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Um experimento da Universidade de Cambrigde, na Inglaterra, deu mais um passo para ampliar o uso de energia limpa. Um sistema com algas foi desenvolvido por cientistas e abasteceu um microprocessador ininterruptamente por um ano.

Do tamanho de uma bateria AA, o sistema acomoda a espécie não tóxica synechocustis e gera corrente elétrica através da fotossíntese. A produção energética é captada por um eletrodo de alumínio e abastece um microprocessador Arm Cortex M0+. "Tem potencial como uma maneira confiável e renovável de alimentar pequenos dispositivos", apontou a instituição.

Divulgação

Baixo custo

Confeccionado com material reciclado, os cientistas esperavam produzir energia por algumas semanas, mas foram surpreendidos pelo resultado do experimento.

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"Isso significa que pode ser facilmente replicado centenas de milhares de vezes para alimentar um grande número de pequenos dispositivos como parte da Internet das Coisas", acrescentou.

Dependência da luz solar

O professor do departamento de Bioquímica Christopher Howe explicou que o sistema não funciona como uma bateria, pois ainda precisa de energia solar para a produção.

Na última semana, o estado australiano da Tasmânia anunciou que o território em que vivem 500 mil pessoas será abastecido 100% por energia renovável. De acordo com o governo local, a geração será possível devido ao investimento voltado à infra-estrutura nos campos eólicos da ilha da Oceania. As autoridades ainda anunciaram a injeção de USD 50 milhões (cerca de R$ 259 milhões) para atingir 200% de energia oriunda dos ventos nos próximos 20 anos.

De acordo com o engenheiro Claudio Rossi Machado, especialista no segmento energético renovável, o sistema da Tasmânia pode estar conectado ao resto do potencial da Austrália, o que pode ter sido fundamental para atingir a autossuficiência. Segundo Machado, é necessário esclarecer que a geração de energia oriunda dos ventos não pode ser considerada ideal para nutrir um território na totalidade. "Quando se diz que abastece 100% de uma região, significa que durante o ano a energia gerada seria igual ou superior à demanda, mas existem instantes que haverá necessidade de alimentação por outra fonte", realça. De acordo com ele, o cenário perfeito é composto de eólica com hidráulica e reservatório. "Com bons estudos se consegue um sistema híbrido sustentável independente", complementa.

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Mas, e o Brasil? Há quantas anda quando o assunto é energia eólica?

Embora seja a segunda fonte da matriz energética do país, com injeção de R$ 13,6 bilhões no ano de 2019, o desenvolvimento da energia eólica no Brasil encontra barreiras econômicas e burocráticas. De acordo com Machado, a instabilidade do dólar e as licenças ambientais se tornam empecilhos para o setor em todo o território nacional. “Os maiores problemas são a flutuação do dólar, pois o preço dos aerogeradores depende dele, e os licenciamentos ambientais que são bastante complexos e custosos. Muitas vezes os investidores perdem tudo que investiram com uma negação de licenciamento, mesmo em áreas indicadas pelos órgãos ambientais como aptas", explica o especialista.

Segundo o engenheiro, responsável pela empresa ProWind, do estado do Rio Grande do Sul, entraves técnicos também acabam por atrapalhar o progresso do segmento. "Outro problema são as redes de transmissão e distribuição que, em muitos locais de grande potencial eólico, não permitem a injeção de energia por falta da capacidade física de conexão", aponta Machado.

O especialista está confiante com a expansão deste modelo de geração de energia em todo o Brasil. Segundo ele, o potencial brasileiro é quase o dobro da Europa em instalações onshore (em terra firme). "O setor tende a se expandir, pois ainda existem muitas regiões a prospectar. Um projeto no Brasil tem fator de capacidade P50 acima de 40%, enquanto na maioria dos projetos europeus, têm P50 em torno de 22%, ou seja, produzimos quase o dobro de energia", ressalta o empresário.

Para o especialista, a geração de energia limpa é uma possibilidade de reduzir o impacto causado pelo homem na natureza. Machado explica que até mesmo para a produção de equipamentos que vão beneficiar o meio ambiente são espalhados gases causadores do efeito estufa na atmosfera. "A produção de uma aerogerador que, em operação, gera zero de Gases do Efeito Estufa (GEE), durante sua produção nas fábricas emite. Um gerador leva cerca de oito meses para zerar as emissões que foram necessárias para produzi-lo e, só a partir daí, ele opera com balanço sempre positivo", reitera o engenheiro.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), são 660 usinas instaladas no país. O número é suficiente para gerar energia para cerca de 25,5 milhões de casas por mês. O país é o quinto no ranking com mais capacidade nos campos eólicos em todo o planeta. Apenas China, Estados Unidos, Alemanha e Índia superam o Brasil.

Desde fevereiro, 4 mil painéis solares instalados numa fazenda em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, geram energia para quatro lojas da Renner, na capital fluminense. O projeto, erguido a 120 quilômetros do local de consumo, tem reduzido em 13% a conta de luz das unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia consumida vinda de fontes renováveis.

Até o fim do ano, duas novas usinas vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

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A iniciativa da Renner faz parte de um movimento de popularização da energia solar no Brasil, que alcança igrejas, redes de varejo, shopping center e até hidrelétrica. De 2016 para cá, o número de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no País, um avanço de 1.181%.

A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW - salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.

O apelo dos painéis solares começou com as mudanças nas regras do setor de energia, em 2012, que deram um pouco mais de liberdade ao consumidor para escolher de onde vem a sua eletricidade. Além disso, as regras permitiram ao microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico e obter um crédito para abater na conta de luz.

Com o forte crescimento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos - de 2013 para cá, a tarifa residencial subiu quase 90%, mais que o dobro da inflação no período -, os clientes residenciais foram os primeiros a descobrir as vantagens da microgeração ou minigeração de energia - no jargão do setor, a geração distribuída.

Mas, nos últimos três anos, foram as empresas (comércio, indústria e serviços) que deram impulso a esse segmento. Hoje, elas são responsáveis por mais da metade da capacidade instalada de "miniusinas" solares no País, apesar de representar apenas 20% do número de sistemas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Do total de 3,6 mil MW de energia solar gerados no Brasil, 62% vêm de grandes parques, que vendem energia para o mercado livre e para o mercado cativo, das distribuidoras - como é o caso do Complexo Guaimbé, da AES Tietê, de 150 MW. O restante vem da geração distribuída. "Conforme a energia solar foi se tornando mais competitiva, com diferentes modelos de negócios, os setores de comércio e de serviços passaram a investir mais", diz o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Desde 2015, além de instalar painéis no telhado de seus estabelecimentos, as empresas também podem gerar energia em um local e consumir em outro, como fez a Renner. A rede de varejo firmou parceria com uma empresa que construiu a fazenda solar a 120 km das lojas localizadas em Ipanema, Copacabana, Largo do Machado e no Shopping Madureira, no Rio.

"Com essa usina, conseguimos chegar a 38% do nosso consumo atendido com energia renovável (solar, eólica, biomassa e PCH)", diz a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola. Segundo ela, nas novas usinas que vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul, a economia deve ficar entre 18% e 20%.

O investimento da Renner só foi possível porque, nos últimos anos, os equipamentos ficaram mais baratos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora.

Para as empresas, no entanto, a questão não é apenas financeira. Além da redução na conta de luz, o apelo sustentável traz retornos importantes para a marca - e ajuda até na hora de conseguir um empréstimo. "O investimento será recuperado pelo desconto que temos no custo em relação à tarifa tradicional, mas também pela atração de pessoas que se identificam com nossa ideologia", diz o vice-presidente do grupo de shopping centers Multiplan, Vander Giordano.

Em parceria com a empresa de energia portuguesa EDP, o grupo investiu em uma área equivalente a 24 campos de futebol para gerar energia para o Shopping Village Mall, no Rio. A fazenda solar fica em Itacarambi (MG), a mais de mil km de distância do shopping, tem 25.440 painéis e reduziu em 20% o gasto da empresa com energia. No ano, isso significa uma economia de R$ 5 milhões.

Hoje para instalar um sistema de cerca de 300 kWp (quilowatt-pico, quanto o painel gera quando o sol está mais forte), uma empresa vai gastar cerca de R$ 1,1 milhão, segundo o Portal Solar - site que inclui a cadeia de geração solar. Mas, em grandes companhias, esse valor é proporcionalmente maior.

Na Usina Capim Branco, de 5 MWp, construída pela CPFL Soluções para atender à Algar Telecom, o investimento foi de R$ 21,7 milhões. A unidade representa 18% do seu consumo total, com economia de 10% na conta. No grupo, as primeiras iniciativas com energia solar começaram em 2013, com a instalação de 28 painéis na sede em Uberlândia (MG).

De lá para cá, a companhia não só investiu na usina como também comprou uma startup de energia fotovoltaica. "Temos planos de aumentar a participação da energia solar na empresa. A temática da sustentabilidade é muito importante", diz o diretor da Algar Telecom, Luis Lima.

Revés

A onda de investimentos, no entanto, pode sofrer um retrocesso, avalia a Absolar. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu rever as regras de microgeração solar. Em meados do mês passado, a agência colocou em consulta pública uma proposta pela qual o dono de um sistema fotovoltaico passaria a pagar encargos e custo da rede de distribuição, o que não ocorre hoje.

Para a Absolar, a proposta poderá reduzir em mais de 60% a economia de quem investe em geração. O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, discorda. Para ele, as medidas tentam equilibrar a expansão de forma a não onerar os demais consumidores da rede.

Fonte vai abastecer escritório de Furnas

A estatal Furnas, uma das maiores geradoras hidrelétricas do País, está construindo três unidades fotovoltaicas na área da Hidrelétrica Anta (RJ/MG). Com capacidade de 3 MW, as unidades vão abastecer 40% do consumo do escritório central da empresa.

 

Residencial responde por mais de dois terços das instalações no País

Responsáveis por 75% dos sistemas instalados no Brasil, os consumidores residenciais ganharam independência com a energia solar. Além do apelo ambiental, muitos investiram na fonte de energia como uma forma de reduzir a escalada da conta de luz, que nos últimos anos não deu trégua para o consumidor brasileiro.

Hoje, para instalar um sistema solar numa residência média, com quatro pessoas, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil.

Ainda não é um custo que esteja ao alcance da maioria dos brasileiros, mas os prognósticos para o futuro são positivos uma vez que a tecnologia tem barateado os equipamentos. Na verdade, já houve uma redução dos preços, mas anulada em parte pela alta do dólar.

Para o aposentado Abel Tavares, a instalação de um sistema solar em sua casa sempre fez parte de um sonho. Na primeira oportunidade que teve, não titubeou e contratou uma empresa para fazer sua "miniusina" solar. Comprou 12 placas e as instalou no telhado de casa, no Planalto Paulista, em São Paulo. Investiu R$ 30 mil e há um ano consegue gerar um terço do que consome.

Mas ele tem planos de comprar mais 18 placas e aumentar essa geração. "Minha ideia é zerar a conta." O investimento, no entanto, vai depender das mudanças que a Aneel pretende fazer nas regras para microgeração de energia solar. "Se for incluir todos os encargos, pode ser que o retorno do investimento demore muito e o projeto fique inviável", diz Tavares.

O médico Luís Salvoni corre para ter a homologação de sua conexão antes das mudanças regulatórias. O sistema de geração solar foi um dos requisitos na construção de sua nova casa em Santana de Parnaíba, a 41 quilômetros de São Paulo. Os 15 painéis instalados no telhado da residência deverão abastecer quase 100% do consumo da casa, quando a distribuidora fizer a conexão do sistema.

A opção pela energia solar teve motivos financeiros e ambientais. "É uma energia mais limpa, mas também evita as variações das bandeiras tarifárias, que encarecem a conta." O investimento total do sistema foi de R$ 40 mil, que deve se pagar em cerca de cinco anos; a expectativa é que as placas produzam 600 kW por mês. Em toda a residência, priorizou a aparelhagem elétrica - do forno ao aquecimento do chuveiro.

Potencial

Para o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o apelo da sustentabilidade, aliado à redução da conta de luz, tem potencial para turbinar a capacidade instalada no Brasil em pouco tempo. Hoje, o País está distante dos maiores geradores solares do mundo. Mas, em 2018, ficou próximo dos dez maiores investidores em solar, com 1,2 mil MW instalado - a Holanda, 10.º maior investidor em 2018, instalou 1,3 mil MW. O maior produtor é a China, com 176,1 mil MW - mais que toda a potência instalada no País, em todas as fontes de energia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem sempre há a disposição tomadas em ambientes públicos para recarregar celulares, por exemplo. Foi pensando nisso que estudantes de Engenharia de Produção e Civil, junto com os do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Unama – Universidade da Amazônia, montaram “árvores sintéticas” que geram energia elétrica a partir de placas solares. Eles montaram quatro unidades, que vão ser implementadas no campus Alcindo Cacela, em Belém.

A estrutura consiste em “folhas” com painéis fotovoltaicos e “caule” adaptado com tomadas tipo USB. Durante o dia, essa energia recebida é dissipada para as extremidades dos “galhos” e segue pelo “caule”, onde os usuários podem conectar seus dispositivos. O excedente é armazenado em baterias para que os interessados possam recarregar os aparelhos móveis – que incluem tablets e notebooks – a qualquer hora do dia. O tempo de recarga fica em torno de uma hora e meia e cada exemplar pode receber dois aparelhos ao mesmo tempo.

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O projeto sustentável foi pensado com o objetivo de aplicar os conhecimentos de elétrica e física para o desenvolvimento de uma energia limpa e barata, além de mostrar as dificuldades de se produzir um equipamento do tipo de grande porte. Os protótipos foram criados a partir de materiais recicláveis como tubo de PVC, garrafa PET, sobras de cabos elétricos e luminárias LED consideradas “queimadas”, caixotes de madeira, bambu e plástico de proteção das telas dos televisores de LED.

A iniciativa surgiu após experimentos do professor de Engenharia de Produção, Carlos Rolim, com materiais descartados ou com pouco uso. “Já tínhamos ótimos resultados e pensamos em repassar para os alunos. O projeto durou em torno de um semestre, mas, nos dois últimos meses, eles tiveram a responsabilidade de conseguir os materiais. A montagem foi rápida, em torno de uma semana, e cada árvore custou cerca de R$350 para ser fabricada. Valor baixo, perto do rendimento e durabilidade do equipamento”, disse o professor.

Para o coordenador das Engenharias da universidade, Afonso Lelis, essas inovações agregam valor para além da academia. “Em primeiro lugar, a ‘árvore’ possibilita trazer conhecimento para o aluno. Mostrar que a universidade faz sim produtos na graduação que podem ser comercializados e contribuem para um mundo melhor. Não ficamos somente na publicação de artigos”, afirma o gestor.

A árvore sintética sustentável está em fase de readequações para as áreas externas da Instituição. O projeto já está inscrito em competições nacionais.

*por Rayanne Bulhões, assessoria de imprensa

É na crise que surgem as grandes oportunidades.

Muito tem se falado da crise econômica que assola o país deixando milhares de desempregados e causando recessão em vários setores da economia. Entretanto, apesar do atual quadro econômico, a frase com a qual abri esse texto é uma realidade para o setor de energia limpa, como as de geração de energia eólica e solar, que continuam mostrando dinamismo e projetando crescimento para os próximos anos, registrando bons níveis de desenvolvimento e atraindo investidores.

O Brasil é o sétimo país do mundo que mais investe em energia limpa e o sexto mais atrativo devido às condições naturais. Atualmente, somos o quarto maior produtor de energia eólica no mundo, ficando atrás apenas da China, Alemanha e Estados Unidos, respectivamente. Entretanto, essa não é a principal fonte energética do nosso país.

A liderança energética no Brasil ainda é da energia hídrica, que responde por 66,7% da produção, seguidos por combustíveis fósseis (17,5%), biomassa (8,8%) e energia nuclear (1,3%), segundo dados da Aneel. Vale ressaltar que a energia eólica é a segunda fonte mais barata, sendo superada apenas pela hídrica, e apesar disto, hoje, representa apenas 5,81% da produção.

Além de garantir a segurança do sistema elétrico, os baixos custos fazem a energia eólica ser altamente competitiva. Tal informação tem respaldo nos resultados de crescimento global do setor, que, mesmo em tempos de crise, colocou o Brasil na 10ª posição no ranking mundial de capacidade instalada em 2015. Foram R$ 20 bilhões em investimentos e 41 mil empregos gerados.

É impressionante o nível de crescimento dos segmentos eólico e solar, que crescem a taxas de dois dígitos por ano e, com alto potencial de expansão. Juntos, ambos devem criar 828 mil empregos até 2020. Além dos estímulos públicos e de compromissos ambientais internacionais, o fator que está gerando esse grande crescimento é a redução no custo de implantação, graças ao ganho de escala e inovações tecnológicas. 

A iminência de uma crise climática coloca desafios sem precedentes a todas as nações. Há um forte movimento mundial para se reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral, gás natural e o petróleo, e aumentar a participação das energias renováveis.

De acordo com o Greenpeace, o Brasil pode ter sua matriz energética majoritariamente limpa até 2050. Segundo o relatório [R]evolução Energética, daqui a aproximadamente 30 anos, a matriz pode contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para alimentar os setores elétrico, industrial e de transportes.

O alto índice de crescimento do setor de energia limpa é justificado por uma série de fatores, não apenas a crise econômica e o baixo custo de produção. O segmento tem unido todas as características que propiciam o desenvolvimento em qualquer setor: baixo custo, oportunidade, tecnologia e projeção de longevidade do negócio.

O Brasil tem recursos naturais de sobra para se tornar uma potência energética limpa. Ao contrário do que acontecia no passado, as energias renováveis – em especial a solar e eólica – são mais competitivas que o carvão e ainda utilizam recursos locais e criam mais empregos. Utilizar a energia renovável agora é mais uma vantagem econômica e capaz de reduzir a dependência de combustíveis importados.

O avião Solar Impulse 2 pousou nesta quinta-feira à noite em Tulsa, no estado americano de Oklahoma, ao finalizar mais uma etapa de seu voo ao redor do planeta sem consumir uma gota de combustível.

O avião experimental de energia solar, que pretende promover as tecnologias limpas e pilotado pelo suíço Bertrand Piccard, pousou às 23h17 locais (1h17 de Brasília) no Aeroporto Internacional de Tulsa, depois de decolar de Phoenix, Arizona, 18 horas e 15 minutos antes.

"O voo foi muito interessante", afirmou Piccard ainda na cabine, após a aterrissagem.

"Especialmente a primeira parte sobre o Arizona e o Novo México. A paisagem é fantástica".

A aeronave deve realizar uma ou duas etapas a mais nos Estados Unidos antes de chegar a Nova York.

"O objetivo é chegar a Nova York o mais rápido possível", anunciou a equipe do Solar Impulse 2 em um comunicado.

Depois de Nova York, o avião deve atravessar o Atlântico para pousar na Europa. Depois, retornará a seu ponto de partida em Abu Dhabi, de onde Piccard e seu copiloto André Borschberg saíram em 9 de março de 2015 para a viagem ao redor do mundo.

Borschberg não participou no voo entre Arizona e Oklahoma.

O Brasil é o terceiro país do mundo que apresentou crescimento maior de consumo de energia renovável e recebeu elogios do Banco Mundial por aumentar a geração por meio de outras fontes renováveis, como biocombustíveis e lixo. A energia renovável responde por 18% da matriz mundial de energia e a China e Estados Unidos lideram o crescimento da produção deste tipo de energia. Mas a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de dobrar esse porcentual até 2030 pode também não ser alcançada.

A participação da energia renovável na matriz energética tem crescido no mundo, notadamente a partir de 2000. O relatório do Banco Mundial observa que 120 países hoje, dos quais a metade é formada por nações em desenvolvimento, têm algum objetivo ou meta nacional relacionada à energia renovável. Além disso, 88 países adotaram incentivos para estimular esse tipo de produção.

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O Brasil é citado no documento como destaque na produção de energia renovável, ao lado de EUA, Alemanha e China, sobretudo em fontes diferentes da hidrelétrica e biomassa. A produção brasileira tem crescido em outras fontes, em especial em biocombustíveis, aponta o relatório. O Banco Mundial cita ainda que tem crescido em outros países a energia gerada por lixo, sol, vento e biogás.

Países do norte da Europa, como Noruega e Suécia, estão entre aqueles com maior participação desse tipo de energia na matriz de consumo, superando os 50%. O Brasil também está logo no bloco dianteiro do ranking, na casa dos 48%, por causa da energia hidrelétrica, que tem tido foco crescente também na China, aponta o estudo. Mas o documento destaca o uso pioneiro e crescente do Brasil de energia renovável vinda da cana-de-açúcar e de outras fontes alternativas.

A meta da ONU é elevar o porcentual de energia renovável para 36% da matriz energética mundial. O relatório do Banco Mundial aponta que esse objetivo pode não ser alcançado. "Mantidas as tendências atuais, a expansão da energia renovável mal conseguiria seguir o ritmo do crescimento da demanda global por energia", destaca o documento.

A projeção dos técnicos do Banco Mundial é de que o porcentual chegaria a 19,4% em 2030, pouco acima dos 18% atuais. Para se alcançar a meta da ONU, a produção de energia renovável a partir de outras fontes, que não a biomassa, teria de crescer a dois dígitos ao ano. Aumentar a produção exigiria investimentos anuais de US$ 250 bilhões a US$ 400 bilhões pelo mundo, dependendo do ritmo de expansão da demanda global.

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