nacional.

“Acho que é importante ter um índice um pouco mais acessível. Não é uma queixa e nem que eu esteja pedindo pelo amor de Deus para ir, mas já visando os Jogos do Brasil, acho que é interessante participar dos Jogos de Londres para ter mais experiência”.

Sobre o assunto, de acordo com a CBAt, não é nenhuma novidade o fato dos atletas precisarem alcançar este índice se quiserem ir às Olimpíadas. Tudo foi estabelecido no IV Fórum do Atletismo no Brasil, em 2009, e o acertado é que em todas as disputas este índice seria baseado na média da 12ª melhor marca das três últimos Campeonatos Mundiais de Adultos ou Jogos Olímpicos, no período de 1º de janeiro até 1º de julho de 2012.

Neste caso, até o momento, estão sendo levadas em consideração as seguintes competições: Olimpíadas de Pequim (2008), Mundiais de Berlim (2009), na Alemanha, e Daegu (2011), na Coréia do Sul. A CBAt ainda explicou que se esta média ficar abaixo do índice B da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), fica valendo a marca da entidade mundial.

A janela de classificação para todas as modalidades se encerram no dia 1 de julho. Mesmo sabendo da dificuldade, Abraão Nascimento sabe que é possível o seu pupilo chegar até esta marca e não mede elogios ao lançador. “Ele já superou vários problemas. Sempre foi focado e responsável nos treinamentos. Se marcasse treino às 6h30 de um domingo ou às 22h de um terça-feira, ele estava lá. Não será fácil, mas eu não deixaria de apostar. O Montanha é o melhor atleta brasileiro da história do lançamento de martelo”, ressaltou. Wagner também ressalta que não vai desistir. “É difícil, mas estou me esforçando, tentando. Vou buscar este índice até o final”, pontuou.

Neste sábado (9), ele foi o segundo colocado no Campeonato Ibero-americano de Atletismo, realizado em Lara, na Venezuela. Ele marcou 71,91 em seu último lançamento. A distância não agradou o atleta, que terminou chorando após o resultado.

A última chance que Wagner terá para conseguir a vaga será o Troféu Brasil de Atletismo. A competição terá início a partir do dia 27 de junho, no Estádio Ícaro de Castro Melo, no Complexo Esportivo do Ibirapuera, em São Paulo.

O pernambucano Thiago Benedito, conhecido como Curió, conquistou a medalha de prata no último final de semana, na disputa do campeonato de lançamentos da Federação Paulista de Atletismo (FPA). A competição foi realizada no Complexo do Ibirapuera, em São Paulo-SP.

O atleta do Sport conseguiu a marca de 57,54m no lançamento de martelo. A competição foi a estreia do pernambucano na categoria sub-23, que difere o peso do objeto em relação ao juvenil, antigo grupo que Curió disputava. Agora, ao invés de seis, o martelo pesa sete quilos.

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O treinador do Sport, Daniel Gonçalves, aprovou o novo resultado de seu comandado. “Foi bom e a tendência é melhorar. Nosso principal objetivo deste ano é finalizar a temporada entre os três melhores do país nesta categoria”, pontuou Gonçalves que, neste final de semana, também foi eleito o melhor técnico de 2011 pela FPA.

O atleta do Sport Thiago Benedito, mais conhecido Curió, conquistou a medalha de prata no Sul-Americano juvenil de atletismo, que foi realizada no último final de semana, em Medelín, na Colômbia. Com a marca de 61,60m, Curió ficou em segundo no arremesso de martelo, atrás apenas do favorito Jonatan Gras, da Argentina, que conseguiu a marca de 67,36m.

Outro pernambucano na compeitção, Jonathas Felipe, ficou em 8º lugar no salto em distância, com 7.08m. O vencedor foi o também brasileiro Douglas Cândido com 7.57m

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Ao final da competição, o Brasil foi o primeiro na tabela geral de do torneio, somando no total 232 pontos e 50 medalhas conquistadas, sendo 23 de ouro, 16 de prata e 11 de bronze. O evento ainda teve a participação de 269 atletas, divididos entre Argentinos, Bolivianos, Brasileiros, Chilenos, Equatorianos, Guianeses , Panamenhos, Paraguaios, Peruanos, Surinameses, Uruguaios, Venezuelanos e Colômbianos.

Com marca de 66,99m, Wagner Domingos conseguiu a o vice campeonato da Taça Brasil de Atletismo, na categoria lançamento de martelo. Montanha, como é conhecido o atleta pernambucano, foi revelado no Centro Esportivo Santos Dumont e atualmente defende as cores BMF&Bovespa de São Caetano-SP.

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Wagner ficou atrás apenas de Allan Wolski, de São Paulo. O campeão atingiu a marca de 67,81m. O atleta pernambucano tem como melhor resultado 71,84m, além de ter vencido as últimas sete edições do Troféu Brasil.

Nascido em 26 de março de 1983, Wagner José Alberto Carvalho Domingos tem 1,83m de altura e 118 kg.

 

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