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Foram meses de organização, ‘vaquinhas’ e preparo físico, mas a família da menina Beatriz Angélica finalmente chegou ao Recife na manhã desta terça-feira (28). Em busca de justiça e respostas para o assassinato da criança, o grupo enfrentou 23 dias de uma caminhada liderada pela mãe da menina, Lúcia Mota, e que atravessou o estado de Pernambuco. A família Mota saiu de Petrolina, município do Sertão e localidade do crime, percorrendo 700 quilômetros até a capital. 

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A parada final será o Palácio do Campo das Princesas, na região central da cidade, onde funciona a sede do Governo do Estado. 

Lucinha, como é conhecida a mãe de Beatriz, chegou à Praça do Derby, ponto de concentração do protesto, às 11h45. A mãe foi recebida com aplausos, palavras de apoio e gritos de justiça. 

"Das outras vezes eu fui respondida com violência pelo governador Paulo Câmara. O senhor tem uma dívida comigo e ela vai ser paga hoje. Eu não arredo o pé desse palácio. Estou sendo movida pelo meu amor por Beatriz. Eu não quero promessa, quero um documento. Um parecer favorável à federalização do caso. O inquérito só será imparcial quando a Polícia Federal assumir", disse Lucinha, emocionada.

Conheça o caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina atendia à uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Um homem é apontado como possível assassino da menina, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que um grupo de cinco pessoas esteja envolvido no crime. O local exato da morte da criança também não foi descoberto. A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

Os familiares solicitaram ao Ministério Público Federal a federalização do caso e pede, por mais um ano, a ajuda do Governo de Pernambuco para a concretização do pedido.

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Conhecida por ser a mãe de Beatriz, uma criança de 7 anos que foi assassinada a facadas, Lúcia Mota vai integrar a direção do PSOL de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Ela foi eleita, no último domingo (5), como vice-presidente da legenda juntamente com Rigel Castro, que será o presidente.

Lucinha, como é conhecida, foi a terceira candidata mais votada do partido em 2018 na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Na época, ela disse que decidiu ser candidata para buscar justiça pelo assassinato da filha, em 2015, que segue sem solução até hoje.

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Além de eleger a nova direção, o encontro do PSOL em Petrolina também tratou de debater pautas do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), como a reforma da Previdência. O partido é contra as alterações propostas por ele para a aposentadoria.

Por dois votos a um a Justiça deferiu o recurso do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e concedeu a prisão preventiva de Alisson Henrique de Carvalho Cunha, acusado de ter apagado as imagens da câmera de segurança do Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão, que mostrariam o assassino da menina Beatriz. Emocionada, Lucia Mota, mãe de Beatriz, desmaiou após o resultado e precisou ser socorrida ao Hospital Unimed.

"Foi um crime planejado, arquitetado. E eles pensaram em tudo nos mínimos detalhes", exclamou Lucia Mota momentos antes do desmaio. "Hoje o tribunal do júri ganhou a credibilidade da sociedade pernambucana", completou o pai de Beatriz, Sandro Romilton.

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Para Michele Chaves, madrinha de Beatriz, o resultado traz mais esperança. "As pessoas agora vão confiar mais no fim desse caso. Foi ele que dificultou ao apagar as imagens que mostram a fuga do suspeito". Michele também informou que não é a primeira vez que a mãe da vítima fica desacordada. "Quando ela está em choque, não suporta. Quando ela tem emoções muito fortes sobre o caso acontece isso. Por exemplo, isso aconteceu quando ela foi em uma loja que a filha gostava", complementa.

O primeiro voto a favor da prisão foi da relatora Daisy Andrade. Em seguida, o desembargador Eudes França deu um voto contrário, deixando empatando. Cláudio Jean, presidente da 3ª Vara Criminal, desempatou com mais um voto a favor. O mandado de prisão será expedido até a quinta-feira (13).

Os familiares alegam que Alisson Henrique, ex-funcionário da escola, entrou sem permissão no setor responsável pelas imagens da câmera e apagou o material. O pedido de prisão feito pela Polícia Civil foi negado na Justiça de Petrolina e, por isso, foi para a segunda instância.

Ainda nesta quarta-feira  (12), a família pretende se reunir com representantes da segurança pública para ter acesso ao inquérito. A Polícia Civil já informou que os parentes terão acesso a todo material, que hoje conta com 19 volumes e mais de quatro mil páginas.

O caso

Beatriz foi assassinada aos sete anos com mais de 40 facadas. A garota desapareceu no dia 10 de dezembro de 2015 após ir ao bebedouro do Colégio Auxiliadora. O corpo foi encontrado pouco depois em uma sala de material esportivo desativada.

Desde então, quatro delegados já assumiram a investigação sem que fosse encontrado o autor do crime. Atualmente, a delegada Polyana Neri está exclusivamente na investigação do caso. Segundo a Polícia Civil, ela conta com apoio de quatro policiais e tem a estrutura necessária para desenvolver os trabalhos.

Ao longo dos anos, a polícia identificou dois perfis de DNA masculino, na faca e na unha da menina; divulgou um retrato falado de um suspeito de cometer o crime; apontou cinco pessoas como participantes do crime, que seriam funcionárias do colégio; e divulgou imagens e vídeos do homem que teria cometido o crime. Em coletiva de imprensa, Gleide Ângelo, na época à frente das investigações, garantiu que o homem apresentado nas imagens era o autor do crime. Mesmo com as imagens e recompensa, não se chegou ao assassino.

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