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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta segunda-feira (11), que a Casa repudia a violência decorrente de manifestações políticas, dois dias após um guarda municipal petista ser morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro em Foz do Iguaçu (PR). O deputado também pediu paz e ressaltou que a campanha eleitoral está apenas começando.

"A Câmara dos Deputados repudia qualquer ato de violência, ainda mais decorrente de manifestações políticas. A democracia pressupõe o amplo debate de ideias e a garantia da defesa de posições partidárias, com tolerância e respeito à liberdade de expressão", escreveu Lira.

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Na noite de sábado (9), o guarda municipal Marcelo Arruda foi morto a tiros durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos. A festa tinha temática do PT e Arruda era filiado ao partido. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador de Bolsonaro.

"A campanha eleitoral está apenas começando. Conclamo a todos pela paz para fazer nossas escolhas políticas e votar nos projetos que acreditamos. Esta é a premissa de uma democracia plena e sólida, como a nossa", disse o presidente da Câmara.

A repercussão do assassinato movimentou o mundo político neste domingo (10). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ontem que a convivência com o contraditório deve ser respeitada. "O assassinato de um cidadão, durante a comemoração de seu aniversário com a temática do candidato Lula é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie", escreveu, no Twitter.

Bolsonaro cobrou investigação da morte, mas responsabilizou a esquerda por episódios de violência. "Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", escreveu o presidente, no Twitter. Nesta segunda, o chefe do Executivo fez um discurso pró-armas a apoiadores.

Pré-candidatos ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também repudiaram o assassinato. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez, condenou a intolerância, a violência e o ódio.

Dois dias após um guarda municipal petista ser assassinato por um bolsonarista no Paraná, o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso pró-armas a apoiadores. O chefe do Executivo também voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a mencionar os questionamentos feitos pelas Forças Armadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as urnas eletrônicas.

"Eu entendo que arma é liberdade, é segurança e é a garantia de uma nação também. O maior exército do mundo é o americano, são seus CACs Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador também. Aqui nós estamos chegando a 700 mil CACs. Em três anos e meio, dobramos o número de CACs no Brasil", disse Bolsonaro nesta segunda-feira, no Palácio da Alvorada.

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Na noite de sábado, o guarda municipal Marcelo Arruda foi morto a tiros em Foz do Iguaçu (PR) durante a comemoração de seu aniversário de 50 anos. A festa tinha temática do PT e Marcelo era filiado ao partido. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador de Bolsonaro.

No domingo, o presidente cobrou investigação da morte, mas responsabilizou a esquerda por episódios de violência. "Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", escreveu Bolsonaro, no Twitter.

Críticas ao TSE

Hoje, o chefe do Executivo voltou a dizer que "mais importante que a vida é a liberdade" e atacou os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo. "O TSE convidou as Forças Armadas para participar de uma comissão de transparência eleitoral. Só que eles não entenderam, não sabiam que o chefe supremo sou eu. E eu determinei que as Forças Armadas, junto com seu comando de defesa cibernética, fizesse o trabalho que tinha que ser feito dentro do TSE", disse Bolsonaro.

"Nós fizemos e apresentamos sugestões. Agora, o TSE, na pessoa do Fachin, não aceita que o nosso pessoal técnico converse com o pessoal técnico deles. Quem age dessa maneira, não tem qualquer compromisso com a democracia. Deixo bem claro: Fachin foi quem tirou Lula da cadeia", emendou.

O presidente, que coloca dúvida sobre as urnas eletrônicas sem apresentar provas, também declarou que vai se reunir com embaixadores na próxima semana para "explicar o que aconteceu" nas eleições de 2018. Bolsonaro costuma dizer, também sem apresentar provas, que ganhou a eleição no primeiro turno naquele ano. Bolsonaro também voltou a dizer hoje que não há "nenhum Poder maior que o outro" e que o inimigo no Brasil é interno e está dentro da Praça dos Três Poderes, em referência ao STF.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o Twitter, neste domingo (10), para lamentar as mortes que aconteceram em Foz do Iguaçu (PR) na madrugada de hoje. Na cidade paranaense, o guarda municipal e petista Marcelo Arruda foi assassinado pelo um policial penal bolsonarista, José Rocha Guaranho - que também morreu.

Segundo relatos divulgados por jornais locais, Marcelo Arruda celebrava seus 50 anos na noite de ontem durante uma festa com o tema do PT e favorável à eleição de Lula em outubro deste ano, quando José Rocha invadiu o local duas vezes, a primeira para bradar o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ameaçar os presentes. Na segunda vez, o policial penal chegou atirando no guarda municipal, que reagiu atirando. Os dois morreram.

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Ao falar sobre o assunto, Lula salientou a intolerância política.

"Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha. Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", escreveu o ex-presidente.

Pré-candidato a presidente, o líder petista também se solidarizou com a família do bolsonarista.

"Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", disse.

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Um guarda municipal de Foz do Iguaçu, no Paraná, foi morto a tiros na madrugada deste domingo (10), por volta das 4h25, após levar dois disparos de arma de fogo em sua festa de aniversário. A vítima, que comemorava seus 50 anos junto a cerca de 40 pessoas, entre amigos e familiares, teve como tema da celebração o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT).

Marcelo Arruda comemorava o aniversário na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na Vila A, quando um homem entrou no local armado e ameaçou todos na festa. De acordo com relatos, o homem foi convencido a ir embora, mas com medo, o aniversariante decidiu buscar a arma no carro. Ao retornar do estacionamento, Marcelo foi surpreendido pelo invasor, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, um agente penitenciário federal declaradamente bolsonarista. Testemunhas acreditam que a motivação do crime foi política. Não há relatos de desavença anterior entre os dois.

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Os opositores trocaram tiros no local. Segundo a polícia, Marcelo foi atingido com dois disparos de arma de fogo e morreu pouco após o tiroteio. Já Jorge, foi atingido por três disparos e levado a uma unidade de saúde sob custódia policial.

Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, sendo uma menina de seis anos e um bebê de apenas um mês. Ele era diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz (Simusfi) e era filiado ao PT como tesoureiro local. Nas eleições municipais de 2020, o guarda foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo partido.

O que diz a Polícia Civil

Ao contrário do que foi informado inicialmente pela Polícia Militar, o invasor não foi a óbito. A informação foi repassada pela delegada de Polícia Civil Iane Cardo, em entrevista coletiva à imprensa. Na atualização, Cardoso esclareceu que o homem está vivo e tem quadro estável. Jorge foi autuado em flagrante e está sob custódia da PM enquanto recebe atendimento hospitalar, mas deverá responder por seus atos após obter liberação médica.

Ainda de acordo com a delegada, as imagens entregues à Polícia Civil confirmam os relatos ouvidos. O bolsonarista chegou ao local, de carro, por volta das 23h45, e disse algo às pessoas no lado de dentro. O guarda municipal pede que o desconhecido se retire, e ele obedece, dando ré no veículo. Porém, quando o aniversariante se dirige à parte externa, o agente penal volta ao local e parece gritar contra os convidados. Segundo os relatos, foi nesse momento que Jorge gritou "aqui é Bolsonaro".

Na sequência, Marcelo pegou pedras em uma planta e arremessou contra o veículo. Após isso, a vítima foi alvo dos disparos que culminaram em sua morte.

Líderes do PT se posicionaram

A diretora nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, lamentou a morte do companheiro político e chamou o episódio de um “fruto da intolerância”. O partido também emitiu nota geral condenando o ato como “violência bolsonarista”. Confira alguns dos posicionamentos:

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Prefeitura de Foz também se posicionou

Em nota, a administração de Foz do Iguaçu lamentou a morte do servidor, a violência e lembrou os 28 anos de dedicação de Marcelo à cidade. Confira o texto na íntegra:

A Prefeitura de Foz do Iguaçu expressa o mais profundo pesar pelo falecimento do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, na madrugada deste domingo (10).

Marcelo era da primeira turma da Guarda Municipal e estava na corporação há 28 anos. Ele também era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). O guarda municipal deixa esposa e filhos.

"Agradecemos ao Marcelo Arruda por toda a sua dedicação e comprometimento com o Município, o qual nestes 28 anos de funcionalismo público defendeu bravamente, tanto atuando na segurança como na defesa dos servidores municipais", expressou o prefeito Chico Brasileiro.

"Desejamos à família, aos amigos e colegas de Marcelo força neste momento de dor", complementou o prefeito.

O velório do servidor será neste domingo no Cemitério Municipal Jardim São Paulo, em horário ainda a definir.

 

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