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O governo de Alagoas estuda desapropriar toda a área de Maceió afetada pelo afundamento de solo causado pela extração de sal-gema. Segundo o governador Paulo Dantas (MDB), a proposta, ainda em análise, é expropriar a área hoje pertencente à empresa petroquímica Braskem e transformá-la em um parque estadual.

"Temos conversado com nossos técnicos, com a equipe do governo, para desapropriarmos toda a área que foi afetada pelo crime da Braskem e criarmos um grande parque estadual, a exemplo do Parque do Ibirapuera, em São Paulo", declarou Dantas ao se reunir, nesta segunda-feira, 11, na capital alagoana, com secretários estaduais e representantes do governo federal, prefeituras da região metropolitana de Maceió e moradores e comerciantes de bairros afetados pelo afundamento do solo.

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O encontro ocorreu um dia após uma das minas que era operada pela Braskem se romper. A reunião, de cerca de quatro horas de duração, foi organizada para que os governos estadual, federal e municipais "traçassem ações conjuntas" para lidar com o afundamento do solo que, de acordo com Dantas, afetou, direta ou indiretamente, mais de 250 mil pessoas.

A empresa alega que assinou acordos de reparação, mitigação e compensação e que cerca de 40 mil pessoas foram preventivamente realocadas.

Além de propor a desapropriação da área já definida como sendo de risco de acidente e a criação de um parque, Dantas voltou a defender a ampliação da área sob atenção, com a inclusão de ao menos mais três bairros. "A ampliação das bordas (do mapa de risco) é fundamental. Os bairros dos Flexais (Flexal de Cima e de Baixo), bem como o Bom Parto e Marquês de Abrantes têm que ser incluídos nesta área que foi afetada", sustentou o governador.

A proposta de Dantas não foi bem recebida por Alexandre de Moraes Sampaio, presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió. Ele disse não ter sido consultado previamente sobre a sugestão. "Não participei (da elaboração) do plano e, portanto, não me sinto confortável para endossar, em nome das vítimas, a proposta de desapropriação de uma área que não deveria sequer ter sido passada para a Braskem", disse Sampaio antes de questionar os valores que a empresa pagou a título de indenização às famílias que viviam na área hoje interditada e de ameaçar deixar o GT.

A procuradora-geral do Estado, Samya Suruagy do Amaral Pacheco, acrescentou que o governo estadual já ingressou com uma ação judicial para tentar garantir aos donos dos imóveis residenciais e comerciais atingidos a manutenção das propriedades, mesmo que já tenham assinado acordos com a empresa e recebido alguma quantia, que seria considerada uma indenização moral pelos prejuízos sofridos.

De acordo com Samya, a desapropriação da área pelo Estado seria uma segunda opção, caso a Justiça não decida a favor das vítimas. "A Braskem tem a obrigação de devolver (a área) às vítimas, porque ninguém pode se beneficiar da própria torpeza", disse a procuradora. "A questão da desapropriação seria uma forma de tentarmos diminuir os danos, (pois) seria um prêmio para a Braskem causar o dano e sair (ficar) com os imóveis das vítimas ou dos municípios", acrescentou Samya.

Segundo a Braskem, desde 2018, quando foram constatadas as primeiras rachaduras em imóveis e ruas provocadas pela extração de sal-gema em Maceió, moradores e comerciantes de cerca de 14,5 mil imóveis foram incluídos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, conforme acordo que a empresa assinou com o Ministério Público Federal (MPF); Ministério Público de Alagoas (MP-AL); Defensoria Pública da União e Defensoria Pública de Alagoas. No total, cerca de 40 mil pessoas foram preventivamente realocadas.

Após paralisar definitivamente a extração de sal-gema, em maio de 2019, a companhia assinou, em dezembro de 2020, um segundo acordo com os MP federal e estadual, que estabelece ações integradas de reparação, mitigação e compensação. A empresa afirma já ter pago R$ 4,4 bilhões em indenizações, de um total de 19 mil propostas apresentadas a moradores e comerciantes, o que, de acordo com a Braskem, representa 99,8% do total.

A prefeitura de Maceió (AL) decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente colapso de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros. A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital.   

O Gabinete de Crise criado emergencialmente pela prefeitura comunicou oficialmente os órgãos de controle e de segurança sobre o perigo do desastre, entre eles os comandos da Marinha e do Exército.

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Nove escolas estão estruturadas com carros-pipa, colchões, alimentação, equipes de saúde, equipes da Guarda Municipal e de assistência social para receber até 5 mil pessoas vindas das regiões afetadas. 

Além disso, 85 pacientes do Hospital Sanatório, que fica localizado em área de risco, foram encaminhados para outras unidades de saúde, entre elas o Hospital Universitário, que também recebeu equipamentos para a hemodiálise de 352 pessoas. 

Nesta quarta-feira (29), a Defesa Civil da cidade informou que os últimos tremores se intensificaram e houve um agravamento do quadro na região já desocupada. “Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas. Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar na região até nova atualização do órgão”, informa a prefeitura.

Por causa da exploração mineral subterrânea realizada no local, diversos bairros tiveram que ser evacuados emergencialmente em 2018. Rachaduras surgiram nos imóveis da região, seguido de um tremor de terra, criando alto risco de afundamento. Mais de 55 mil pessoas tiveram que deixar a região, que hoje está totalmente desocupada.  Recentemente, a Braskem foi condenada pela Justiça a indenizar o estado de Alagoas por danos causados pela exploração de sal-gema, que resultou na retirada da população de cinco bairros de Maceió. O sal-gema é uma matéria-prima usada na indústria para obtenção de produtos como cloro, ácido clorídrico, soda cáustica e bicarbonato de sódio.

Braskem Em nota, a Braskem diz que monitora a situação da mina e desde a última terça-feira (28) isolou a área de serviço da empresa, onde são executados os trabalhos de preenchimento dos poços. “Os dados atuais de monitoramento demonstram que o movimento do solo permanece concentrado na área dessa mina”, informou.

A empresa diz que também está apoiando a realocação emergencial dos moradores que ainda resistem em permanecer na área de desocupação e segue colaborando com as autoridades.

O estudo do V-Dem que avalia a democracia no mundo, apontou que a vitória do presidente Lula (PT) nas eleições de 2022 evitou o colapso da democracia no Brasil. Inclusive, o País foi o único que representou uma boa notícia para a democracia no mundo, tendo em vista a avaliação do pior momento desde 1986 no globo. 

“A autocratização foi paralisada, antes que a democracia [no Brasil] entrasse em colapso”, disse o estudo. A Polônia também foi o único País junto ao Brasil que conseguiram estagnar a autocratização. 

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O V-Dem apontou que o índice de democracia no Brasil caiu substancialmente a partir de 2015. Segundo o instituto, a extrema-direita no Brasil foi a responsável por mobilizar a autocratização no País.

Somente em 2022 que o índice voltou a subir, o que foi atribuído à vitória do petista à Presidência. Movimentos de esquerda pelos direitos das mulheres e pela proteção ambiental, além de protestos específicos contra o governo Bolsonaro emergiam “como redutos da democracia contra partidários de extrema-direita”, disse o V-Dem. 

Concluiu, ainda, que o presidente Lula continuará tendo “desafios para unificar o País”, com destaque aos ataques antidemocráticos golpistas que aconteceram no dia 8 de janeiro em Brasília. Além disso, foi constatado que Lula “tem um histórico de respeito às instituições democráticas”. 

 

Ao menos 137 pessoas morreram na Índia no domingo (30), quando uma ponte suspensa da era colonial desabou no estado de Gujarat, fazendo com que dezenas caíssem no rio.

As autoridades indicaram que cerca de 500 pessoas estavam na ponte comemorando um festival quando os cabos que sustentavam a estrutura cederam, fazendo com que ela desabasse no rio.

O comandante da polícia local P. Dekavadiya disse nesta segunda-feira à tarde que o saldo de mortos aumentou para 137, incluindo cerca de 50 crianças, a menor delas de cinco anos.

"Vi a ponte desabar diante dos meus olhos", disse uma testemunha que trabalhou durante a noite na tentativa de resgatar feridos.

"Foi traumático quando uma mulher mostrou uma foto de sua filha e perguntou se eu a havia resgatado. Não consegui informar que a filha dela estava morta", acrescentou a testemunha, que não revelou o nome.

"Os cabos arrebentaram e a ponte caiu em um segundo. As pessoas caíram umas em cima das outras e no rio", afirmou um homem que se identificou apenas como Supran.

Vídeos difundidos que ainda não tiveram a autenticidade comprovada mostravam pessoas pendurando os restos da estrutura na escuridão e tentando nadar para a margem para se salvar.

- Sem certificado de segurança -

A ponte suspensa de 233 metros, construída na era do mandato britânico, foi aberta ao público esta semana após meses de reparos.

A emissora NDTV informou que a ponte tinha sido reaberta na quarta-feira mesmo sem um certificado de segurança, e imagens de vídeo feitas no sábado mostravam a estrutura balançando.

As autoridades lançaram uma operação de resgate após o colapso com submarinos enviados para a área para encontrar os desaparecidos. Dezenas de soldados do Exército e da Marinha indiana participaram dos esforços coordenados.

O plano das autoridades é parar a água da barragem de controle próxima e usar bombas para esvaziar o rio e acelerar a operação de busca.

O primeiro-ministro Narendra Modi, que estava visitando Gujarat, anunciou uma indenização para as famílias das vítimas e dos feridos no acidente.

Modi pediu a "mobilização urgente de equipes para resgate", tuitou seu gabinete. "Ele pediu que a situação fosse monitorada de perto e continuamente e [que as autoridades] estendessem toda a ajuda possível aos afetados".

"Muito raramente senti tanta dor em toda a minha vida", disse o primeiro-ministro.

Os acidentes em infraestruturas, incluindo pontes, são comuns na Índia por serem construções antigas e pela falta de manutenção.

Ao menos 75 pessoas morreram na Índia neste domingo (30), quando uma ponte suspensa da era colonial desabou no estado de Gujarat, disse um ministro do governo regional à AFP.

As autoridades indicaram que cerca de 500 pessoas estavam na ponte comemorando um festival quando os cabos que sustentavam a estrutura cederam, fazendo com que ela desabasse no rio.

"Setenta e cinco pessoas morreram", um funcionário civil distrital disse à AFP por telefone, acrescentando que a maioria das vítimas se afogou.

"Mais de 80 foram resgatadas", disse Brijesh Merja, ministro do estado de Gujarat, onde ocorreu a tragédia.

Outras informações não confirmadas relataram 90 mortes no acidente, ocorrido em Morbi, cerca de 200 quilômetros a oeste da principal cidade de Gujarat, Ahmedabad.

"As pessoas caíram umas em cima das outras depois que a ponte desabou. O grupo tinha se reunido na ponte para os rituais e para o festival de Diwali. Havia muitas crianças e mulheres entre as vítimas", disse uma testemunha à imprensa local.

Vídeos divulgados que ainda não foram verificados mostravam pessoas penduradas no que sobrou da estrutura no escuro e tentando nadar até a costa em segurança.

A ponte suspensa de 233 metros, construída na era do mandato britânico, foi aberta ao público esta semana após meses de reparos.

A emissora NDTV informou que a ponte tinha sido reaberta na quarta-feira mesmo sem um certificado de segurança, e imagens de vídeo feitas no sábado mostravam a estrutura balançando.

As autoridades lançaram uma operação de resgate após o colapso com submarinos enviados para a área para encontrar os desaparecidos. Dezenas de soldados do Exército e da Marinha indiana participaram dos esforços coordenados.

O plano das autoridades é parar a água da barragem de controle próxima e usar bombas para esvaziar o rio e acelerar a operação de busca.

O primeiro-ministro Narendra Modi, que estava visitando Gujarat, anunciou uma indenização para as famílias das vítimas e dos feridos no acidente.

Modi pediu a "mobilização urgente de equipes para resgate", tuitou seu gabinete. "Ele pediu que a situação fosse monitorada de perto e continuamente e [que as autoridades] estendessem toda a ajuda possível aos afetados".

Em seu site oficial, o governo de Gujarat descreve a ponte como "uma maravilha da engenharia construída no início do século".

Os acidentes em infraestruturas, incluindo pontes, são comuns na Índia por serem construções antigas e pela falta de manutenção.

O Tribunal de Contas da União (TCU) vai apurar falhas do Ministério da Saúde durante a crise de oxigênio em Manaus (AM), em janeiro de 2021, no âmbito de um processo já instaurado na corte que apura responsabilidades e omissões do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e da cúpula da pasta durante a pandemia do coronavírus.

Em julgamento nesta quarta-feira, 30, o ministro-relator, Benjamin Zymler, votou para deixar a análise da crise em Manaus no âmbito do processo já instaurado pela Corte no ano passado. No entendimento do Tribunal, Pazuello e três secretários do MS contribuíram para piorar o quadro da pandemia ao repassar responsabilidades que antes eram do governo federal para Estados e municípios.

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No início de 2021, com a explosão de casos de covid no Amazonas, o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus levando pacientes internados à morte por asfixia. Na ocasião, o governo federal transferiu pacientes para outros Estados e pediu ajuda aos Estados Unidos com o fornecimento de um avião adequado para levar cilindros a Manaus.

À época, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi à cidade e chegou a apresentar como solução o tratamento precoce, que, no vocabulário do governo federal, significa o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina e a ivermectina, até hoje defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Meses depois, o ex-ministro se defendeu na CPI da Pandemia ao dizer ter o registro de três dias de desabastecimento de oxigênio no Estado do Amazonas e que o estoque foi normalizado em quatro ou cinco dias

À época, dias antes do périplo pelas unidades de saúde em Manaus, a então secretária nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, avisou ao município que as visitas serviriam para estimular adoção do "tratamento precoce". Em ofício enviado à Secretaria de Saúde local, Pinheiro ainda escreveu que seria "inadmissível" Manaus não prescrever antivirais sem eficácia comprovada.

O Ministério Público junto ao TCU sugeriu ouvir Pazuello e outros membros da cúpula do Ministério da Saúde já no âmbito do processo julgado nesta quarta, tendo em vista, nas palavras do procurador Rodrigo Medeiros de Lima, a "gravidade dos fatos". A sugestão, no entanto, foi afastada pelo ministro-relator Benjamin Zymler.

Além de Pazuello, o MP junto ao TCU também queria ouvir o Secretário da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES/MS), Luiz Otávio Franco Duarte, e secretário da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCITE), Hélio Angotti Neto.

O momento mais emocionante do forte depoimento da enfermeira Mayra Pires Lima à CPI da Covid foi quando ela falou sobre os cuidados que teve com a irmã, quando esteve internada em Manaus. Também quando falou sobre os sobrinhos, que ficaram órfãos após o falecimento da mãe.

"Muitas vezes eu assumia a assistência de saúde da minha irmã porque nós tínhamos cinco técnicos de enfermagem para cuidar de 80 pacientes graves", relatou Mayra aos senadores. "Só em Manaus nós temos mais de 80 órfãos da covid. Só na minha família são quatro", disse a enfermeira. "O que está se fazendo por essas crianças e por essas famílias?", questionou Mayra.

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Crianças órfãs

Após o depoimentos da enfermeira Mayra Pires Lima, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), destacou que a comissão pretende criar uma pensão especial para órfãos de vítimas do novo coronavírus. Leia mais aqui.

"Estamos fazendo um projeto aqui para amparar as crianças órfãs", disse o senador.

Em outro momento, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), detalhou que a proposta de benefício prevista em seu parecer deve ter o valor de um salário mínimo, que a partir do ano que vem passa a ser de R$ 1.192, para os órfãos, cuja renda familiar não permita a sobrevivência até completar 21 anos de idade.

Segundo Mayra, o auxílio seria "essencial", mas "um salário mínimo não resolve muita coisa, mas já vai ajudar", disse.

Outras nove pessoas foram confirmadas como mortas no desabamento de um pequeno hotel no leste da China, elevando para 17 o número de vítimas desse desastre - anunciou a imprensa estatal nesta quarta-feira (14), informando o fim das operações de busca e resgate.

Horas antes, seis pessoas foram resgatadas com vida dos escombros do Hotel Siji Kaiyuan. O prédio desabou na tarde de segunda-feira, na cidade de Suzhou, 80 km ao oeste de Xangai.

Os resgatados permanecem em condições estáveis, conforme a televisão estatal. O veículo noticiou ainda que várias pessoas foram detidas, e uma investigação foi aberta para apurar as causas do desastre.

O hotel foi inaugurado em 2018 com 54 quartos, de acordo com informações no site de viagens Ctrip.

Com mais de 12 milhões de habitantes, Suzhou é um popular destino turístico que atrai visitantes por seus canais e jardins centenários.

Desabamento de prédios e acidentes são frequentes na China, devido, em grande parte, ao descumprimento das normas de construção.

O colapso de um hotel na cidade de Quanzhou, no sul da China, em março de 2020, deixou 29 mortos. Após investigação, as autoridades descobriram que três andares foram adicionados ilegalmente à estrutura original do edifício. O imóvel havia sido reservado como um hotel de quarentena para pacientes com covid-19.

A situação sanitária pela Covid-19 é "catastrófica" na Tunísia, onde nas últimas semanas foi registrado um recorde de casos, anunciou nesta quinta-feira (8) a porta-voz do Ministério da Saúde, referindo-se a um sistema de saúde "em colapso".

"A situação sanitária atual é catastrófica (...), a taxa de contágios aumentou enormemente. O sistema de saúde infelizmente está em colapso", declarou Nissaf Ben Alya em uma entrevista a uma rádio tunisiana.

De acordo com Ben Alya, agora é difícil encontrar leitos ou oxígênio nos hospitais de todo o país. "Se não nos unirmos em nossos esforços, o desastre (sanitário) se agravará", alertou.

Os hospitais tunisianos registram há duas semanas um grande fluxo de pacientes nesta nova onda de casos por Covid-19, que alcança níveis sem precedentes.

Na terça-feira, a Tunísia registrou 9.823 casos e 134 mortes. No total, foram contabilizados 464.914 casos e 15.735 mortes, sobre uma população de cerca de 12 milhões de habitantes. Nas redes sociais, circulam imagens que mostram pacientes no chão de hospitais lotados em todo o país.

Os hospitais de campanha que foram improvisados nos últimos meses não dão conta: 92% dos leitos de cuidados intensivos (UTI) estão ocupados, de acordo com dados do ministério da Saúde publicados no Facebook. Seis províncias declararam um confinamento rígido para evitar mais contágios.

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello soube do colapso no abastecimento de oxigênio no Amazonas na noite de 7 de janeiro, em uma conversa por telefone com o secretário de Saúde do Estado, Marcellus Campêlo. É o que consta de uma nota técnica assinada pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco e enviada à Câmara dos Deputados como resposta a um requerimento de informações.

"Esclareço que, na noite de 7 de janeiro de 2021, este ministério tomou ciência de problemas relacionados ao abastecimento de oxigênio da rede de saúde do Amazonas. Tratou-se de uma conversa informal entre o secretário de Saúde do Estado do Amazonas e o ministro da Saúde (...), por telefone, apenas e tão somente para solicitar apoio no transporte de 350 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus", escreveu Franco em resposta a um requerimento de informação feito pelo deputado José Ricardo (PT-AM).

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A resposta ao questionamento do deputado chegou à Câmara no dia 16 de março. "Ainda pela noite, o ministro da Saúde coordenou, pessoalmente, o apoio com o ministro da Defesa e com o Comando Conjunto Amazônia para o transporte aéreo de 150 cilindros de oxigênio, totalizando 1.275m3 de Belém para Manaus, com entrega no dia 8 de janeiro, e de mais 200 cilindros para entrega no dia 10 de janeiro", informou o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, exonerado do cargo no fim de março.

Franco disse ainda que, em 9 de janeiro deste ano, o Relatório Diário da Força Nacional do SUS foi enviado para o coordenador do Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde, às 9h54, com dados do dia anterior. "Foi mudado o foco da reunião, pois foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio. Existe um problema na rede de gás do município, que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais", afirma um trecho do documento.

Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira, Pazuello disse, no entanto, que foi informado sobre a falta de oxigênio em Manaus apenas na noite do dia 10 de janeiro.

"No dia 8 de janeiro, seis dias antes, nós já tínhamos iniciado o transporte aéreo de oxigênio para Manaus. Eu tomei conhecimento de riscos em Manaus no dia 10, à noite, numa reunião com o governador e o secretário de Saúde, quando eles me passaram as suas preocupações que estavam com problema logístico sério com a empresa White Martins", afirmou Pazeullo à CPI.

O ministro também contradisse documento enviado pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua manifestação, a AGU relatou que o Ministério da Saúde foi informado da crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus em 8 de janeiro, por meio de e-mail enviado pela empresa fabricante do produto, a White Martins. Além disso, a primeira entrega de oxigênio teria ocorrido apenas no dia 12 de janeiro, conforme dados prestados ao Supremo.

Pazuello argumentou na CPI que não teve conhecimento do e-mail da White Martins. Afirmou, depois, que foi informado da situação em Manaus apenas no dia 10, em uma reunião com o governador do Amazonas, Wilson Lima, e com o secretário Marcellus Campêlo.

O ex-ministro da Saúde já havia mudado de versão sobre o mesmo assunto em depoimento à Polícia Federal. Na época, o Estadão mostrou que o general atribuiu a data de 8 de janeiro no documento da AGU a um "equívoco" de um funcionário do Ministério da Saúde. Existem, porém, declarações anteriores de Pazuello nas quais ele afirma que a pasta soube do e-mail da White Martins sobre a falta do insumo no dia 8.

"Pazuello diz na CPI que tomou ciência do problema relacionado ao abastecimento de oxigênio no Amazonas no dia 10 de janeiro, mas documento oficial do Ministério da Saúde prova que tomou ciência no dia 7 de janeiro. Nosso povo sofreu e gente morreu por esse atraso de reação", escreveu no Twitter o vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).

As cobranças feitas ao Ministério da Saúde com relação às entregas de "kits de intubação" para Estados e municípios levou o chefe da Pasta, Marcelo Queiroga, a fazer um extensa publicação em suas redes, na qual o ministro afirmou estar "trabalhando diuturnamente" para atender as necessidades de hospitais e a pedir ajuda do setor privado para "suprir o mercado nacional" enquanto o ministério repõe seus estoques.

Em sua mensagem, o ministro reafirmou que governos estaduais, prefeituras, hospitais privados, e a sociedade civil também podem pleitear a importação dos insumos, pedindo assim uma união dessas partes para lidar com a situação.

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"Essa é uma tarefa de todos, não só do governo federal", afirmou Queiroga.

Nos últimos dias, o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), tem sido uma das principais vozes na cobrança à Pasta para a entrega dos medicamentos. Na quinta-feira, 15, em suas redes sociais, Doria fez um apelo para que deputados e senadores paulistas verificassem a razão de o Ministério da Saúde não ter respondido aos nove pedidos de entrega de medicamentos feitos pelo Estado.

No mesmo dia, durante entrevista coletiva, Queiroga disse que "não adianta ficar só enviando ofício".

Na publicação desta sexta, no entanto, o ministro adota um tom mais ameno ao afirmar que o ministério "tem adotado providências para assegurar o abastecimento nos municípios". Destacando que a importação dos kits pela iniciativa privada foi facilitada pela Pasta, Queiroga diz contar com a ajuda do setor para "suprir o mercado nacional" até que a Saúde consiga reabastecer o estoque dos medicamentos, o que deve acontecer, segundo ele, com a chegada dos insumos comprados pelo governo em parceria com Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS).

Como mostraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), pelo menos 11 Estados relatam estoque crítico de remédios do kit intubação. Entre as regiões com maior risco de falta de medicamentos estão o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Maranhão, Roraima, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre e Amapá.

Uma série de omissões do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a lentidão de resposta da pasta ao avanço da covid no Amazonas contribuíram para o colapso hospitalar em Manaus, no início deste ano. A acusação consta em ação de improbidade do Ministério Público Federal contra Pazuello e o secretário estadual de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo. Segundo os procuradores, a demora do Ministério da Saúde em acompanhar de perto o agravamento da pandemia no Estado e a falta de planejamento para uma possível crise culminaram no cenário de caos presenciado no início do ano na capital amazonense.

Investigação da Procuradoria apontou que o Ministério da Saúde tinha ciência desde o início de dezembro da situação 'alarmante' do Amazonas, que registrava aumento do número de casos e mortes por covid. No dia 28 daquele mês, o agravamento da crise no Estado foi pauta de reunião entre Pazuello e seus secretários, mas, apesar disso, o ex-ministro somente despachou uma comitiva ao Estado na semana seguinte. Para os procuradores, a lentidão de Pazuello ignorou ofício da própria pasta sobre o risco das hospitalizações dobrarem em apenas sete dias e deixou para 'momento posterior' a adoção de medidas incisivas para prevenção da crise que se formava. "A espera por esse tempo não é compatível com o senso de urgência que, na maior pandemia do último século, deve orientar a atuação do Ministro da Saúde - o próprio documento do Ministério da Saúde, acima citado, demonstra que, em uma semana, o número de hospitalizações pode dobrar", anotou o MPF.

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A Procuradoria diz ainda que nem mesmo ofício do Secretário de Saúde do Amazonas informando Pazuello ainda em dezembro sobre a necessidade do envio da Força Nacional do SUS para auxiliar o monitoramento da pandemia no Estado tornou mais célere a atuação do então ministro da Saúde.

"O ex-Ministro EDUARDO PAZUELLO, portanto, omitiu-se em adotar de modo célere, no âmbito de suas competências, medidas para diagnosticar a situação da pandemia no Amazonas ainda em dezembro de 2020 e para minorar a nova onda de disseminação de covid-19 no estado. Esse atraso retardou a avaliação da situação e adoção de medidas para preparar o sistema de saúde no Amazonas para o novo pico, especialmente com a instalação de novos leitos clínicos e de UTI com os insumos necessários", apontou o MPF. "Em outros termos, a demora do ex-Ministro em enviar a comitiva ao Amazonas, apesar de todas as evidências de iminente colapso, diminuiu em uma semana o tempo de resposta à pandemia, ampliando o risco sanitário ao qual a população amazonense estava submetida".

Os procuradores apontam ainda que as autoridades federais e estaduais sabiam que Manaus enfrentava um aumento vertiginoso de casos e óbitos por covid e que se tornava imprescindível a realização de ações para evitar um iminente colapso hospitalar, incluindo a possibilidade de desabastecimento de oxigênio. Apesar da comitiva do Ministério da Saúde ter visitado Manaus dias antes do colapso, nenhuma medida foi adotada a tempo.

"Todavia, o Ministro EDUARDO PAZUELLO, o Secretário HÉLIO ANGOTTI NETO, o Secretário LUIZ OTÁVIO FRANCO DUARTE e a Secretária MAYRA PINHEIRO, mesmo após a ida de comitiva a Manaus em 3 de janeiro de 2021, omitiram-se em tomar as providências administrativas para verificar se havia o devido dimensionamento do consumo e da demanda futura de oxigênio medicinal no estado. Não tendo tomado essa providência básica, deixaram de promover a adequada orientação técnica dos servidores estaduais e não articularam com as empresas produtoras do insumo o fornecimento emergencial de maior volume", apontou o MPF.

Os procuradores frisaram que somente após uma 'viagem de reconhecimento' entre os dias 7 e 8 de janeiro, que Pazuello e o secretário de Saúde do Amazonas constataram os 'graves problemas de abastecimento' de oxigênio. A descoberta, porém, não veio de iniciativa própria das autoridades e sim por alerta da White Martins.

"Ou seja, não houve propriamente falta do produto, mas omissão dos requeridos acima citados em promover e monitorar o dimensionamento da demanda para o futuro próximo e de traçar estratégia para viabilizar e coordenar, tempestivamente, o transporte do insumo em volume suficiente de outros estados", apontou.

Pazuello deixou o Ministério da Saúde em março após ser pressionado pela explosão de mortes e internações por covid-19 e a demora da campanha de vacinação. Na ocasião, o então ministro da Saúde também era investigado em um inquérito perante o Supremo Tribunal Federal por sua responsabilidade na crise do sistema de saúde, especialmente em Manaus. Sem foro privilegiado, o caso passou a primeira instância.

Pressionado pela explosão de mortes e internações por covid-19 e frustrações na campanha de vacinação, o presidente decidiu trocar o comando da pasta ocupada por Eduardo Pazuello. Políticos que participam das conversas com o Planalto dizem que o general se inviabilizou como ministro. A questão é saber quem assumirá o posto.

"Tu pode me ajudar a colocar o corpo no caixão?", foi indagado o arquiteto Frederico Mendonça diante do saco preto que acomodava a sua tia Maria dos Prazeres, no necrotério do Hospital Tricentenário de Olinda.

Vítima da Covid-19 no último dia 21, a idosa de 67 anos ficou apenas seis dias internada antes de ser enterrada pelo próprio sobrinho em um município vizinho. Frente ao iminente colapso da rede funerária de Pernambuco, a falta de vagas no cemitério de Guadalupe fez com que ela aguardasse dois dias até ser sepultada.

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Com o enterro transferido para o Cemitério Paroquial do Barro, na Zona Oeste do Recife, a cerca de 17 km de distância de onde morava, no Bairro Novo, por falta de vagas, Maria dos Prazeres foi colocada no caixão por Frederico, que não teve outra opção a não ser ajudar o único profissional enviado pela funerária à unidade de saúde.

Já no cemitério do Recife, assimilou os reflexos do alto índice de ocupação no sistema quando precisou esperar quase uma hora até que os coveiros estivessem disponíveis. Após um percurso insalubre entre lápides e o último adeus de outras famílias, finalmente o carrinho que carregava sua tia parou, no entanto, todos os sepulcros estavam preenchidos ali.

Foto: Arquivo pessoal

Um buraco começou a ser cavado no estreito entre duas sepulturas. Foi quando Frederico percebeu que a tia seria posta em uma cova rasa, em um caminho para transeuntes, como o trajeto que percorreu. Dos quatro coveiros que o acompanhavam até a descida do caixão à cova, de repente se viu amparado por apenas um. Os demais se ocuparam em atender a alta demanda de óbitos diários da Covid-19.

A pá velha e apenas duas mãos não davam conta, e Frederico se prontificou a ajudar o coveiro que, segundo ele, tem só seis meses de profissão. Nem o sol forte das 11h, nem o medo de ser infectado pelo novo coronavírus, ou até mesmo outras doenças, apagavam as orações da cabeça do arquiteto que, reforçava os votos em memória da tia enquanto despejava areia sobre seu local de repouso.

Do dia 15 de março, quando a tia foi internada, até a data do enterro, no dia 23, Frederico foi confrontado pela trágica realidade da Covid-19 em Pernambuco, que já tirou a vida de 12.623 pessoas até o dia 8 de abril de 2021.

Fora a fragilidade do sistema funerário, a condição desordenada recai sobre o resultado dos testes, que no caso de Dona Maria dos Prazeres, só foi confirmado pela Prefeitura de Olinda nessa segunda (5), 15 dias após sua morte.

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O resultado positivo do teste RT-PCR analisado pelo Lacen-PE foi liberado pelo laboratório no dia 26, cinco dias após o falecimento. Entretanto, Frederico questiona a demora para ser informado pela Secretaria Municipal de Saúde, que só o comunicou na tarde desta segunda (5).

Procurada para uma posição sobre a falta de vagas em seus dois cemitérios - de Guadalupe e Águas Compridas - e a situação imposta à população que não consegue enterrar seus familiares no município, a Prefeitura de Olinda reafirmou que os cemitérios possuem vagas e estão abertos para as vítimas da pandemia.

Em nota, a gestão aponta que "vem trabalhando na ampliação dos espaços para sepultamento das vítimas das Covid-19" e, sem apresentar o quantitativo, diz chegou a abrir novas vagas em Águas Compridas com a desapropriação de um terreno vizinho.

Sobre Guadalupe, a Secretaria Executiva de Manutenção Urbana (SEMU) explica que não pôde adotar o mesmo procedimento pois o cemitério fica alocado no Sítio Histórico, o que impede a ampliação dos limites da estrutura.

"A SEMU acrescenta que está tentando contratar junto à iniciativa privada sepulturas para absorver a demanda decorrente da Covid-19", acrescenta o comunicado, que garante "todos os esforços necessários para que os olindenses sejam assistidos de forma digna".

Funerários expõem a falta de vagas

O presidente da Associação Pernambucana de Dirigentes Funerários (APEDIF) indica que não houve oficialização sobre o fechamento dos cemitérios. Entretanto, questiona as supostas vagas indicadas pela Prefeitura.

"Realmente eles estão com dificuldade de ofertar espaço. A última vez que a gente precisou para um morador de Olinda, na semana passada, eles só iriam ter vaga para terça-feira dessa semana", ressalta Herton Viana.

"É difícil porque não tem como ficar nos hospitais e as funerárias não tem como manusear esse corpo, nem tampouco guardar nas instalações da gente. Automaticamente tá ficando nos hospitais, causando acúmulo e, pode vir a acontecer, de ter que ficar lá porque a família não tem para onde levar”, descreve o representante dos dirigentes funerários, que acrescenta, “se você precisar para hoje ou amanhã eles não têm vaga. É sempre uma programação dias para frente".

Prefeituras negam risco de colapso funerário

Diante da alta nacional de casos de Covid-19, a reportagem do LeiaJá questionou as prefeituras de algumas das cidades de Pernambuco que registraram o maior número de casos da doença a respeito da possibilidade de ocorrer um colapso funerário nos próximos meses. As gestões de Olinda, Recife, Petrolina e Caruaru garantem que seus sistemas estão sob controle e preparados para atender ao aumento da demanda. Algumas delas pontuaram que, passado um ano de pandemia, continuam ampliando a capacidade dos cemitérios.

De acordo com a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), os dois cemitérios públicos da capital pernambucana preparados para receber as vítimas da Covid-19 - Parque das Flores e Santo Amaro- possuem plena capacidade para atender à demanda e funcionam dentro do previsto para o cenário de pandemia. “No total, a Emlurb providenciou a abertura e/ ou construção de 5.671 covas e gavetas para receber este tipo de sepultamentos e, deste montante, há ainda 25% de covas/ gavetas sem uso (1.421 vagas) nos cemitérios de Santo Amaro e Parque das Flores”, pontua a instituição, em nota oficial.

Em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, a Secretaria Executiva de Manutenção Urbana (SEMU) informou que desapropriou um terreno vizinho para ampliar o Cemitério de Águas Compridas, onde também foram abertas novas covas. “Com relação ao Cemitério de Guadalupe o mesmo procedimento não pode ser adotado uma vez que o local se encontra dentro do Sítio Histórico, o que impede a ampliação dos limites da estrutura física. A SEMU acrescenta que está tentando contratar junto à iniciativa privada sepulturas para absorver a demanda decorrente da Covid-19”, coloca a SEMU. A informação oficial é a de que não há fila de espera para sepultamentos.

A Prefeitura de Petrolina, no sertão do estado, também firmou contrato, desde o início da pandemia, para que os sepultamentos de vítimas do novo coronavírus fossem feitos em um cemitério particular, com funcionamento 24 horas. A administração da cidade frisa que, em caso de óbitos ocorridos durante o dia, os corpos podem ser recebidos em qualquer cemitério público da cidade, caso seja da vontade da família.

Segundo a administração petrolinense, todos os coveiros da cidade já foram vacinados contra a Covid-19. “O município conta com o efetivo de 9 sepultadores municipais, a cidade está com processo seletivo de outras 10 vagas, para preenchimento do quadro normativo. Sobre o questionamento da quantidade de sepulturas, no cemitério particular, no qual existe contrato, há mais de 60 vagas. Já nos municipais, mais de 400. Petrolina segue todas as orientações do Comitê de Crise Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus”, explica o posicionamento oficial.

Já a Secretaria de Serviços Públicos de Caruaru, no agreste pernambucano, não abriu novas covas em decorrência da crise sanitária. O órgão se resumiu a dizer que “tem trabalhado para garantir todos os serviços funerários no município, cumprindo todos os protocolos sanitários estabelecidos. Dessa forma, diante de todo trabalho realizado até o momento, todos os serviços seguem funcionando sem intercorrências”.

Com hospitais lotados e a falta de insumos, famílias de pacientes da covid-19 têm se desdobrado para conseguir atendimento, insumos e leitos, às vezes sem ter dinheiro para pagar pela estrutura. Em alguns casos, parentes até adaptam quartos dentro de casa, e pela internet, vaquinhas também se multiplicaram no último mês.

Regina Reis, de 36 anos, descreve o que passou por causa do coronavírus. "Como se, a cada segundo, estivesse perdendo um pouquinho de vida." Hoje, a diarista se recupera bem, mas pensou que não resistiria.

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De Santo Antônio do Descoberto (GO), a 50 quilômetros de Brasília, ela notou os primeiros sintomas há duas semanas. Junto com o marido, foi a dois postos de saúde e dois hospitais - em um deles recebeu atendimento. "Doze horas em um banco duro, com o soro na mão. Por volta das 6 horas da tarde, falaram que poderia permanecer ali (sentada) ou ir para casa, que não tinha leito." Regina repetiu o procedimento nos dias seguintes. "Tinha pessoas em macas, cadeiras, gente debilitada e sem ter nem onde sentar."

O quadro se agravou com o passar dos dias e ela não tinha mais forças para ficar sentada. Regina conta ter falado com alguém do hospital, chorando, que não poderia morrer, pois tem três filhos. "Ela falou: ‘não é só você, são muitos’", narra.

Em casa, Regina disse não se lembrar dos três dias seguintes, "até que um anjo ouviu minhas preces e conseguiu um médico". A chefe de sua irmã havia encontrado um médico particular, que topou teleconsulta. Ele deu orientações de remédios, monitoramento com oxímetro e tratamento com oxigênio medicinal "imediatamente".

Um dos filhos de Regina criou vaquinha para juntar R$ 3 mil, mas as empresas alegavam falta de cilindro. "Foram dois dias de angústia, sem ar, numa cama. Toda vez que levantava, achava que não voltaria", diz ela. Conseguiram R$ 1,9 mil e o oxigênio chegou, além de doações de alimentos e outros itens. "Se não fosse o oxigênio e o médico, não estaria aqui", diz.

Parentes também se mobilizaram para apoiar o aposentado Francisco Xavier, de 92 anos, de Teresina. Ele foi diagnosticado com a covid no dia 1º de março, em um teste feito na rede privada. "Precisávamos saber o mais rápido possível, pela preocupação de ser um idoso", conta a neta , a pedagoga Erica Souza, de 31 anos.

Seu Francisco foi levado ao hospital, onde foi avaliado e mandado para casa. Dias depois, piorou. "A médica disse que precisaria ser internado, precisava de oxigênio, mas não tinha leito. Disse que ele poderia ficar na cadeira tomando oxigênio. Ficou o dia todo." Depois, a família o levou para casa. Alugou cilindro de oxigênio e continuou com as medicações.

"Dia 16, ele acordou muito cansado. Chamamos o Samu, que disse não ter aonde levar meu avô, porque não tinha leito. Só se colocasse em uma cadeira e aguardasse. Ficamos desesperados", conta Erica.

Um socorrista sugeriu buscar atendimento domiciliar privado. Dois médicos confirmaram a necessidade de UTI. Após novo chamado ao Samu, ele foi internado em leito improvisado na sala de curativos. Por orientação médica, a família comprou equipamentos para auxiliar na respiração e contratou fisioterapeuta. A transferência para a UTI nunca ocorreu - seu Francisco morreu dias depois. Os custos complementares, pagos em vários cartões de crédito de parentes, são de R$ 10 mil.

Viagem de 4 horas

 

O vendedor Gabriel Motta, de 20 anos, acredita ter contraído covid no trabalho, mas não teve sintomas graves. Já a mãe, Hebe, de 54 anos, teve no dia 25 um mal-estar, confundido pelos médicos com uma crise de asma. O quadro piorou dia 28, quando foi confirmado o diagnóstico de covid. Por ter diabete e hipertensão, ela foi internada, mas o leito clínico não foi suficiente.

"Trataram muito bem dela, mas faltavam recursos", conta. Como havia fila de espera por transferência para a UTI, Motta não quis aguardar e, junto da família, telefonou para vários hospitais de São Paulo, públicos e privados. Depois de horas, a única alternativa foi uma instituição privada, mas no Paraná, a quase quatro horas de onde vive, em Piraju (SP).

Um tio pagou a caução do hospital e, para as demais despesas, foi criada uma vaquinha virtual, que obteve R$ 8 mil. Hebe foi transferida de ambulância. "A gente não é família rica, é de classe média. Se precisar vende casa, carro. A saúde em primeiro lugar", destaca o filho. Para evitar custos adicionais, os parentes de Hebe seguem em São Paulo. "É uma angústia pra família. É duro estar longe", diz.

A Secretaria de Saúde de São Paulo justificou a espera por transferência na central de regulação à alta de 117% em pedidos de transferência, ante junho de 2020. "A regulação depende da disponibilidade de leitos e de condição clínica adequada para que o paciente seja deslocado com segurança até o hospital de destino", destacou, em nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que vai implementar um protocolo de racionamento do uso de oxigênio em hospitais. Com o sinal vermelho para a falta de insumos de intubação no país, em sessão no Senado nessa segunda-feira (30), o cardiologista prometeu uma resposta em até 15 dias.

"Estamos trabalhando na área técnica, convidei o professor Carlos Carvalho da USP para trabalhar conosco em protocolos assistenciais que, entre outras coisas, racionalizem o uso de oxigênio. Todos sabemos que muitas pessoas chegam aos hospitais e às vezes a primeira providência é colocar o oxigênio nasal em quem não precisa. Vamos tentar economizar, fazer uma campanha entre os profissionais de saúde para o uso racional do oxigênio", afirmou Queiroga, que sugere economizar o oxigênio para evitar o desabastecimento total.

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Insumos para intubação

Sobre a escassez dos 'kits intubação' aos leitos de UTI, o ministro disse que a pasta tenta viabilizar a compra, mas a oferta no mercado é baixa. Ele jogou a responsabilidade para os Estados mas, ainda assim, garantiu que a situação será resolvida em até 15 dias.

"Lembrando que essa é uma atribuição das secretarias de saúde. O ministro da Saúde não pode ser o AGR, almoxarife real da República, só para estar cuidando dessa agenda. Tem que existir um esforço também dos secretários municipais e estaduais para se somar com o Ministério da Saúde, não é só jogar a bomba para a gente. Não é tripartite? Vamos compartilhar as responsabilidades, porque o Ministério da Saúde não pode só ficar enxugando gelo", afirma.

Na manhã da última quarta-feira (24), profissionais da saúde fizeram uma manifestação em frente ao Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista. O movimento foi organizado pelo Sindicato da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para clamar por melhores condições de trabalho. A atual circunstância de pandemia expõe os profissionais ao vírus da Covid-19.

Em meio ao protesto, vários profissionais ergueram placas e cartazes com pedidos de socorro e vacina para os trabalhadores. Algumas das frases foram "a enfermaria pede socorro", "vacina para todos" e "só queremos cuidar da população e voltar vivos para nossos lares". Além dos pedidos, uma enfermeira segurava um cartaz afirmando que o sistema de saúde estava em colapso.

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No estado de São Paulo, 21 hospitais registraram 100% de ocupação dos leitos de UTI. Desta forma, pacientes estão sendo transferidos para hospitais vizinhos. Na última quarta-feira (24), a capital registrou com 89% de ocupação.

Do total de número de mortes no Brasil, cerca de 30% foram no estado paulista. Segundo o último levantamento de dados da Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo registrou 1.021 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas. Sendo que o país todo no mesmo período, também bateu recorde e ultrapassou a marca de 3.200 mortes, com média de 130 mortes por hora.

Com a saída do governo, o general Eduardo Pazuello perdeu o direito ao foro por prerrogativa de função. A implicação jurídica da exoneração do cargo de Ministro da Saúde deve ser a redistribuição, para a primeira instância, da investigação aberta para apurar se houve omissão no colapso da rede pública de hospitais de Manaus, segundo pedido formalizado pela Procuradoria Geral da República (PGR) nesta quarta-feira, 24. A PGR pede que o caso passe a ser processado na Justiça Federal do Distrito Federal.

Cabe ao relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, avaliar o requerimento. No tribunal, vigora o entendimento de que investigações só devem seguir na Corte quando os fatos sob investigação tiverem sido cometidos no exercício da função e enquanto durar o cargo ou mandato - o que pode inviabilizar as pretensões do governo em encontrar uma saída que garanta a manutenção do foro, como a nomeação para o comando da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

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Como mostrou o Estadão, o inquérito pode levar a uma condenação do general da ativa e até mesmo, em última análise, à sua perda de posto e patente. Embora Pazuello seja general, o caso não deve ser remetido à Justiça Militar por se tratar de possível crime cometido na esfera cível.

O inquérito foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, após pressão de partidos políticos, de membros do próprio Ministério Público e da opinião pública. O PGR se manifestou em uma representação do partido Cidadania.

Ao comunicar a abertura de inquérito, Aras disse ver 'possível intempestividade' nas ações de Pazuello, indicando que o então ministro da Saúde pode ter demorado a reagir à crise em Manaus. O próprio governo já admitiu ao Supremo Tribunal Federal que a pasta sabia desde 8 de janeiro da escassez de oxigênio para os pacientes na capital amazonense, uma semana antes do colapso.

Aras considerou os fatos 'gravíssimos'. De acordo com a Procuradoria, o ministro da Saúde pode responder pelos fatos nas esferas cível, administrativa e criminal, caso seja comprovada sua omissão na crise em Manaus.

O próprio Pazuello chegou a admitir o colapso na rede de saúde da capital amazonense. Após a declaração, o presidente Jair Bolsonaro afirmou já ter feito a sua parte. Segundo ele, foram enviados recursos e outros meios ao Amazonas para o enfrentamento da covid-19.

No final de fevereiro, quando ainda estava à frente do ministério, o general chegou ser ouvido pela Polícia Federal. No depoimento, mudou a versão do governo e disse que só foi alertado às vésperas da crise em Manaus.

A Secretaria de Saúde do Amazonas informou que não há mais fila de pacientes da Covid-19 por vaga em hospitais. Após 86 dias de fila por UTI, que teve mais de 500 pacientes na espera, nesta quarta-feira (24), o estado começa a receber contaminados de estados vizinhos.

De acordo com a Administração, apenas sete pedidos de transferência de emergência foram solicitados no interior. "Essa quantidade não é considerada fila, tendo em vista que há vagas e as remoções dependem apenas das condições clínicas dos pacientes e da logística de transporte", informou.

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Iniciada no dia 6 de janeiro, a extensa fila de espera traduziu a situação delicada da rede de saúde, que não suportou a demanda de infectados. Só no dia 14 de janeiro, 258 pacientes foram internados. A atual média diária de internações é de 50 pessoas.

Operação Gratidão - Após intensificar as medidas de prevenção contra o vírus, principalmente o isolamento social, o Amazonas registra a menor taxa de ocupação de UTI, com 75% dos leitos preenchidos. Por isso, já começa a retribuiu o apoio recebido no momento mais difícil da pandemia no estado.

"As taxas de ocupação de leitos de UTI têm ficado abaixo de 80%, o que possibilitou a disponibilidade de 11 leitos de UTI e 16 leitos clínicos para pacientes de Rondônia e do Acre, na semana passada", afirmou a pasta ao Uol.

O ato solidário foi batizado como 'Operação Gratidão' e é mantida pela parceria entre o governo do Amazonas e os ministérios da Saúde e Defesa. "Nesta terça-feira foram ofertados mais seis leitos de UTI e 18 leitos clínicos para os dois estados”, complementou.

Com os hospitais sobrecarregados pelo aumento vertiginoso dos casos de covid-19 no Paraguai, familiares de pessoas infectadas se esforçam para conseguir medicamentos, obrigados a enfrentar altos custos.

"Aqui não há insumos, não há remédios. Tem gente que vende sua casa, leiloa sua casa para conseguir remédio para seus familiares", disse Edi Gómez, nos portões do hospital Ingavi, nos arredores de Assunção, onde dezenas de pessoas estão acampando para estar mais perto dos doentes.

"Estamos passando por um péssimo momento. Duas pessoas morreram por falta de oxigênio. Meu parente foi intubado. Por falta de oxigênio, eles tiveram que transferir os pacientes para o pronto-socorro e a sala de cirurgia, onde tinham oxigênio", afirma Elisa Gómez, uma dona de casa cujo marido foi internado no Hospital de Clínicas, perto de Ingavi.

"Os (que fazem parte) do governo podiam ter previsto, mas nunca fizeram nada. Este governo não provém o que corresponde aos hospitais", criticou a mulher que diz ter gasto 5 milhões de guaranis (cerca de US$ 750) em uma semana.

O diretor do Hospital de Clínicas, Jorge Giubi, ressaltou que o número de novas infecções não diminui. Pelo contrário, os casos crescem entre 2.000 e 2.500 casos por dia, segundo dados oficiais.

- "Não há leitos" -

Com uma cadeira e uma mochila, ela também se instalou nos arredores do Hospital de Clínica Nancy Jara, para ficar perto de dois irmãos internados com covid-19.

"Um tem 39 anos, o outro 52. Infectaram-se porque trabalham juntos. É muito triste vê-los como estão. Sabemos que tudo está improvisado. Sabemos que não podemos pedir muito. E agradecemos que nossos pacientes estão lá sendo atendidos, ao menos. Mas eles estão lá há três dias sentados em uma poltrona", lamenta Jara.

"Não há leitos e é triste. Um deles tem problema de coluna e tem que ficar sentado. As pessoas estão doando poltronas, cadeiras, travesseiros, colchões (...). Mas precisamos que o governo se recarregue e faça algo mais do que isso", acrescentou.

No Paraguai, o número de leitos de terapia intensiva no setor público e em hospitais integrados é de 655, e já atingiu a ocupação máxima. Fora das salas de UTI, outras 92 vagas foram adaptadas, mas também ocupadas, segundo relatório do Ministério da Saúde.

No setor privado, existem cem leitos de terapia, 90% ocupados.

Com 7 milhões de habitantes, o Paraguai tem quase 200.000 casos pela covid-19, com 3.769 pessoas mortas até esta terça-feira. O número de mortos é cerca de 40 por dia, três vezes mais do que há um mês.

Com o sistema de saúde em situação de calamidade pública no Distrito Federal, corpos de vítimas de Covid-19 tem ficado à espera de deslocamento em corredores de hospitais e até dispostos no chão. Imagens gravadas por servidores de unidades localizadas no Guará e em Ceilândia, regiões do entorno de Brasília, mostram um corpo ensacado no piso. Em outra situação, há uma vítima da doença já sem vida enrolada em panos, sobre uma maca.

A rede de atendimento está esgotada. Números atualizados pelo governo do Distrito Federal mostram que, na tarde de segunda-feira (22), havia 411 pacientes que aguardam uma vaga de UTI para tratamento contra o coronavírus. A rede de 432 leitos de atendimento intensivo de hospitais privados está quase toda tomada, com apenas cinco vagas disponíveis. A pressão recai sobre os 409 leitos de Covid-19 da rede pública.

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A reportagem do Estadão questionou a Secretaria de Saúde do DF a respeito dos corpos dispostos no corredor e no chão nos hospitais públicos. Sobre o caso ocorrido em Ceilândia, a secretaria de Saúde afirmou que o corpo ficou no corredor porque "houve, sim, um atraso no procedimento em função do volume corporal e a indisponibilidade, naquele momento, de invólucro compatível com as dimensões do corpo". Segundo a Secretaria de Saúde, o corpo foi transferido para a área de anatomia, "até a remoção pela funerária em uma urna compatível com o volume corporal".

A respeito do corpo colocado no chão no Hospital Regional do Guará, a direção do hospital informou que os corpos que aparecem na imagem não estariam no chão, mas sim "sobre um tablado de madeira enquanto aguardavam transição para o serviço funerário". "São casos isolados e precisam ser vistos dessa forma para que não sejam divulgadas informações equivocadas para a população do DF", declarou a Secretaria de Saúde.

Medidas

Na sexta, o governador do DF, Ibaneis Rocha, prorrogou por uma semana as medidas de restrição de funcionamento de atividades não essenciais na capital federal. As medidas que tiveram início no dia 28 de fevereiro tinham validade até esta segunda-feira. Agora, segundo o governador, serão estendidas até o dia 29 de março. O governo do DF, ao lado do Rio Grande do Sul e Bahia, teve a sua decisão questionada diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra aquilo que ele definiu como "estado de sítio" determinado pelas unidades da federação.

Belo Horizonte sem UTIs

Não há mais leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para tratamento de pacientes com a covid-19 na capital mineira. Cinco dias depois de esgotarem as vagas para casos graves da doença na rede particular, um boletim da prefeitura de Belo Horizonte divulgado nesta segunda-feira mostra que também não há mais vagas para esse tipo de tratamento na rede pública.

O relatório aponta que a ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade atingiu 101,4%. É a primeira vez durante a pandemia que os leitos para tratamento de casos graves da doença na rede pública se esgotam. Na rede privada, a ocupação dos leitos de UTI para covid-19 é de 114,4%.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para posicionamento sobre como está sendo feita a gestão da pandemia na capital depois do colapso na ocupação dos leitos de UTI. Até esta segunda-feira 3.020 pessoas morreram na cidade com covid-19. O total de casos confirmados é de 132.201.

Para tentar aliviar o fluxo nas unidades de pronto atendimento (UPAs), a prefeitura anunciou que postos de saúde serão utilizados para acolhimento de casos de baixa e média complexidade que não sejam de doenças respiratórias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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