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O acusado pelo assassinato da menina Beatriz Mota, de 7 anos, o réu Marcelo da Silva, ficou em silêncio durante toda a audiência de instrução do Caso Beatriz, realizada nesta quinta-feira (15), na Vara do Tribunal do Júri de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A audiência teve início às 9h e foi encerrada por volta das 10h. O réu Marcelo da Silva tem o direito de se manter em silêncio e seguiu a orientação da defesa técnica de fazer isso. 

Lucinha Mota, a mãe de Beatriz, afirmou que Marcelo da Silva ficou em silêncio “porque ele sabe da barbaridade e da crueldade que fez com a vida de Beatriz”. “Ele sabe do monstro que é, por isso ficou em silêncio. Marcelo da Silva, você foi condenado. Você vai a júri popular e Petrolina vai condenar você. A nossa luta não terminou, ela só vai terminar quando esse monstro for condenado, quando a gente tiver a certeza de que esse monstro não vai voltar às ruas. Só vamos parar quando tivermos a certeza de que esse monstro não vai fazer outra vítima, outra Beatriz”, garantiu.

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“Nós não vamos permitir protelação. Chega de tanta demora. São 7 anos de injustiça, de inércia do Estado de Pernambuco. Nós não vamos mais admitir. Queremos que seja rápido, Marcelo tem que ser pronunciado rápido. O júri de Marcelo tem que ser rápido. É muita demora, gente. É demora demais para colocar esse monstro no banco dos réus. A gente precisa de celeridade dentro da Justiça, nos tribunais. Chega dos nossos filhos estarem sendo assassinados”, protestou. 

A mãe de Beatriz declarou que estará na porta do Fórum de Petrolina até que o júri seja marcado. “Eu vou estar aqui todo o dia 10 na porta do Fórum enquanto o júri de Beatriz não for marcado. Eu não vou sair da frente desse Fórum porque nós não suportamos mais tanta demora, tanta inércia. Nós queremos justiça. Já tiraram o nosso bem maior, que foi a vida de Beatriz. Isso não volta. Os sonhos de Beatriz não voltam mais, mas a nossa Justiça tem que garantir a ela que o assassino vá para a prisão e não saia de lá. Por isso vamos estar aqui cobrando todos os dias, cobrando celeridade. Vocês devem isso a Beatriz”, destacou.

Nesta quinta-feira (15), a audiência de instrução de Marcelo da Silva será retomada. Ele é acusado de matar Beatriz Angélica, na época com 7 anos, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, em dezembro de 2015. A sessão deve definir se o réu será levado a júri popular. 

A audiência começou no dia 22 de novembro, com o testemunho da mãe da vítima, Lucinha Mota, e de seis testemunhas de acusação. Ela deveria ser concluída no dia seguinte, com o depoimento de Marcelo depois da oitiva de duas pessoas apresentadas pelo Ministério Público e oito pela defesa. 

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Na ocasião, o advogado do réu solicitou a dispensa depois de duas pessoas não serem ouvidas. Uma foi dispensada e a outra não foi localizada.

Marcelo já estava preso por outro crime quando foi apontado como responsável pela morte de Beatriz, em janeiro deste ano. Ele chegou a confessar a autoria, mas depois escreveu uma carta se dizendo inocente e apontando que havia sido pressionado a confessar o assassinato. 

A mãe de Beatriz Angélica foi às redes sociais no início da manhã para cobrar celeridade do Judiciário na ação penal. 

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O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) informou que foi iniciada, na manhã desta terça-feira (22), a audiência de instrução e julgamento do réu Marcelo da Silva, acusado de matar a menina Beatriz Angélica Mota. A sessão, que está sendo presidida pela juíza de Direito Elane Brandão, acontece na Vara do Tribunal do Júri de Petrolina, no Sertão pernambucano.

A audiência começou com a oitiva de quatro das oito testemunhas arroladas pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Outras duas serão ouvidas no período da tarde e estão separadas numa sala para evitar qualquer comunicação. Uma destas testemunhas é Lucinha Mota, mãe da vítima. Sandro Romilton, pai de Beatriz, acompanhou os depoimentos pela manhã, com o advogado constituído pela família para atuar como assistente de acusação.

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A sessão foi interrompida às 12h30 e concedido o intervalo de uma hora para a retomada dos trabalhos às 13h20. De acordo com o TJPE, assim que a oitiva das testemunhas de acusação for concluída, os trabalhos serão encerrados e continuam amanhã, a partir das 8h, com a oitiva de mais duas testemunhas do Ministério Público e oito arroladas pela defesa do réu, além do interrogatório de Marcelo, que pode escolher o direito de se reservar ao silêncio.

Encerrada a audiência, as partes (Ministério Público, Assistente de Acusação e Defesa) devem se manifestar. Após isso haverá decisão a respeito da submissão ou não do réu ao Júri Popular.

Lucinha postou em sua conta no Instagram que o processo chegou a um "importante momento" com a audiência que "escreverá o futuro do assassino brutal que cruelmente nos tirou Beatriz". 

"A vida é o direito mais valioso de todos nós. Após longos dias, muita luta, quase 7 anos depois de termos perdido a vida de Beatriz, chegamos a um importante momento: amanhã terá início a audiência que escreverá o futuro do assassino brutal que cruelmente nos tirou Beatriz. Me fiz muitas perguntas ao longo desse tempo, busquei em todos os cantos respostas, sempre com convicção de que a justiça é um caminho que devemos trilhar. Muitos estiveram comigo, alguns eu nem conheço, mas agradeço por nos ajudarem a chegar até aqui. Peço que nos incluam em suas orações, especialmente nos próximos dois dias", escreveu.

Beatriz foi assassinada a facadas em 2015, durante um evento no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Sertão de Pernambuco, onde estudava. O acusado foi reconhecido a partir de amostras coletadas na faca utilizada no crime.

A audiência de instrução e julgamento do homem acusado de matar a menina Beatriz Angélica Mora, de 7 anos de idade, durante uma festa da escola em que estudava, começa nesta terça-feira (22), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, com previsão de início às 8h. 

Além do réu confesso, Marcelo da Silva, de 40 anos, 16 testemunhas de acusação e defesa também vão ser ouvidas no Fórum de Petrolina. 

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A mãe da menina Beatriz, Lucinha Mota, ressaltou a importância do momento para ela e a família. “A vida é o direito mais valioso de todos nós. Após longos dias, de muita luta, quase 7 anos depois de termos perdido a vida de Beatriz, chegamos a um importante momento: amanhã terá início a audiência que escreverá o futuro do assassino brutal que cruelmente nos tirou Beatriz”. 

“Me fiz muitas perguntas ao longo desse tempo, busquei em todos os cantos respostas sempre com convicção de que justiça é um caminho que devemos trilhar. Muitos estiveram comigo, alguns eu nem conheço, mas agradeço por nos ajudarem a chegar até aqui, peço que nos incluam em suas orações especialmente nos próximos dois dias”, desabafou.

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Caso Beatriz

A menina Beatriz Mota foi assassinada a facadas em uma sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, onde estudava, no dia 10 de dezembro de 2015. A menina foi assassinada enquanto acontecia a formatura da irmã mais velha. 

A menina se afastou para beber água e não voltou mais, tendo o seu corpo sido encontrado 30 minutos depois.

O acusado foi reconhecido a partir de amostras coletadas na faca utilizada no crime. 

 A Justiça decretou a prisão preventiva de Marcelo da Silva, de 40 anos, denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de ter assassinado a menina Beatriz Angélica, de 7 anos, nesta sexta-feira (9). O caso aconteceu em 2015,  dentro de uma escola particular na cidade de Petrolina em Pernambuco.

 Marcelo está detido desde o início do ano, e em julho foi indiciado por homicídio qualificado. Dessa forma, além dos crimes que respondia, agora foi ligado a morte de Beatriz, após as investigações mostrarem que ele deu dez facadas na menina. A partir disso, a  juíza Elane Brandão Ribeiro, da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, considerou que havia risco à garantia da ordem pública caso Marcelo da Silva fosse solto.

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 O envolvido, foi ligado ao crime após realização de perícias, por meio das quais foi identificado o DNA dele em células que estavam na faca usada para praticar o crime. Ele, na época, chegou a confessar o assassinato.

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações do Caso Beatriz depois de pouco mais de seis anos. Agora, o caso é de responsabilidade do Ministério Público de Pernambuco, que deve acatar ou não a decisão da polícia. O suspeito identificado como Marcelo da Silva, de 40 anos, que confessou o crime, foi indiciado por homicídio qualificado. 

A conclusão do inquérito foi enviada ao Ministério Público de Pernambuco na segunda-feira (4) e, agora, cabe aos promotores de Justiça responsáveis pela análise, a decisão de concordar com a conclusão da polícia e denunciar o suspeito por homicídio qualificado, ou pedir mais diligências. 

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O MPPE ainda pode decidir por mudar a tipificação penal antes do processo ser enviado à Justiça. Em nota, o órgão informou que “irá analisar com maior brevidade possível, devido à quantidade de material produzido na investigação, observando a necessidade de apreciar com cautela e responsabilidade todo o inquérito, para as providências legais”.

A Polícia Civil informou que o procedimento segue sob segredo de Justiça. “E, por isso, não podem ainda ser fornecidos maiores dados sobre as investigações”.

 

Relembre o caso

A menina Beatriz Mota foi assassinada a facadas em uma sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, onde estudava, no dia 10 de dezembro de 2015. A menina foi assassinada enquanto acontecia a formatura da irmã mais velha. 

Ela se afastou para beber água e não voltou mais, tendo o seu corpo sido encontrado 30 minutos depois.

O Dia das Mães celebrado neste domingo (8), é tempo de lembrar das lutas das mães que passaram a ter como propósito de vida a defesa dos direitos dos seus filhos e, principalmente, de justiça. Em Pernambuco, dois grandes exemplos são: Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz, de 7 anos, que foi assassinada em 2015 numa festa de uma escola particular em Petrolina; e Mirtes Renata, mãe de Miguel, de 5 anos, que foi deixado sozinho pela ex-patroa no prédio de luxo do Recife, que acabou caindo do 9º andar e morreu em junho de 2020, no meio da maior crise sanitária que o país já viveu.

No Piauí, a deputada federal Rejane Dias (PT-PI) também é um símbolo da luta pela causa das pessoas com deficiência, sobretudo as autistas, por ter uma filha autista. Ela é a criadora da lei da Carteira de Identificação da Pessoa Autista. 

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A perda não só inesperada, mas violenta, abrupta e cheia de perguntas sem respostas e também perpassada pelo racismo fez com que a sociedade sentisse a dor junto com elas, o que lhes deu gás para lutar em prol da defesa da filha e do filho e as tornaram ainda mais fortes e persistentes. Não à toa e nem tampouco coincidência, além da tragédia, Lucinha Mota e Mirtes Renata começaram a fazer faculdade de direito para entenderem melhor como funciona a Justiça e procurar uma forma de que ao menos o suposto culpado e a culpada sejam penalizados pelos assassinatos.

Lucinha Mota teve a filha Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada com 42 facadas em 10 de dezembro de 2015, em Petrolina, numa sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde estudava, enquanto acontecia a formatura da irmã mais velha. A criança havia se afastado para beber água e não voltou; o corpo foi encontrado 30 minutos depois. 

Há sete anos Lucinha luta arduamente todos os dias para encontrar quem matou Beatriz. No dia 5 de dezembro de 2021, ela, o marido, Sandro Romildo, pai de Beatriz e pessoas que quiseram acompanhar, fizeram uma cruzada de mais de 700km, 'Caminhe por Justiça', que durou 23 dias, saindo de Petrolina até o Recife, com destino ao Palácio do Campo das Princesas, para fazer uma série de cobranças por Justiça na tentativa de encontrar respostas sobre o caso da filha. Mirtes Renata caminhou ao lado de Lucinha. Após pressionar o governador Paulo Câmara (PSB) e ganhar o apoio para a federalização do caso, um possível suspeito foi encontrado pela Polícia Civil

Ainda sem respostas concretas e soluções sobre o inquérito, Lucinha conta que começou a fazer faculdade de direito, que também faz parte da sua luta, para “falar de igual para igual”. “Eu comecei a fazer direito para poder atuar no inquérito da minha filha, para poder ter conhecimento, aprender a lidar em determinadas situações e falar de igual para igual com as instituições. Hoje, eu estou amando o direito, acho que todo cidadão deveria pelo menos conhecer a nossa Constituição, pelo menos os sete primeiros artigos”. 

“Eu comecei a fazer direito por não me sentir representada pelos legisladores em todos os sentidos. Hoje, a segurança pública de Pernambuco é destaque no País. O que eu vivenciei nestes seis anos em busca de justiça, que o inquérito da minha filha fosse solucionado, está estampado em todas as matérias dos jornais que Pernambuco é o terceiro Estado que mais mata com mortes violentas e o segundo e não solucionar crimes contra a vida. E eu decidi que esse crime contra a vida da minha filha seria solucionado custasse o que custasse”, relatou.

Além disso, ela também começou a militar na política, tendo segurança pública e justiça social como principais bandeiras de atuação. “Hoje, as mães, famílias e vítimas não têm acesso ao inquérito, que é um direito. O Ministério Público é quem representa as vítimas porque as famílias não têm acesso, e se alguém procurar algum promotor para saber informações sobre o processo, eles não vão atender. Tenho um projeto de lei no sentido de criar uma função dentro da Polícia Civil para que, quando as famílias se apresentem atrás de uma informação, uma pessoa as atenda”, explicou Lucinha, que é pré-candidata a deputada estadual por Pernambuco pelo PSDB neste ano. 

Mirtes Renata perdeu o filho, Miguel Otávio, de 5 anos, em 2020, ao cair de um prédio de luxo. Em plena pandemia, Mirtes tinha que ir trabalhar na casa de Sarí Corte Real, esposa do ex-prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), e não tinha com quem deixar seu filho, já que as escolas e creches estavam fechadas. Mirtes desceu para passear com o cachorro da família e Sarí, que havia ficado responsável por cuidar de Miguel, deixou a criança de 5 anos entrar sozinha no elevador, quando ele subiu até o 9º andar e caiu. Atualmente Sarí responde ao processo por abandono de incapaz que resultou em mortes, com agravantes de cometimento de crime contra criança e em ocasião de calamidade pública. 

Racismo, injustiça e desigualdade social são as principais origens da morte de Miguel e da luta de Mirtes Renata, que contou à reportagem do LeiaJá ter entrado na militância por justiça pela morte do filho. “A morte do meu filho é a minha primeira militância e agora a pouco entrei na Anepe (Articulação Negra de Pernambuco). Estou fortalecendo essa luta contra o racismo, desigualdades e agora entrei para dar apoio às pessoas, um suporte, da mesma forma que venho recebendo dos movimentos sociais e também acredito que é dessa forma que a gente vai conseguir algo melhor para nós, lutando mesmo, saindo às ruas, cobrando por algo que temos direito”, afirmou. Mirtes chegou a ser chamada de ingrata por Sarí.

“O racismo sempre existiu e está cada dia mais evidente, mas diante desse governo ele está mais escancarado e a gente precisa lutar para combater e melhorar a situação para os nossos próximos que vierem, como os nossos antepassados lutaram para o melhor”, disse. 

Mirtes contou ter começado a fazer faculdade de direito para se informar melhor sobre os trâmites. “Estou fazendo faculdade de direito para me informar e lá na frente poder ajudar muitas pessoas dentro do judiciário e tentar a situação que vivemos hoje com esse judiciário classista, racista e sexista. Estou me formando para ajudar outras pessoas a não passarem pelo o que eu tô passando hoje, pelo caso de Miguel, que é um absurdo”, explicou. 

No Congresso

Na luta pelo autismo há mais de 20 anos, a deputada federal Rejane Dias (PT-PI) é mãe de uma menina autista e luta pela causa das pessoas com deficiência desde então. “Sou mãe de uma menina autista, a Dani. Vivo há mais de 20 anos o autismo, todos os dias em minha vida, sei da dificuldade deles serem compreendidos, na pele. Por isso, a carteirinha é uma ajuda a mais nesse processo de compreensão social”, disse a deputada, em publicação sobre a aprovação do projeto de lei 10119/2018, de sua autoria, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). 

“Foi uma luta muito grande. Um sonho que começou no ano passado, quando iniciamos o processo de tramitação nas comissões. Sou deputada e mãe de uma menina autista também, a minha Dani. É uma rotina diária de preconceito, que dói como se fosse a primeira vez”, disse, em comentário na publicação do apresentador de TV Marcos Mion, comemorando a aprovação da Carteira, que tem o nome do seu filho, Romeo Mion. 

Rejane foi presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD) da Câmara dos Deputados em 2021. Em um artigo publicado no Estadão, ela relata ter sido “um dos anos mais desafiadores da minha vida”, por ter buscado ampliar o debate sobre os desafios da pessoa com deficiência. “Até aqui, os obstáculos têm sido maiores que as conquistas, ainda que nos últimos 30 anos a expectativa de vida dessa população [com síndrome de down] tenha praticamente dobrado”. 

No texto, a parlamentar falou sobre pessoas com deficiência que ocuparam e ocupam espaços no Congresso Federal. “Todos eles representam dentro do poder legislativo uma luta de séculos, por vez, voto e voz. A igualdade no seu significado mais profundo é a inclusão. É quando todos se sentem incluídos e representados, por isso, mais do que nunca, é preciso ampliar as vozes das pessoas com deficiência, em todos os poderes”. 

“Uma política eficiente de inclusão precisa percorrer um caminho além do discurso, que passa pela garantia de direitos fundamentais, antes ignorados, e a manutenção dos direitos adquiridos ao longo da história”, ressaltou Dias.

No seu comando, a Comissão bateu recorde de aprovações de projetos de lei desde o ano de criação, em 2016, com mais de 50 projetos aprovados. Além disso, foram mais de 90 requerimentos de audiências públicas e mais de 40 eventos realizados. Além de terem analisado e debatido mais de 160 projetos “que visam corrigir alguma distorção na política para as pessoas com deficiência no Brasil”. 

“Precisamos de mais”, ressaltou. “Precisamos de mais oferta de trabalho, mais respeito à Lei de Cotas para as pessoas com deficiência, de universalizar o ensino de Libras, de mais inclusão escolar e de regulamentações mais específicas para tratamentos de doenças neurovegetativas no SUS. São questões que precisam ser encaradas com razão e prioridade”, afirmou Dias, que salientou o papel fundamental de transformação do Congresso Nacional.

A professora Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz, acaba de se filiar ao PSDB Pernambuco, após receber um convite da presidente da sigla no estado e também prefeita de Caruaru, Raquel Lyra. O ato solene foi realizado no Recife na noite da segunda-feira (21), dois dias após a desfiliação de Lucinha do PSOL Pernambuco. Agora tucana, a recém-filiada deverá disputar as eleições para o cargo de deputada estadual.

Em 2018, Mota foi candidata ao mesmo cargo nas eleições, mas não obteve sucesso. Em Petrolina, ela foi suplente de vereadora e militante ativa contra a violência no município, em especial pelas famílias cujas perdas ainda não foram devidamente justificadas diante da lei.

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Lucinha ficou conhecida nacionalmente ao longo dos anos, após um esforço intenso para tornar o caso que envolve o assassinato da sua filha, Beatriz Angelica, morta em 2015, aos sete anos de idade, conhecido pela mídia e população. Entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano, a mãe de Beatriz completou uma peregrinação de mais de 700 quilômetros para chegar a Recife, capital de Pernambuco, e se encontrar com o governador do estado, Paulo Câmara. Ela deixou Petrolina, no Sertão pernambucano, no dia 5 de dezembro.

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Um vídeo divulgado no fim de semana pela mãe da menina Beatriz, Lucinha Mota, causou reviravolta e fez com que a CPI para discutir as investigações do caso fosse instalada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O anúncio foi feito pela deputada estadual Dulcicleide Amorim (PT), nas redes sociais, e pediu que o deputado estadual Romero Albuquerque (PP) enviasse o documento com 16 assinaturas até esta segunda-feira (7), para que a CPI saísse do papel.

Romero Albuquerque é o autor da proposta que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o Caso Beatriz. 

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“Primeiramente quero falar diretamente aos pais de Beatriz: se eu fui mal interpretada por tentar ajudá-los, desculpe. Diante de vários apelos que recebi neste fds da sociedade, mãe de Beatriz e do colega Romero Albuquerque dizendo que a CPI só falta uma assinatura. Diante disso, deixo aqui o pedido para que até amanhã, dia 7, se Romero me enviar o documento digitalizado com as 16 assinaturas, a minha será a 17ª”, disse a petista, após cancelar a audiência pública que aconteceria no próximo dia 10. 

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Romero Albuquerque, por sua vez, comemorou a notícia da CPI, mas retaliou a declaração da deputada de que o caso estaria sendo usado como capital político. Sem citar a colega, ele se disse surpreso com “algumas declarações que tentam convencer as pessoas de que uma CPI, que discutirá o caso de forma mais ampla, abrangente e imparcial, se trata de politicagem. Isso é, sem dúvida, um desmerecimento das nossas funções”. O deputado ressalta que não pretende ocupar a presidência ou a relatoria da comissão.

Com as 17 assinaturas, o deputado deve apresentar o pedido à presidência da Casa, que dará o encaminhamento necessário para a CPI começar. A comissão será constituída por nove membros titulares e pela mesma quantidade de suplentes.

“A participação dos parlamentares mostra a força que a Alepe tem para colaborar no avanço das investigações. Essa iniciativa ajudará a esclarecer um dos crimes mais bárbaros do país. Certamente, traremos uma grande contribuição para a conclusão desse caso”, explicou a deputada Clarissa Tércio (PSC), coautora do pedido.

 

Mãe de Beatriz, menina que foi assassinada dentro de uma escola em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Lucinha Mota mostrou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para investigar o caso. O documento já conta com 12 assinaturas de parlamentares, sendo necessárias 17. Apenas em fevereiro o documento será protocolado, quando a casa retomar as atividades.

"A CPI pode esclarecer as nossas dúvidas. A gente sabe que Marcelo é o assassino de Beatriz, mas quem estava escondendo ele esses anos todos? Ele estava no banco de DNA desde 2018 ou 2019, então eles precisam responder. Quem tolera a impunidade, é cúmplice da criminalidade", afirmou Lucinha em um dos áudios enviado ao deputado Romero Albuquerque (PP), autor do pedido .

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Por meio do site "beatriz.com.br" será possível saber quem já assinou o requerimento. A mãe da menina Beatriz cobrou que os parlamentares assinem o documento. “Os que não assinarem estão sendo cúmplices de uma impunidade, ou seja, são autores também da impunidade. Vamos colocar à prova quem é a favor da vida, da justiça e da verdade.”

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A mãe de Beatriz Angélica, menina assassinada dentro de escola em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, classificou a alegação de inocência escrita pelo suspeito de matar a criança como uma "pirotecnia" articulada pelo novo advogado. Marcelo da Silva havia confessado o assassinato, mas após a entrada do advogado Rafael Nunes no caso, ele mudou de versão e disse que foi pressionado a assumir a autoria do crime. 

Em uma live nessa terça-feira (18), Lucinha Mota voltou a defender que Marcelo é o verdadeiro assassino e condenou a atuação de Rafael Nunes. O advogado assumiu a defesa do suspeito após Niedja Mônica da Silva deixar o caso. 

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"Eu quero pedir as pessoas que não sigam esse cara que só tá pedindo holofote. Ele quer mídia [...], não vamos admitir esse tipo de pirotecnia dentro do inquérito de Beatriz, não", disse a mãe da vítima.

Lucinha tem reunião agendada com representantes da OAB-PE nesta quarta-feira (19) para solicitar que a Ordem acompanhe diretamente a atuação do advogado. De acordo com Lucinha, a própria ex-advogada entrou com uma representação contra Nunes.

"Infelizmente existem pessoas que usam esse tipo de situação, usam a dor, a morte e o sofrimento de uma criança para se autopromover em busca de holofotes. Em busca de alguns segundos em rede nacional. Isso é nojento. Me dá repulsa", declarou.

O LeiaJá tentou contato com Rafael Nunes, mas não obteve resposta até o momento desta publicação. Rafael Nunes foi advogado de Jussara Rodrigues e do filho Danilo Paes, acusados de assassinar e ocultar o corpo do cardiologista Denirson Paes da Silva em um condomínio em Aldeia, em Camaragibe, no Grande Recife. Ele também defendeu os policiais militares que jogaram spray de pimenta no rosto da vereadora Liana Cirne (PT) durante a ação truculenta em um protesto pacífico contra o Governo Bolsonaro no Centro do Recife.

 Acompanhada por uma equipe técnica em sua investigação paralela, a mãe teve acesso às provas anexadas ao inquérito, desde o DNA que corresponde ao encontrado na faca utilizada no crime ao depoimento do suspeito. "Eu assisti ao vídeo da confissão do assassino. As pessoas que trabalham comigo e me ajudam já emitiram relatório técnico para a gente preparar nossos advogados quando forem atuar no júri. Todos eles afirmaram que ele é o assassino de Beatriz", sintetizou.

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Após a carta de inocência do suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica, o deputado estadual Romero Albuquerque (PP) anunciou que vai solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que o caso também seja investigado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Com a reviravolta no processo que se estende por mais de seis anos, o deputado informou que aguarda o retorno das atividades na Alepe para protocolar seu pedido. “Um assassinato brutal é sempre assunto de interesse público, ainda mais quando a vítima era uma criança. Confiamos na nossa Polícia, mas está claro que faltam respostas", indicou.

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Na última semana, o suspeito Marcelo da Silva, de 40 anos, confessou o crime após a Secretaria de Defesa Social (SDS) identificar seu DNA na faca usada no homicídio. Porém, ele deu uma nova versão em uma carta escrita na segunda (17), na qual diz ser inocente e que teria sido pressionado a assumir que matou a criança.

Para Romero, o desencontro de narrativas ridicularizou publicamente as forças de segurança do Estado.

“Temos, em primeiro lugar, uma mãe e um pai que têm o direito de saber a verdade, toda a verdade. Temos a Polícia Civil, que precisa dar esclarecimentos a essa família e a toda sociedade. Se este homem, agora, diz que não é o autor do crime, mas a Secretaria de Defesa Social garantiu que, após seis anos, identificou o DNA do suspeito na arma do crime, alguém está faltando com a verdade [...] a instituição não pode ser ridicularizada publicamente por um criminoso”, disparou.

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Após confessar que matou Beatriz Angélica, Marcelo da Silva escreveu uma carta na qual se declarou inocente e disse que foi pressionado a assumir o crime. A menina de sete anos foi esfaqueada em 2015, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco.

No Presídio de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Marcelo, de 40 anos, mudou a versão apontada pela Secretaria de Defesa Social (SDS), que se baseou em um exame de DNA com amostras colhidas na cena do crime.

No material assinado na segunda-feira (17), o suspeito afirma que foi pressionado e pede proteção, pois tem medo de morrer.

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"Eu não matei a criança. Eu confessei na pressão. Pelo amor de Deus, eles querem minha morte. Preciso de ajuda. Estou com medo de morrer, quero viver. Eu não sou assassino. Quero falar com a mãe da criança. Quero a proteção de minha mãe", escreveu.

Divulgação

Pouco mais de seis anos de cobranças ao Governo de Pernambuco por mais celeridade no inquérito e um desfecho justo do caso, a mãe da vítima Lucinha Mota montou uma investigação paralela e pôde analisar os autos aos quais teve acesso.

Mesmo com a nova posição de Marcelo, ela reitera que o suspeito confessou detalhes que só o assassino poderia saber e mantém a tese de que ele é o responsável pela morte de Beatriz.

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Em meio à polêmica confissão do assassino de Beatriz após mais de seis anos do crime, a mãe da vítima Lucinha Mota acredita que Marcelo da Silva é realmente culpado. Em uma live nessa segunda-feira (17), ela fez duras críticas ao Governo de Pernambuco e disse que a investigação paralela a levou a crer na autoria apontada pela Secretaria de Defesa Social (SDS).

"Esse que foi apontado pela Polícia Civil é o assassino de Beatriz [...] tem coisas que ele fala que só o assassino saberia dizer", destacou Lucinha. "Vocês sabem que jamais eu iria aceitar que um inocente pagasse por esse crime [...] e tudo que eu quero agora é que esse assassino apodreça no presídio", afirmou.

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Além do exame científico com o DNA de Marcelo encontrado na faca usada para matar a criança, ela teve acesso aos depoimentos, vídeos e mantém uma apuração particular por discordar da condução do caso pela SDS.  

A mãe reforçou que "o crime não foi 100% solucionado por que o delegado responsável pelo inquérito ainda está apurando". Por isso, entende que a SDS foi “desumana” e atrapalhou ao vazar provas antes da conclusão das investigações.

Sem generalizar os integrantes da Polícia Civil do Pernambuco, Lucinha disse que a "alta cúpula do Governo Paulo Câmara agiu errado o tempo todo" e "está fazendo uma lambança".

Ela prometeu denunciar gestores da SDS como o secretário Humberto Freire e a ex-chefe da Polícia Científica Sandra Santos ao Ministério Público de Pernambuco, e reiterou que não desistiu de federalizar o caso para que as autoridades de fora do Estado atuem contra os vazamentos.

Logo após ser comunicado pela Polícia Civil de Pernambuco sobre a identificação de um suspeito de matar a menina Beatriz Mota com base em testes genéticos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) requisitou providências imediatas para assegurar a ouvida do suspeito, a proteção à sua integridade física e a realização de novas perícias complementares. 

As informações foram detalhadas pela promotora de Justiça Angela Cruz, coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial (GACE) que acompanha o caso e do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAO Criminal), durante coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (12), na sede da Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS).

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"Assim que tivemos conhecimento de que um suspeito havia sido identificado pelo perfil genético, que é uma prova técnica relevante, entramos em contato com os delegados responsáveis pela investigação. Ainda ontem (11) delegados gravaram o depoimento do homem, ao qual já tivemos acesso. 

O Ministério Público está devolvendo o inquérito à Polícia Civil, para que sejam juntadas mais informações. Sabemos que a Polícia fará o trabalho requisitado de forma responsável, com foco na apuração dos fatos. E ao receber o relatório final da investigação, o MPPE vai analisar o inquérito e apresentar, no tempo devido, a sua manifestação", destacou Angela Cruz.

A coordenadora ressaltou ainda que o GACE está analisando minuciosamente os 24 volumes do inquérito policial a fim de compreender não apenas o crime, mas também as circunstâncias correlatas, com base em evidências científicas robustas que permitam a realização da persecução penal e uma eventual condenação perante o Tribunal do Júri.

Já o secretário de Defesa Social, Humberto Freite, descreveu na coletiva o trabalho pericial desempenhado pela Polícia Científica para chegar ao resultado técnico que apontou o autor do crime, um homem que já cumpre pena no sistema prisional de Pernambuco pela prática de estupro de vulnerável. Ele informou que, apesar do importante passo que foi a identificação do suspeito, as investigações continuam.

"Reafirmei ao procurador-geral o nosso compromisso de remeter todos os documentos e diligências requisitados pelo MPPE. A prova científica e a confissão do acusado permitiram o indiciamento, mas vamos prosseguir trabalhando em conjunto com a Instituição", assegurou Freire.

O secretário de Defesa Social e a promotora de Justiça Angela Cruz se reuniram com os pais de Beatriz, Lucia Mota e Sandro da Silva, pouco antes da coletiva de imprensa.

*Da assessoria

Na manhã desta quarta-feira (12), o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Humberto Freire, reuniu a imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS) para dar mais informações sobre a elucidação do caso Beatriz. Ao lado do Chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Nehemias Falcão, e representantes do Ministério Público de Pernambuco, o secretário explicou como a investigação chegou ao nome de Marcelo da Silva, indiciado como autor do assassinato da menina

Segundo a SDS, a identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos a partir do DNA recolhido na faca utilizada no crime. Em confrontação dos perfis genéticos, chegou-se ao DNA de Marcelo da Silva, de 40 anos, que se encontrava preso pelo crime de estupro de vulnerável em uma unidade prisional do Estado, em Salgueiro. Ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, criada em 2019 para investigar o caso, o homem confessou o assassinato e foi indiciado. 

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De acordo com o secretário Humberto, não foram poupados esforços na investigação do crime por parte das equipes envolvidas, Polícia Civil e Polícia Científica de Pernambuco, um trabalho que ele classificou como "extenuante". "Todo esse trabalho permitiu que nós pudéssemos, ao longo desses anos, explorar inúmeras linhas de investigação para que, ao cabo disso, após um longo trabalho de busca incessante dos elementos necessários para que nós pudéssemos ter a comprovação técnico científica do autor desse crime". 

O secretário disse, ainda, que em depoimento o acusado confessou o crime dando detalhes do que aconteceu no dia da morte de Beatriz, o que teria batido com os indícios com os quais a polícia já vinha trabalhando. "Temos a motivação alegada se coadunando com a dinâmica dos fatos de que havendo contato do assassino com a vítima, ela teria se desesperado e por isso foi silenciada a golpes de faca. Essa motivação alegada se coaduna com a dinâmica minuto a minuto que foi feito no trabalho investigativo". 

O secretário também explicou que o acusado teria entrado na escola portando uma arma branca, no dia do crime, na tentativa de conseguir dinheiro para deixar a cidade de Petrolina. A escolha da vítima teria sido "ao acaso" e, de acordo com a investigação, não há outros envolvidos na morte da menina. Humberto afirmou não ter havido abuso sexual da vítima e que ela foi morta com 10 perfurações à faca. 

Já para explicar a demora na análise do material genético encontrado na arma do crime, Humberto disse se tratar de um processo demorado, embora a coleta tenha sido feita logo após o crime, e que o perfil do acusado foi inserido no banco de dados apenas em 2019. "Foi preciso uma melhoria na qualidade da amostra que num primeiro momento se mostrava misturada, uma espécie de 'refino'". O laudo foi assinado por quatro peritos geneticistas. 

Humberto também falou que recebeu os pais de Beatriz, Lucinha Mota e Sandro Ramilton, momentos antes da coletiva - após pequena confusão em frente à sede da SDS quando a entrada deles foi barrada -, e lhes passou os novos detalhes da investigação. "Apresentamos as informações possíveis nesse momento e nos colocamos à disposição bem como nos colocamos à disposição do Ministério Público". 

Lucinha e Sandro não estiveram presentes durante a coletiva. Insatisfeita com a condução do caso, a mãe de Beatriz busca uma maior transparência por parte da Força Tarefa. "O DNA não é suficiente, a gente quer mais. Quantas vezes a gente fica implorando por uma resposta? Isso é desumano. Nós não conhecemos essa pessoa (o indiciado) nós não temos nenhuma informação em relação a ele. Eu vim atrás de respostas, eles têm obrigação de nos dar respostas", disse horas antes ao tentar entrar no prédio da SDS.

Lucinha Mota, mãe da menina Beatriz Angélica, fez uma transmissão ao vivo na noite desta terça-feira (11) para comentar a notícia de que o suspeito de matar sua filha foi identificado e indiciado. Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas em uma escola de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, em 2015.

A mãe de Beatriz disse ter passado mal ao receber a notícia de que o autor do crime foi identificado e confessou o crime. Ela também criticou ter descoberto o fato pela imprensa e não ter sido avisada pela polícia. "Não estamos sabendo de absolutamente nada. Fomos pegos de surpresa", disse. "Eu acho até desumano para a polícia fazer algo nesse sentido e não nos comunicar".

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Lucinha Mota afirmou que ela e o marido vão viajar para o Recife para participar da coletiva da Polícia Civil, prevista para a manhã da quarta-feira (12). "Eu estou pedindo muito a Deus para que seja ele, para que seja essa pessoa, para que a gente possa ter paz, para que Beatriz tenha um processo justo, que o assassino pague por essa barbárie".

Ela ainda sugeriu que o suspeito não teria agido sozinho. "Confessar e o exame de DNA não é o suficiente. Precisa de mais elementos. Muita coisa precisa se encaixar", disse Lucinha.

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A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) divulgou que, por meio do trabalho conjunto das forças estaduais de segurança pública, chegou, nesta terça-feira (11), ao autor do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido em 2015, em Petrolina, Sertão de Pernambuco. 

De acordo com a SDS, a equipe revisitou todo o inquérito e realizou novas diligências. A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, realizadas nesta terça-feira, que identificou o DNA recolhido na faca utilizada no crime.

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Em confrontação de perfis genéticos do banco, chegou-se ao DNA do suspeito, que já estava preso por outros delitos em uma unidade prisional do Estado. Ao ser ouvido pelos delegados da Força-Tarefa, ele confessou o assassinato e foi indiciado.

Outros detalhes serão repassados em coletiva de imprensa que será realizada na manhã da quarta-feira (12), no auditório da SDS, com representantes da Polícia Civil, Polícia Científica e Ministério Público de Pernambuco.

Conheça o caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina atendia à uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

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A família de Beatriz Angélica veio ao Recife com um objetivo: solicitar que o Governo de Pernambuco recomende a federalização do caso que investiga o assassinato da menina de sete anos morta em 2015, em Petrolina, no Sertão do estado. De acordo com os pais e advogados, a investigação é repleta de vícios, contradições e manipulação de provas, o que tornou difícil o desfecho do crime, em aberto após seis anos e com várias outras perguntas sem resposta. Os interessados acreditam que o processo só poderá ser imparcial quando atingir a esfera federal.

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Para isso, a família precisa da assinatura do governador Paulo Câmara (PSB) como referente do documento. No entanto, de acordo com a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, o gestor estadual tem sido omisso durante todo o processo. Ela também acusa ter sido recepcionada com truculência pela equipe de segurança do governador, tendo recebido cotoveladas. A fala aconteceu em um dos discursos feitos pela professora no começo da tarde de hoje (28), no protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas, onde funciona a sede do governo.

“Governador Paulo Câmara, eu saí dia cinco de dezembro de Petrolina, caminhando. Anunciei essa caminhada 30 dias antes. O senhor foi incapaz de se posicionar. O senhor esperou uma mulher caminhar mais de 700 quilômetros para ser recebida aqui. O senhor se considera pai de família pra permitir algo nesse sentido? Isso é desumano, governador. A última vez que o senhor esteve em Petrolina, o senhor me recebeu na violência, me agrediu fisicamente. Foi desta forma e eu pergunto: o senhor vai atender o pedido dos coronéis de Petrolina ou o pedido do povo?”, perguntou a mãe.

Lucinha, como é conhecida, segurava um dos três modelos de requerimento preparados pela sua assessoria jurídica, que esperava uma recepção imediata e uma assinatura de Câmara. No entanto, até a publicação desta matéria, de acordo com a defesa da família e confirmado por Lúcia, a negociação com o governo ainda não tinha acontecido. O grupo que caminhou de Petrolina até o Recife, e os manifestantes, foram recebidos em frente ao palácio com grades, segurança e uma tenda pequena para abrigar parte do grupo do sol.

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O Governo de Pernambuco chegou a convidar Lúcia Mota e o marido, Sandro Romilton, pai de Beatriz, para uma conversa privada, mas a família recusou. A sugestão familiar é de que uma comissão formada por oito pessoas, incluindo os pais e o advogado, sejam recebidos juntos por Paulo Câmara, para honrar a luta conjunta à qual o grupo se dedicou nos últimos anos.

“São seis anos esperando, aguardando as promessas que não foram cumpridas. Por isso, nós caminhamos. Caminhamos por amor a Beatriz, caminhamos para que o governador se sensibilize como filho, como pai, como esposo, e que atenda nosso pedido que é tão simples e é uma obrigação do estado”, afirmou Lúcia Mota. A mãe diz que, caso não haja retorno definitivo, seguirá em frente ao Palácio. “Cansei de promessas. Eu não arredo o pé daqui e o que acontecer comigo, à minha saúde, é culpa do PSB”, continuou.

Corrupção, contradições e afastamentos

O maior motivo para o pedido de federalização é a crença da família em uma inércia proposital do aparelho público em Pernambuco. Começando pelo afastamento da delegada Polyanna Neri, que foi a primeira titular do inquérito que apura o caso. De acordo com a família, a servidora foi forçada a abandonar as investigações por atuar junto aos interesses dos familiares, e teria sido perseguida pelo delegado seccional de Petrolina e substituto no caso à época, Marceone Ferreira. Lucinha diz que os peritos fraudaram as denúncias apresentadas e que sabotam o inquérito de Beatriz, falando até em uma suposta "quadrilha de delegados e peritos".

Além disso, por falta de retorno do Ministério Público de Pernambuco, a família entrou com um pedido à Procuradoria Geral da República pela federalização das investigações, o que inclui o suporte investigativo de uma agência de peritos americanos que se ofereceram para ajudar no caso.

"A delegada Polyanna Neri pediu ao estado recursos, agentes e peritos que não fossem de Petrolina e isso estava argumentado no inquérito. O pedido dela não foi atendido. Eles simplesmente deixaram faltar até folha de ofício; combustível pra viatura ela só conseguiu porque eu precisei vir aqui, ameaçar fazer protesto e chamar a imprensa. Ela [a delegada] foi perseguida; eu presenciei ela sendo perseguida pelo delegado Marceone, enquanto fazia uma diligência que deveria ser sigilosa. Ela foi forçada a sair do inquérito. Polyanna Neri já está na sua terceira transferência. Isso é uma covardia", alegou Lucinha.

"Omissão do MP"

Antes da parada final no Palácio, o protesto se concentrou em frente ao MPPE na Rua do Imperador, no bairro de Santo Antônio. Lúcia Mota chamou a instituição de "cúmplice".

"Exatamente na hora em que esta mulher, esta mãe desesperada pedia por socorro, você sabe o que o Ministério Público fez? Se omitiu. Fez absolutamente nada. Fizemos uma denúncia formal. Sabe o que aconteceu? Nada. É assim com todos os inquéritos de Pernambuco; é o pior estado em resolver crimes contra a vida, porque este MP tolera a impunidade, ou seja, ele é cúmplice da criminalidade. Vocês são tão criminosos quanto aqueles que tiram a vida dos nossos filhos. Enquanto vocês protegem os assassinos, os nossos filhos estão perdendo as vidas", disse.

Após meses de organização, ‘vaquinhas’ e preparo físico, mas a família da menina Beatriz Angélica finalmente chegou ao Recife na manhã desta terça-feira (28). Em busca de justiça e respostas para o assassinato da criança, o grupo enfrentou 23 dias de uma caminhada liderada pela mãe da menina, Lúcia Mota, e que atravessou o estado de Pernambuco. A família Mota saiu de Petrolina, município do Sertão e localidade do crime, percorrendo 700 quilômetros até a capital.

O caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina participava de uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Um homem é apontado como possível assassino da menina, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que um grupo de cinco pessoas esteja envolvido no crime. O local exato da morte da criança também não foi descoberto. A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

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Foram meses de organização, ‘vaquinhas’ e preparo físico, mas a família da menina Beatriz Angélica finalmente chegou ao Recife na manhã desta terça-feira (28). Em busca de justiça e respostas para o assassinato da criança, o grupo enfrentou 23 dias de uma caminhada liderada pela mãe da menina, Lúcia Mota, e que atravessou o estado de Pernambuco. A família Mota saiu de Petrolina, município do Sertão e localidade do crime, percorrendo 700 quilômetros até a capital. 

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A parada final será o Palácio do Campo das Princesas, na região central da cidade, onde funciona a sede do Governo do Estado. 

Lucinha, como é conhecida a mãe de Beatriz, chegou à Praça do Derby, ponto de concentração do protesto, às 11h45. A mãe foi recebida com aplausos, palavras de apoio e gritos de justiça. 

"Das outras vezes eu fui respondida com violência pelo governador Paulo Câmara. O senhor tem uma dívida comigo e ela vai ser paga hoje. Eu não arredo o pé desse palácio. Estou sendo movida pelo meu amor por Beatriz. Eu não quero promessa, quero um documento. Um parecer favorável à federalização do caso. O inquérito só será imparcial quando a Polícia Federal assumir", disse Lucinha, emocionada.

Conheça o caso

Em 10 de dezembro de 2015, a menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi assassinada por 42 golpes de faca, aos sete anos de idade. A menina atendia à uma festa de formatura no colégio Auxiliadora, instituição católica tradicional de Petrolina, e onde seu pai, Sandro, trabalhava como professor veterano de inglês. No dia, cerca de três mil pessoas circularam pelas dependências do colégio, que concentrou o evento na quadra de esportes. A última vez que Beatriz foi vista ela estava no bebedouro próximo à quadra e aos fundos da escola, por volta das 21h59. O momento foi registrado pelas câmeras de segurança.

Como Beatriz não retornou após pedir para beber água, com cerca de 20 minutos, os familiares anunciaram o desaparecimento da criança e uma busca geral foi iniciada. Momentos depois, o corpo da vítima foi encontrado atrás de um armário em uma sala de material esportivo desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.

Um homem é apontado como possível assassino da menina, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que um grupo de cinco pessoas esteja envolvido no crime. O local exato da morte da criança também não foi descoberto. A família de Beatriz questiona a demora no caso e a ausência de respostas para algumas perguntas, como a localização dos DNAs encontrados na cena do crime; a reforma feita na sala de balé – que não foi periciada – próxima à sala onde a vítima foi encontrada; a demora para o isolamento do prédio; dentre outras questões.

Os familiares solicitaram ao Ministério Público Federal a federalização do caso e pede, por mais um ano, a ajuda do Governo de Pernambuco para a concretização do pedido.

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