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Na manhã desta quinta-feira (16), o presidente Lula se encontrou com a viúva e os filhos de Marcelo Arruda. Ex-tesoureiro do PT e entusiasta da campanha do então candidato, Marcelo foi morto a tiros na própria festa de aniversário pelo policial Jorge Guaranho, em julho de 2022. 

Pamela Silva e os dois filhos foram recebidos pelo presidente durante uma passagem em Foz do Iguaçu, no Paraná.

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"Encontrei hoje em Foz do Iguaçu a família de Marcelo Arruda, covardemente assassinado por um ódio que não podemos aceitar. Minha solidariedade a sua companheira, Pâmela Silva, e seus filhos, que carregarão a memória e o orgulho do seu pai", publicou o líder petista nas redes sociais. 

Marcelo comemorava os 50 anos e planejou uma festa com tema do PT, quando Guaranho interrompeu a comemoração e efetuou disparos contra o aniversariante. Na época, o filho mais novo do casal tinha apenas 40 dias.  

O autor dos disparos foi preso no dia 13 de agosto, no Complexo Médico Penal de Pinhais. O policial penal deve ser levado a júri popular, conforme decisão do juiz Gustavo Germano Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. 

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---> Laudo sobre assassinato de petista aponta 13 tiros

 

A Justiça Federal do Paraná (JFPR) decretou, na última segunda-feira (13), que os três filhos do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em sua festa de aniversário por Jorge Guaranho, recebam pensão alimentícia da União. Guaranho era agente penitenciário federal, e a arma utilizada no crime pertencia à União.

Arruda foi atingido por tiros em sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná, no dia 9 de julho de 2022. Ele foi levado ao hospital, mas faleceu no dia seguinte. A briga se deu por questões políticas: Arruda era declaradamente apoiador do atual presidente Lula, enquanto Guaranho apoiava a campanha do ex-chefe do executivo, Jair Bolsonaro. Eles tiveram uma discussão no momento da festa, cujo tema fazia alusão ao então pré-candidato do PT. A prisão preventiva foi decretada e Guaranho foi detido ainda no ano passado.

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De acordo com a decisão recente da JFPR, os três filhos de Marcelo receberão uma pensão alimentícia da União até completarem 21 anos, além da pensão por morte que já recebem. O valor é definido com base no salário que o pai recebia como guarda municipal. Sua esposa também receberá uma pensão pelos próximos quatro meses.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, extinguiu uma ação do Partido dos Trabalhadores que acusava o presidente Jair Bolsonaro (PL) de fazer apologia ao crime. A decisão de Toffoli atendeu ao parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).

O pedido do PT fazia referência a uma suposta relação entre a atuação política do presidente e o assassinato do tesoureiro da legenda, Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu.

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A PGR considerou que o pedido do PT não tinha argumentos que demonstrassem a presença de crime por parte do presidente e o fato do assassino ser bolsonarista não tornava Bolsonaro um coautor do crime.

Por sua vez, o PT havia pontuado que Bolsonaro faz apologia e incitação ao crime; além de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e violência política.

 

A Justiça do Paraná negou o pedido de habeas corpus (HC) em favor do policial penal Jorge Guaranho, denunciado por homicídio qualificado por matar a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda. A defesa de Guaranho havia pedido que a prisão preventiva fosse transformada em prisão domiciliar humanitária. Com isso Guaranho segue preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. 

Na decisão, tomada  na noite de ontem (13), o desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) manteve a prisão preventiva do acusado com o argumento de que o cenário “conturbado”, em razão da proximidade das eleições. 

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Segundo o magistrado, a concessão da prisão domiciliar pode “gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes preferências político-partidárias”. Guaranho é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu e apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

No pedido  a defesa de Guaranho argumentou  que a ordem de prisão preventiva seria ilegal e que o policial penal não apresentava riscos à ordem pública. “A intolerância, motivada por exagerada paixão, não pode ser aceita e deve ser coibida pelo Poder Judiciário, tendo em vista as eleições que se avizinham e o panorama o atual processo eleitoral, sob pena de consequente sensação de impunidade, que poderá gerar novos conflitos entre pessoas com diferentes preferências político-partidárias”, argumentou o desembargador. 

A defesa também alegou que Guaranho ainda se recupera dos ferimentos sofridos durante o episódio que resultou na morte de Arruda e que precisaria de cuidados especiais para se restabelecer. “Ele sequer consegue andar, sua visão está comprometida, não tem condições de se alimentar sozinho e, evidentemente, não consegue realizar a sua higiene pessoal” argumentou a defesa. 

 Ao manter a preventiva, o desembargador reforçou o fato de que “a Administração Pública tem plenas condições de prestar a assistência de que necessita o paciente”. “Da atenta leitura do quanto se tem nos autos de origem, ao que tudo indica, ele necessita de cuidados a serem dispensados por médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos visando tão somente sua reabilitação física, nada apontando para eventual risco de morte”, apontou o desembargador.

A Justiça do Paraná autorizou o agente penitenciário federal Jorge Guaranho a cumprir a prisão preventiva em regime domiciliar. Ele responde pelo assassinato a tiros do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, que aconteceu no dia 9 de julho em Foz do Iguaçu (PR).

Guaranho recebeu alta nesta quarta-feira (8), mas ainda não havia sido transferido para o presídio. Ele passou um mês internado após ser baleado no dia do crime.

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O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, relaxou o regime da prisão depois que o Departamento de Polícia Penal Paraná informou que não teria estrutura para garantir a segurança de Guaranho no presídio. Antes disso, dois pedidos de prisão domiciliar apresentados pela defesa haviam sido negados pelo magistrado.

Em sua decisão, o juiz criticou a demora do governo em comunicar a Justiça de que não seria capaz de manter o réu preso. Por ser agente penal federal, ele ocuparia uma cela isolada dos demais detentos.

"Não bastasse a absurda situação de se constatar a total incapacidade técnica do Estado em cumprir a ordem judicial que decretou a prisão preventiva do réu, tem-se a inacreditável omissão em comunicar tempestivamente a sua inaptidão", diz um trecho da decisão.

O Estadão entrou em contato com a Secretaria de Segurança do Paraná, mas não teve retorno até o fechamento do texto.

Pela decisão, Guaranho terá que usar tornozeleira eletrônica pelo prazo inicial de 90 dias e só poderá sair de casa se houver necessidade médico-hospitalar.

Laudo da Polícia Científica do Paraná identificou que pelo menos 13 tiros foram disparados durante o confronto que matou o guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, na sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu. O documento descartou ainda que o assassino do petista, o agente penal federal Jorge Guaranho, tenha tido o carro atingido por pedras atiradas por Arruda, como constava no depoimento à polícia da mulher do agente penal.

Conforme o laudo de 32 páginas, que foi anexado ao processo na sexta-feira, 25, foram encontradas na Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf), local da festa, 13 estojos de arma ponto 380, além de um estojo de arma calibre ponto 40. No entanto, a Polícia Científica não identificou quais cartuchos foram utilizados pela arma de Guaranho e quais teriam sido disparados por Arruda.

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Arruda foi morto no dia 9, quando celebrava 50 anos em uma festa com o tema PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual no Paraná (MP-PR), o agente penal, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro (PL), teve acesso a imagens de câmeras de segurança da associação e foi até a Aresf, onde parou o carro em frente ao salão onde ocorria o aniversário de Arruda com o som alto com uma música que exaltava o presidente.

Conforme testemunhas, ele ainda começou a gritar "mito", "aqui é Bolsonaro" e iniciou uma discussão com Arruda - eles não se conheciam. O guarda municipal então atirou terra em Guaranho, que estava no seu veículo com a mulher e o filho de 3 meses. O laudo da Polícia Científica cita ter encontrado "sujidades" no banco dianteiro esquerdo e direito; no assoalho; na coluna de direção; no painel; no difusor de ar lateral esquerdo; console da porta dianteira direita; e região esquerda do banco traseiro.

O documento contraria o depoimento da mulher de Guaranho, que afirma que seu marido havia sido atingido por pedras sair do local, deixá-la em casa e voltar para a Aresf, onde já chegou atirando. Conforme a mulher do assassino, ele teria se sentido "humilhado".

Após Guaranho efetuar disparos, Arruda revidou e, mesmo ferido, atingiu o agente penal com quatro tiros. Na semana passada, a Justiça aceitou a denúncia e tornou o agente penal réu, por homicídio duplamente qualificado. O MP-PR apontou diferenças político-partidárias como motivador do ataque contra o petista. Para a Promotoria, a morte de Arruda ocorreu por motivo fútil - a outra qualificadora foi colocar a vida de mais pessoas em risco.

O agente penal está internado em um leito de enfermaria do Hospital Costa Cavalcanti, após deixar a UTI. Ele está sob custódia policial, pois teve a prisão preventiva decretada. Ele está consciente e foi intimado pela Justiça sobre a denúncia acatada pela 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, tornando-o réu no caso.

A família do guarda municipal petista Marcelo Arruda - assassinado a tiros em Foz do Iguaçu, no dia 9, por um militante bolsonarista - fez um apelo para que não seja feito "uso político" do encontro entre o irmão da vítima e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Como mostrou o Estadão, o chefe do Executivo recebeu José Arruda nesta quarta-feira (20), no Palácio do Planalto, e mudou o tom de seu discurso sobre o crime.

Ao irmão de Marcelo, Bolsonaro reconheceu que o aniversariante foi a única vítima do caso e se desculpou por ter espalhado, anteriormente, uma fake news segundo a qual petistas deram chutes em José Guaranho, o réu pelo homicídio.

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O recuo do presidente tentou reverter a interpretação de que Bolsonaro não teria agido para pacificar os ânimos entre seus apoiadores e petistas. "Destruímos narrativas e mostramos que me interessa conversar com ele para prestar solidariedade", afirmou o presidente.

Nesta quinta-feira (21), o filho do petista morto, Leonardo Miranda de Arruda, afirmou que a ida de seu tio ao Palácio do Planalto foi uma decisão individual e não reflete o posicionamento da família. Ele pediu que não seja feito "uso político" da visita por parte do chefe do Executivo.

"A família vem por meio deste declarar que a ida do tio José ao Palácio do Planalto reflete uma decisão individual do mesmo e não de toda a família, que espera que não seja feito uso político da visita. O foco de toda a família é seguir acompanhando o processo criminal em curso", afirmou.

Arruda, que foi candidato a vice-prefeito de Foz e é tesoureiro do PT local, comemorava seu aniversário de 50 anos numa festa com temática em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comemoração foi interrompida pelo agente penal federal Jorge Guaranho, simpatizante de Bolsonaro, que, segundo testemunhas, gritou "aqui é Bolsonaro" antes de cometer o crime. Após troca de tiros, ele também foi atingido.

A Justiça do Paraná acatou ontem a denúncia do Ministério Público Estadual e tornou Guaranho réu por homicídio duplamente qualificado cometido por "preferências político-partidárias antagônicas". Diferentemente do inquérito concluído em cinco dias pela Polícia Civil do Paraná, a Promotoria entendeu que o crime foi motivado por "preferências político-partidárias antagônicas" e trocou uma qualificadora, de torpe, como concluiu a polícia, para fútil. Na prática, a mudança não altera a pena caso ele seja condenado, que pode chegar a 30 anos.

Guaranho segue internado no Hospital Ministro Costa Cavalcanti, mas teve alta da UTI. Conforme apurou a reportagem, ele está consciente, na enfermaria, sob custódia policial.

Em encontro no Palácio do Planalto com José Arruda, irmão do guarda municipal petista Marcelo Arruda - assassinado a tiros em Foz do Iguaçu, no dia 9, por um militante bolsonarista - o presidente Jair Bolsonaro prestou solidariedade à família dele e reconheceu que o aniversariante foi a única vítima do caso, segundo o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), que intermediou a reunião.

De acordo com o parlamentar, o presidente se retratou por dizer que o assassino teria recebido chutes de petistas no momento do crime. "O presidente, inclusive, se desculpou por esse fato. Porque a primeira informação que ele tinha - errada - e que eu disse a ele a verdade também, e o José também falou, que aquele ato, o chute, depois, não foi um ato provocado por um petista, foi um ato de um amigo do Marcelo bolsonarista", disse. "E nessa reunião, então, o presidente se retratou com ele e reconheceu que aquela fala foi sem a devida informação verdadeira", afirmou Otoni após a reunião. O irmão de Arruda não quis dar declarações.

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"O presidente colocou muito claro que só há uma vítima nesse caso, que é o Marcelo. Ele era o dono da festa. Quem chega na festa para cometer o ato de violência é quem é o único responsável pela violência, e não o Marcelo", declarou.

Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos numa festa com temática do PT. A comemoração foi interrompida pelo agente penal federal Jorge Guaranho, simpatizante de Bolsonaro, que, segundo testemunhas, gritou "aqui é Bolsonaro", antes de começar a atirar. Após troca de tiros, no qual Guaranho também foi atingido, o agente recebeu chutes de amigos de Arruda.

'Narrativas'

Após a reunião, Bolsonaro disse que destruiu "narrativas". "Conversamos com o irmão daquele que faleceu, onde a imprensa tentou botar no meu colo a responsabilidade pelo episódio lamentável e injustificável. Brigas existem, mas como aquela não tem explicação, do nada. Do nada, deixando chefe de família morto, não interessa coloração político-partidária daquela pessoa", afirmou o presidente. "Destruímos narrativas e mostramos que me interessa conversar com ele para prestar solidariedade."

O agente penal federal Jorge Guaranho se tornou réu, nesta quarta-feira (20), pelo assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu. O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3.ª Vara Criminal da cidade, aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual, no Paraná (MP-PR), feita nesta terça (19), de homicídio duplamente qualificado e citou que o crime foi cometido em razão de "preferências político-partidárias antagônicas". Guaranho é bolsonarista.

Em uma das qualificadoras do assassinato, a Promotoria considerou motivo fútil e não torpe como constava no inquérito policial, concluído no dia 15 deste mês, cinco dias após a morte de Arruda. O petista foi morto durante seu aniversário, que ocorria em um clube da cidade, e tinha como tema o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. A segunda qualificadora foi a de colocar em risco mais pessoas que estavam na celebração. A troca da qualificadora não altera a pena do agente penal que pode variar de 12 a 30 anos de cadeia.

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"O crime de Guaranho foi um homicídio gravíssimo, duplamente qualificado, notoriamente praticado por divergências político-partidárias, o que o torna motivo fútil e que colocou em risco a vida de outras pessoas", disse o promotor Tiago Lisboa, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No mesmo dia em que Guaranho se tornou réu, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com um dos irmãos de Arruda.

No inquérito apresentado pela Polícia Civil, os momentos em que o agente penal chega ao à festa de aniversário, é repelido, depois volta e atira no petista são divididos. Segundo o inquérito policial, depois de ir até o local com seu carro em que estavam a mulher e o filho de três meses para provocar as pessoas com uma música que fazia alusão a Bolsonaro, ele foi atingido por terra atirada por Arruda. O atirador só retornou, disse a polícia, por ter se sentido "humilhado".

Na denúncia, o MP-PR entende que há uma só dinâmica e que o crime foi cometido em razão de "motivação política externada pelo agressor (Guaranho)". Segundo a Promotoria, o depoimento de uma testemunha, que fazia a vigilância do local e disse ter escutado o agente penal gritar "aqui é Bolsonaro" antes de efetuar o primeiro disparo contra Arruda, foi fundamental para a conclusão da denúncia. O advogado da família de Arruda concordou com o teor da denúncia do MP.

"Entendemos que foi fundamental pelo Ministério Público de que a motivação política nesse caso do primeiro momento e segundo, quando Guaranho retorna ao final da festa e efetua os disparos é a mesma", avaliou o advogado Ian Vargas, que pretende atuar como assistente de acusação durante o julgamento do agente penal, que pode ir a júri popular.

A defesa de Guaranho não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Qualificadora

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, o motivo torpe que consta no inquérito da Polícia Civil está relacionado à desqualificação vil e cruel da vítima, que desmerece o sujeito. Já a fútil implica uma desproporcionalidade da reação. "Acredito que a mudança ocorreu porque na visão da acusação, matar por preferências político-partidárias antagônicas (ou ódio político), é algo desproporcional, insignificante, mesquinho", disse o advogado criminal mestre e doutor em direito penal pela USP, Cristiano Maronna.

Professor da FGV-RJ e conselheiro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), Thiago Bottino corrobora a tese. Para ele, o MP muda o entendimento por entender que seria mais fácil enquadrar a motivação política como uma futilidade. "Dentro da estratégia, ele (MP) acha que é mais fácil acusar por motivo fútil", disse.

Novas diligências

Na segunda-feira, a Promotoria pediu para que a Justiça autorizasse a devolução do inquérito à Polícia Civil. Promotores querem que os investigadores ouçam de novo uma testemunha, que tem acesso às câmeras do clube onde havia a festa e mostrou as imagens do evento, pelo celular, ao agente penal.

Em encontro no Palácio do Planalto com José Arruda, irmão do guarda municipal petista Marcelo Arruda, assassinado a tiros em sua festa de aniversário por um militante bolsonarista, o presidente Jair Bolsonaro prestou solidariedade à família enlutada e reconheceu que o aniversariante foi a única vítima do caso. A informação é do deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ), que intermediou a reunião. De acordo com o parlamentar, o presidente se retratou por dizer que o assassino teria recebido chutes de petistas no momento do crime.

"O presidente, inclusive, se desculpou por esse fato. Porque a primeira informação que ele tinha - errada - e que eu disse a ele a verdade também, e o José também falou, que aquele ato, o chute, depois, não foi um ato provocado por um petista, foi um ato de um amigo do Marcelo bolsonarista. E nessa reunião, então, o presidente se retratou com ele e reconheceu que aquela fala dele foi uma fala sem a devida informação verdadeira", afirmou Otoni a jornalistas após a reunião. O irmão de Arruda não quis dar declarações.

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De acordo com o deputado federal, Bolsonaro "prestou toda solidariedade à família" e "foi taxativamente" contra ao que aconteceu. "O presidente colocou muito claro que só há uma vítima nesse caso, que é o Marcelo. Ele era o dono da festa. Quem chega na festa para cometer o ato de violência é quem é o único responsável pela violência, e não o Marcelo", declarou.

"O balanço que a gente faz é que esse caso nós damos como encerrado. Porém, esperamos que a Justiça seja feita, e se houver mais alguma coisa nesse caso que não foi esclarecido, que seja esclarecido, para o bem das próximas eleições, para que esse clima de violência não prevaleça no Brasil de forma nenhuma", seguiu o deputado.

Otoni avaliou ainda que a reunião não foi política. "A intenção dele Arruda em vir aqui era ouvir o presidente e estar ao lado do presidente quando o presidente taxativamente condenaria esse ano. Ele entende que isso simbolicamente é importante para a família dele, é por isso que veio aqui para essa reunião com o presidente da república. E sai daqui satisfeito".

Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. A festa tinha temática do PT, com bandeiras e camisas que estampavam o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência. A comemoração foi interrompida por um militante bolsonarista, que, segundo testemunhas, gritou "aqui é Bolsonaro", antes de começar a atirar. Hoje, o assassino Jorge Guaranho se tornou réu.

Em uma peça de quatro páginas, os promotores Luis Marcelo Mafra Bernardes da Silva e Tiago Lisboa Mendonça denunciaram nesta quarta-feira, 20, o bolsonarista Jorge Guaranho pelo assassinato a tiros do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no último dia 9.

Junto da acusação, que imputou ao agente penitenciário homicídio duplamente qualificado - por motivo fútil (preferências político-partidárias antagônicas) e situação de perigo comum - o Ministério Público do Paraná apresentou à Justiça uma documento em que diz que 'salta aos olhos a motivação política' do crime.

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Na cota - peça em que o MP faz observações sobre o caso - a Promotoria diz 'resguardar a prerrogativa de eventualmente, apresentar aditamento à denúncia que ora oferece, seja para incluir novos elementos, para fazer constar outras circunstâncias juridicamente relevantes, ou, ainda, para incluir terceira(s) pessoa(s) em seu polo passivo, na qualidade de coautor ou partícipe'. Isso porque ainda estão pendentes de conclusão cinco laudos periciais sobre o caso.

O documento ainda descreve porque não foi imputada, no caso, a prática de crimes resultantes de preconceito, contra a segurança nacional e contra o Estado Democrático de Direito.

Com relação a essas duas últimas tipificações, os promotores explicam que para a caracterização do chamado crime político, 'além da adequação típica e móvel político, imprescindível a lesão ao bem jurídico especificamente tutelado, que é o Estado como ente político'.

"Ainda que salte aos olhos a motivação política externada pelo agressor Jorge José da Rocha Guaranho, em razão de divergência no campo ideológico, o bem jurídico atingido com sua conduta não foi o Estado como ente político, mas sim a vida humana (homicídio consumado duplamente qualificado)", ressaltam.

Já com relação à impossibilidade de enquadramento do caso como crime resultante de preconceito, a Promotoria indica que não há 'expressa previsão legal' e ressalta que não há como fazer uma analogia do termo '"grupo étnico" (citado na legislação) para tutela de agrupamentos políticos'.

No entanto, os promotores ressaltam que eventual motivação político-partidária deve ser repreendida 'mediante valoração negativa das circunstâncias judiciais'. "A repreensão, sob a ótica do direito penal, de condutas que violem, v.g., a honra, a integridade física ou a vida, por motivos políticos, deve encontrar lugar, à míngua de tipicidade específica, na valoração negativa das circunstâncias judiciais (art. 59 do Código Penal), como é o caso dos motivos do crime, na incidência de agravantes ou mesmo qualificadoras - a exemplo do motivo torpe ou fútil no delito de homicídio - quando existente previsão em lei", ressaltam.

A Polícia Civil do Paraná investiga uma possível relação entre a morte do vigilante da Itaipu Binacional Claudinei Coco Esquarcini no domingo, 17, com o assassinato do guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Arruda, ocorrido no último dia 9 em Foz do Iguaçu. Arruda foi morto pelo agente penal federal Jorge Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, durante a sua festa de aniversário, que tinha como tema o PT e imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Esquarcini pertencia ao quadro de diretores da Associação Recreativa e Esportiva Saúde Física (Aresf), local onde a festa de Arruda ocorreu. Por ser um dos diretores, ele teria acesso ao sistema de monitoramento das câmeras de segurança através de senhas.

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Segundo a Polícia Civil do Paraná, Esquarcini cometeu suicídio no domingo, 17, em Medianeira (PR). Imagem de câmera de segurança mostra que ele estava sozinho quando se jogou de cima de um viaduto na BR-277. Foi socorrido com vida, mas não resistiu e morreu.

Nesta segunda-feira, 18, os advogados que representam a família de Marcelo Arruda pediram que seja determinada a busca e apreensão do celular de Esquarcini e que a presidência da Aresf forneça em até 24 horas ao Ministério Público a lista completa de diretores da associação.

Após a morte de Esquarcini, começou a circular a informação de que o agente de segurança teria sido o responsável por mostrar a Guaranho as imagens das câmeras da festa na qual ocorreu a morte do tesoureiro do PT. Um associado da Aresf ouvido pelo Estadão, no entanto, afirmou que Esquarcini não estava no churrasco no qual Guaranho teria tido acesso às imagens da festa do petista.

Na sexta-feira, 15, a delegada Camila Cecconello, responsável por comandar as investigações sobre a morte de Arruda, informou que Guaranho ficou sabendo que uma comemoração com temática do PT estava ocorrendo na Aresf porque as imagens das câmeras de segurança da festa foram mostradas a ele durante um churrasco. A identidade da pessoa que tinha acesso às imagens das câmeras não foi revelada. Segundo a delegada, a testemunha afirmou que não teria mostrado as imagens por maldade e não sabia das intenções de Guaranho.

Guaranho saiu do churrasco e esteve na festa de aniversário de Marcelo Arruda por duas vezes, na noite do dia 9. Na primeira, estava na companhia da esposa e um bebê de três meses no banco de trás do carro, com som alto em uma música de apoio a Bolsonaro. De acordo com testemunhas, ao parar o veículo na entrada da festa e abaixar os vidros, Guaranho começou a gritar palavras de apoio ao presidente, tais como "aqui é Bolsonaro" e "mito", além de fazer xingamentos ao PT. Houve um princípio de discussão entre ele e Arruda, que jogou pedras e terra em direção ao carro. Nesse momento, Guaranho apontou a arma para Arruda e a esposa do guarda municipal, Pâmela Suellen Silva, interveio.

Após deixar a esposa e bebê em casa, Guaranho retornou à festa. Em depoimento à Polícia Civil, a esposa de Guaranho disse que pediu ao marido para não retornar, mas ele havia se sentido humilhado por ter sido atingido por terra e pedras. Já de volta à festa, ele saiu do carro armado - Arruda também estava armado. Guaranho atirou primeiro. Dos quatro tiros que deu, dois acertaram Arruda, que, mesmo ferido, conseguiu revidar com dez disparos, dos quais quatro acertaram Guaranho.

Caído ao chão, Guaranho ainda recebeu diversos chutes no rosto de pelo menos três pessoas. Arruda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, deixando esposa e quatro filhos.

A conclusão do inquérito policial indiciou Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por colocar em risco a vida de outras pessoas presentes na festa. Ele continua internado em estado grave, porém estável, respirando com a ajuda de aparelhos. O Ministério Público do Paraná teve acesso ao inquérito policial e deverá se manifestar essa semana sobre o assassinato, podendo abrir denúncia contra Guaranho ou pedir mais diligências sobre o caso.

O corpo de um dos diretores do clube onde o petista Marcelo Arruda foi assassinado foi encontrado pela Polícia Civil nesse domingo (17), em Medianeira, no Paraná. Claudinei Coco Esquarcini era responsável pelas monitoramento do local e pode ter repassado as imagens do aniversário de Arruda ao policial penal Jorge Guaranho, acusado do homicídio.

O vigilante Claudinei era um dos responsáveis pela Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf) a qual Guaranho já havia sido diretor. A defesa de Arruda sugere que ele poderia ter passado as imagens da festa ao policial que iniciou a troca de tiros e causou a morte do aniversariante.

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Em depoimento que o Metrópoles teve acesso, outro vigilante, identificado como José Augusto Fabri, teria dito que a autorização para ver as câmeras não era um procedimento comum e citou Claudinei como responsável por permitir acesso às câmeras do clube. A suspeita é que ele tenha cometido suicídio.

A Polícia Civil do Paraná concluiu, nessa quinta-feira (14), que a morte do tesoureiro do PT Marcelo Arruda não teve motivação política. O inquérito indiciou o policial penal Jorge Guaranho por homicídio duplamente qualificado. 

A delegada Camila Cecconello qualificou o homicídio por motivo torpe e perigo comum a outras pessoas que estavam na festa de 50 anos da vítima. Os envolvidos não se conheciam e, segundo a Polícia, Guaranho agiu por impulso. 

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A investigação apontou que o crime foi causado por uma provocação que deu início a uma discussão por divergências políticas. Ainda assim, o caso não será registrado como crime de ódio.  

"É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Ele tinha a intenção de provocar. E a gente avalia que a escalada da discussão entre os dois fez com que o autor voltasse e praticasse o homicídio. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal", afirmou Camila.

Desde o fim de semana passado, 17 pessoas foram ouvidas. A investigação concluiu que o acusado estava em um churrasco quando soube da festa de Arruda com o tema do PT, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), em Foz do Iguaçu. O policial bolsonarista teria recebido a informação de outro convidado do churrasco, que era funcionário do clube e tinha acesso às câmeras de segurança.

Guaranho foi até a festa para provocar Arruda e colocou uma música alta no carro exaltando o presidente Jair Bolsonaro. Uma discussão começou e Arruda jogou terra no policial, que deixou o local. Ele voltou minutos depois e começou a atirar no aniversariante. De acordo com o depoimento da esposa, o marido retornou por ter se sentido humilhado.

A perícia apurou que o policial penal deu quatro tiros e acertou dois em Marcelo. O tesoureiro do PT caiu no chão e respondeu com 10 tiros. Quatro atingiram Guaranho, que está internado. Ele teve a prisão preventiva decretada na segunda (11).

A vereadora do Recife e pré-candidata a deputada federal Liana Cirne Lins (PT), protocolou uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal, contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo delito de incitação do crime de terrorismo, nesta quinta-feira (14). Durante coletiva de imprensa, a professora de direito da UFPE deixou claro que a motivação da denúncia foi o assassinato do petista Marcelo Arruda, cometido pelo bolsonorista Jorge Garanho. Segundo ela, a declaração feita por Bolsonaro dizendo "meus eleitores sabem o que fazer", influenciou diretamente na atitude criminosa do seu apoiador.

"Nós entendemos e é fundamentado juridicamente que o presidente Jair Bolsonaro deve responder pelo crime de terrorismo nos termos do artigo segundo da lei antiterrorismo. Isso porque a incitação ao crime configura ato preparatório, e na lei antiterrorismo nós temos uma exceção penal. De um modo geral, atos preparatórios não são puníveis mas, na lei antiterrorismo, os atos preparatórios são passíveis de punição. Isso porque o maior propósito da lei antiterrorismo é justamente prevenir que o ato terrorista aconteça", enfatizou a vereadora.

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No evento, após explicar sobre a lei Lei n. 13.260/2016 e o  art. 287 CP, que trata da apologia ao crime, Liana questionou Bolsonaro sobre qual foi sua intenção ao publicar aquela manifestação. "Nós pedimos que o presidente preste esclarecimentos, preste informações sobre o teor da sua manifestação do dia sete julho, ou seja, a de que os seus apoiadores sabiam o que fazer. Ao que ele estava se referindo? O que ele quer dizer quando afirma que não se trata de uma invasão como aconteceu no capitólio. Mas saber fazer antes das eleições. Então, o que especificamente ele quis dizer?".

A pré-candidata também acrescentou que a declarações feita por Bolsonaro durante seu governo, contra feministas, antiracistas, ativistas ambientais, entre outros, declaram a descriminação contra pessoas ou grupos que tenham qualquer divergência política contra o presidente. "Nós achamos que o crime de terrorismo tem intenção de fazer a população entrar em pânico e ter medo de participar de atos políticos. E isso é um direito democrático e fundamental de qualquer cidadão previsto no artigo quinto da constituição federal", enfatizou.

Por fim, Liana espera que, após a denúncia, o STF encaminhe o caso para o procurador geral da república, para que o presidente se manifeste.

A força-tarefa da Polícia Civil que investiga o homicídio do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda concluiu 18 oitivas de testemunhas sobre o caso, afirma a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil do Paraná. O principal objetivo da investigação é identificar se o agente penitenciário e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) Jorge Guaranho matou o tesoureiro do PT por motivo de intolerância política.

Dentre as testemunhas ouvidas, há pessoas que estavam no local do crime e familiares do guarda municipal e do agente penitenciário. A Secretaria informa, ainda, que a análise das imagens foi concluída e a equipe agora se concentra em diligências complementares.

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Em entrevista à Globo News nesta semana, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, afirmou que o caso "tem vários elementos de convencimento" que indicam um ato de intolerância política. Jorge teria passado na festa de Arruda, que tinha o PT como tema, gritando "aqui é Bolsonaro", antes de voltar com uma arma e atirar contra o policial.

Pâmela Suellen Silva, viúva de Arruda, disse nesta quarta-feira, 13, que Bolsonaro "está mais preocupado com a repercussão política do caso". O presidente ligou para os irmãos do policial e propôs recebê-los para um pronunciamento à imprensa, no Palácio do Planalto. A campanha quer transformar o possível encontro num "gesto de pacificação" para blindar Bolsonaro.

"Não sabia da ligação, achei aquilo um absurdo. Acredito que Bolsonaro está preocupado apenas com a repercussão política, pois na ligação aos irmãos do Marcelo disse que estão tentando colocar a culpa nele", disse a viúva.

O PT elaborou uma série de instruções de segurança aos apoiadores que participam, nesta terça-feira (12), do ato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília. As orientações recomendam precauções como "não aceitar provocações de bolsonaristas infiltrados", tirar fotos e gravar "situações de ameaça" e andar em grupos. A preocupação com a segurança acontece três dias depois de o guarda municipal petista Marcelo Arruda ter sido morto a tiros pelo agente penitenciário bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.

O pré-candidato do PT à Presidência vai participar nesta terça e na quarta-feira (13) de eventos com apoiadores e reuniões com políticos aliados para reforçar sua tentativa de voltar ao Palácio do Planalto.

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Está previsto para às 17 horas de hoje um evento no centro de convenções Ulysses Guimarães com apoiadores do ex-presidente. O ex-governador de São Paulo e pré-candidato a vice do petista, Geraldo Alckmin (PSB), também vai participar.

Veja a lista de recomendações:

-Não aceite provocação de bolsonaristas infiltrados;

-Não discuta nem agrida nenhum provocador. Ações heróicas podem causar riscos desnecessários à você e ao teu coletivo de militantes;

-Se achar alguém suspeito que pareça ser uma ameaça, avise à equipe de segurança;

-Preencha a lista de presença no link;

-Tire fotos e grave situação de ameaça;

-Ande em grupos até parada de ônibus e rodoviária;

-Evite se expor a situação de risco.

-É bom ter uma camiseta não militante debaixo da vermelha caso precise andar só no trajeto para casa em locais públicos.

Apoios

O evento também será o primeiro de Lula com o pré-candidato ao governo do Distrito Federal, Leandro Grass (PV), que representará a federação PT-PCdoB-PV na disputa pela sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB). Antes do evento no centro de convenções, Lula vai se reunir com empresários da Confederação Nacional de Comércio (CNC) e receber um documento com sugestões do setor.

Presidentes dos partidos que vão apoiar Lula, como PSB, Solidariedade, PCdoB, PSOL e Rede, além do próprio PT, vão participar de uma reunião nesta tarde com o procurador-geral da República, Augusto Aras, quando vão entregar um pedido para federalizar as investigações envolvendo o assassinato de Marcelo. Lula não deve participar da entrega da ação.

Como mostrou o Estadão, Aras avalia que não há margem para retirar as apurações do Paraná e deve frustrar o pedido dos dirigentes partidários. O chefe da PGR disse a aliados que o caso foi um crime comum e que a Justiça local tem capacidade de lidar.

Na quarta, os presidentes dos partidos também vão se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que será o presidente da Justiça Eleitoral durante as eleições deste ano. No encontro, os dirigentes vão entregar um "memorial sobre a violência política contra a oposição no Brasil" e pedir iniciativas do TSE para garantir "eleições pacíficas".

Na quarta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), irá receber Lula e senadores petistas na residência oficial da presidência do Senado. O mineiro procurou afastar qualquer tipo de caráter eleitoral e disse que a conversa com Lula será algo institucional.

"Vejo como um encontro natural, institucional e importante para a demonstração de que as instituições neste país conversam, dialogam. Podem não convergir sempre, mas que há um ambiente de diálogo e de muito respeito mútuo entre todos", disse em entrevista coletiva na segunda-feira (11).

Pacheco também recebeu em abril o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, e seu irmão, o senador Cid Gomes (PDT-CE). O PSD decidiu que vai liberar os diretórios estaduais da legenda para apoiarem quem preferirem. Integrantes importantes do partido, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o pré-candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil, já declararam apoio ao petista. Por outro lado, o partido presidido por Gilberto Kassab fechou aliança com o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Palanques nos Estados

Logo na manhã desta terça, Lula vai participar de reuniões para garantir palanques estaduais amplos, com a presença de políticos distantes da esquerda e até de partidos que vão apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) em âmbito nacional. O ex-presidente tem uma conversa agendada com o deputado Neri Geller (Progressistas-MT) e com o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) para tratar da eleição no Mato Grosso. O encontro acontece a pedido de Geller, que é pré-candidato ao Senado e deve ter o apoio do PT no Estado.

O Progressistas é da base bolsonarista e tem o presidente licenciado da legenda, Ciro Nogueira, como ministro da Casa Civil. Mesmo assim, Geller se encaminha para apoiar Lula no Mato Grosso. O deputado já foi ministro da Agricultura na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e é um empresário ruralista, segmento que hoje está majoritariamente com Bolsonaro.

Também está prevista uma reunião com o senador Omar Aziz (PSD-AM) e com o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), apoiadores declarados de Lula. O tema da conversa será a eleição no Amazonas, Estado onde o PT ainda não tem definição. A expectativa é que os petistas apoiem a pré-candidatura do senador Eduardo Braga (MDB-AM) a governador. O MDB lançou a senadora Simone Tebet como pré-candidata a presidente, mas uma ala do partido já embarcou no apoio a Lula. Braga também terá uma reunião com Lula na quarta.

"Ele (Eduardo Braga) deve ser o palanque do presidente Lula e não vamos criar um problema pra campanha do presidente que é um projeto maior. Ajustaremos as coisas no Estado", disse Marcelo Ramos ao Estadão.

Consequências violentas da polarização política no Brasil têm sido presenciadas antes mesmo do início da campanha eleitoral, marcada para o próximo mês, no dia 16. Um guarda municipal, que declarava apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi assassinado a tiros por um agente penitenciário apoiador do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Não foi o único caso.

Na quarta-feira (6), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, disse que o Brasil pode repetir, de forma mais grave, o episódio de invasão ao Capitólio ocorrido no ano passado, em Washington, Estados Unidos. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Donald Trump interromperam a contagem oficial de votos, o que confirmaria a vitória de Joe Biden, deixando cinco pessoas mortas. Em menos de um mês, quatro episódios de violência foram identificados Brasil afora.

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Assassinato em Foz do Iguaçu

O episódio de violência mais recente foi o assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal em Foz do Iguaçu, no Paraná, no sábado (9), durante sua festa de aniversário. Arruda era filiado ao Partido dos Trabalhadores e, segundo boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, foi morto a tiros por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Momentos antes do crime, Guaranho havia interrompido a festa e ameaçado os presentes com uma arma na mão, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. Marcelo Arruda foi abordado no estacionamento, quando Guaranho sacou a arma e começou a disparar. Arruda tentou se defender com sua arma funcional e houve troca de tiros. Guaranho está no hospital em estado grave.

Ataque contra Juiz

O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal - responsável por mandar prender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro- foi atacado na manhã de quinta-feira (7), em Brasília. Seu veículo foi atingido nas laterais e no para-brisa dianteiro por terra, ovos e estrume.

Segundo informações da Justiça Federal, o juiz vinha recebendo centenas de ameaças após autorizar a Polícia Federal a prender o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, além dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e outros dois suspeitos de crimes como corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa por terem instalado uma espécie de 'gabinete paralelo' no MEC.

Bomba em evento no Rio

Durante um ato em que o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava na Cinelândia, Rio de Janeiro, na quinta-feira (7), uma bomba caseira foi lançada contra o público. Quando a bomba foi jogada, por volta das 18h50, Lula não estava no palco, mas o evento já havia começado.

Andre Stefano Dimitriu Alves de Brito foi preso em flagrante pouco depois da explosão do artefato. Segundo testemunhas ouvidas pela Justiça, durante o evento Brito foi visto carregando "uma espécie de bomba de fabricação caseira, produzida com uma garrafa plástica e um pavio, que se encontrava aceso". Outra testemunha também teria presenciado o fato e ambas relataram terem visto Brito arremessar o explosivo, com o pavio aceso, entre as pessoas que estavam no ato público.

Ataque por drone

Um líquido malcheiroso foi lançado com um drone sobre o público durante evento em Uberlândia, Minas Gerais, no dia 15 de junho. Na ocasião, Alexandre Kalil (PSD) lançou sua pré-candidatura ao governo do Estado de Minas Gerais e recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não havia chegado no local no momento em que o líquido foi lançado.

Três pessoas foram detidas pela polícia para dar explicações. Uma delas é o empresário Rodrigo Luiz Parreira, que já havia sido condenado por estelionato, em primeira instância, a dois anos e seis meses de prisão.

O policial penal federal Jorge José Guaranho, responsável por atirar e matar o guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR) Marcelo Arruda, teve a prisão preventiva decretada, mesmo estando internado em estado grave no Hospital Municipal da cidade.

A informação foi repassada pelo promotor Tiago Lisboa, do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11).

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A delegada responsável por investigar a morte do petista Marcelo Arruda na festa de aniversário após ser alvejado pelo bolsonarista Jorge José Guaranho deve deixar o caso. O comando do inquérito foi criticado após Iane Cardoso dizer que o atirador era vítima e por publicações nas redes sociais contra Lula e o PT.

Embora tenha apagado publicações contra o PT, alguns conteúdos ainda ficaram expostos nas redes sociais da delegada. Em um dos compartilhamentos, Lula é chamado de psicopata. "Petista quanto não está mentindo, está roubando", pontua outra publicação.

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A presidente do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que o partido deve entrar com um pedido de federalização do caso. “Não foi um crime qualquer. Precisa ser tratado com toda atenção e cuidado. Não é um episódio isolado”, acrescentou o coordenador jurídico Marco Aurelio Carvalho.

Quem deve assumir o inquérito é a delegada do departamento de Homicídios Camila Cesconetto, segundo a CNN. A secretaria de Segurança Pública do Paraná explicou que “a divisional de homicídios tem mais recursos e experiência para essa situação”.

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