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Alunos do ensino fundamental de uma escola, localizada em Belo Horizonte, promoveram um protesto na sala de aula da instituição. Por meio de cartazes com palavras de ordem, os estudantes, com idade entre oito e nove anos, pediam mais tempo de recreio.

A manifestação foi iniciada por duas alunas e teve adesão de outros colegas de turma. A ideia foi criada após uma aula de língua portuguesa. Na ocasião, a professora comentou com os alunos que os cartazes são um meio de comunicação e, após os ensinamentos, iniciaram a confecção com as reivindicações.

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O resultado do movimento foi compartilhado por uma funcionária da instituição de ensino no Twitter e viralizou. “As crianças na escola construtivista que eu trabalho estão reivindicando o aumento do recreio”, escreveu. Em um dos cartazes, as crianças retrataram o educador Paulo Freire com um dos braços saindo do túmulo e aderindo ao movimento. Confira a publicação:

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Após a repercussão, o protesto foi acatado e os estudantes terão direito a 30 minutos de intervalo, pelo menos, três vezes na semana. Anteriormente, devido à pandemia do novo coronavírus, eles tinham apenas 15 minutos de intervalo.

A infância é uma época que muitas pessoas sentem saudade por diversas razões e, muitas vezes, a convivência com os amigos no dia a dia dos tempos de escola é um desses momentos dos quais se pode guardar boas memórias. Neste Dia das Crianças, o LeiaJá traz histórias de pessoas que tiveram em suas escolas vários momentos felizes, outros nem tanto, mas que deixaram saudades e que valem a pena relembrar através de fotos, cartas e outros objetos repletos de memórias. 

Entre amigos e “rivais”

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Camila Patrícia Paiva da Rocha tem 28 anos e é publicitária. Desde pequena, sempre morou no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, e estudou em colégios pequenos que ficavam perto de casa, dentre os quais o mais marcante foi Colégio Maria Consuelo, onde ela estudou da terceira série (atual quarto ano) até a oitava série (nono ano). No ensino médio e pré-vestibular, Camila estudou no Colégio Decisão do bairro da Boa Vista, Centro do Recife, e de lá seguiu para o curso superior de publicidade na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Ao recordar do ensino médio, Camila conta que a turma em que entrou era muito unida, pois todos muitos alunos estudavam juntos desde o maternal. Comunicativa, ela logo conseguiu se integrar e fazer amigos que cultiva até hoje. 

“No final do ano sempre fazia cartinha para meus amigos e ainda tenho as que eles me mandaram. Eu tinha medalhas porque participava sempre dos jogos. Não era atleta, mas participava pelo grupo. Eu gostava muito de dança, abertura dos jogos, handebol, eu sempre participava”, contou a publicitária.  

Além de ser envolvida em atividades esportivas e culturais da escola, Camila relata que sempre foi muito dedicada aos estudos. Ela ficava triste se tirasse uma nota baixa e chegou a ser premiada pela escola por seu desempenho escolar de destaque. O desejo de estar entre os melhores estudantes da turma criou uma certa competição com outro aluno, Nathan, que segundo ela, também se saía muito bem nos estudos e era querido pelos professores. 

“Nathan era o aluno 'A' da turma da manhã e eu era a aluna 'A' da turma da tarde com o grupinho dele, eu odiava. Tinha um professor de matemática que fazia muitas competições. Ele tinha um carimbo de ‘aluno estrela’ para os alunos que tivessem a maior nota da sala em cada prova. Esse professor foi muito importante, fazia apresentações, dava um matemático para cada grupo e a gente tinha que fazer uma apresentação teatral sobre ele, a gente não aprendia só números, mas também a história por trás. O grupo de Nathan sempre se dava bem, a raiva era essa”, conta, aos risos

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Nem tudo, no entanto, foi apenas alegria nos tempos de Camila no Colégio Maria Consuelo, pois durante parte da sétima série ela foi vítima de bullying, motivo que lhe levou a mudar para a turma da manhã. “Tinha um menino que me chamava de gorda, de baleia, me desenhava no quadro e parece que ninguém vê, não é? Professor não vê, os outros alunos não veem e só fazem sorrir. Por mais que o pessoal me amasse muito e me tratasse bem, eles não notavam como aquilo magoava. Eu não era de revidar, aí mudei de turno, anos depois ele me pediu desculpas”, revela.

Ao concluir a oitava série, Camila não foi sozinha para seu próximo colégio. Como a escola não tinha turmas de ensino médio, todos os estudantes tiveram que ir estudar em outro lugar e a maioria seguiu para o Colégio Decisão. Ela e os ex-alunos de sua antiga escola passaram a ficar todos juntos nas aulas e intervalos, o que levou a uma maior aproximação entre todos e ao fim da rivalidade com Nathan, que passou a ser seu amigo daí por diante. 

Perguntada sobre o que sente mais falta em seus tempos de criança na escola, Camila aponta a tranquilidade e o tempo livre para ficar junto de seus amigos. “Naquela época não era tudo tão acelerado. Eu adorava a escola, eu não gostava de faltar. A época foi importante para mim porque eu gostava, eu queria estar na escola, era uma rotina boa para mim. Gosto do meu trabalho, mas tem uma responsabilidade que não tinha naquele tempo. E faz falta poder ter tempo para os meus amigos e para cultivar minhas amizades”, explica a publicitária. 

Salva da solidão

A aluna de Educação Física Isadora Faustino tem 27 anos e ao longo da infância e adolescência passou por várias escolas, mas conta que foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no município pernambucano de Sirinhaém, Litoral Sul de Pernambuco, que marcou sua vida. As amizades que, segundo ela, lhe salvaram da solidão, além de muitos momentos divertidos com as amigas nas aulas de educação física, lhe fizeram feliz e a conduziram à sua escolha profissional.

Isadora contou que ao chegar na escola não conhecia ninguém e era “inimiga” das pessoas que hoje são suas melhores amigas, até o momento em que uma reprovação lhe fez estudar com elas e desenvolver uma amizade. “Sempre fui uma pessoa bem só, quando entrei no colégio consegui muitas amizades, mas minhas melhores amigas são Nara, Kamilla e Karina. Elas que me salvaram da solidão, de uma certa forma era para me divertir com elas que eu acordava todas as manhãs e ia à escola”, conta ela. 

O dia na escola, que era católica confessional, começava com um momento de orações na quadra e depois os estudantes iam para as salas de aula onde, segundo Isadora, ela e suas amigas conversavam mais do que estudavam. Ela lembra momentos em que ela e Kamilla, uma de suas melhores amigas, foram expulsas de sala por cantar muito as músicas da banda mexicana RBD, para a qual as amigas escreveram uma carta de 15 metros, contando com doações de folhas de papel pedidas a outros estudantes. 

A prática esportiva nos recreios e aulas de educação física foram muito importantes para Isadora, que narra memórias de suas amigas jogando futebol e futsal com bolinhas de papel ou de tampa de garrafa. As amigas tiveram autorização de um professor para frequentar as aulas de educação física dos meninos, pois jogavam muito bem e as outras meninas normalmente não queriam participar. Os bons momentos nas aulas que envolviam esportes foram decisivos para a decisão que Isadora tomaria anos mais tarde para sua vida profissional. “A gente estava sempre jogando com os meninos. Foi lá que me apaixonei pela área de educação física e hoje estou prestes a me formar no curso”, diz.

A amizade com Kamilla é destacada pela estudante como uma relação muito especial e importante que ainda perdura. “Ela é minha pessoa. Hoje com todo mundo vivendo sua vida, complicado ter tempo uma para a outra. Tenho um vínculo muito forte com Kamilla, mas por causa da minha faculdade, eu e ela não saímos muito”, explica Isadora. Kamilla também esteve presente em um dos momentos que a estudante lista como os mais marcantes. 

“No dia em que descobrimos que o colégio iria fechar, eu e Kamilla bagunçamos toda escola, deitamos no chão da quadra, a farda era branca ficou preta. Nos jogamos na areia do parquinho, choramos na casinha do escorrego e quando largamos, pulamos na piscina de farda e sapato. Depois descobrimos que a piscina estava cheia de xixi de criança, que eles passaram o dia todo na piscina”, relembra Isadora. 

A saída de duas de suas amigas para outra escola também foi um momento de grande emoção tanto para Isadora quanto para todas as demais companheiras do grupo. “Nara e Karina foram para outra escola. Fizemos uma grande festa à noite, preparamos um vídeo, todo mundo chorou ao assistir. Me marcou, pois minhas melhores amigas estavam ‘indo embora’, tudo aquilo que vivíamos fazendo não iria acontecer mais. Para mim foi bem difícil, tinha acabado de descobrir o que era amizade e de repente elas foram embora”, explica a estudante. 

Entre as lembranças que sobreviveram ao passar dos anos, Isadora tem várias relíquias. Cartinhas, fotos com as amigas na escola e, o mais curioso, uma agenda de recordações que, entre entre elementos que remetem aos anos de colégio, há mechas de cabelo dos amigos guardadas. 

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Dom Roberto Lopes celebrou uma missa nas areias da Praia do Recreio. Foto: Ana Paula MendesRIO DE JANEIRO - Uma programação religiosa reuniu dezenas de fiéis nesta terça-feira (1) nas areias da Praia do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. A Arquidiocese do Rio de Janeiro promoveu o evento "D.I.A" para homenagear o médico e seminarista, Guido Schäffer, que morreu há nove anos enquanto surfava. 

A sigla do evento, "D.I.A.", vem da expressão em latim Duc In Altum, que significa "buscando águas profundas". As homenagens começaram por volta das 8h, com uma bênção das pranchas pelo cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta.

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Em seguida, foi celebrada uma missa pelo delegado para a Causa dos Santos no Rio de Janeiro, Dom Roberto Lopes. Os sacerdotes também realizaram uma roda de oração no mar, enquanto surfistas promoviam um surfe comemorativo para lembrar a paixão do seminarista pelas ondas. 

"Guido foi um médico muito dedicado e estudioso. Eu creio que, lá do céu, ele continua tentando ajudar as pessoas, principalmente os doentes e médicos, que pedem a intercessão dele", declarou sua mãe, Maria Nazareth Schäffer.

Entre a Igreja e a medicina

Foi na Praia do Recreio, no dia 1º de maio de 2009, que Guido Schäffer, então com 34 anos, acabou atingido pela prancha na nuca quando estava no mar. Ele chegou a ser socorrido pelo irmão e dois amigos que surfavam com ele, mas não resistiu e morreu por afogamento, faltando menos de dois anos para ser ordenado padre.

Ele ainda atuou como médico voluntário da Prefeitura e no Ambulatório Padre Pio em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. No Rio, o médico seminarista atendeu no Ambulatório da Providência, em São Cristóvão, na Zona Norte. A vontade de se tornar padre veio em 2000, depois de uma viagem a diversos santuários em Roma, Portugal e França.

Em janeiro de 2015, a Arquidiocese do Rio abriu oficialmente o processo de beatificação e canonização do que pode vir a se tornar o primeiro santo surfista e carioca. Na mesma época, os restos mortais do seminarista foram levados para a Igreja Nossa Senhora da Paz em Ipanema, na Zona Sul.

Em outubro do ano passado, a etapa diocesana desse processo foi concluída e a documentação foi enviada para o Vaticano. A homenagem terça também faz referência ao primeiro dia do Mês de Nossa Senhora, de quem Guido Schäffer era devoto.

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