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Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aponta que o sistema Bus Rapid Transit (BRT) no Grande Recife opera abaixo da velocidade projetada pelo governo e da recomendada por especialistas. Os principais problemas enfrentados pelo sistema Via Livre são o tráfego misto e o elevado número de semáforos ao longo do trajeto.

A linha usada como objeto no estudo foi a 1976 – Pelópidas (PCR), que possui a maior demanda no corredor Norte-Sul e, consequentemente, maior frequência de viagens. Ela tem como ponto inicial o Terminal Integrado (TI) Pelópidas Silveira, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e ponto de retorno na estação Forte do Brum, no Recife Antigo, área central da capital.

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O percurso da linha 1976 -  Pelópidas (PCR), com extensão de 17,2 km, foi dividido em quatro trechos de acordo com a interferência do tráfego misto e a configuração da infraestrutura viária. A conclusão foi de que o BRT funciona bem em seu começo de trajeto, nos dois primeiros trechos, quando há uma separação física da via exclusiva para o trânsito comum, e trafega com lentidão no centro do Recife.

O BRT Standard é um sistema de pontuação que considera ideal a velocidade acima de 20 km/h para BRT. A linha 1976 registra velocidade média de 23,44 km/h no primeiro trecho, que liga os terminais de Pelópidas Silveira ao da PE-15; 21,19 km/h no trecho do TI PE-15 até estação Mathias de Albuquerque, em Olinda; 16,84 km/h no percurso que passa pela Pan Nordestina, Avenida Agamenon Magalhães e Avenida Cruz Cabugá; e 13,65 km/h da estação Treze de Maio até a estação Forte do Brum, no Recife Antigo. A velocidade média total é de 18,78 km/h, abaixo do considerado mínimo para um BRT eficiente.

Não só o modelo está abaixo no sistema de pontuação como a diferença é maior quando considerado o projeto do Governo de Pernambuco. O cálculo no projeto inicial era de que em todo o percurso a velocidade operacional seria superior a 20 km/h, alcançando uma média de 26,32 km/h no trajeto inicial. A média total do percurso prevista pelo governo era de 23,32 km/h.

“Um BRT bem implementado melhora o sistema e atrai uma porcentagem das pessoas que usam carro. Ele deveria ter o caminho todo exclusivo. A questão é justamente a coragem do poder público de dar prioridade ao sistema de transporte público. Tem espaço, falta coragem”, explica o engenheiro civil Celio Gouveia, autor da pesquisa.

O corredor Leste-Oeste, que vai de Camaragibe à Avenida Guararapes, no Recife, não foi avaliado por Célio. Porém, uma pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) já aponta que nos horários de pico a velocidade operacional desse corredor é de 10% a 30% menor do que a do corredor Norte-Sul. Tal estudo classifica os sistemas em quatro categorias: Básico, Bronze, Prata e Ouro. Enquanto o Norte-Sul é catalogado como Bronze, o Leste-Oeste foi considerado Básico. “Isso acontece por causa de uma coisinha bem simples que muitos não se dão conta: o BRT Norte-Sul tem uma barreira física, não é tão fácil de invadir, já o Leste-Oeste tem só uma faixa pintada no chão”, esclarece Celio Gouveia.

Trechos

As duas divisões iniciais do percurso superam a meta de 20 km/h, o que colocaria o modelo pernambucano em uma alta classificação no sistema BRT Standard. O trecho A possui duas faixas de tráfego comum e uma faixa central em sentido duplo, segregada fisicamente das outras. O corredor tem 11 retornos e 12 pontos de travessia de pedestres sem semaforização. O trecho B, assim como o anterior, é segregado fisicamente em todo o percurso. Porém, contabiliza três semáforos no caminho.

A realidade muda a partir do trecho C. Nele, os ônibus do BRT passam a operar em tráfego misto. “O trecho dispõe de 17 semáforos, um número elevadíssimo considerando que o BRT é um sistema que necessita de prioridade nas interseções”, assinala o engenheiro civil. Por fim, a última parte do trajeto passa por vias estreitas, como Rua do Riachuelo e Avenida Dantas Barreto, além de passar por 12 semáforos.

Benefícios

A chegada desse novo modelo de transporte público, apesar de não funcionar como deveria, trouxe mudanças positivas para a mobilidade, é o que registrou o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) no ano de 2016.  No corredor Norte-Sul, 2% dos usuários ouvidos haviam deixado de usar carro. No Leste-Oeste, o percentual foi de 3%. A troca do carro pelo BRT representaria uma economia de 61% na emissão de gás carbônico.

Além disso, 80% dos usuários do Norte-Sul e 85% do Leste-Oeste entendem que o deslocamento diário melhorou com o BRT. O principal fator é a redução no tempo de viagem - de 15 minutos no Norte-Sul e 28% no Leste-Oeste.

O transporte também fez subir de 20% para 30% a cobertura de acesso a postos de trabalhos privados. Também foi de 15% para 31% a cobertura de acesso a hospitais e policlínicas, e de 14% a 29% a cobertura de acesso a instituições de ensino superior.

Promessas

Questionada sobre melhorias para o corredor Norte-Sul, a Secretaria de Cidades do Governo de Pernambuco destacou que grande parte do corredor funciona em faixa exclusiva. A pasta também pontuou que a estação de BRT próxima ao Centro de Convenções, em Olinda, que nunca foi concluída, tem previsão de finalização em 2019. Atualmente, está sendo realizado um levantamento das estações remanescentes e ajustes no projeto para haver a licitação.

Começa a funcionar nesta segunda-feira (31) a Estação de BRT Benfica, na Madalena, Zona Norte do Recife. A estação faz parte do corredor Leste/Oeste e será atendida pelas linhas TI Caxangá (Conde da Boa Vista), EBRT (BR-101) (Conde da Boa Vista), EBRT (BR-101)/ Derby, TI Camaragibe (Conde da Boa Vista), TI Camaragibe (Derby). 

As obras foram finalizadas no último final de semana de julho, quando foram testadas sem apresentar qualquer problema. A nova estação segue o modelo do BRT Via Livre, com embarque de nível, portas automáticas, ar-condicionado e sistema de som.  

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Segundo o secretário das Cidades, Francisco Papaléo, devem ocorrer outras obras de terminais, viadutos e a finalização do Túnel da Abolição. O Consórcio Grande Recife deve acompanhar a operação de veículos no local, para o caso de precisar de algum ajuste.

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A Estação Engenho Poeta, situada em frente ao Caxangá Golf Club, na zona Oeste do Recife, já está operando nesta quarta-feira (3). A estação beneficia os passageiros das linhas do Via Livre Leste/Oeste ganharam mais uma opção de embarque e desembarque ao longo do corredor. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transportes, a estação vai operar de domingo a domingo das 4h30 às 22h.

As linhas 2450 – Camaragibe (Centro) e 2480 – Camaragibe/Derby, operadas por BRT, já estão parando no local. O corredor Leste/Oeste passa a ter 12 estações em operação: Capibaribe, Engenho Poeta, Riacho do Cavoco, BR-101, Caiara, Parque do Cordeiro, Forte do Arraial, Getúlio Vargas, Zumbi, Abolição, Derby e Guararapes. A expectativa é que o corredor transporte mais de 36 mil passageiros diariamente. 

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A linha 2450 – Camaragibe (Centro) circulará exclusivamente com veículos BRT a partir desta segunda-feira (13). Com a mudança, a linha 2480 – Camaragibe/Derby ganhará mais cinco veículos, circulando com 15 BRTs, realizando 97 viagens com intervalo de sete minutos no horário de pico. A linha 2450 continua com 18 ônibus fazendo 119 viagens por dia, com o intervalo também de sete minutos.

Para os moradores de Camaragibe que não moram perto das estações BRT e querem ir ao centro ainda há a disposição as linhas que seguem direto para o centro, que são: 2459 – Loteamento Santos Cosme e Damião, 2442- Jardim Primavera (Vale das Pedreiras), 2445 – Tabatinga e 2446 – UR-07. O usuário ainda tem como opção o deslocamento por integração temporal, com as linhas: 2402 – Parque Capibaribe/Caxangá, 2460 – TI Camaragibe (Príncipe) e 2469 – TI Camaragibe/CDU, que realizam integração temporal com os ônibus que seguem direto ao centro e com todas as estações BRTs. A operação funciona no sentido subúrbio/cidade e cidade/subúrbio.

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A integração temporal é permitida para os usuários que possuem o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) Estudante, Trabalhador, Comum e Livre Acesso. Após embarcar em suas linhas de origem, os passageiros têm até duas horas para validar o VEM em outro ônibus sem pagar uma nova passagem.

Atualmente o Corredor Leste/Oeste do BRT tem dez estações em funcionamento, que são: Capibaribe, BR-101, Caiara, Parque do Cordeiro, Forte do Arraial, Getúlio Vargas, Zumbi, Abolição, Derby e Guararapes. A previsão é que a Via Livre esteja totalmente concluída até o final do ano.

Para mais informações, os usuários podem contatar a Central de Atendimento ao Cliente do Grande Recife Consórcio de Transporte. O número é o 0800.081.0158.

Começa a funcionar, nesta quarta-feira (16), a estação do BRT localizada na Avenida Guararapes, em frente ao prédio dos Correios, área central do Recife. Com o novo ponto, o retorno dos veículos do Via Livre deixa de ser a Praça do Derby e passará a funcionar no Centro da cidade.

A linha de BRT em operação será Camaragibe (Centro) e circulará com 18 veículos. O percurso será: do TI Camaragibe, seguirá pela Avenida Belmino Correia e irá parar nas estações Capibaribe, BR-101, Forte do Arraial, Getúlio Vargas e Abolição, localizadas na Avenida Caxangá. Os veículos também irão parar na estação Derby, no embarque localizado próximo a Avenida Agamenon Magalhães, e seguirão pela Avenida Conde da Boa Vista sem realizar embarque e desembarque.

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A estação Guararapes será o ponto de retorno do BRT para o subúrbio. Os usuários utilizarão o embarque mais próximo da Rua Sol para pegar o Via Livre. 

A operação do BRT continuará a mesma, ocorrendo de domingo a domingo, das 4h30 às 22h. Além do BRT, a linha convencional 450 – Camaragibe (Cond. da Boa Vista) continuará em operação atendendo aos usuários.

Com informações da assessoria 

Duas estações, um terminal e seis veículos. Com estes números, entrou em operação o sistema BRT (Bus Rapid Transit) com passageiros, neste sábado (7), na Região Metropolitana do Recife (RMR). Após atrasos nos prazos previstos e obras ainda inacabadas, os veículos começaram a atender aos usuários em alguns pontos do Corredor Leste-Oeste, das 9h até as 16h. Gradativamente, outras estações serão incorporadas ao percurso dos ônibus denominados Via Livre. 

O Portal LeiaJá testou a nova opção de transporte público na manhã deste sábado. Da Estação Derby, o veículo segue em direção ao Terminal Integrado de Camaragibe, parando apenas na Estação Forte do Arraial, localizada próxima ao Parque do Cordeiro, na Avenida Caxangá. A viagem teve duração de 47 minutos. No sentido reverso, de Camaragibe ao Derby, o percurso foi um pouco mais rápido, feito em apenas 35 minutos. 

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De acordo com o diretor de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, nos finais de semana, a expectativa é de que as viagens durem uma média de 40 minutos. Para os dias de semana, nos horários de pico, o Consórcio trabalha com a média entre 50 e 60 minutos. “É um momento de treinamento para gente, para a população, porque é uma mudança completa do equipamento de transporte. A expectativa é que daqui a duas semanas 12 estações estejam em funcionamento normal”, garantiu Melibeu. O viaduto construído no bairro da Iputinga já está sendo utilizado pelos veículos.

O intervalo entre um veículo e outro é de 20 minutos. Nas estações, monitores apontarão o tempo de espera dos passageiros. Para utilizar o serviço apenas com o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) pode ser utilizado. Para quem não tiver o cartão e precisar adquiri-lo, um guichê será disponibilizado em cada estação para a venda, carga e recarga do VEM. Câmeras de segurança também foram instaladas nas estações no intuito de coibir ações criminosas.

Sobre a possibilidade de depredações, por exemplo, em dias de jogos na capital pernambucana, André Melibeu afirmou que a preocupação existe. “Sem dúvida, será um desafio. É preciso um controle maior e um reforço significativo na segurança”. Seguranças do Consórcio, nas estações, apenas durante a noite, segundo o diretor de operações. 

População aprova – O sentimento da novidade deixou os usuários esperançosos com a melhora, de fato, no transporte público da região. A dona de casa Fátima Almeida, moradora de Camaragibe, soube do início das operações e levou três jovens vizinhos para “conhecer os novos ônibus e passear”. Na concepção da passageira, a população merece equipamentos de melhor qualidade. “Faz tempo que precisamos de um sistema assim. É uma maravilha, está mais do que aprovado”, disse Fátima. 

O técnico Fábio Moura também se mostrou satisfeito com o BRT, mas faz ressalvas. “Quero ver em horário de pico. Não sei se esses intervalos de 20 minutos são suficientes. As estações vão ficar lotadas e já imagino a confusão de filas, a falta de segurança. Para funcionar, precisa de organização”, destacou. Opinião compartilhada pelo funcionário público Marcílio Flávio. Para ele, o uso exclusivo do VEM vai “facilitar muito, porque não precisa dar troco e aí agiliza o atendimento”.

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