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O relator do PL dos Planos de Saúde, deputado Duarte Junior (PSB-MA), se reuniu na quarta-feira (4) com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tentar acelerar a tramitação do projeto na Casa. Na conversa, ficou acordado que os dois devem fazer uma reunião com representantes do setor no dia 27. A expectativa é de que o tema seja votado ainda neste ano no plenário.

O relator do projeto fará uma série de reuniões com lideranças da Câmara para tentar acelerar a análise, que deve ir diretamente à votação, sem passar por comissões. O PL tramita no Congresso há cerca de 17 anos e cerca de 270 projetos foram anexados à primeira proposta sobre o tema.

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No mês passado, o relator apresentou o texto do relatório sobre o tema. Entre os pontos destacados, o relatório estabelece uma regra para o reajuste de planos coletivos, que atualmente é feito a critério da operadora.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estado de São Paulo é considerado um dos grandes mercados de viajantes do Brasil. Dados do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), ligado à Secretaria de Turismo e Viagens de SP, apresentam que o setor possui resultados positivos por fechar 2023 com a marca de R$ 276,5 bilhões em movimentação financeira em comemoração ao Dia Mundial do Turismo, na última quarta-feira (27). 

O Governo do Estado de São Paulo anunciou também as 210 vagas abertas para cursos gratuitos em gestão pública e agenciamento. Os primeiros passos da Academia do Turismo foram colocados pela Setur-SP com o objetivo de promover o empreendedorismo e conhecimento em turismo. Além de oferecer 33 mil empregos no estado neste ano, o setor da atividade turística é responsável por uma parte do PIB do estado, chegando a 9,2% e, é considerado um dos melhores resultados nos últimos cinco anos.  

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As mais de 200 vagas estão acessíveis em cursos presenciais de curta duração nas cidades no qual foi identificada a falta de produção e oferta de vaga profissional. Os três cursos são resultados de uma parceria das secretarias estaduais, instituições de ensino, associações de classe, hotéis, bares, restaurantes e empresas do setor. Os cursos também estão direcionados às dificuldades enfrentadas por 52 segmentos que estão relacionados ao setor. 

“A força do turismo pode ser ainda maior se considerarmos que temos uma carência de mão-de-obra acentuada pela pandemia. A qualificação é uma necessidade urgente”, disse em nota o secretário de Turismo e Viagens, Roberto de Lucena.

O setor de franquias no Brasil continua a mostrar um crescimento, apresentando-se como uma oportunidade promissora para investidores. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor registrou um aumento significativo de 17,2% no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento resultou em um faturamento superior a R$ 50 bilhões, superando os R$ 43 bilhões alcançados anteriormente. 

Entre as redes de franquias que se destacam nesse cenário promissor, a Marketing Bag chama a atenção com o seu crescimento de 700% nos primeiros meses de 2023, em comparação ao mesmo período do ano passado. A empresa, fundada em meio à crise do coronavírus, tem como objetivo estabelecer uma conexão efetiva entre o anunciante e o público-alvo por meio da veiculação de publicidades em sacos de pão ecológicos.

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Sua abordagem única de colocar materiais promocionais nas embalagens oferece às empresas uma maneira econômica de alcançar seu público-alvo. A rede também oferece aos franqueados um modelo ‘home based’ de baixo investimento, fácil implementação e com alta lucratividade. 

Para o CEO e fundador da franquia, André Jacomo, o sucesso se deu através de múltiplos esforços e muita dedicação. “Oferecemos aos franqueados um suporte diferenciado. Com toda a nossa expertise, conseguimos ajudá-los a vencer os desafios diários, poupando esforços e tempo e, com isso, maximizamos as possibilidades de faturamento e lucro”, pontuou.

“Hoje, a Marketing Bag possibilita ao franqueado ter o seu próprio negócio, não importando se traga uma bagagem de experiência no ramo ou mesmo a sua idade, nosso suporte está preparado para ‘dar a mão e caminhar junto’, o único requisito obrigatório é ter força de vontade de ganhar dinheiro”, concluiu Jacomo. 

Para ser um franqueado da rede, o investimento inicial é de R$ 6.990, o faturamento médio mensal é de R$ 14.400 e o prazo de retorno é de um a quatro meses. Para acessar o site, clique no link a seguir: http://www.marketingbag.com.br/franquia.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou nesta terça-feira (13) que o país precisa de quase 800 milhões de euros (843 milhões de dólares) em ajuda de emergência para o setor de energia, alvo diário de ataques russos às vésperas do início do inverno (hemisfério norte).

"Precisamos de transformadores, de equipamentos para restaurar as redes de alta tensão, turbinas de gás... Nosso sistema de energia precisa de uma ajuda de emergência do sistema energético europeu, a importação de energia elétrica de países da União Europeia para a Ucrânia, ao menos até o fim da temporada de calefação", declarou Zelensky.

"Isto custará quase 800 milhões de euros", acrescentou o presidente ucraniano em um discurso por vídeo no início de uma conferência internacional de apoio à Ucrânia organizada em Paris com representantes de 47 países.

Depois das conferências de Lugano, Varsóvia e Berlim, o encontro na capital da França busca neutralizar a estratégia adotada pela Rússia desde outubro, que tem o objetivo de levar sofrimento à população e enfraquecer a resistência.

"A Rússia atua de maneira covarde e tenta semear o terror entre a população com ataques às infraestruturas civis, o que são atos de guerra", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, na abertura da conferência.

A vontade da comunidade internacional é ajudar os ucranianos a "resistir durante este inverno" contra uma Rússia cujo objetivo é "deixar o país na escuridão e no frio", acrescentou.

A reunião, que recebeu o nome "Solidários com o povo ucraniano", acontece na sede do ministério das Relações Exteriores, na presença do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal.

Os participantes se concentram em cinco setores fundamentais (energia, água, alimentação, saúde e transportes) para permitir que a Ucrânia conserve suas infraestruturas essenciais.

"O objetivo imediato (...) é que a rede elétrica ucraniana não entre em colapso, que não tenhamos uma apagão de várias semanas, que a água não congele nos canos porque estes ficarão fora de serviço até o verão", afirmou uma fonte diplomática francesa.

O esforço deve incluir os reparos das infraestruturas após cada bombardeio russo, para que a população possa enfrentar o inverno e manter o moral elevado.

- China, a grande ausente -

A China é a grande ausente do evento, segundo uma fonte diplomática. Mas a reunião tem a presença de embaixadores dos países do Golfo e da Índia, símbolo de uma solidariedade que supera as fronteiras europeias e norte-americanas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial também estão presentes, mas não são aguardados novos anúncios das instituições.

A primeira sessão terminará com uma entrevista coletiva da ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, e do primeiro-ministro ucraniano.

A conferência continuará na quarta-feira na sede do ministério da Economia, com um encontro bilateral para tentar mobilizar as empresas francesas a aderir ao esforço.

- Recessão profunda -

Apesar da ausência de perspectivas para o fim da guerra, "os ucranianos pediram para falar de reconstrução", informou o Palácio do Eliseu.

Algumas áreas atingidas no início da guerra já estão em fase de reconstrução, mas as obras devem demorar anos.

O custo da guerra para a Ucrânia é imenso.

"Declaramos no início de setembro que o custo seria de quase 350 bilhões de dólares, mas isto não cobrirá mais do que o período do início da guerra até 1º de junho", afirmou Anna Bjerd, vice-presidente do Banco Mundial para Europa e Ásia Central.

Uma nova estimativa será publicada no início de 2023, acrescentou Bjerd.

A economia ucraniana já registrou contração de 33%, consequência da guerra iniciada por Moscou em 24 de fevereiro.

"Com os recentes ataques no país, a contração será maior. Podemos esperar algo próximo a 40%", disse Bjerd.

O Banco Mundial não fez previsões para o próximo ano devido à grande incerteza da conjuntura atual.

Após queda de parte do teto da emergência do Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife, nesta segunda-feira (28), os pacientes e profissionais do hospital se assustaram novamente com uma enxurrada de água escorrendo pelo teto e indo para um outro setor. Atualmente o hospital passa por obras de requalificação da estrutura interna. 

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De acordo com a assessoria ao JC, que informou que este fato foi imprevisível, o vazamento aconteceu no corredor do segundo andar do prédio, e o problema ocorreu na mesma tubulação de ferro que resultou na queda do teto do hospital. Ainda segundo a assessoria, o ocorrido não causou prejuízo no atendimento aos pacientes e acompanhantes e que a equipe de manutenção ajeitou o vazamento em pouco mais de 30 minutos. 

Não é raro uma indústria virar do avesso por uma inovação tecnológica. No setor das maquininhas de pagamento, a reviravolta chegou de uma vez só com o Pix, sistema de pagamento do Banco Central. A visão de especialistas é de que o Pix deve eliminar a necessidade do "intermediário" entre quem paga e quem recebe. E isso coloca em xeque o próprio futuro do setor de meio de pagamento. As empresas, portanto, terão de agregar mais serviços aos comerciantes - como softwares de administração de contas e estoques - para continuar relevantes para os clientes.

"As empresas ganharão pelo serviço prestado, e não mais por transação", afirma Edson Santos, um dos maiores conhecedores do setor de meios de pagamento no Brasil. Segundo ele, companhias como a Stone, que em 2020 comprou a empresa de tecnologia Linx, já de olho nessa mudança, estão melhor posicionadas para a nova fase. Resistir a essa mudança, segundo ele, pode significar o fim da linha para esses negócios. Conforme pesquisa recente do Instituto Propague, a Cielo segue líder de mercado, seguida de perto pela Rede, do Itaú Unibanco. Depois vêm a Getnet (do Santander), Stone, Vero e PagSeguro.

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Apesar da chegada do Pix ter chacoalhado o setor, os líderes de setor não têm demonstrado grandes mudanças. Uma das razões, segundo Santos, é porque o Pix ainda enfrenta alguns desafios no varejo, e a maquininha segue importante para o estabelecimento receber os pagamentos pelo cartão. "O Pix ainda não pegou o suficiente (no varejo). E todo mundo espera que o outro faça antes", diz Santos.

Uma das poucas mudanças, até agora, é a oferta da funcionalidade do Pix na maquininha, permitindo que o lojista gere um QR-Code para a transferência. "Essa é uma tentativa de se manter a maquininha viva", comenta o especialista.

A experiência de quem usa o Pix diretamente no comércio também precisa melhorar. Hoje, quando o lojista aceita Pix, o cliente usa a chave do estabelecimento para efetuar o pagamento - mostrando a tela com a transação ao atendente ou enviando o comprovante por WhatsApp.

No entanto, já há startups trabalhando para deixar essa experiência mais fluida, para ajudar na adoção do Pix pelo comércio com a utilização de software que permite a aceitação do meio de pagamento pelo caixa de forma direta, ou seja, com confirmação da transferência imediata.

Outras empresas começam a oferecer o Pix parcelado (uma forma da dar crédito ao cliente), que poderá vir a substituir o cartão de crédito - essa opção já cresce em aceitação, especialmente no e-commerce. Hoje, essa modalidade já alcançou o volume do pagamento em boleto, forma de pagamento que era uma "dor" para os varejistas online, já que a desistência entre efetuar a compra e efetivo pagamento era alta.

Especialista no mercado financeiro, Boanerges Freitas destaca que o Pix mudou as peças do jogo do setor, mas que as credenciadores resistem em mudar e inovar. "Claro que elas vão ter perda de receita ao sair do cartão para o Pix, mas é melhor ter essa perda e manter o cliente", diz o especialista, lembrando que há anos têm alertado seus clientes dessa necessidade de diversificação de serviços.

"A empresa terá mais conhecimento sobre o varejista, sendo o meio de pagamento dele, e poderá, com isso fidelizá-lo por meio de outros serviços e rentabilizar o negócio", comenta.

Saindo da zona de conforto

A Rede, credenciadora do Itaú Unibanco, diz que está atenta à mudança de regras do mercado. Diretor da empresa, Angelo Russomano conta que a empresa está debruçada no desenvolvimento de novas funcionalidades, algumas delas envolvendo o Pix.

Segundo o executivo, um ponto que a Rede tem olhado atentamente é o auxílio à digitalização dos varejistas, o que inclui a automação da frente do caixa, inclusive para integrar o pagamento pelo Pix. "Essa é a maior demanda dos varejistas. Se o Pix for melhor para os estabelecimentos, a gente tem de investir", afirma Russomano, que há 30 anos atua no mercado de meios de pagamento.

Alta dos juros deu tempo extra às empresas

Com a escalada dos juros neste ano, com a Selic perto de 14% ao ano, as empresas deixaram um pouco de lado a briga por preços, reduzindo taxas cobradas de comerciantes e prestadores de serviço. Com isso, ganharam fôlego extra de caixa e tempo extra para arrumar a casa para tempos difíceis que inevitavelmente virão.

Sociedade entre Banco do Brasil e Bradesco, a Cielo conseguiu recuperar suas margens. A líder do setor viu seus resultados melhorarem e sua ações subirem, apesar das dúvidas que ainda pairam sobre o setor em um prazo mais longo. Procurada, a Cielo não concedeu entrevista.

Em relatório a clientes, o BTG Pactual disse que as grandes empresas do ramo, como a Cielo, conseguiram se reequilibrar depois de um período de pressão com a entrada de fintechs e neobancos no segmento de pagamentos, com a oferta de taxas mais baixas. Apesar disso, o banco alertou que o alívio pode durar pouco: "Não descartamos um cenário de concorrência mais acirrada quando as taxas de juros começam a diminuir. No geral, nenhum jogador conseguiu criar muito valor fora do negócio principal de pagamentos", diz o documento.

Embora o mercado critique o setor pela resistência em abandonar as maquininhas, Julia Corrêa de Vasconselos, líder da área de banking da Stone, diz que a empresa vem, sim, trazendo novidades aos clientes, como uma solução de gestão financeira. O serviço da Stone, ofertado em parceria com a Linx, permite que o pagamento feito via QR-Code pelo consumidor seja associado a uma nova fiscal automaticamente, garantindo o controle financeiro do estabelecimento.

O setor de produtos, serviços e comércio de animais de estimação registrou alta de 27% no faturamento em 2021 ante 2020, para R$ 51,7 bilhões, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil divulgado nesta segunda-feira. O crescimento foi puxado pelo segmento de pet food, que representou R$ 28 bilhões, ou cerca de 55% do total.

A entidade aponta que os ganhos também foram impulsionados pela venda de animais de estimação diretamente pelos criadores, que movimentou R$ 5,6 bilhões (11% do faturamento, alta de 14,9% em relação a 2020); produtos veterinários (R$ 5,3 bilhões, 10,2% do faturamento do mercado, alta de 11%); serviços gerais (R$ 4,8 bilhões, 9,2% do mercado e 15,6% de crescimento); serviços veterinários (R$ 4,7 bilhões, 9,3% do mercado e 14,3% de crescimento) e produtos de higiene e bem-estar animal, o pet care (R$ 2,8 bilhões, 5,4% do mercado e 19,5% de crescimento).

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O levantamento apontou ainda que pet shops pequenos e médios continuam a ser o principal canal de acesso aos produtos, representando praticamente metade de todas as vendas do setor (48%); seguidos por clínicas e hospitais veterinários (18%); agrolojas (9,8%); varejo alimentar (8,6%); pet shops de grande porte (8%); e-commerce (5,4%); e outros como clubes de serviço, lojas de conveniência, entre outros (2,1%).

Diferentemente de muitos segmentos da economia que sucumbiram à pandemia de forma implacável, o setor de tecnologia da informação (TI) registra uma trajetória de alta. Enquanto a economia como um todo ficou estagnada, com retração de 0,1% no segundo trimestre, a atividade de informação e comunicação, que abriga o setor de TI no Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 5,6% sobre o primeiro trimestre, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em junho, a atividade dos serviços de tecnologia da informação estava 27,8% acima do patamar pré-pandemia, com reflexos positivos na geração de empregos. No primeiro semestre, foram abertos 107 mil postos de trabalho na área, incluindo serviços de telecomunicações, conforme a Brasscom, associação empresarial do setor.

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Dados desagregados da Sondagem de Serviços de agosto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), obtidos pelo Broadcast/Estadão, apontam para a continuidade do cenário positivo.

A alavanca para a alta do segmento está no comércio eletrônico e no trabalho remoto, quando famílias e empresas passaram a gastar mais com tecnologia, incrementando a demanda.

O subsetor de telecomunicações e tecnologia da informação chegou a agosto com o maior patamar de confiança entre todas as atividades do Índice de Confiança de Serviços (ICS) da FGV, aos 106,0 pontos, acima do resultado geral, de 99,3 pontos. O indicador de emprego previsto, um dos componentes do ICS, também é mais elevado no desagregado para o subsetor de telecomunicações e tecnologia da informação, aos 117,5 pontos, em uma escala de 1 a 200.

Os serviços de tecnologia da informação puxam o movimento, na frente das telecomunicações, segundo Rodolpho Tobler, responsável pela Sondagem de Serviços da FGV. Desde outubro do ano passado, há mais empresários prevendo novas contratações do que demissões nesse subsetor. "Esse segmento é o que está com a confiança mais alta no setor de serviços e tem dado uma sinalização de que ainda pode melhorar nos próximos meses", diz Tobler.

Para especialistas e executivos, a pandemia acelerou um movimento que já vinha de antes. Nas duas primeiras décadas do século, as big techs - como Google, Facebook, Microsoft e Apple - atropelaram conglomerados tradicionais - como as petroleiras Exxon e Shell e a rede de supermercados Walmart - nos rankings de companhias mais valiosas do mundo, marcando a ascensão do setor de tecnologia na economia.

Segundo Sérgio Gallindo, presidente da Brasscom, embora ninguém tenha "nada o que festejar com a pandemia", a crise teve efeitos "em linha com a era digital", como o incentivo ao trabalho remoto, que favoreceu ferramentas de comunicação já disponíveis. Se a covid-19 tivesse atingido o mundo há cinco anos, talvez "as redes de celular não estariam capacitadas" para permitir essas mudanças, diz Gallindo. Com a combinação de nova cultura corporativa e condições tecnológicas adequadas, parte das mudanças tende a ser permanente.

"As empresas que atuam nesse segmento acabam se beneficiando do surgimento de novos negócios, notadamente a parte de fornecimento de aplicativos de videoconferência e armazenamento de dados em nuvem", diz Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.

Reuniões online

Antes da pandemia, em dezembro de 2019, as reuniões online da plataforma de videoconferências Zoom tinham 10 milhões de participantes por dia. Em abril de 2020, o número saltou para 300 milhões. No Brasil, o número de usuários gratuitos cresceu 31 vezes, segundo Alfredo Sestini, chefe do Zoom para a América Latina. "Pelo que converso com outras empresas e executivos, é uma mudança cultural com a pandemia. A forma de trabalhar, de pensar, de viver será diferente."

Também cresceu a demanda por softwares de gestão, ferramentas de segurança cibernética e marketing digital, além de aplicativos e sistemas para o comércio eletrônico. Tradicional no desenvolvimento de sistemas de gestão para o varejo, a Totvs já vinha se preparando para oferecer mais serviços a seus clientes antes da pandemia.

Quando a crise se instalou, viu crescer a demanda de empresas por digitalização de suas operações, diz o presidente da empresa, Dennis Herszkowicz. No segundo trimestre, a receita líquida foi de R$ 763 milhões, 22% acima de igual período de 2020. No primeiro semestre, a companhia, que tem em torno de 10 mil funcionários, contratou 300 profissionais, para dar conta do crescimento.

A Locaweb também correu para diversificar os serviços oferecidos para além da hospedagem de sites na internet, de olho na demanda de pequenos e médios varejistas que foram impelidos a apostar no comércio eletrônico. Segundo o presidente da empresa, Fernando Cirne, o objetivo é oferecer soluções para permitir ao cliente criar toda a estrutura de comércio eletrônico em poucos dias. O executivo acredita que a demanda seguirá em alta - mesmo após contratar 425 funcionários em 2020, e outros 494 este ano, a Locaweb tem 246 vagas em aberto, informa a empresa.

"A penetração do comércio eletrônico no Brasil era de 8%, muito baixo em relação aos EUA e a China", diz Cirne, acrescentando que a corrida para o segmento evitou a falência de muitos negócios.

Ritmo de formação de profissionais não dá conta da demanda

O macrossetor de tecnologia da informação e comunicação (TIC, que inclui serviços de telecomunicações, área de tecnologia de empresas de outros setores e a indústria fabricante de equipamentos) pode empregar menos do que outras atividades, como construção civil, comércio ou serviços em geral (bares, restaurante e salões de beleza, entre outros), mas tem perspectiva de abertura de oportunidades nos próximos anos.

Estudo de 2019 da Brasscom, associação empresarial do setor, estima que, desde aquele ano até 2024, serão gerados em torno de 420 mil novos postos de emprego nessas atividades, uma média simples de 70 mil ao ano. Só que os cursos superiores voltados para a área (como análise de sistemas e engenharia da computação) formam 46 mil alunos por ano, o que fomenta a disputa das empresas pelos melhores profissionais.

"Todos os altos executivos dizem que não contratam mais porque não há profissionais talentosos disponíveis. Não é um apagão de mão de obra, mas é um estresse", diz o presidente da Brasscom, Sérgio Gallindo.

Segundo o representante do setor, a oferta de profissionais, aparentemente, tem sido suprida por trabalhadores formados em outras áreas que buscam cursos e treinamento para se especializar em tecnologia da informação. Diversas empresas do setor relatam investimentos em treinamento. A Locaweb, por exemplo, vai criar uma unidade para cuidar do assunto.

"Tem uma quantidade enorme de vagas em aberto com um tempo de preenchimento maior do que gostaríamos", afirma o presidente da Totvs, Dennis Herszkowicz.

Conforme cálculos da Brasscom com dados oficiais de emprego monitorados pelo governo federal, em maio o salário médio do setor TIC era de R$ 4.047 por mês, o dobro da média nacional, de R$ 1.968.

Executivos do setor cobram uma melhora geral no sistema de ensino do País, com destaque para o reforço no currículo voltado para tecnologia, mas, para Gallindo, da Brasscom, é possível avançar com medidas pontuais. Os cursos universitários, por exemplo, podem ajustar seus currículos para atender às necessidades das empresas e um reforço nas políticas de financiamento ao ensino superior poderia reduzir a desistência ao longo da graduação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A fabricante de smartphones e produtos eletrônicos Xiaomi é mais uma empresa chinesa a entrar no ramo de produção de veículos elétricos.

"A empresa Xiaomi Auto foi registrada oficialmente em 1º de setembro", anunciou o diretor executivo do grupo, Lei Jun.

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A empresa terá um capital de 10 bilhões de dólares, informou.

Como demonstração da importância que o grupo dará a esta nova atividade, Lei Jun contratou em julho 500 engenheiros no país.

Até o momento não foram divulgadas datas para a comercialização dos carros.

Os veículos de nova energia (híbridos, elétricos, com bateria de combustível e célula de combustível) estão no auge na China, um país na vanguarda neste campo graças, sobretudo, a uma população ultraconectada e a uma política de incentivos por parte das autoridades.

As montadoras nacionais e estrangeiras competem para capitar uma parte deste mercado.

A Xiaomi não é a primeira empresa chinesa a entrar no setor. Vários grupos, como XPeng e Li Auto, que entrou na Bolsa no ano passado nos Estados Unidos, também anunciaram projetos no setor.

A Xiaomi, segunda maior produtora mundial de smartphones, também produz tablets, smartwatches, fones de ouvido, patinetes, entre outros.

As academias estão no grupo de atividades mais afetadas pela crise sanitária no Brasil. Metade delas está com dívidas em atraso. É o que mostra a 11ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia de Covid-19 nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com a pesquisa, o faturamento do setor chegou, em maio, a um patamar 52% abaixo do que seria normal para o mês. Na edição anterior da pesquisa, realizada em fevereiro, o segmento estava 42% abaixo do normal. Essa piora de cenário fez com que esses empresários se tornassem os mais preocupados entre todos os setores analisados: 72% alegam que estão com muita dificuldade de manter o negócio.

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Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, lembrou que as academias, assim como o setor de eventos e turismo, precisam da presença do público para funcionar. Ao longo da pandemia, muitas inovaram nas aulas e consultorias online para segurar minimamente o faturamento.

O Sebrae tem reforçado a orientação em relação aos protocolos de prevenção e no acesso a crédito, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Melles afirmou que apesar da reabertura das academias, a maioria das pessoas ainda se sente insegura de se exercitar em ambientes fechados. "Por isso, é tão importante avançarmos de forma mais ágil e efetiva no processo de vacinação”.

Vacinação

O estudo mais recente do Sebrae, que analisa o cronograma de vacinação, mostra que, nesse ritmo, apenas em outubro haverá boa parte das MPE micro e pequenas empresas com o faturamento recuperado aos níveis pré-pandemia.

“A última pesquisa que fizemos sobre o impacto da pandemia, junto com a Fundação Getulio Vargas, deixou explícito que apenas a abertura das empresas e a diminuição das restrições não são suficientes para recuperar o faturamento. Sem vacinação, não há retomada”, observou Melles.

Com esse resultado, as academias se juntaram novamente ao grupo dos mais afetados, que é composto por pequenos negócios que atuam no turismo e economia criativa, ambos com nível de faturamento de -68%. Beleza (-53%) e logística e transporte (-50%) também apresentam queda.

Crédito

Melles destacou que os donos de academias também são os que mais procuram as instituições financeiras para obter crédito em 2021. De acordo com a pesquisa, 55% solicitaram empréstimos desde janeiro, sendo que 36% procuraram essa ajuda entre os meses de abril e maio.

Segundo o Sebrae, no acumulado do ano, o número de pequenos negócios desse setor que tentaram crédito é 10 pontos percentuais superior à média (45%). Dos que procuraram crédito, 48% receberam uma resposta positiva ao pedido. Outras atividades que também apresentaram um aumento na procura por crédito foram a indústria de base tecnológica, beleza, serviços de alimentação e construção civil.

Retomada

Os dados da nova edição da pesquisa do Sebrae revelam que a retomada ainda não aconteceu para grande parte das atividades exercidas pelas micro e pequenas empresas. Apenas agronegócio, energia, indústria e indústria de base tecnológica demonstraram melhora. Estáveis estão construção civil, educação, oficinas e peças e serviços empresariais. Todas as outras 13 atividades pesquisadas demonstraram queda de faturamento em relação à 10ª edição da pesquisa, realizada em fevereiro, sendo que as academias e as empresas de economia criativa foram as que mais sofreram impacto.

Mesmo com o período de isolamento e as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, como o cancelamento de eventos, festas, casamentos e aniversários, os produtores e comerciantes do setor de flores seguem se reinventando para se adaptar aos novos tempos.

Com a chegada do "Dia das Mães", principal data do setor, e com a flexibilização das medidas restritivas, o otimismo está de volta. É o que espera a empresária Regina Bazani, sócia-proprietária da Mil Plantas, que além de uma loja, tem três boxes na Feira de Flores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp). 

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“Para este ano, nossa previsão é recuperar a lacuna de 2020 por causa da pandemia, onde tivemos queda de 50% nas vendas em relação a 2019. Por isso, estimamos recuperar a perda do ano anterior e estamos bastante confiantes que alcançaremos o aumento de 50% em relação a 2019”, diz a empresária.

As vendas estão aquecidas nas cooperativas e regiões produtoras, e a expectativa de maior demanda nos dias que antecedem o Dia das Mães promete gerar grande volume de negócios.

"No ano passado estivemos nessa época no ápice da pandemia, e o setor não funcionou praticamente o mês de abril inteiro. Com a indefinição sobre a essencialidade do setor, não produzimos informações em abril e maio de 2020. Este ano, a expectativa é muito positiva. O setor deve movimentar cerca de 800 toneladas, gerando um valor perto de R$ 20 milhões", afirmou o economista da Ceagesp Flávio Godas.

Feira de Flores da Ceapesp

A Feira de Flores do Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) é a maior do gênero no país, marca registrada da Ceagesp, terceiro maior centro atacadista de alimentos do mundo e o primeiro do Brasil e da América Latina.

Realizada no Pavilhão Mercado Livre do Produtor (MLP), a feira reúne cerca de mil produtores de flores, plantas, grama e mudas. Conta ainda com uma área especial, reservada para acessórios e artesanato.

No interior, a feira também acontece nos entrepostos de Araçatuba, Bauru, Guaratinguetá, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba.

Mães e flores

A rosa costuma ser a campeã de vendas nesta época, principalmente a vermelha, que simboliza o amor verdadeiro. Mas, há outras bonitas opções que podem agradar e emocionar as mães.

Orquídea: com traços de requinte, também é uma das mais vendidas para presentear as mães. Simboliza beleza e vida longa.

Girassol:  de cor intensa e marcante, representa alegria, vitalidade, energia positiva e felicidade, sendo um presente ideal para as mulheres fortes.

Margarida: delicadas, simbolizam alegria, sensibilidade e inocência e combinam com as mães mais sensíveis.

Flor de Maio: pertencente à família dos cactos, é delicada e representa o amor sublime.

Gérbera: de cores vibrantes, encanta pela sua exuberância. Combina com mães extrovertidas.

Violeta: delicada, simboliza lealdade e desperta lindas memórias.

Na Feira de Flores da Ceagesp há também uma variedade de acessórios para dar a quem quer incentivar a mãe a começar a ter um jardim ou uma horta. São várias opções de presentes originais dentro da jardinagem.

Serviço:

Feira de Flores na capital:

3ª e 6ª feira das 22h30 às 9h30 (inclusive aos feriados)

(de 2ª feira para 3ª feira e de 5ª para 6ª feira – inclusive aos feriados)

Pavilhão Mercado Livre do Produtor (MLP) –  Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946 - Vila Leopoldina

Estacionamento pelos portões 4 e 7

2ª e 5ª feira das 2h às 11h* (inclusive aos feriados)

(de domingo para 2ª feira e de 4ª para 5ª feira - inclusive aos feriados)

Estacionamento pelo portão 18 (veículos pequenos) e portão 7 (veículos grandes)

** Os comerciantes costumam encerrar as atividades por volta das 9h**.

Neste sábado (24), o Governo de Pernambuco publicou, no Diário Oficial, os ajustes ao Plano de Convivência com a Covid-19, que passam a vigorar a partir da próxima segunda (26). O decreto nº 50.561 se estende até o dia 9 de maio e ordena o retorno das atividades sociais e econômicas no estado de forma gradual, seguindo os protocolos sanitários.

Fica permitido o acesso às praias marítimas e fluviais, calçadões, ciclofaixas, parques e praças em todo o estado, desde que não haja aglomeração ou uso de som. A comercialização na faixa de areia das praias permanece proibida nos feriados e fins de semana, podendo ocorrer entre segunda e sexta, das 9h às 16h.

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Igrejas podem realizar celebrações religiosas de forma presencial, das 5h às 20h, de segunda a sexta, e das 5h às 18h, nos finais de semana e feriados. Já o comércio em geral, incluindo shoppings e galerias, poderá abrir das 10h às 20h, de segunda a sexta, e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos fins de semana e feriados.

Por sua vez, o comércio de bairro, isto é, pequenos estabelecimentos situados em áreas residenciais, tem permissão para atender o público das 8h às 18h, das 9h às 19h ou das 10 às 20h, de segunda a sexta, e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos fins de semana e feriados. Confira os horários estabelecidos para os demais setores:

Lojas de material de construção: das 7h às 17h, das 8h às 18h, das 9h às 19h ou das 10h às 20h, de segunda-feira a sexta-feira; e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos finais de semana e feriados;

Escritórios comerciais e de prestação de serviços: das 10h às 20h de segunda-feira a sexta-feira; e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos fi nais de semana e feriados;

Salões de beleza, barbearias, cabeleireiros e similares: das 10h às 20h de segunda-feira a sexta-feira; e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos finais de semana e feriados;

Academias e demais estabelecimentos voltados à prática de atividades físicas: das 5h às 20h de segunda-feira a sexta-feira; e das 5h às 18h nos finais de semana e feriados;

Restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência, bares e similares, mantendo-se a proibição da utilização de som:das 5h às 20h de segunda-feira a sexta-feira; e das 9h às 17h ou das 10h às 18h, nos finais de semana e feriados.

Por meio de suas redes sociais, o prefeito João Campos anunciou que o Recife irá adiar o pagamento de ISS e IPTU para hotéis, bares, restaurantes e casas de eventos, em razão da crise enfrentada pelo setores durante a pandemia da covid-19. O informe foi dado nesta segunda (9), depois que Campos se reuniu com os representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (Abih).

“Vamos publicar no Diário Oficial de amanhã uma portaria que adia o pagamento das próximas duas parcelas de IPTU e ISS desses segmentos. A gente sabe que a crise é grande e demanda energia e esforços de todos, então aqueles setores que estão fortemente atingidos pela pandemia e pela volta do crescimento de casos na nossa cidade, a gente está com o compromisso de ajudar. Tudo que pudermos fazer, nós vamos fazer para ajudar o Recife”, declarou Campos.

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Anunciado pelo governador Paulo Câmara (PSB) na segunda-feira (1º), o decreto estadual nº 50.346 entra em vigor nesta quarta (3) com restrição às atividades econômicas e sociais em Pernambuco. Apenas serviços essenciais podem atender aos fins de semana e só eles vão funcionar das 20h às 5h ao longo da semana. Praias e parques também foram impactados pela determinação, que segue até o dia 17 de março.

A medida foi tomada em virtude da incidência de novos casos de Covid-19 no estado, que só nessa terça (2) notificou mais 1.330 pacientes da infecção, e pelo índice preocupante de 92% de ocupação dos leitos de UTI. Ao todo, Pernambuco acumula 301.434 casos e 11.030 óbitos em seus 184 municípios e no distrito de Fernando de Noronha.

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Aos fins de semana, praias e parques estão liberados apenas para atividades físicas individuais, como a corrida. Confira o rol de serviços considerados essenciais pelo Governo de Pernambuco.

I - Serviços públicos municipais, estaduais e federais, inclusive os outorgados ou delegados, nos âmbitos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas;

II - Farmácias e estabelecimentos de venda de produtos médico-hospitalares;

III - postos de gasolina;

IV - Serviços essenciais à saúde, como médicos, clínicas, hospitais, laboratórios e demais estabelecimentos relacionados à prestação de serviços na área de saúde;

V - Serviços de abastecimento de água, gás e demais combustíveis, saneamento, coleta de lixo, energia, telecomunicações e internet;

VI - Clínicas e os hospitais veterinários e assistência a animais;

VII - Serviços funerários;

VIII - Hotéis e pousadas, incluídos os restaurantes e afins, localizados em suas dependências, com atendimento restrito aos hóspedes;

IX - Serviços de manutenção predial e prevenção de incêndio;

X - Serviços de transporte, armazenamento de mercadorias e centrais de distribuição,

para assegurar a regular atividade dos estabelecimentos cujo funcionamento não esteja suspenso;

XI - Estabelecimentos industriais e logísticos, bem como os serviços de transporte, armazenamento e distribuição de seus insumos, equipamentos e produtos;

XII - Oficinas de manutenção e conserto de máquinas e equipamentos para indústrias e atividades essenciais previstas neste Decreto, veículos leves e pesados e, em relação a estes, a comercialização e serviços associados de peças e pneumáticos;

XIII - Restaurantes, lanchonetes e similares, por meio de entrega à domicílio, em ponto

de coleta, na modalidade drive thru e para atendimento presencial exclusivo a caminhoneiros, sem aglomeração;

XIV - Serviços de auxílio, cuidado e atenção a idosos, pessoas com deficiência e/ou

dificuldade de locomoção e do grupo de risco, realizados em domicílio ou em instituições destinadas a esse fim;

XV - Serviços de segurança, limpeza, vigilância, portaria e zeladoria em estabelecimentos públicos e privados, condomínios, entidades associativas e similares;

XVI - Imprensa;

XVII - Serviços de assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade;

XVIII - Transporte coletivo de passageiros, incluindo taxis e serviços de aplicativos de transporte, devendo observar normas complementares editadas pela autoridade que regulamenta o setor;

XIX - Supermercados, padarias, mercados e demais estabelecimentos voltados ao abastecimento alimentar da população;

XX - Atividades de construção civil;

XXI - Processamento de dados ligados a serviços essenciais;

XXII - Serviços de entrega em domicílio de qualquer mercadoria ou produto;

XXIII - Atividades de preparação, gravação e transmissão de missas, cultos e demais celebrações religiosas pela internet ou por outros meios de comunicação, realizadas em igrejas, templos ou outros locais apropriados;

XXIV - Serviços de suporte portuário, como operadores portuários, agentes de navegação, praticagem e despachantes aduaneiros.

Cada atualização do Protocolo de Convivência com a Covid-19 em Pernambuco, a incerteza dos donos de bares e restaurantes se renova. O setor ainda luta para manter as portas abertas e tenta evitar mais demissões em meio à crise econômica agravada pela pandemia. Esta quarta-feira (20) completa seis meses de flexibilização para os estabelecimentos, que sofrem com limite de horário e capacidade, e agora não podem ter ambientação sonora, após funcionarem em delivery.

O rápido avanço dos índices do vírus desde o primeiro caso registrado em Pernambuco fez com que o governo decretasse o fechamento no fim de março do ano passado. A medida fez as receitas do setor despencarem e deu início a um movimento de falências e demissões. Após cerca de 120 dias, empresários realizaram uma carreata em protesto pelo retorno dos clientes e a autorização veio no fim de setembro, sob uma série de normas de distanciamento e higienização, além do limite de 50% da capacidade e do funcionamento até às 20h.

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Desde então, o protocolo vem sendo atualizado e, aos poucos, amplia o atendimento para equilibrar as dívidas do setor. Por outro lado, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PE) identificou diversos estabelecimentos em funcionamento clandestino e intensificou a fiscalização para controlar a atuação conforme as regras da Covid-19. Segundo o órgão, 353 bares e restaurantes foram visitados e 26 foram interditados. Ao todo, mais de meio milhão em multas foi aplicado no estado, que indica como penalidade máxima o valor de R$ 100 mil.

Em um ano difícil para o setor privado, os empresários depositaram as esperanças nas tradicionais confraternizações de fim de ano, mas a expectativa em torno de dezembro ficou longe de ser atingida. A proprietária do Mustang, no bairro da Boa Vista, área Central do Recife, Wanessa Souza lembra do alívio de reabrir as portas após a queda de 90% nas vendas durante o período de entregas.

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Ela conta que precisou readequar o cardápio e intensificou a divulgação de promoções em redes sociais para atrair a clientela insegura, a última estratégia foi qualificar o esquema de apresentações musicais para movimentar o restaurante. Entretanto, o gasto adicional vai demorar a trazer o retorno esperado, pois no dia 15 deste mês o governo proibiu som nos espaços.

Para a proprietária do Bistrô restaurante, também alocado na área Central, o esquema self-service foi um dos mais prejudicados. Dayse Abreu aponta que ainda é difícil arcar com os gastos com a perda de aproximadamente 40% dos clientes e, em contato com colegas do setor, alerta para novas falências caso um novo fechamento ou mais restrições sejam confirmadas.

Recentes indicadores de que o ano não será tão ruim como previsto no início da pandemia não vão ajudar a salvar empregos na indústria automobilística. As fabricantes de veículos têm hoje quase 7 mil funcionários fora das fábricas, com contratos suspensos (lay-off), e a maioria delas acredita não haver demanda que exija o retorno desses empregados.

Com base em dados das empresas e dos sindicatos de trabalhadores, os programas de demissão voluntária (PDV) abertos nas últimas semanas têm como meta atrair mais ou menos esse número de adesões. Não significa, porém, que as empresas vão conseguir e a opção será demitir ou adotar novas medidas de flexibilização.

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A produção de veículos caiu 44,8% até agosto, ante igual período de 2019. A mão de obra foi reduzida em 4 mil postos, para 103,3 mil trabalhadores, quase 5% a menos do que o total empregado há um ano, sem incluir as empresas de tratores.

Demissão nas montadoras significa redução de quadro também nas fábricas de componentes. Fontes do setor calculam que 15 mil cortes já ocorreram nas autopeças. No segmento, formado em sua maioria por pequenas empresas, não há programas de voluntariado como aqueles feitos por montadoras, com ofertas atrativas.

A Volkswagen, por exemplo, oferece de 25 a 35 salários extras, dependendo do tempo de casa, para o funcionário que aderir ao PDV negociado com sindicatos das quatro fábricas do País.

O acordo inclui também medidas que vão desde o congelamento de reajuste salarial à suspensão de contratos por até dez meses. Quando começou a negociação, a empresa informou ter 35% de mão de obra excedente, ou 4,7 mil trabalhadores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, mesmo que esse número não seja atingido, não haverá cortes aleatórios, pois a empresa poderá adotar as medidas de flexibilização.

No caso do lay-off, além de mais longo - normalmente a média é de cinco meses -, os trabalhadores vão receber 82,5% dos salários líquidos. Até agora, o governo banca parte dos salários e a empresa paga a diferença, assim o operário recebe o salário líquido integral. Hoje, a Volkswagen tem 1,5 mil funcionários com contratos suspensos.

A General Motors tem 2,7 mil operários em lay-off em cinco fábricas e abriu PDV em São Caetano do Sul e de São José dos Campos (SP). Ofereceu salários extras e um carro Onix Joy. Na unidade do ABC conseguiu 294 adesões. Insatisfeita, reabriu o programa na semana passada e quer mais 500 adesões.

"Nosso receio é que ela demita se não atingir essa meta", diz Francisco Nunes, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. Na fábrica de São José foram 235 adesões, e a GM demitiu 42 pessoas. "Estamos tentando reintegrá-los", diz Valmir Mariano da Silva, diretor do sindicato local.

Produtividade

Para Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting, cortes iriam ocorrer de qualquer forma em razão da melhora da produtividade com a adoção de conceitos da chamada indústria 4.0, como robotização e digitalização. A pandemia acelerou e, talvez, intensificou o processo.

"Se o mercado continuar a se recuperar no próximo ano, é possível que algumas vagas sejam reabertas, mas acho difícil", afirma Cardamone.

Mesmo com a revisão de queda de vendas e produção que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) fará na quarta-feira, possivelmente de 40% para cerca de 30%, e com a falta de alguns modelos nas lojas - como a da picape Fiat Strada, com fila de espera de 30 a 60 dias -, o consultor não vê muitas chances de recuperação de empregos nas montadoras.

Cardamone se baseia em conta básica indicando que, em 2013, ano de produção recorde, com 3,7 milhões de veículos, cada trabalhador produziu 27,4 unidades. Em 2019, com 2,94 milhões de veículos, o número para cada funcionário foi similar, de 27,6 unidades.

Neste ano, com produção de 1,11 milhão de veículos até agosto, a conta dá pouco mais de dez unidades por trabalhador. É preciso lembrar, contudo, que as fábricas ficaram fechadas por pelo menos três meses.

Crise pesa menos para fabricantes de automóveis de menor porte

A pandemia foi um pouco menos cruel para empresas de pequeno porte do que para grandes montadoras que produzem para o mercado de massa. Para as dez maiores fabricantes de automóveis, as vendas até agosto caíram 36% ante 2019. Para as dez menores, com participação de mercado abaixo de 1%, a queda ficou em 32%. Nenhuma tem funcionários em lay-off, embora algumas, como a PSA Peugeot Citroën, operem com jornada e salários reduzidos em 20%.

A BMW, do segmento de luxo - que caiu ainda menos, 17% no período -, diz que as vendas estão próximas às de 2019. A produção deve chegar a 8 mil unidades, ante 7,7 mil no ano passado. "Logo no início da pandemia lançamos uma série de projetos digitais, como o canal de vendas dentro do Instagram e do Facebook e teve grande aceitação", diz Aksel Krieger, presidente da BMW. A marca vai completar 25 lançamentos este ano, entre os quais modelos híbridos e elétricos que já venderam 491 unidades, ante 300 em 2019.

Das três maiores fabricantes, só a Fiat opera com quadro normal de funcionários e não tem plano de abrir PDV. A picape Strada, líder de vendas em setembro, tem fila de espera de até 60 dias. "A capacidade de produção da nova Strada dobrou desde o lançamento, em junho, para 12 mil unidades ao mês, mas os pedidos passam de 15 mil", diz o diretor Herlander Zola.

A fábrica de automóveis que é o retrato da crise do setor

Resultado de investimentos de R$ 1 bilhão, a segunda fábrica da Honda no País, em Itirapina (SP), ficou pronta no fim de 2015, em meio à turbulência da crise econômica e política que durou até 2017. Em razão disso, foi mantida fechada com seus modernos equipamentos cobertos por três anos até ser inaugurada em março de 2019 com a produção do modelo Fit.

Exatamente um ano depois, quando a fábrica estava recebendo a produção dos outros modelos da marca que serão transferidos da unidade de Sumaré (SP), foi pega por outra crise, a do coronavírus, e voltou a ficar fechada por 108 dias, até 10 de julho.

A filial tem hoje mil funcionários, todos transferidos de Sumaré e opera bem abaixo de sua capacidade, que é de 120 mil veículos ao ano, segundo Sidalino Orsi Júnior, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região.

A unidade de Sumaré, que também tem capacidade para 120 mil carros ao ano e até 2021 vai produzir apenas componentes, está em situação similar e tem hoje 2 mil funcionários. "A transferência para Itirapina foi interrompida", informa Orsi.

A nova fábrica já está produzindo, além do Fit, o HR-V e WR-V. City e Civic só devem ir para lá no próximo ano.

A Honda prevê queda de 40% em sua produção este ano, mas afirma que desde o início da pandemia não houve demissões e que "no momento deve manter seu quadro de colaboradores".

De 13 a 23 deste mês, 1,8 mil trabalhadores ficarão novamente em lay-off. A montadora informa que o novo período de suspensão é para realizar procedimentos técnicos que estavam previstos para ocorrerem nas férias coletivas de julho, mas foram remanejadas em razão da covid-19.

A direção da marca japonesa afirma que mantém seu plano de concentrar a produção de automóveis em Itirapina e deixar Sumaré apenas com os componentes.

"Essa configuração faz sentido, uma vez que a área do powertrain (conjunto de motor), assim como a de injeção plástica recebeu investimentos recentes e está apta a fornecer para a planta de Itirapina. As duas unidades serão complementares", afirma a empresa.

O grupo admite, contudo, que o cenário atual "é desafiador para a indústria, em especial a automobilística, que realiza planos e investimentos com visão de longo prazo." Até agosto o grupo vendeu 47,4 mil veículos, 44,6% a menos que em 2019. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora não tenha sido oficialmente suspenso, o serviço de hotelaria é um dos que mais sofre para atravessar a pandemia e já acumula prejuízos significativos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Pernambuco demitiu cerca de 18 mil funcionários do setor, composto por 1.050 empreendimentos.

Com 30% da rede em funcionamento, o presidente da ABIH em Pernambuco, Eduardo Cavalcanti, calcula que a média de ocupação no estado esteja entre 5% e 8%. Ele alerta para o futuro da rede e estima que 15% das unidades que interromperam as atividades não terão pernas para retomar o serviço. "Não adianta abrir sem hóspedes", acrescentou.

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A ABIH recomenda que apenas 50% dos leitos sejam ocupados, mas a cota máxima atingida na capital pernambucana é de 15%, conquistada por parcerias feitas por dois hotéis da Zona Sul. O Jangadeiro e o Park Hotel mantiveram-se acima dos demais por conta de uma ação para receber profissionais da saúde. Outra hospedaria que focou em um ramo específico foi o Mar Hotel, que possui contrato com uma companhia aérea para receber profissionais da aviação, explica.

Futuro do Sheraton

O anúncio do fim das atividades do Sheraton Hotel, na Reserva do Paiva, deixou uma incógnita sobre o futuro do edifício. Embora sugira que os quartos devessem ser reformados e negociados como flats, Cavalcanti lamenta a dificuldade do empreendimento para atrair investidores no atual contexto. "Eu acho que nesse momento ninguém vai querer iniciar. Porque o gestor sabe que vai fazer um investimento agora para fazer um mercado em seis meses. Se ele retomar agora, vai sofrer esse início no momento de uma crise", avalia.

Três pilares para a volta dos hóspedes

Para Cavalcanti, três fatores são fundamentais para a guinada da rede em Pernambuco. Além da liberação total das praias para turistas, ele destaca a importância do retorno dos eventos no Centro de Convenções, "que mantém a hotelaria do Recife com os eventos durante a semana".

Sem dúvidas, a principal ação para o retorno dos hospedes é a promoção da segurança sanitária, com higienização adequada das instalações, maçanetas e corrimãos. "É um custo novo que a hotelaria passou a ter. Isso é, fazer uma higienização de UTI para que o hospede se sinta seguro”, pontuou ao comparar com a habitual limpeza domiciliar feita antes da pandemia.

A expectativa é que em julho seja liberado mais 10% da capacidade no setor e aos poucos haja uma crescente na procura por reservas. "Ninguém tem noção de como vai ser a retomada, a sensação que nós estamos é que o pessoal tá louco para viajar e sair de casa”, conclui o presidente.

 Estão suspensas, por 90 dias, as fiscalizações aos estabelecimentos comerciais prejudicados pela pandemia. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

O governo de Pernambuco, por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE), anunciou um conjunto de ações para prorrogar prazos fiscais e contábeis e suspender execuções e fiscalizações por 90 dias. As medidas, que visam estimular o setor produtivo do estado, foram abalizadas nos estudos do Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento, criado para articular medidas conjuntas de enfrentamento aos efeitos da Covid-19 na economia. 

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Além disso, um novo decreto “prorroga para 30 de junho os prazos vencidos a partir de 21 de março de 2020, relativos ao cumprimento de obrigações tributárias acessórias previstas na Legislação Estadual e à contestação do débito constante”. A determinação também suspende, por 90 dias, a emissão de Notificação de Débito e Notificação de Débito sem Penalidade e dos procedimentos que visem ao descredenciamento dos contribuintes do ICMS relativas às diversas sistemáticas especiais de tributação.

De acordo com o decreto, a Fazenda do Estado, aumentará o prazo de validade das certidões de regularidade fiscal e negativa e a suspensão de ações de execução fiscal. O Governo também passa a permitir a importação e desembaraço de insumos em aeroportos ou portos, sem prejuízo aos incentivos fiscais do Prodepe e Proind.

Estão suspensas, por 90 dias, as fiscalizações aos estabelecimentos comerciais prejudicados pela pandemia. Pernambuco também deixará de cobrar, no mesmo período, pelo ajuizamento de novas ações e o envio de protestos da dívida ativa do Estado.

Pouco mais de um ano após a chegada das primeiras companhias aéreas internacionais de baixo custo no Brasil, algumas delas já dão sinais de que podem não permanecer por muito tempo no País. Também não há nenhum indicativo de que elas começarão a operar voos domésticos, apesar dos incentivos ­­-- e da vontade -- do governo federal, que abriu totalmente o setor aéreo ao capital estrangeiro no ano passado.

A chilena Sky, fundada em 2002 e que atua como low cost desde 2015, foi a primeira a voar para o Brasil, em outubro de 2018. O movimento das aéreas de baixo custo no País se consolidou, então, com a vinda da norueguesa Norwegian, da argentina Flybondi e da também chilena JetSmart. Enquanto Norwegian e Flybondi atravessam um período delicado que pode colocar fim aos voos delas que chegam ou partem do Brasil, Sky e, principalmente, JetSmart têm se saído um pouco melhor.

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A competitividade do setor, porém, com Gol, Latam e Azul operando com grande eficiência, é um desafio para que Sky e JetSmart consigam se tornar mais relevantes nos voos entre o Brasil e países da região, segundo fontes do mercado. Na primeira semana de fevereiro, por exemplo, apenas 3,5% dos voos internacionais foram realizados por uma empresa aérea de baixo custo. "Enquanto as outras (Gol, Latam e Azul) forem eficiente, é difícil que elas tenham um papel relevante (nas rotas na América do Sul)", diz o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo.

Segundo o consultor, no Brasil, também não é fácil para as empresas terem um custo muito baixo e, consequentemente, oferecerem tarifas significativamente menores do que as das aéreas tradicionais, como ocorre na Europa. "O diferencial de custo não permite tarifas muito baixas", diz.

O jornal O Estado de São Paulo fez um levantamento de preços e, nessa simulação, apenas Flybondi e Norwegian ofereceram tarifas mais atrativas. No caso da argentina, a passagem de ida e volta entre São Paulo e Buenos Aires era 27% mais barata que a da Gol e a da Latam. No da norueguesa, o preço do voo entre Rio de Janeiro e Londres era 34% inferior ao da Latam, mas não oferecia nem refeições durante a viagem nem a possibilidade de o passageiro levar uma bagagem de mão .

Justamente Flybondi e Norwegian, no entanto, são as empresas cujas operações estão ameaçadas, segundo fontes do setor. A Norwegian enfrenta uma grave crise financeira e reestruturou parte de sua dívida no ano passado. Em 2018, a empresa teve prejuízo de 1,4 bilhão de coroas norueguesas (R$ 640 milhões na cotação atual). Apesar de o resultado ter sido positivo em 263,7 milhões de coroas norueguesas (R$ 120 milhões) nos primeiros nove meses de 2019, o mercado projeta prejuízo para 2019 e 2020, segundo reportagem do Financial Times com base em levantamento da Bloomberg.

A própria Norwegian afirmou, em seu último relatório, que a "companhia está exposta a risco de liquidez", mas acrescentou que esse risco tem diminuído conforme avança sua estratégia de trocar crescimento por lucratividade. Nada disso, porém, foi o suficiente até agora para convencer os investidores. As ações da empresa caíram 80% em pouco mais de um ano, passando de US$ 20,70 em janeiro de 2019 para US$ 4.

A estratégia da companhia de realizar voos transatlânticos, iniciada em 2013, é apontada como uma das responsáveis pela crise. No ano passado, a empresa teve de vender sua subsidiária na Argentina para a chilena JetSmart. No Brasil, a Norwegian não opera com subsidiária e tem apenas o voo entre Rio e Londres, mas, cortes em rotas podem afetar a operação local.

A empresa já informou que pretende reduzir sua oferta em 10% neste ano. Em entrevista no fim do ano passado para o Financial Times, o presidente da companhia, Geir Karlsen, afirmou estar comprometido com voos de longa distância, mas, segundo o jornal, rotas transatlânticas entre a Irlanda e os Estados Unidos, por exemplo, estão sendo revistas. Ainda que a empresa opte por manter o voo para o Rio de Janeiro em um primeiro momento, sua condição financeira é uma ameaça à operação na cidade brasileira. Procurada pelo Estado, a Norwegian não retornou.

A Flybondi, por sua vez, sofre com a crise argentina. A companhia fez seu primeiro voo doméstico em janeiro de 2018, pouco antes de o país afundar em uma recessão. Com a crise e a desvalorização do peso ­­- a moeda americana avançou 210% na Argentina desde a estreia da companhia --, a expansão da operação ficou comprometida e as finanças da empresa começaram a se deteriorar.

A promessa era que a companhia terminaria 2019 voando com dez aviões. A frota, no entanto, tem hoje cinco aeronaves. Segundo afirmou o presidente da Flybondi, Sebastián Pereira, por e-mail, a redução na demanda decorrente da crise argentina tornou a ampliação da frota menos urgente. Além disso, os acidentes com o 737 MAX, da Boeing, que mataram 346 pessoas e retiraram o modelo do mercado, têm pressionado o aluguel de aviões globalmente e dificultado as negociações para a Flybondi adquirir novos aviões. "Mas estou muito otimista com o momento. Estamos muito perto de poder definir em que época do ano incorporaremos mais aviões e rotas", disse Pereira.

Mesmo com apenas cinco jatos, a companhia já anunciou uma ampliação na malha aérea internacional. Na última semana de janeiro, começou a voar para São Paulo e, em março, incluirá Porto Alegre em suas rotas. A Flybondi atua no Brasil desde outubro do ano passado com um voo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro e, durante o verão, está operando também em Florianópolis.

Apesar dessa expansão, a informação no mercado brasileiro é que a situação financeira da companhia é delicada e que a empresa já procura algum interessado para comprá-la. A intenção de ampliar a atuação seria, justamente, se tornar mais atraente para potenciais compradores. Questionado sobre o assunto, Pereira, afirmou que a empresa analisa o "mercado brasileiro de forma muito dinâmica e diversificada, mas apenas com o objetivo de alcançar maior crescimento no País".

A companhia costuma destacar que está crescendo, apesar da situação argentina, e diz conseguir ser mais competitiva que as concorrentes brasileiras por ter mais assentos em seus aviões e voar as aeronaves por mais tempo -- o que garantiria margens positivas apesar das tarifas em média 30% mais baratas. A diferença na capacidade dos jatos, porém, é pequena. Enquanto a Flybondi opera aviões Boeing 737-800 NG para 189 passageiros, a Gol oferece 186 assentos na mesma aeronave. A aérea argentina também afirma que seus aviões voam quase 11 horas e 20 minutos por dia. No mercado brasileiro, a média fica entre 10 horas e meia e 11 horas.

Sem perspectivas para o mercado doméstico

Se nos voos internacionais, há possibilidade de redução na oferta de voos de baixo custo, no mercado doméstico não há, ao menos por enquanto, intenção das companhias low cost avançarem. Nem as duas chilenas em posição mais sólida -- JetSmart e Sky -- têm planos de curto prazo para uma operação brasileira nem a Flybondi. "Sempre existe a possibilidade (de operar voos domésticos no País), mas hoje nós não temos plano. Hoje, temos habilitação apenas para voos internacionais", disse o diretor comercial da Flybondi, Mauricio Sana Saldaña.

Segundo o diretor regional de vendas da Sky, Jaime Fernandez, a empresa está focando seus negócios agora no Peru, onde começou o tráfego doméstico em 2019. "O Brasil é um mercado atrativo, mas por enquanto não temos planos para voos domésticos", disse. Por aqui, o objetivo é alcançar a frequência diária entre Santiago e São Paulo. Hoje, a empresa tem cinco voos por semana para o destino, além de atender também Rio de Janeiro, Florianópolis e Salvador.

Já o presidente da JetSmart, Estuardo Ortiz, afirma que, "no momento", o interesse da empresa é por voos internacionais a partir do Brasil. "Precisamos conhecer o mercado. Por enquanto, estamos analisando mais Peru e Colômbia (para voos domésticos)." Segundo o executivo, porém, novas rotas para o Brasil podem ser lançadas no segundo semestre. "O mercado brasileiro (internacional) está em uma situação muito boa. Mas alguns custos de operação, como combustível e taxa de embarque dificultam." A JetSmart opera voos de Santiago para Salvador, São Paulo e Foz do Iguaçu.

Criada pelo fundo de investimentos americano Indigo Partners -- que também tem participação nas áreas Volaris (México), Wizz (leste europeu) e Frontier (Estados Unidos) --, a JetSmart é vista hoje como a low cost de maior potencial da região. Apesar de ter uma frota de apenas 20 aviões, a companhia tem encomendado outras 76 aeronaves para serem entregues até 2026.

A falta de interesse imediato das low cost no mercado doméstico é explicada pelas dificuldades de custo do Brasil, segundo o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), Dany Oliveira. "É muito difícil operar no Brasil. O custo é grande. Temos uma judicialização forte para todo o setor. Além disso, um dos combustíveis de aviação mais caros do mundo", destaca.

De acordo com Oliveira, uma aeronave que vem de fora do Brasil tem um custo 15% superior para reabastecer e sair do País. As aéreas locais, entretanto, pagam ainda mais caro por causa de tributos como o PIS e Cofins. Enquanto o combustível de aviação gira em torno de 35% a 40% do custo do negócio no Brasil, diz, a média mundial varia entre 20% e 22%.

Segundo o Diretor da ANAC, Ricardo Catanant, o país deu passos importantes no setor aéreo e começou a atrair a atenção dos investidores. Entre as medidas destacadas estão a permissão de 100% de capital estrangeiro para as aéreas e a cobrança separada da bagagem despachada. "Acredito que (a modernização) deva trazer alguns resultados nos próximos meses", disse, mas colocando o avanço também na conta do crescimento econômico esperado para o País.

Catanant acrescentou que algumas mudanças no setor precisam se consolidar para, então, trazer segurança para os investidores, como é o caso da própria cobrança da bagagem despachada, que constantemente é questionada. "O foco de preocupação hoje, e isso já foi externado pelo governo, é a gente tentar trazer um ambiente de maior racionalidade para a questão de conflitos e consumo. A nossa preocupação é tentar reduzir a judicialização, gerar um entendimento e respeito aos contratos de transporte", disse.

Confira o depoimento de brasileiros que viajaram com empresas low cost

As experiências dos brasileiros que foram para o exterior em um voo de baixo custo variam. Há os que aprovaram a viagem, principalmente se conseguiram comprar a passagem em uma promoção, mas reclamações como cheiro de comida durante toda a viagem e tripulantes mal treinados costumam ser bastante frequentes em sites de avaliação como o TripAdvisor. Confira abaixo o depoimento de alguns brasileiros que experimentaram as companhias low cost que estão operando no Brasil.

João Moris, tradutor e jornalista, 62 anos

Empresa: Norwegian

Trecho: Rio de Janeiro - Londres

Eu fui do Rio para Londres com a Norwegian. Eu já tinha voado com low cost antes (na Europa), mas nunca um voo internacional. Quando vi que a Norwegian ia viajar para cá, achei bem legal e aderi. Como era alta temporada, paguei uns US$ 750. Nas outras, estava por volta de US$ 900. Para mim, foi inusitado, porque cada item tinha de pagar. Escolhi pagar para reservar o assento, pela refeição e para despachar bagagem. A reserva não tem fim. Vai aparecendo tudo para você comprar. Os US$ 750 que paguei incluía já esses extras (assento, refeição e bagagem). O avião era novo, mas o espaço era pequeno para as pernas e a poltrona quase não reclinava. Mas, hoje, estão quase todas as companhia aéreas assim. Tem tudo no cardápio no voo: cobertor, fone de ouvido, água, tudo é pago. Uma hora depois de decolar, mais ou menos, abriram um sanduíche do meu lado e na minha frente, que tinham levado de casa. As bebidas, (os passageiros próximos) tinham comprado em lanchonete e restaurante da área de embarque. O meu jantar, trouxeram em uma caixinha de papelão retangular. Era bem básico. Não fiquei com fome, mas era pouca comida: duas almôndegas, arroz, legumes e uma sobremesa. Não tinha salada. Teve café da manhã também (incluso quando se compra a refeição a bordo), mas, quando cheguei, estava com fome. Não tem aqueles lanches que costuma ter no fundo para caso você tenha fome durante o voo. Na volta, me irritei. Estava do lado de gente com garrafa, comida. Senti que só eu tinha pedido refeição. O avião fica cheirando a comida o tempo inteiro (porque as pessoas levam seus lanches). Prefiro pagar R$ 1.000 a mais do que viajar de novo (com a Norwegian).

Raul Faust, advogado, 27 anos

Empresa: Flybondi

Trecho: Florianópolis - Buenos Aires

Uma amiga minha me convidou pra viajar pra Buenos Aires e procuramos os voos mais baratos na internet. Eu nunca tinha ouvido falar em Flybondi, mas minha amiga disse que era uma empresa low cost. Eu vi no TripAdvisor vários comentários negativos sobre a companhia, que eles cancelam em cima da hora e que aviões são velhos. Vi tudo de pior que podia acontecer no mundo. Mas aí conversei com um amigo que é engenheiro, e ele me disse que o avião não cairia, porque a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) fica em cima. Eu procurei passagem com outras empresas também, mas eram bem mais caras. Comprei só passagem de ida, com um mês de antecedência, e paguei R$ 500, com bagagem despachada. Outras custavam entre R$ 1.200 e R$ 1.800. No dia do voo, o check-in era online, igual ao de outras empresas, e só despachei a bagagem. Tudo foi relativamente rápido, nem mais rápido nem devagar que outras empresas. Os atendentes do aeroporto falavam português e espanhol. Embarquei no horário normal, não atrasou nem dez minutos. Dentro do avião, o avião estava bem limpo. Não vi nada diferente de outras companhias brasileiras, mas achei um pouco estranho que, no começo, falavam em espanhol e em inglês. Aí entendi os primeiros comunicados em inglês. Depois de um momento, começaram a falar só espanhol. Eu não entendi mais nada. Nesse aspecto, fiquei meio perdido. Se você quisesse tomar uma água, tinha de pagar. Não comprei nada. Não sei nem quanto era, porque estava todo mundo falando espanhol e eu fiquei até com vergonha de me manifestar, porque não falo espanhol. Quando cheguei lá, a bagagem chegou também. Deu tudo certo, mas o aeroporto não tem estrutura nenhuma. Não dá nem pra fazer câmbio. Eu só tinha real. Minha amiga tinha peso e acabou me salvando. Pegamos um ônibus para o centro de Buenos. Um ônibus de linha, bem rápido e bom. Eu viajaria de novo (com a Flybondi), com certeza. Pelo preço, vale a pena. Acho que a única questão é se você tiver algum problema e precisar entrar em contato com eles, porque o atendimento é todo digital.

Juçara Nascimento, aposentada, 60 anos

Empresa: Flybondi

Trecho: Rio de Janeiro - Florianópolis

Fui em novembro para Buenos Aires. Apareceu uma promoção e minha filha comprou a passagem. Pagou R$ 250 a ida e a volta. Foi muito barato, mas a gente só tinha direito a bagagem de mão. Quando fiz o check-in, marcaram eu e meu marido na mesma poltrona. Aí fomos ver isso e não tinha lugar marcado pra ninguém, mas consegui sentar com meu marido. O voo foi horrível. A única coisa boa foi a pontualidade. O avião é muito velho. Desconfortável sujo. As poltronas eram tipo assento de ônibus municipal. Quando fui sentar, minha poltrona estava suja, como se alguém tivesse derramado iogurte nela. Pedi para a comissária limpar. Ela passou um papel toalha para tirar o que estava melado e ponto. Já viajei com low cost na Europa e o serviço foi muito melhor. Depois de entrar no avião, só voltei a ver a tripulação no desembarque. Não passaram em nenhum momento nem para oferecer água nem para vender nada. Amassaram minha mala toda na hora de fechar o bagageiro superior. Danificaram a alça dela. Reclamei quando cheguei ao aeroporto, e eles disseram que não se responsabilizavam pelo dano. O aeroporto é muito pequeno. Sem estrutura nenhuma. Não tem muita orientação. É tudo muito tumultuado. Já tínhamos contratado, ainda quando estávamos no Rio, um serviço de transfer. Aí fizemos câmbio quando chegamos no hotel, porque não tem no aeroporto. Eu não voltaria a viajar por eles. Não vale a pena o preço. Por ser uma empresa nova, poderia fazer a promoção pra mostrar o serviço, mas não convenceu. Na Europa, já viajei com a Ryanair. O atendimento dos tripulantes, a aeronave e os aeroportos eram melhores. Durante a viagem, não oferecem nada gratuito para comer ou beber, mas passam o serviço, você pode comprar. Tudo muito organizado.

Evanio Marinho da Silva, bancário, 49 anos

Empresa: SKY

Trecho: Santiago - Calama (Chile)

Quando fui comprar a passagem, tive um pouco de receio de escolher a SKY, porque nunca tinha viajado com low cost. Mas comprei pelo preço. A diferença para a Latam era bem grande nessa rota. Eu adicionei bagagem de mão, uma bagagem despachada e comprei assentos. Isso encareceu bastante e ainda assim ficou uns 30% mais barato do que na Latam. No voo, eu até me surpreendi. As aeronaves são mais antigas, mas em bom estado de conservação. Os voos foram muito pontuais. Tudo que você quer consumir tem de pagar, até a água. Não comprei nada nem consultei preço. Os comissários foram solícitos durante a viagem, mas, no embarque, foram muito rigorosos com o tamanho da bagagem. Notei certa falta de habilidade dos funcionários do aeroporto para lidar com situações que são corriqueiras. Eles não são muito amigáveis para lidar quando o passageiro está com uma bagagem maior do que a permitida. Mas tem passageiro também que costuma exagerar. Viajaria com eles de novo depois dessa experiência. Passou um pouco o receio. Para quem vai fazer viagem curta, sem bagagem ou mesmo adquirindo bagagem de mão, o custo é muito inferior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde fevereiro, 4 mil painéis solares instalados numa fazenda em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, geram energia para quatro lojas da Renner, na capital fluminense. O projeto, erguido a 120 quilômetros do local de consumo, tem reduzido em 13% a conta de luz das unidades e ajudado a varejista a alcançar a meta de chegar a 75% da energia consumida vinda de fontes renováveis.

Até o fim do ano, duas novas usinas vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.

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A iniciativa da Renner faz parte de um movimento de popularização da energia solar no Brasil, que alcança igrejas, redes de varejo, shopping center e até hidrelétrica. De 2016 para cá, o número de sistemas de energia solar saltou de 8,7 mil para 111 mil no País, um avanço de 1.181%.

A potência instalada cresceu ainda mais, de 91,84 megawatts (MW) para 1,34 mil MW - salto de 1.359%. Essa capacidade equivale a quase uma Hidrelétrica de Porto Primavera, que demorou 19 anos para ficar pronta.

O apelo dos painéis solares começou com as mudanças nas regras do setor de energia, em 2012, que deram um pouco mais de liberdade ao consumidor para escolher de onde vem a sua eletricidade. Além disso, as regras permitiram ao microgerador jogar a energia não consumida no sistema elétrico e obter um crédito para abater na conta de luz.

Com o forte crescimento das tarifas de energia elétrica nos últimos anos - de 2013 para cá, a tarifa residencial subiu quase 90%, mais que o dobro da inflação no período -, os clientes residenciais foram os primeiros a descobrir as vantagens da microgeração ou minigeração de energia - no jargão do setor, a geração distribuída.

Mas, nos últimos três anos, foram as empresas (comércio, indústria e serviços) que deram impulso a esse segmento. Hoje, elas são responsáveis por mais da metade da capacidade instalada de "miniusinas" solares no País, apesar de representar apenas 20% do número de sistemas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Do total de 3,6 mil MW de energia solar gerados no Brasil, 62% vêm de grandes parques, que vendem energia para o mercado livre e para o mercado cativo, das distribuidoras - como é o caso do Complexo Guaimbé, da AES Tietê, de 150 MW. O restante vem da geração distribuída. "Conforme a energia solar foi se tornando mais competitiva, com diferentes modelos de negócios, os setores de comércio e de serviços passaram a investir mais", diz o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Rodrigo Sauaia.

Desde 2015, além de instalar painéis no telhado de seus estabelecimentos, as empresas também podem gerar energia em um local e consumir em outro, como fez a Renner. A rede de varejo firmou parceria com uma empresa que construiu a fazenda solar a 120 km das lojas localizadas em Ipanema, Copacabana, Largo do Machado e no Shopping Madureira, no Rio.

"Com essa usina, conseguimos chegar a 38% do nosso consumo atendido com energia renovável (solar, eólica, biomassa e PCH)", diz a diretora de Operações da Lojas Renner, Fabiana Taccola. Segundo ela, nas novas usinas que vão abastecer as lojas do Distrito Federal e Rio Grande do Sul, a economia deve ficar entre 18% e 20%.

O investimento da Renner só foi possível porque, nos últimos anos, os equipamentos ficaram mais baratos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre 2014 e 2019, houve queda de 43% no preço médio dos painéis solares, o que provocou um recuo no tempo de retorno do capital aplicado, de 7 anos, em 2015, para 4,5 anos, agora.

Para as empresas, no entanto, a questão não é apenas financeira. Além da redução na conta de luz, o apelo sustentável traz retornos importantes para a marca - e ajuda até na hora de conseguir um empréstimo. "O investimento será recuperado pelo desconto que temos no custo em relação à tarifa tradicional, mas também pela atração de pessoas que se identificam com nossa ideologia", diz o vice-presidente do grupo de shopping centers Multiplan, Vander Giordano.

Em parceria com a empresa de energia portuguesa EDP, o grupo investiu em uma área equivalente a 24 campos de futebol para gerar energia para o Shopping Village Mall, no Rio. A fazenda solar fica em Itacarambi (MG), a mais de mil km de distância do shopping, tem 25.440 painéis e reduziu em 20% o gasto da empresa com energia. No ano, isso significa uma economia de R$ 5 milhões.

Hoje para instalar um sistema de cerca de 300 kWp (quilowatt-pico, quanto o painel gera quando o sol está mais forte), uma empresa vai gastar cerca de R$ 1,1 milhão, segundo o Portal Solar - site que inclui a cadeia de geração solar. Mas, em grandes companhias, esse valor é proporcionalmente maior.

Na Usina Capim Branco, de 5 MWp, construída pela CPFL Soluções para atender à Algar Telecom, o investimento foi de R$ 21,7 milhões. A unidade representa 18% do seu consumo total, com economia de 10% na conta. No grupo, as primeiras iniciativas com energia solar começaram em 2013, com a instalação de 28 painéis na sede em Uberlândia (MG).

De lá para cá, a companhia não só investiu na usina como também comprou uma startup de energia fotovoltaica. "Temos planos de aumentar a participação da energia solar na empresa. A temática da sustentabilidade é muito importante", diz o diretor da Algar Telecom, Luis Lima.

Revés

A onda de investimentos, no entanto, pode sofrer um retrocesso, avalia a Absolar. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu rever as regras de microgeração solar. Em meados do mês passado, a agência colocou em consulta pública uma proposta pela qual o dono de um sistema fotovoltaico passaria a pagar encargos e custo da rede de distribuição, o que não ocorre hoje.

Para a Absolar, a proposta poderá reduzir em mais de 60% a economia de quem investe em geração. O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, discorda. Para ele, as medidas tentam equilibrar a expansão de forma a não onerar os demais consumidores da rede.

Fonte vai abastecer escritório de Furnas

A estatal Furnas, uma das maiores geradoras hidrelétricas do País, está construindo três unidades fotovoltaicas na área da Hidrelétrica Anta (RJ/MG). Com capacidade de 3 MW, as unidades vão abastecer 40% do consumo do escritório central da empresa.

 

Residencial responde por mais de dois terços das instalações no País

Responsáveis por 75% dos sistemas instalados no Brasil, os consumidores residenciais ganharam independência com a energia solar. Além do apelo ambiental, muitos investiram na fonte de energia como uma forma de reduzir a escalada da conta de luz, que nos últimos anos não deu trégua para o consumidor brasileiro.

Hoje, para instalar um sistema solar numa residência média, com quatro pessoas, o consumidor vai gastar cerca de R$ 20 mil.

Ainda não é um custo que esteja ao alcance da maioria dos brasileiros, mas os prognósticos para o futuro são positivos uma vez que a tecnologia tem barateado os equipamentos. Na verdade, já houve uma redução dos preços, mas anulada em parte pela alta do dólar.

Para o aposentado Abel Tavares, a instalação de um sistema solar em sua casa sempre fez parte de um sonho. Na primeira oportunidade que teve, não titubeou e contratou uma empresa para fazer sua "miniusina" solar. Comprou 12 placas e as instalou no telhado de casa, no Planalto Paulista, em São Paulo. Investiu R$ 30 mil e há um ano consegue gerar um terço do que consome.

Mas ele tem planos de comprar mais 18 placas e aumentar essa geração. "Minha ideia é zerar a conta." O investimento, no entanto, vai depender das mudanças que a Aneel pretende fazer nas regras para microgeração de energia solar. "Se for incluir todos os encargos, pode ser que o retorno do investimento demore muito e o projeto fique inviável", diz Tavares.

O médico Luís Salvoni corre para ter a homologação de sua conexão antes das mudanças regulatórias. O sistema de geração solar foi um dos requisitos na construção de sua nova casa em Santana de Parnaíba, a 41 quilômetros de São Paulo. Os 15 painéis instalados no telhado da residência deverão abastecer quase 100% do consumo da casa, quando a distribuidora fizer a conexão do sistema.

A opção pela energia solar teve motivos financeiros e ambientais. "É uma energia mais limpa, mas também evita as variações das bandeiras tarifárias, que encarecem a conta." O investimento total do sistema foi de R$ 40 mil, que deve se pagar em cerca de cinco anos; a expectativa é que as placas produzam 600 kW por mês. Em toda a residência, priorizou a aparelhagem elétrica - do forno ao aquecimento do chuveiro.

Potencial

Para o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, o apelo da sustentabilidade, aliado à redução da conta de luz, tem potencial para turbinar a capacidade instalada no Brasil em pouco tempo. Hoje, o País está distante dos maiores geradores solares do mundo. Mas, em 2018, ficou próximo dos dez maiores investidores em solar, com 1,2 mil MW instalado - a Holanda, 10.º maior investidor em 2018, instalou 1,3 mil MW. O maior produtor é a China, com 176,1 mil MW - mais que toda a potência instalada no País, em todas as fontes de energia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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