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A nova ministra da Cultura da França afirmou que existe um "amplo consenso" para reconstruir "tal e como era" a agulha da catedral de Notre Dame de Paris, que desmoronou no incêndio de 2019.

"Há um amplo consenso na opinião pública e entre os que tomam as decisões para reconstruir tal e como era a agulha", afirmou Roselyne Bachelot à rádio France Inter, poucas horas antes da reunião de uma comissão que discutirá o tema.

Bachelot explicou que será difícil que fique "exatamente idêntica" e afirmou que a decisão final corresponderá, a princípio, ao presidente Emmanuel Macron.

Além da agulha, a reunião abordará a reconstrução do telhado e da estrutura deste monumento gótico mundialmente famoso. O incêndio de abril de 2019 comoveu os franceses.

O debate sobre a reconstrução da agulha, um dos símbolos de Paris, provoca divisões há vários meses, especialmente entre os que preferem conservar a estética da original e os que desejam incluir um "gesto arquitetônico contemporâneo", como já afirmou o presidente Macron.

O arquiteto responsável pelas obras, Philippe Villeneuve, é abertamente hostil à segunda opção.

No momento, as obras de Notre-Dame, que foram suspensas durante o confinamento, estão na delicada fase de retirada dos andaimes instalados antes do devastador incêndio e que foram completamente deformados pelas chamas. A operação deve terminar, no mais tardar, em setembro, quando poderá começar a restauração propriamente dita.

Macron fixou prazo de cinco anos para o fim da reconstrução da catedral, segundo monumento histórico mais visitado da Europa.

A delicada tarefa de desmontar o andaime da agulha da catedral de Notre Dame de Paris, deformado pelo calor do incêndio de 2019, começou nesta segunda-feira (8) com um exame geral da situação. Os operários utilizaram um elevador para chegar ao local.

"Em uma operação com esta, é como um foguete antes de decolar, precisamos checar tudo antes da chegada na terça-feira dos profissionais que desmontarão o andaime", disse Christophe Rousselot, delegado geral da Fundação Notre Dame.

"Um dos pontos cruciais é a estabilidade da abóbada. Quando isto estiver resolvido, ficaremos aliviados porque a catedral estará a salvo", disse Rousselot, para quem a desmontagem é uma operação "muito sensível, muito complicada, com um fator de risco significativo".

"Poderiam cair pedaços do andaime, o que fragilizaria parte da catedral", completou. O andaime está constituído por 40.000 peças e pesa 200 toneladas, metade a mais de 40 metros de altura. Foi instalado para restaurar a torre da catedral gótica.

Resistiu ao desabamento da agulha durante o incêndio de 15 de abril de 2019, mas foi deformado pelo calor. Em um primeiro momento foi sustentado com vigas de metal para evitar o desmoronamento. Depois foi instalado um segundo andaime.

A partir de agora, "duas equipes de cinco profissionais farão um rodízio para cortar, com a ajuda de serras, os tubos de metal". A operação deve prosseguir durante os próximos meses.

As obras de restauração de Notre Dame, um dos símbolos de Paris e o segundo monumento histórico mais visitado da Europa, foram interrompidas em várias ocasiões, por diversos motivos como as chuvas e a epidemia de coronavírus.

A catedral de Notre Dame de Paris, que sofreu um incêndio em abril, registrou quedas de pedras durante a recente onda de calor que afetou a França e continua correndo o risco de desabamento, advertiu nesta quarta-feira (14) o governo francês.

O ministério da Cultura da França destacou a necessidade urgente de retomar as obras para consolidar a estrutura da catedral, que foram suspensas em 25 de julho pelo temor sobre a exposição dos trabalhadores a resíduos de chumbo.

"Recentemente aconteceram novas quedas de pedras das abóbadas da nave após a onda de calor do fim de julho", afirmou o ministério da Cultura.

As obras, que deveriam ser retomadas na próxima semana, recomeçarão em 19 agosto, se ficar assegurado que "os requisitos de segurança serão cumpridos", afirmaram as autoridades locais na semana passada.

"As recomendações da inspeção de trabalho já foram em grande parte levadas em consideração e serão aplicadas durante todo o processo de restauração", respondeu nesta quarta-feira o ministério da Cultura.

O ministério também justificou o ritmo de trabalho das obras iniciadas em 16 de abril, um dia depois do incêndio, determinado pela "urgência" do risco persistente de colapso da catedral, que teve sua construção iniciada no século XII.

O incêndio na igreja em 15 de abril fez com que várias toneladas de chumbo contidas na torre e no teto do edifício se fundissem e dispersassem na forma de partículas na atmosfera.

As autoridades iniciaram na terça-feira os trabalhos de limpeza do chumbo dos arredores de Notre Dame de Paris, uma medida adotada de maneira tardia segundo os críticos.

Duas escolas próximas à catedral foram fechadas depois que foram detectados níveis perigosos de chumbo. Os estabelecimentos recebiam 180 crianças para cursos de verão.

As autoridades da área de Saúde recomendam que as pessoas expostas a mais de 70 microgramas, um nível superado em parte do centro de Paris, façam exames de sangue.

Neste sábado (15), foi realizada a primeira missa na catedral de Notre Dame, dois meses depois do incêndio que destruiu o telhado do monumento, um dos mais emblemáticos de Paris.

Entre aindaimes que estão sendo utilizados na reforma e usando um capacete, assim como seus auxiliares, o arcebispo da capital francesa, monsenhor Michel Aupetit, celebrou a cerimônia que não foi aberta ao público, sendo transmitida ao vivo pela emissora de TV católica KTO. "O fogo, que devastou o edifício em 15 de abril, provocou uma onda de emoção, não apenas na comunidade de fiéis", disse o arcebispo durante o sermão.

"Esta catedral é um local de culto, esse é seu único e verdadeiro propósito", acrescentou. Cerca de trinta pessoas, todas usando capacetes, foram autorizadas a acompanhar a missa realizada na parte atrás do coro da igreja, entre elas o reitor da Notre Dame, monsenhor Patrick Chauvet, voluntários, pessoas que trabalhavam na catedral e funcionários da diocese. "Por evidentes razões de segurança", segundo a diocese de Paris, nenhum fiel esteve presente na missa.

- Fase de consolidação -

O incêndio da catedral no dia 15 de abril provocou uma grande onda de solidariedade para salvar e restaurar este local, patrimônio mundial da Unesco. O monumento perdeu a agulha, o teto e parte da abóboda.

A missa foi marcada para coincidir com a festa da Dedicatória, que comemora a consagração do altar da catedral. Uma data "altamente significativa, espiritualmente", destacou o monsenhor Chauvet.

Os participantes da cerimônia se reuniram na Capela da Virgem, onde ficava a Coroa de Espinhos, um dos tesouros da catedral que os católicos que foi usada por Cristo na crucificação e que foi salva das chamas. A esplanada em frente à catedral segue fechada ao público.

Desde o incêndio, entre 60 e 150 pessoas trabalham no local retirando escombros e estabilizando a estrutura, uma tarefa que ainda vai durar algumas semanas. Em seguida serão realizados estudos para as obras de reforma.

O presidente francês Emmanuel Macron se comprometeu em entregar a catedral reconstruída dentro de cinco anos. Dois meses depois do incêndio, apenas 9% dos 850 milhões de euros (cerca de 3,7 bilhões de reais) prometidos para a restauração do prédio foram disponibilizados.

Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), anunciou nesta quinta-feira que a entidade vai doar 500 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões) para a reconstrução da Catedral de Notre Dame, destruída por um incêndio nesta semana.

"O objetivo de terminar esta reconstrução a tempo de Paris-2024 será uma motivação adicional para todos nós", disse o dirigente, em uma mensagem que foi enviada ao presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris, Tony Estanguet.

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"O movimento olímpico inteiro e, especialmente, o COI ficou bastante motivado em poder ajudar para acabar o mais rápido possível com este trabalho por intermédio da ligação do povo francês entre a reconstrução da Catedral de Notre Dame e a Olimpíada de Paris-2024", reforçou o líder do COI.

Ao mesmo tempo, Estanguet revelou que vai apoiar financeiramente a Associação para o Desenvolvimento das Obras Sociais do Corpo de Bombeiros de Paris, como agradecimento a "estes esportistas fora de série".

O incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, ocorrido nesta segunda-feira (15), destruiu parte de telhado e ardeu intensamente por mais de 12 horas. O fogo começou na parte superior do prédio. Rémy Heitz, procurador de Paris, afirmou que um primeiro alarme de incêndio foi disparado às 18h20 (13h20 em Brasília), mas não foram encontrados focos de chamas após buscas. O reitor da catedral, Monsenhor Patrick Chauvet, contou à emissora de rádio France Inter que o local contava com monitores de incêndio que checavam a parte inferior do telhado de madeira três vezes por dia. Notre-Dame é a catedral mais visitada do mundo.

Um segundo alarme foi disparado às 18h43 (13h43 em Brasília) e um foco de incêndio foi detectado na estrutura de madeira do telhado. Heitz disse que os investigadores trabalham com a hipótese de que se trata de um acidente.

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Ninguém morreu, mas um bombeiro e dois policiais ficaram feridos. De acordo com testemunhas, as portas da catedral foram fechadas pouco após um último grupo de turistas tentar entrar no local. Minutos depois, era possível ver a fumaça saindo do topo da estrutura.

Vídeos divulgados na segunda-feira mostravam que o conjunto de andaimes ao redor da base da torre, parte de uma reforma que estava em andamento, foi um dos primeiros lugares visivelmente em chamas.

Cerca de 400 bombeiros foram enviados a Île de la Cité, região no coração de Paris, onde a Notre-Dame está localizada. Na noite de segunda-feira, o chefe dos bombeiros de Paris, Jean-Claude Gallet, afirmou que a estrutura da catedral no geral, incluindo as duas torres da frente, foi "salva e preservada" - o telhado foi destruído.

"O pior foi evitado, mesmo que a batalha não tenha sido vencida por completo", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, acrescentando que iniciaria uma campanha nacional de arrecadação de fundos para ajudar a reconstruir a catedral.

Torre

A torre de quase 90 metros, uma estrutura de madeira coberta de chumbo construída quando a catedral foi renovada no século 19, foi destruída. Após seu colapso parcial, as chamas consumiram grande parte do telhado onde ela ficava.

Parte do acervo da catedral pode ter sido salva em razão de reformas feitas recentemente. Na semana passada, 16 estátuas de cobre que representam os 12 apóstolos e quatro evangelistas foram removidas com um guindaste para que a torre pudesse ser restaurada.

Os bombeiros conseguiram salvar algumas obras que estavam no local, segundo Chauvet. "Várias coleções inestimáveis foram salvas e colocadas em segurança", explicou o tenente-coronel José Vaz de Matos, um oficial que examina os monumentos nacionais da França. Ele afirmou que ainda havia diversas peças de arte grandes dentro da catedral. "Algumas delas foram prejudicadas pelo incêndio, mas podem ser restauradas", avaliou. Contudo, as equipes ainda não puderam ser enviadas a esse local.

"Os arquitetos especializados estão mobilizados para garantir a segurança do local como um todo. É preciso ser muito cauteloso. Há três buracos importantes. Os arquitetos estão definindo com os bombeiros de Paris os melhores arranjos a serem tomados para preservar o que está mais ameaçado", explicou o ministro da Cultura, Franck Riester.

As grandes pinturas de Notre-Dame devem ser transportadas na sexta-feira (19) ao Museu do Louvre para restauração, informou Riester. "Elas poderão ser removidas na sexta e transportadas com segurança para o Louvre, onde serão desidratadas e restauradas", disse.

Segundo Gallet, os bombeiros ainda tentavam resgatar obras de arte do prédio horas após o início do incêndio. O principal risco a elas era a fumaça de dentro da catedral e a queda de materiais, incluindo chumbo derretido.

Dúvidas

As causas do incêndio ainda são desconhecidas. A condição de muitas obras, de dentro da catedral e de parte de sua estrutura, permanece desconhecida. As chamas ameaçavam derreter três grandes vitrais do prédio e poderiam destruir ou danificar três órgãos e dezenas de pinturas e esculturas, algumas datadas do século 17.

Muitas partes da estrutura já estavam danificadas e precisavam de restauração. Gárgulas e balaustradas estavam quebradas e poderiam estar particularmente vulneráveis às chamas e à queda de detritos. (Com agências internacionais).

Um incêndio atingiu a Catedral de Notre Dame, no centro de Paris, na França, na tarde de segunda-feira, 15, segundo informações do Corpo de Bombeiros da cidade. Ainda de acordo com fontes dos bombeiros, o fogo pode estar relacionado a obras de renovação que estavam feitos no edifício, que data de 1163.

A catedral passa por um processo de restauração em sua torre estimado em US$ 6,8 milhões (R$ 26,8 milhões). O fogo teria começado na base da torre, de onde podem ser vistas chamas e fumaça preta. As chamas se projetam, além de seus dois sinos torres, segundo testemunhas.

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A Prefeitura de Paris isolou o local e está montando um grande efetivo para combater as chamas. A catedral é um dos principais pontos turísticos da cidade.

"Um terrível incêndio está em curso na Catedral de Notre Dame. Os bombeiros estão combatendo as chamas", disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em sua conta no Twitter. "Estamos em contato com a Diocese de Paris e peço que a população respeite o perímetro de segurança."

O presidente francês, Emmanuel Macron, cancelou um discurso que faria nesta tarde sobre a crise dos "coletes amarelos" - manifestantes contrários a seu governo que há meses tomam as ruas do país em protestos - em virtude do incidente. (com agências internacionais)

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