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Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) afirmam que o vírus do atual surto de febre amarela apresenta mutação genética inédita.

Os profissionais finalizaram o sequenciamento completo do genoma do vírus e encontraram variações únicas em algumas de suas sequências genéticas. Não existe precedentes destas mutações em registros científicos mundiais.

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Desde o aumento de casos no país, a Fiocruz elabora os primeiros sequenciamentos do vírus. Nos testes, foram utilizadas duas amostras de macacos bugios do Espírito Santo, mortos em fevereiro de 2017. “Os bugios são especialmente importantes nas investigações sobre a febre amarela por serem considerados sentinelas. Como são muito vulneráveis ao vírus, estão entre os primeiros a morrer quando afetados pela doença. Além disso, estes animais amplificam eficientemente o vírus em seu organismo”, diz o veterinário e entomologista Ricardo Lourenço. 

Os resultados da pesquisa foram encaminhados ao Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde, e também para a comunidade científica internacional, incluindo Estados Unidos, Inglaterra e Itália. Segundo a Fiocruz, “a atual situação de febre amarela tem lacunas de entendimento sobre sua dinâmica de dispersão."

Parece truque ou edição de imagem, mas é real. Uma espécie de cobra branca com manchas amarelas teve o resultado inusitado em um dos seus cruzamentos: ela nasceu com smiles em sua pele. Esta serpente se deu após oito anos de cruzamento da espécie até obter o resultado. 

A Píton-real (Python regius) é uma serpente selvagem comum na África equatorial como Camarões e Nigéria. No entanto, apesar venenosa, é considerada dócil e de fácil domesticação. Essas características chamaram a atenção do norte-americano da Georgia, Justin Kobylka, e o motivou a fazer a experiência. Durante oito anos, ele realizou cruzamentos com estudo de genes recessivos específicos até obter o resultado dos smiles na pele da cobra. Além desse emoji, uma carinha de alienígena foi obtida.

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O pesquisador já recebeu até avaliação de preço para sua criação. Foi estimado que a cobra smile vale 4,5 mil dólares, porém, apesar da oferta lucrativa, Kobylka informou que não venderá a experiência e irá criar.

Veja o animal:

 

 

Uma nova mutação, recém-descoberta, aumenta significativamente o risco de uma mulher vir a desenvolver câncer de mama e pode ser considerado o terceiro defeito genético hereditário com vínculo reconhecido nesta doença, afirmaram cientistas nesta quarta-feira.

A nova mutação se relaciona a um gene chamado PALB2. Os cientistas analisaram as amostras médicas e genéticas de 154 famílias em oito países, entre as quais 362 mulheres eram portadoras de mutações deste gene.

Segundo as conclusões publicadas no New England Journal of Medicine, as mulheres correm 35% mais riscos de desenvolver a doença. As outras duas mutações conhecidas associadas ao risco de sofrer câncer de mama, BRCA1 e BRCA2, estão ligadas a uma probabilidade de 55% a 65% de desenvolver a doença aos 70 anos.

Anualmente, estas mutações levam milhares de mulheres a se submeterem a mastectomias preventivas, como foi o caso, no ano passado, da atriz americana Angelina Jolie, que não tinha câncer quando foi operada.

"Desde que as mutações do BRCA1 e do BRCA2 foram descobertas em meados dos anos 90, não foram encontrados genes com importância similar", disse o autor principal do estudo, Marc Tischkowitz, do Departamento de Genética Médica da Universidade de Cambridge.

Apenas de 5% a 10% de todos os cânceres de mama estão relacionados com o BRCA1 e o BRCA2, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. Não está claro em que medida o PALB2 está na população em geral, mas os cientistas acreditam que seja escassamente encontrado.

No entanto, o risco individual varia. As mulheres com mais casos de câncer de mama na família correm um risco maior. "Agora que identificamos o gene, estamos em posição de fornecer melhor assessoramento e aconselhamento", acrescentou Tischkowitz.

Uma mutação do vírus da hepatite C (HCV) pode estar ligada ao surgimento de câncer de fígado em pacientes brasileiros, informa pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz. O estudo, publicado em fevereiro no Journal of Medical Virology, aponta para a descoberta de um marcador precoce desse tipo de câncer em pessoas com hepatite viral crônica - o câncer se mostrou mais comum em portadores do subtipo 1b do vírus com a mutação chamada R70Q.

O biólogo Oscar Rafael Carmo Araújo, que defendeu dissertação de mestrado sobre o tema, analisou amostras de sangue de 106 pacientes infectados pelo HCV em tratamento no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio - 40 tinham tumor no fígado, 40 cirrose (estágio que precede o aparecimento do câncer) e 26 não tinham câncer nem cirrose.

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Do total, 41 estavam contaminados por um subtipo do vírus da hepatite C, o genótipo 1b. Foi o grupo que se mostrou mais suscetível ao agravamento da doença, quando havia a presença da mutação R70Q. Desses 41, 30 tinham câncer ou cirrose - ao se analisar o DNA do vírus, a mutação estava presente em metade dos casos.

Dos pacientes que foram contaminados pela cepa 1b e tinham câncer, 42,9% apresentavam o vírus com a mutação. Entre aqueles com cirrose, a mutação aparecia em 56,3%. Já no grupo que tinha o vírus 1b da hepatite C, mas não tinha cirrose ou câncer, a R70Q só aparecia em 9,1%. Pacientes contaminados pelos genótipos 1a e 3a também apresentaram a mutação R70Q, mas os casos de câncer e cirrose entre esses pacientes não foi estatisticamente significante.

A ligação entre a mutação do vírus 1b e o surgimento do câncer de fígado em pacientes com hepatite C já havia sido descrita em pesquisas feitas no Japão, explica a pesquisadora Natalia Motta de Araujo, coordenadora do estudo. Mas foi a primeira vez que se mostrou essa associação também em pacientes brasileiros. "A taxa de sobrevida do paciente com câncer de fígado cai na medida em que a doença se desenvolve mais. É uma doença silenciosa, o que dificulta o diagnóstico. Queríamos encontrar um marcador que pudesse sinalizar para a possibilidade do aparecimento do câncer", explica Natália.

Dados da American Cancer Society apontam que a sobrevida dos pacientes, cinco anos após a descoberta do tumor, é de 15%. Essa proporção sobe para 50% se o câncer for descoberto em estágio inicial e alcança 70% se o paciente passou por transplante.

Natalia ressalta que a descoberta da associação entre a mutação genética e o hepatocarcinoma não impede o surgimento do câncer. "É um dado a mais para levar o médico a ficar mais atento, a pedir exames que podem identificar o tumor precocemente", afirma Natalia. A hepatite C é a principal causa de câncer de fígado no Brasil, e responde por 54% dos casos. Em seguida, vêm hepatite B (16%) e alcoolismo (14%).

Próximo passo

Na próxima fase do estudo, os pesquisadores vão analisar também os fatores que levam ao desenvolvimento do câncer. "Agora, vamos analisar o DNA do paciente", afirma Natalia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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