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Horas depois de o principal atleta brasileiro da categoria +80kg tratar a chance de Anderson Silva disputar a Olimpíada como uma "piada", o lutador de MMA se pronunciou pela primeira vez sobre o caso. Em postagem na rede social Instagram, o ex-campeão dos médios do UFC afirmou que está "a anos luz" dos seus rivais, mas prometeu que vai se dedicar ao máximo pelo sonho de lutar tae kwon do no Rio-2016.

"Sei que estou totalmente fora de forma, pois não treino há muito tempo, mas estou disposto a tentar. Vou treinar muito como sempre fiz e tentar índices (sic) para os Jogos Olímpicos. Estou em outro nível. Os atletas olímpicos são praticamente super atletas, que estão a anos luz de qualquer um. Mas eu vou sim sair da minha zona de conforto e tentar. O pior que pode acontecer é eu não conseguir resultados satisfatórios. Ao menos eu vou ter a certeza que vou tentar", escreveu Anderson ao republicar vídeo postado mais cedo, treinando tae kwon do.

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No começo da tarde, Guilherme Felix, número 18 do ranking mundial da categoria na qual Anderson Silva lutaria, mostrou que os atletas da modalidade não digeriram bem a possibilidade de o atleta de MMA, suspenso por doping, participar da seletiva olímpica.

"Vamos parar com a brincadeira! Eu e a maioria dos atletas de tae kwon do estamos cansados dessa polêmica do Anderson Silva dizer que vai tentar vaga pros Jogos Olímpicos. Não tenho nada contra ele e nem o conheço pessoalmente, mas esse tema é motivo de piada. Ele (Anderson Silva) pode tentar, assim como qualquer um devidamente filiado e regularizado pode tentar. Muitos levando isso a sério, mas pra mim não passa de brincadeira, marketing pessoal dele. Todos estão falando de forma cautelosa, eu cansei. Se ele quer mesmo disputar a vaga pros Jogos, que venha. O risco é dele e acho que vai ter que se preparar muito pra não passar vergonha. Estou ansioso! Aqui não vai ter mais piadinha e brincadeira com coisa séria", postou Guilherme, no Facebook. O atleta chegou a retirar o texto minutos depois, mas voltou a postá-lo após cerca de uma hora.

ENTENDA - Na segunda-feira, a Confederação Brasileira de Tae Kwon do (CBTKD) publicou carta de Anderson Silva ao presidente da entidade, Carlos Fernandes, em que afirma ter vontade de disputar os Jogos do Rio-2016 e se coloca à disposição. No texto, o lutador rasga elogios ao cartola, que não tem apoio da maioria dos atletas da modalidade.

Antes, na quinta-feira da semana passada, a CBTKD havia anunciado que um dos quatro convites aos quais o Brasil tem direito no tae kwon do olímpico como dono da casa será utilizado na categoria +80kg. Assim, Anderson Silva não precisaria obter a classificação pelos critérios regulares - terminar o ranking olímpico entre os seis primeiros do mundo.

A CBTKD, porém, não explicou se Anderson, que sequer é filiado à Federação Internacional de Tae Kwon Do (WTF, na sigla em inglês), entraria zerado na disputa interna pela vaga, tendo que começar pelos campeonatos estaduais até chegar à seleção e, só depois, lutar contra os melhores atletas da categoria. Fora da seleção de 2015, ele não tem como obter pontos no ranking olímpico para passar Guilherme Felix, por exemplo.

A comissão técnica ainda não definiu como será a seletiva olímpica, mas o técnico da seleção, Fernando Madureira, afirmou à reportagem que pretende que os dois ou três melhores atletas de cada categoria façam "pelo menos" duas ou três rodadas de lutas entre eles. Além de Guilherme Felix, disputam o posto Maicon Andrade (vencedor da seletiva nacional) e Lucas Ferreira (responsável por garantir um brasileiro da categoria no Pan).

De qualquer forma, para ter direito a convite, Anderson Silva precisaria cumprir os requisitos exigidos pela WTF (federação internacional). O primeiro deles: receber uma licença de lutador de tae kwon do. Depois, precisa de resultados. Pelo menos um da seguinte lista: medalhista de uma competição da WTF (federação internacional), chegar em algum momento entre os 20 melhores do ranking olímpico, ficar entre os 16 melhores do Mundial, avançar às quartas de final do Campeonato Pan-Americano ou ganhar o Campeonato Brasileiro. Tudo isso até abril de 2016.

Anderson Silva está provisoriamente suspenso por doping pela Comissão Atlética de Nevada (NAC), depois de ter testado positivo para anabolizantes (duas vezes) e ansiolíticos em pelo menos três exames, um antes da luta contra Nick Diaz, no UFC 183, e dois no dia do combate.

Caso seja punido pela Comissão Atlética de Nevada (NAC), Anderson Silva fica suspenso de lutar pelo UFC. A entidade, porém, trabalha com regras diferentes da Wada (Agência Mundial Antidoping) e por isso a CBTKD entende que Anderson poderia participar normalmente de competições de tae kwon do.

Não será o currículo de grande nome do MMA que levará Anderson Silva para a Olimpíada. Se o ex-campeão dos médios do UFC quiser disputar os Jogos do Rio, em 2016, vai ter que participar de todo o processo seletivo definido pela Confederação Brasileira de Tae Kwon Do (CBTKD), o que inclui vencer os principais brasileiros da categoria +80kg em pelo menos duas rodadas de lutas. É isso que garante o técnico da seleção brasileira, Fernando Madureira.

"Ele vai ter que passar pelo processo seletivo. Já praticou tae kwon do, tem boa qualidade física, histórico de luta muito bacana. Para ir para a Olimpíada, vai depender de entrar no sistema de seletiva nosso e ganhar dos caras", diz o treinador, informado pelo site da CBTKD do pedido de Anderson Silva para entrar na disputa de uma vaga olímpica.

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A confederação tem sido muito rígida com os critérios que ela mesmo impôs. O exemplo mais claro é Guilherme Dias. Bronze no Mundial de 2013, ele não conseguiu bater o peso (68kg) para disputar a seletiva da seleção brasileira, duas semanas depois de, pela seleção, garantir vaga ao Brasil no Pan de Toronto. Mesmo sobrando como melhor do País, está fora da equipe, não vai ao Mundial e por isso terá enormes dificuldades de obter a vaga olímpica como um dos seis melhores do ranking.

Se não abre exceção nem para um atleta medalhista mundial, que ficou de fora da seleção por não bater o peso, não haveria por que ser complacente com um lutador vindo de fora. "Ninguém vai abrir exceção por causa de nome. A gente vai seguir regras e critérios", garante Madureira, explicando que pode haver uma alteração em alguns dos critérios, mas exatamente para privilegiar quem já tem bom ranking.

Para chegar à seleção, Anderson terá, assim, que vencer torneios menores para ser convocado à seletiva nacional. Se entrar na seleção e conseguir bons resultados, vai ter que participar de "duas ou três" rodadas de lutas contra os melhores da categoria, provavelmente Guilherme Felix (18º do ranking mundial), Maicon Andrade (vencedor da seletiva nacional) e Lucas Ferreira (responsável por garantir um brasileiro da categoria no Pan).

A isso, ainda se somam os critérios exigidos pela WTF (federação internacional) para que um atleta brasileiro possa lutar na Olimpíada com um dos quatro convites destinados ao país sede. O primeiro deles: receber uma licença de lutador de tae kwon do. Depois, precisa de resultados. Pelo menos um da seguinte lista: medalhista de uma competição da WTF (federação internacional), chegar em algum momento entre os 20 melhores do ranking olímpico, ficar entre os 16 melhores do Mundial, avançar às quartas de final do Campeonato Pan-Americano ou ganhar o Campeonato Brasileiro. Tudo isso até abril de 2016.

Madureira garante ter sido coincidência o fato de, na quinta-feira passada, o conselho técnico da seleção definir que um dos quatro convites aos quais o tae kwon do brasileiro tem direito nos Jogos será destinado à categoria +80kg, exatamente aquela na qual Anderson Silva se encaixa, e a publicação, nesta segunda-feira, da carta na qual o lutador se coloca à disposição do País e revela o sonho de disputar a Olimpíada.

"Acho que não (tem a ver), porque ele não tinha feito contato ainda. O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) já estava pedindo planejamento. A gente ainda acha meio cedo para apresentar alguma coisa, mas adiantamos isso", explica o treinador. Ele não nega, entretanto, que recebeu com felicidade a notícia de Anderson Silva, especialmente pela "mídia" que o lutador pode trazer à modalidade.

O ajuste fiscal está chegando a obras públicas importantes. Segundo a Agência Estado apurou, a empresa responsável pela construção do Complexo Esportivo de Deodoro está desmobilizando a obra. Nesta quarta-feira, 550 funcionários estão recebendo aviso prévio - o que representa quase metade dos operários da obra. A partir da próxima semana, o restante da equipe, formada por operários em fase de experiência, também começará a deixar o canteiro. A expectativa é de que a obra possa parar nos próximos trinta dias.

A reportagem teve acesso à ata da reunião em que o consórcio comunicou sua decisão à Prefeitura do Rio de Janeiro, ao Ministério dos Esportes, à Caixa Econômica Federal (CEF), entre outras entidades.

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Nesta quinta-feira, outros 450 operários, de um total de 700, que constroem o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista também receberão aviso prévio. A obra é realizada pelo governo do Estado de São Paulo.

A CEF, responsável pelo financiamento das obras, não vem transferindo o dinheiro para a prefeitura e para o governo estadual. O contrato do Complexo de Deodoro foi assinado em agosto e, desde então, foi feito apenas um pagamento. Quase R$ 80 milhões ainda não foram repassados ao consórcio.

O complexo será palco de 11 modalidades olímpicas e quatro paralímpicas durante os Jogos de 2016. O atraso na licitação do projeto, cujas obras começaram só em julho do ano passado, foi motivo de preocupação constante do Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Já no VLT da Baixada Santista, as transferências foram interrompidas em outubro do ano passado e os repasses atrasados já somam cerca de R$ 30 milhões.

Segundo fontes ouvidas pela Agência Estado, a Caixa vem postergando sucessivamente os pagamentos, sem explicar as razões. Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o banco confirmou que não faz repasses para os consórcios responsáveis pelas obras, mas para a prefeitura do Rio e o governo do Estado de São Paulo. Em nota, informou que "existem recursos disponíveis para liberação na conta" dos dois empreendimentos.

E reiterou: "Das medições apresentadas, todas as etapas de obra estão com documentação regulamentar (projetos analisados, orçamentos, cronogramas e medições) e tiveram suas liberações de recursos efetuadas. Para as etapas de obras que tiveram projetos alterados, a Caixa aguarda a regularização da documentação para que possa analisar e liberar os recursos."

O consórcio do Deodoro é composto por Queiroz Galvão e OAS. Já o do VLT é formado pela Queiroz Galvão e pela Trail Infraestrutura.

As construtoras Queiroz Galvão e OAS são investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo fontes ouvidas pelo Estado, no entanto, o contingenciamento dos recursos estaria ligado à necessidade do governo de fazer o ajuste fiscal e não à operação da PF. Especialistas em contabilidade pública afirmam que boa parte da economia do governo terá de vir de corte de investimentos em obras públicas como essas.

A demora de um acordo sobre a utilização do Itaquerão na Olimpíada do Rio pode prejudicar os torcedores que pretendem comprar ingressos para as partidas de futebol em São Paulo. As duas primeiras fases de venda, que começou nesta terça-feira, terão sorteio e permitem que os ingressos sejam parcelados em até cinco vezes no cartão de crédito.

Se a definição da sede paulista do futebol não ocorrer até julho deste ano quando está previsto o fim da inscrição para sorteio, os interessados em assistir as partidas só poderão adquirir os bilhetes na venda direta, em outubro, quando o pagamento será efetuado apenas à vista.

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"Esses ingressos estão sendo vendidos a preços bem acessíveis", declarou Donovan Ferreti, diretor responsável pela área dos ingressos do Comitê Rio-2016, tentando amenizar um possível problema. Os bilhetes mais em conta custam R$ 40, para a etapa preliminar do futebol feminino.

O impasse ocorre porque o Corinthians, embora tenha disponibilizado o estádio, já avisou que não vai custear as adequações pelas quais ele precisa passar para receber a Olimpíada. As intervenções são estimadas em cerca de R$ 30 milhões. A direção do clube, a Prefeitura de São Paulo e o Comitê Rio-2016 estão negociando para viabilizar o estádio.

"Não há o menor interesse do Comitê Rio-2016 em prejudicar os torcedores. Nós estamos tranquilos que vai ser resolvido antes (do fim das fases de sorteio)", afirmou o diretor de comunicação do Comitê Rio-2016, Mario Andrada. "Mas, se infelizmente não conseguirmos, faremos venda direta. Não temos plano B, queremos São Paulo."

A cidade do Rio recebe investimentos de R$ 17 bilhões em projetos para ampliar o deficiente sistema de transporte até a Olimpíada, mas especialistas avaliam que a escolha da Barra da Tijuca como destino do parque olímpico e da maioria dos recursos reforça um modelo de cidade excludente, que não beneficia a maioria da população.

O maior investimento é no metrô, com uma linha de 16 quilômetros que vai ligar Ipanema, na zona sul, à Barra, na zona oeste, ao custo de R$ 10,5 bilhões. Para o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), teria sido muito mais importante e barato transformar os principais ramais dos trens suburbanos em metrô de superfície com estações de qualidade.

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"O que leva a prefeitura a priorizar investimentos públicos em mobilidade urbana direcionados exclusivamente à Barra da Tijuca, que tem apenas 300 mil habitantes? Uma simples reformulação do sistema ferroviário, possibilitando a sua integração ao metrô, beneficiaria mais de quatro milhões de pessoas que vivem nos subúrbios cariocas e outras tantas que moram na Baixada Fluminense, deixando um legado muito mais proveitoso para a cidade e sua população", avaliou o arquiteto e urbanista Luiz Fernando Janot, integrante do Conselho Superior do IAB.

Para Janot, "interesses imobiliários se sobressaem aos da maioria da população". Ele defendia que os Jogos fossem realizados na região portuária.

Para a diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, Clarisse Linke, os projetos de mobilidade reforçam dois modelos de cidade que competem entre si. "Havia uma expectativa de que fosse priorizado o modelo de cidade densa e compacta, investindo na região central e na zona norte, mais populosa, mas optou-se por continuar a incentivar a expansão para a Barra da Tijuca e a Baixada de Jacarepaguá". Segundo ela, a oportunidade trazida pela Olimpíada não foi plenamente aproveitada. "O que vai ser entregue é um começo, não será o fim de nada". Para Clarisse e Janot, houve falta de diálogo com a população.

O governo estadual afirma que cinco estações de metrô ficarão prontas para a Olimpíada. A da Gávea, porém, foi retirada do cronograma e só deverá ser concluída em dezembro de 2016.

BRT - A prefeitura apostou na construção de 150 km de corredores exclusivos para ônibus expressos, um investimento de R$ 5,7 bilhões. Os quatro BRTs partem da zona oeste, sede dos Jogos. Aqueles que já ficaram prontos têm apresentado problemas como superlotação em horários de pico, acidentes e atropelamentos - pelo menos 22 pessoas morreram desde 2012. De acordo com a prefeitura, os BRTs transportarão 1,4 milhão de pessoas por dia.

O centro e a região portuária vão receber um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), obra de R$ 1,2 bilhão. Formado por empresas que já dominam os serviços de barcas, metrô, trens e ônibus na cidade, o consórcio vencedor vai explorar o sistema por 25 anos. A prefeitura diz que o equipamento, com 28 quilômetros de linhas, poderá transportar até 285 mil pessoas por dia.

O plano para a avenida Rio Branco, por onde passará o VLT, já mudou algumas vezes. Em 2010, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) anunciou que a via seria transformada em "parque urbano" e interditada para carros, motos e ônibus. Depois, recuou e disse que só o trecho final, perto da Cinelândia, seria fechado. Agora, o projeto prevê que ônibus circulem em duas faixas no sentido Praça Mauá-Aterro do Flamengo.

SEM LUXO - O presidente da Empresa Olímpica Municipal (entidade responsável pela gestão das principais construções da Olimpíada), Joaquim Monteiro de Carvalho, disse à reportagem que os projetos não se destacam pelo luxo ou beleza arquitetônica e sim por serem "enxutos" e funcionais. "São realistas com as necessidades do País. Ninguém está desenvolvendo arenas para ganhar prêmio de design".

O gasto com as obras para a Olimpíada, segundo dados publicados em janeiro na Matriz de Responsabilidades, está estimado em R$ 37,7 bilhões - valor bem inferior aos R$ 121 bilhões que foram investidos pela Rússia para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, no ano passado. De acordo com Joaquim, uma das vantagens do Rio é que 55% das instalações esportivas já estavam prontas. Ele se refere ao Maracanã, sambódromo, Maracanãzinho, Riocentro e Engenhão.

O custo total da Olimpíada pode ser dividido em três partes: R$ 24,1 bilhões são destinados às obras de infraestrutura e bancados pelos cofres públicos; R$ 6,6 bilhões serão consumidos na construção e reforma dos locais de competição (R$ 4,24 bilhões da iniciativa privada e R$ 2,37 bilhões do setor público); e R$ 7 bilhões é a previsão de arrecadação do Comitê Rio-2016 junto à iniciativa privada para custear a operação.

Ele enfatiza que o que diferencia os Jogos do Rio dos de Londres (2012) é a diversidade das áreas de competição. Na capital inglesa, foi priorizada a revitalização de um bairro mais carente e periférico. "Não estamos privilegiando somente uma região agora. Isso é um ganho para toda a cidade".

O Corinthians aceitou ceder seu estádio para receber partidas dos torneios masculino e feminino de futebol da Olimpíada de 2016. No entanto, deixou claro que não gastará um centavo sequer por conta da competição. A decisão ocorreu numa reunião encerrada no início da tarde desta segunda-feira em São Paulo. No entanto, ainda não está totalmente batido o martelo sobre a participação da cidade nos Jogos, pois isso depende de um acordo sobre quem arcará com os custos das estruturas temporárias necessárias para o Itaquerão.

A reunião teve a presença de representantes do clube, do Comitê Rio-2016, do Ministério do Esporte, da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual. A CBF e a Federação Paulista de Futebol também estiveram representadas. "Estamos avançando. Todas as partes saíram com uma liçãozinha para fazer", disse uma pessoa ligada à organização dos Jogos.

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Essa "liçãozinha" nada mais é do que o estudo das estruturas temporárias, os custos e quem vai arcar com o quê. Para a Olimpíada, é preciso a colocação de algumas tendas para receber o pessoal de apoio, equipamentos de segurança e, no caso do Itaquerão, adaptação nos vestiários para que possam ser utilizados pelas jogadoras das seleções de futebol feminino.

O valor que será gasto ainda não está fechado, mas o comitê acredita que ficará bem abaixo dos R$ 30 milhões que têm sido divulgado. Nos próximos dias, talvez ainda esta semana, deverá haver definição, pois a intenção do Comitê Olímpico Internacional (COI) é ter uma decisão sobre as sedes no fim do mês.

A Prefeitura deverá buscar parceiros para pagar a parte pela qual ficará responsável. O estado poderá fazer o mesmo. Há, ainda, a possibilidade de o Comitê Rio-2016 e o governo federal, por meio do Ministério do Esporte, colocarem algum recurso. A cidade de São Paulo deverá receber 10 ou mais jogos das competições de futebol da Olimpíada.

Como faz todos os anos, Joaquim Cruz veio para o Brasil para uma breve passagem nos últimos dias. Desta vez, o ex-corredor teve um motivo bem especial: lançar Matador de Dragões, a sua biografia, escrita por Rafael de Marco.

Campeão olímpico dos 800 metros em 1984, em Los Angeles (Estados Unidos), Joaquim Cruz é técnico no Centro de Treinamento de Chula Vista, na Califórnia - ele vive lá há mais de 30 anos. Além de falar de seus atletas norte-americanos, contou um pouco sobre o projeto Rumo ao Pódio Olímpico, criado quatro anos atrás, em Brasília, com o objetivo de revelar atletas para os Jogos Olímpicos de 2020.

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Às vésperas da Olimpíada e Paralimpíada do Rio, Joaquim Cruz mostra preocupação com a falta de cultura esportiva no País e com a pressão que os atletas vão enfrentar. "Espero que não ajam como os do futebol, como todo mundo chorando na hora do Hino Nacional".

Agência Estado - Como surgiu a biografia?

Joaquim Cruz - Em 2000, o Sérgio Coutinho Nogueira, diretor do clube BM&F Bovespa, me apresentou a ideia. A gente ia lançar próximo da Olimpíada de 2004 e não deu. Veio 2008, não deu e em 2012 também não. Mas aí falei que agora tinha que sair. Quando começaram as entrevistas, descobri coisas que não sabia. Ouvindo a história contada pela minha mãe, descobri que meus sonhos não começaram comigo, mas com ela. Ela saiu de Corrente, no Piauí, com cinco filhos e passou 14 dias num pau de arara para chegar em Brasília. Se ela não tivesse tomado certas decisões, o Joaquim corredor jamais teria existido.

AE - O livro se chama Matador de Dragões. Quais foram os que você abateu?

Joaquim Cruz - Foram vários. No início da minha carreira, com 14 e 15 anos, eram eles que me abatiam. Desenvolvi uma úlcera nervosa porque não sabia controlar meus dragões internos. Ao longo dos anos aprendi a gerenciar minha ansiedade, os meus dragões, porque eles eram mentais. Fui um atleta muito intenso, sofria com isso.

AE - Quais são suas atividades nos Estados Unidos? Continua dedicado ao esporte?

Joaquim Cruz - Meu trabalho principal é com os paralímpicos. Estou com nove atletas, trabalhando praticamente com todas as classes. Tenho cadeirantes, cegos, PC (paralisia cerebral) e amputado. A maior dificuldade é convencê-los a serem atletas 24 horas por dia e não só no momento em que estão comigo. E, como estou no centro e sou um campeão, o USOC permite que alguns atletas de meio-fundo trabalhem comigo. Tenho dois atletas convencionais lá, embora o centro seja especializado em arremessos, lançamentos e provas combinadas.

AE - E você ainda cuida dos projetos no Brasil.

Joaquim Cruz - Em toda a oportunidade que tenho, vou visitá-los. Na terça-feira, estive com a equipe do Rumo ao Pódio Olímpico. Não foi um encontro muito positivo porque coloquei pressão no pessoal. Estou na fase de criar uma cultura de vencedores. Infelizmente só temos uma cultura, a do futebol. O Brasil perdeu a Copa, e perdeu feio, mas antes ninguém pensava que o Brasil poderia chegar em segundo lugar porque só existe o primeiro. No atletismo, ninguém pensa assim. Nos Estados Unidos, eu só falo sobre pódio. Aqui não se fala em preparar o atleta para ganhar medalha.

AE - Que perspectivas você vê para o atletismo brasileiro em 2016?

Joaquim Cruz - Esse é o ano do Mundial de Atletismo, que será na China, em agosto. Em setembro, vamos ter uma ideia do desempenho no ano que vem. Quem não chegar às finais agora dificilmente vai chegar em 2016. E quem for sétimo, oitavo, dificilmente vai ao pódio. Em 1983, fiquei em terceiro no Mundial e terminei o ano como terceiro do ranking. Foi um impulso para eu me preparar para a Olimpíada - eu já estava no pódio, só tinha que melhorar minha posição. É assim que tem sido. Nós temos a Fabiana Murer, do salto com vara. Se ela conseguir se manter saudável, pode corrigir o erro que cometeu em Londres. Os outros, vai ser muito difícil.

AE - Além dessa falta de cultura, os atletas vão ter a cobrança da vitória. Como lidar com isso?

Joaquim Cruz - O atleta já está enfrentando essa situação, desde agora. Em Los Angeles foi difícil mas, antes da prova, não pensava no Brasil, estava completamente desligado disso. Agora, no Brasil, não tem como. Não sei se a mídia e a família vão dar sossego. Não sei como a torcida brasileira vai se comportar. O brasileiro, infelizmente, não conhece muitos esportes. Os nossos atletas vão ter muita pressão e espero que eles não ajam como foi no futebol, com todo mundo chorando na hora do Hino Nacional, deixando escapar aquela emoção, aquele fogo que você tem que manter e usar no momento certo. O campeão olímpico é quem tem controle total das emoções.

AE - Campeão olímpico, você ainda gosta de correr?

Joaquim Cruz - Tento correr todos os dias, não é obrigação. Corro para poder comer. Engordei uns sete, oito quilos e tenho 52 anos, né? Também não entro mais na quadra de basquete porque não quero me machucar. Então fico nas minhas corridinhas, fazendo um peso, e de vez em quando sirvo de guia para os meus cegos.

Faltam 1.000 dias para os Jogos do Rio 2016. Pode parecer muito tempo para quem deseja acompanhar a primeira Olimpíada na América do Sul. Mas é pouquíssimo tempo para todo o trabalho que o Rio precisa realizar até a cerimônia de abertura, tanto na infraestrutura urbana quanto na esportiva. Os responsáveis por executar e gerenciar essa exaustiva tarefa mantêm o discurso de confiança de que a cidade está no rumo certo, dentro do cronograma e que o Rio entregará uma das mais bem sucedidas edições dos Jogos Olímpicos.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem outra visão. Segundo um relatório da entidade, divulgado há cerca de dois meses, várias áreas da preparação carioca estão em atraso. Mil dias é um prazo apertado para que tudo seja finalizado com tempo hábil para que os ajustes e testes de última hora sejam feitos.

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"Estamos a mil dias dos Jogos, mas nossos prazos são mais curtos do que isso. Temos de entregar nossas obras antes, para os eventos-teste. Há um cronograma, uma sucessão de entregas", diz Maria Silvia Bastos, presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), responsável por coordenar todo o trabalho de preparação da cidade.

Apesar de reconhecer que é preciso agilidade, Maria Silvia garante que não há motivo para preocupação exagerada. "Tudo preocupa. Mas tudo vai ser entregue", afirma.

O COI já não tem tanta tranquilidade. No seu último relatório de acompanhamento das obras, a entidade destacou em vermelho (alvo de alta preocupação) o andamento da infraestrutura urbana, a falta de definição de uma Matriz de Responsabilidades dos Jogos, o atraso na definição de vários locais de competição e o déficit de quartos - são necessários 45 mil unidades, mas a cidade atualmente conta com cerca de 20 mil.

"Teremos os 45 mil quartos em 2016", garante Leonardo Gryner, diretor-geral de operações do Comitê Organizador dos Jogos do Rio. "Já temos os contratos para construção dos hotéis necessários. O que nos permitiu até diminuir o número de navios que precisaremos contratar como opção de hospedagem."

Desde a divulgação do relatório, houve avanços, mas com estouro dos prazos anteriormente prometidos ao COI. O Elevado da Perimetral começou a ser demolido na semana passada. A obra faz parte do projeto de revitalização da Zona Portuária, local que abrigará a força de trabalho da Rio/2016. Os BRTs (corredores expressos de ônibus que vão ligar os quatro grandes núcleos dos Jogos) avançam, mas sem muita margem para contratempos. A linha 4 do metrô, que ligará a zona sul até a Barra da Tijuca, é uma intervenção complexa.

Da infraestrutura esportiva, o Parque de Deodoro apenas na semana passada teve seu projeto conceitual (um esboço das instalações) fechado. Ainda faltam os projetos básico e executivo para que as obras comecem efetivamente. A situação é crítica no local, que abrigará competições de basquete, canoagem slalom, tiro esportivo, entre outros. A EOM assumiu o controle da região há menos de três meses, depois de o governo estadual pouco ter avançado em sua preparação.

"(A gestão de Deodoro) ter passado para a prefeitura foi a decisão correta, pois temos a experiência de dois anos no Parque Olímpico, que saiu do zero. Deodoro já possui algumas instalações. As obras serão mais rápidas", compara Maria Silvia, que não quis analisar a demora na troca de comando. "Pergunta para eles (Estado). Eu recebi um telefonema do prefeito dizendo que assumiríamos o local no dia seguinte e começamos a trabalhar."

No Parque Olímpico é preciso acelerar o ritmo. As obras do centro de tênis começaram na semana passada. O novo velódromo ainda está na fase de licitação. O edital da licitação do estádio de handebol vai ser lançado este mês e o do novo parque aquático no mês que vem. "Até o (fim) primeiro semestre de 2014 todas as obras do Parque Olímpico estarão em andamento", promete Maria Silvia.

O secretário nacional de esportes de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, anunciou nesta segunda-feira que o projeto executivo do novo autódromo do Rio deve ser finalizado até o fim de março. A pista será construída num terreno doado pelo Exército no bairro de Deodoro, na zona oeste.

De acordo com Leyser, o projeto está 70% pronto. A proposta básica já foi encaminhada ao governo do Estado para que possa fazer as alterações que ache necessárias. Depois, o projeto volta para ser finalizado pelo Ministério. A previsão agora é de que a licitação fique pronta até junho. As obras ainda não têm prazo para começar.

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O autódromo do Rio transformou-se em uma novela depois que a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) conseguiu barrar o edital do Parque Olímpico no antigo autódromo de Jacarepaguá, exigindo que um novo fosse construído antes que a velha casa do automobilismo carioca fosse fechada. A previsão inicial, porém, é que as obras em Deodoro seriam concluídas no ano passado, o que ficou longe de acontecer.

Nesta segunda-feira, Leyser foi um dos participantes do quarto encontro da Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Olímpicos Rio/2016, num hotel da cidade. As reuniões contaram ainda com a presidente da comissão, a marroquina Nawal El Moutawakel, o presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o diretor executivo de Jogos Olímpicos do COI, o suíço Gilbert Felli.

As reuniões seguem até quarta-feira. Para esta terça, estava prevista uma visita ao Maracanã, que pode não acontecer por conta da greve que paralisou as obras nesta segunda-feira. Os membros do COI estão no Rio desde o fim de semana passado e acompanharam o Desfile das Campeãs do Carnaval 2013, no Sambódromo. O local vai receber a chegada da maratona e as provas de tiro com arco na Olimpíada.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 vai pagar R$ 50 mil para os vencedores do processo seletivo que vai escolher os mascotes das duas competições. O edital foi aberto nesta semana, mas a previsão é que o personagem símbolo dos Jogos seja apresentado ao público apenas no segundo semestre de 2014, depois da Copa do Mundo.

"A ideia de abrir um processo seletivo é exatamente para valorizar o mercado brasileiro de animação, cinema e design e estimular a criatividade para o desenvolvimento das melhores ideias. O tema para a criação é livre. Será selecionada a melhor proposta criativa, que atenda ao público alvo, que é o infanto-juvenil", explica a diretora de marca do Comitê, Beth Lula.

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Pelas regras do processo seletivo, que contará com a consultoria da Anima Mundi, só poderão participar profissionais e empresas brasileiras. "O Comitê espera movimentar o mercado nacional por acreditar na capacidade de criação e desenvolvimento de personagens. Profissionais liberais também poderão participar, desde que associados a alguma empresa", diz nota publicada no site dos Jogos do Rio.

Na primeira fase, são avaliadas as habilitação jurídica e técnica das empresas. Serão selecionadas até 30 candidatas para a segunda fase, quando acontecerá a reunião de briefing para o desenvolvimento das propostas. Para a terceira fase serão selecionadas até dez propostas, que deverão passar por ajustes e aprofundamentos de acordo com os interesses do Comitê.

Os mascotes depois serão submetido a pesquisas que mostrarão se existe sintonia e alinhamento com o briefing. A previsão é que entre junho e outubro de 2013 já estejam escolhidos os mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio.

A segurança da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, contará com as forças integradas dos governos federal, estadual e municipal, reforçou nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, ao responder sobre os problemas enfrentados nessa área pela organização dos Jogos de Londres.

Apesar de ter preferido não comentar as dificuldades criadas pela falha no contrato da empresa privada G4S, Nuzman sinalizou que o Brasil trabalhará a questão de forma diferente. "Cada país tem uma situação e, no Brasil, o ministério da Justiça criou uma secretaria para os grandes eventos", afirmou nesta sexta, após participar da abertura da Casa Brasil, em Londres.

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Segundo ele, vai funcionar o mesmo esquema usado nos Jogos Pan-Americanos de 2007. "Em 2002, foi decidido o sistema de unidade (entre as três áreas da administração), o que ficou claro no Pan e é assim que vamos seguir."

Nuzman contou que ainda não foram abertas as candidaturas para escolher a empresa de segurança privada que completará o trabalho no Rio. A segurança privada deve ser usada nas instalações dos Jogos pertencentes ao comitê organizador, como a Vila Olímpica. Os locais públicos ficam sob a responsabilidade das forças oficiais. "Existe uma questão de fronteira entre uma área e outra, que precisa ser trabalhada", disse, explicando que o esquema ainda está em discussão.

A empresa privada G4S não conseguirá fornecer todos os 10,4 mil guardas previstos no contrato fechado com Londres 2012. O governo teve de convocar às pressas mais 3,5 mil soldados para cobrir o buraco, fato que levanta grande polêmica no país - outros 1,2 mil soldados estão de prontidão e podem ser chamados caso a falha se mostre ainda mais grave. A segurança é um dos pontos de maior atenção em razão do risco de ataque terrorista no país.

O presidente da G4S, Nick Buckles, disse recentemente em depoimento ao parlamento britânico que a empresa havia desistido de concorrer para o contrato da Rio 2016.

Nuzman evitou qualquer crítica à organização londrina. Ao contrário, repetiu os elogios e reiterou o trabalho de parceria entre os dois países. "Os acertos (de Londres) são extraordinários e deixam um legado que vai entrar para a história dos Jogos", afirmou. "Se pudermos fazer para a cidade vencedora da Olimpíada de 2020 metade do que Londres fez por nós, já vou ficar muito feliz."

Ele contou que a parceria também se aplica à cerimônia de encerramento. O Brasil tem direito a oito minutos de apresentação, mas os detalhes são mantidos sob sigilo. Conforme Nuzman, será algo integrado à cerimônia londrina.

Sobre a expectativa de desempenho dos atletas brasileiros, o presidente do COB reiterou que o objetivo é praticamente repetir, em Londres, as 15 medalhas obtidas em Pequim, elevando o número de participações em finais. Para 2016, a meta é ousada: ficar entre os dez primeiros colocados.

A Casa Brasil, apresentada nesta sexta-feira à imprensa, funcionará como um "embaixada informal" do País na capital londrina. Sábado, será aberta ao público a exposição de arte e design nacionais, que funcionará até o dia 8 de setembro, com obras que pretendem mostrar que o Brasil é o "país do presente", e não mais o "país do futuro".

Baseada na Sommerset House, tradicional edifício neoclássico à beira do Tâmisa, a Casa Brasil abrigará diversos eventos nas próximas semanas. O local será inaugurado oficialmente no dia 27 de julho, data da cerimônia de abertura da Olimpíada, com a expectativa da presença da presidente Dilma Rousseff.

O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, confirmou nesta segunda-feira que não existe mais uma previsão de gastos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Na candidatura, o investimento havia sido estimado em US$ 11,6 bilhões (R$ 23,66 bilhões) para as obras de infraestrutura, e US$ 2,8 bilhões (R$ 5,7 bilhões) para a formação do Comitê Organizador.

Segundo o presidente da APO - órgão do governo federal responsável pelo acompanhamento dos preparativos para os Jogos do Rio de Janeiro -, os valores da candidatura eram uma "referência" e muitas obras ainda estão apenas na fase de projetos. Por isso não é possível estimar o custo total. Mesmo sem a definição, Fortes prometeu que os projetos vão sempre buscar o "menor valor possível".

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As autoridades brasileiras conseguiram entregar somente na semana passada ao Comitê Olímpico Internacional (COI) a Matriz de Responsabilidades, documento que detalha as obras, valores e responsáveis pelos investimentos e execução em cada nível de governo (estadual, municipal ou federal). O COI esperava a entrega da Matriz desde 2010.

MARACANÃ - O governo do Rio de Janeiro quer evitar que o estádio, sede da abertura dos Jogos de 2016 e da final da Copa do Mundo de 2014, seja administrado por um time. A secretaria estadual de Casa Civil analisa proposta de modelo de concessão do Maracanã à iniciativa privada.

Depois da análise, será realizada licitação para a escolha dos novos administradores. "Não será direcionada a clubes", disse o secretário Régis Fichtner, que também participou da reunião com o COI. Mesmo que a empresa ou consórcio vencedor firme parceria com um time carioca, o governo quer evitar "exclusividades". "O Maracanã não será a casa de um só clube, mas de todos, como sempre foi", disse.

A construção do Parque Olímpico para os Jogos de 2016, refém de uma polêmica entre a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e a prefeitura do Rio de Janeiro, pode sair do papel em 60 dias. A previsão é do consórcio vencedor do processo licitatório para a obra, anunciado nesta segunda-feira pela prefeitura e liderado pela Odebrecht e as construtoras Carvalho Hosken e Andrade Gutierrez.

O projeto do parque abrange a área onde hoje existe o Autódromo de Jacarepaguá. De acordo com a CBA, existe um acordo judicial que não permite a demolição da atual estrutura antes do início da construção de um novo autódromo. A confederação está temerosa de que a decisão da prefeitura comprometa a agenda do automobilismo deste ano. Há competições programadas já para o começo de abril e que se estendem até novembro.

Por isso, a CBA promete questionar a vitória do consórcio e acionar novamente a Justiça. O Parque Olímpico vai abrigar 50% das competições dos Jogos de 2016 e deve ocupar uma área de 1 milhão de metros quadrados. No local, já existem três equipamentos olímpicos utilizados no Pan-Americano de 2007: a Arena Multiuso, o Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo.

Ao todo, estarão em disputa 15 modalidades no parque, entre as quais basquete, judô e ginástica. As obras do Parque Olímpico devem custar R$ 1,4 bilhão - dinheiro que deverá ser empregado pelo consórcio e ainda pela União e prefeitura.

Em troca da obra, as empresas vencedoras do processo vão poder explorar economicamente áreas do entorno do parque e terão de reassentar moradores da Favela Vila Autódromo em um terreno cedido pela prefeitura. O consórcio liderado pela Odebrecht foi o único grupo a apresentar proposta para a construção do parque.

O vice-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, informou na noite de domingo que o governo do Estado e a prefeitura deverão assumir obras da Olimpíada de 2016 que caberiam ao governo federal realizar. Segundo o vice, já houve uma primeira reunião entre representantes do Estado e as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Planejamento, Mirian Belchior.

Um segundo encontro para tratar do assunto acontecerá no início de março. Pezão não explicou as razões que levariam o governo do Estado e a prefeitura a assumirem as obras, mas autoridades ligadas à Olimpíada dizem que o cronograma da parte que cabe à União está atrasado.

Pelo acordo que deve ser firmado, a prefeitura assumiria as obras do Parque Olímpico, em Jacarepaguá, e o governo do Estado ficaria com o Parque de Deodoro, ambos na zona oeste da cidade.

"A presidente Dilma pediu que as ministras conversassem com a gente para que o governo do Estado e a prefeitura toquem as obras. Imagina se vamos negar um pedido da presidente Dilma. A gente tem uma tradição de entregar (obras). Então, ela confia", afirmou o vice-governador, após chegar ao Sambódromo do Rio de Janeiro para assistir o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial.

Pezão esclareceu que os recursos das obras continuarão a cargo do governo federal. A previsão inicial dos custos dessas obras era de R$ 1 bilhão, mas deverão ultrapassar este valor em pelo menos 50%.

Ao chegar ao sambódromo, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) disse que o Estado está pronto para assumir as obras de Deodoro, desde que seja definido previamente o valor total das obras.

"Combinei com o governo federal que não quero assumir nada sem valores definidos. A presidente Dilma concorda. Primeiro vamos licitar o projeto executivo, que é mais minucioso, e a margem de erro é menor. Normalmente, no Brasil, se licita com o projeto básico, mas você começa a obra e verifica que fica mais cara. Combinamos então fazer o projeto executivo. Depois o governo federal nos passará os valores e faremos a obra com o maior prazer", afirmou Cabral.

Foi inaugurada neste domingo a primeira instalação esportiva da Olimpíada Rio-2016. Cerca de mil atletas participaram de uma corrida de 5,5 km que celebrou a entrega das obras de reforma do sambódromo. O palco dos tradicionais desfiles das escolas de samba no carnaval da cidade receberá a chegada e a largada da maratona em 2016 e também as provas de tiro com arco.

A entrega da obra agora está relacionada diretamente com o carnaval, uma vez que os antigos camarotes do sambódromo foram derrubados e quatro novas arquibancadas construídas, aumentando a capacidade de 60.000 para 72.500 lugares. A reforma custou R$ 35 milhões, levou um ano para ser realizada e, de acordo com a prefeitura, foi entregue dentro do prazo.

Para o presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, a obra mostra a integração entre a Olimpíada e o Rio. "Esta inauguração é um grande exemplo de como os Jogos estão integrados com a cidade. Além da possibilidade de realizar provas em um cenário mundialmente reconhecido, a escolha do sambódromo como local de competição oferece ao Rio de Janeiro um palco renovado e ampliado para uma de suas maiores festas populares. Para os Jogos Rio-2016, também significa ter uma instalação esportiva pronta com uma antecedência de mais de quatro anos", comemorou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, lembrou que este é a segunda obra olímpica entregue, uma vez que em setembro passado foi inaugurado o Parque dos Atletas, para ser usado no Rock in Rio. "A pouco mais de quatro anos dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro já tem duas obras prontas. Primeiro, o Parque dos Atletas. Agora, o sambódromo. O grande momento que o Rio viverá em 2016 vai consagrar este lugar que é a marca do Rio de Janeiro", disse ele.

O Comitê Organizador da Olimpíada do Rio de Janeiro de 2016 anunciou nesta quarta-feira mais um patrocinador. Trata-se da indústria automobilística japonesa Nissan, que, desta forma, tornou-se o quinto parceiro oficial dos Jogos. O novo acordo foi comemorado pelo presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman.

"Estou muito feliz com essa conquista histórica. Essa parceria reflete o valor da marca Rio 2016 e a força e atratividade do mercado consumidor brasileiro. Por reconhecer esse cenário, ao fim de seis meses de negociações com candidatos, a Nissan apresentou uma proposta com um mix consistente de produtos, serviços e aporte financeiro que demonstrou sua vontade de associação com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, provando ser o parceiro ideal nesta categoria", declarou.

Com a nova parceria, a Nissan será responsável pelo fornecimento de cerca de 4.500 veículos para transporte de atletas, oficiais técnicos, mídia, equipes operacionais, comitês olímpicos nacionais, federações esportivas internacionais, integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) e parceiros comerciais.

A patrocinadora ainda assumiu o compromisso de colaborar no processo de evolução da operação dos Jogos, através de serviços, como o treinamento de motoristas e o auxílio na logística do evento.

Assim, a Nissan tornou-se o quinto parceiro nível 1, o de patrocinadores oficiais, da Olimpíada. Além dela, estão nesta lista Bradesco, Bradesco Seguros, Claro e Embratel. Há ainda um patrocínio de nível 2, que corresponde a apoio, por parte da Ernst & Young Terco.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Exército assinaram nesta quinta-feira um protocolo de intenções para a utilização da Escola de Educação Física (EsEFEx), na Urca, na zona sul do Rio de Janeiro, como centro de treinamento de parte da delegação brasileira para os Jogos de 2016. O acordo é uma extensão da parceria entre as entidades, que começou com a militarização de atletas de ponta para a disputa - e consequente conquista do 1.º lugar - dos Jogos Mundiais Militares deste ano, realizados na capital fluminense.

A EsEFEx, que fica dentro da Fortaleza de São João, terá capacidade para receber 14 esportes dos 28 que serão disputados nos Jogos do Brasil como atletismo, judô, esgrima, vôlei e todos os esportes aquáticos. Os demais esportes ficarão em centros "pulverizados". "É o único centro de treinamento do mundo com duas praias e aos pés de um dos maiores símbolos do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar", disse o superintendente de Esportes do COB, Marcus Vinícius Freire.

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O Forte conta com um alojamento de 140 leitos e outro, com 120, está sendo construído com recursos do Exército. O COB espera que a delegação brasileira comece a treinar na EsEFEx em julho do ano que vem, logo após a Olimpíada de Londres. "Aqui será a casa do esporte olímpico brasileiro e a base de preparação do Time Brasil", disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

O espaço será usado também durante os Jogos de 2016. O superintendente do COB comparou a EsEFEx ao centro esportivo Crystal Palace, em Londres, que será a base de treinamentos da delegação brasileira durante a Olimpíada do ano que vem. Até 2016, os alojamentos serão compartilhados com o Exército, mas, durante os Jogos do Rio, serão de exclusividade do COB.

COPA - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que participou da cerimônia, disse que fez "várias ligações" ao líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), para pedir a aprovação da Lei Geral da Copa ainda este ano. "Nunca imaginei que fosse fácil, mas é um desafio do Congresso e creio que a Câmara se desincumbirá dessa tarefa à altura da expectativa do Brasil", disse.

A Autoridade Pública Olímpica (APO) foi transferida do Ministério do Planejamento para o Ministério do Esporte. A decisão, anunciada nesta quinta-feira, é vista como uma forma de prestigiar o novo ministro, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Fontes do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016 não gostaram da mudança por achar que a APO ligada a um ministério da equipe econômica ganharia mais credibilidade e autonomia para decidir sobre investimentos.

Nesta quinta, Aldo Rebelo reuniu-se com o presidente da APO, Márcio Fortes. Com a transferência "determinada pela presidente Dilma", como anunciou Aldo, o Ministério do Esporte passa a coordenar os grandes eventos esportivos internacionais do país: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

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A APO é um consórcio público formado pelo governo federal, governo do estado do Rio de Janeiro e prefeitura do Rio de Janeiro. A Autoridade deve coordenar os serviços públicos, a implementação e a entrega de toda a infraestrutura necessária à organização e à realização dos Jogos. A criação do consórcio foi uma das garantias oferecidas pelo Brasil ao COI durante a candidatura da cidade para sediar os Jogos Olímpicos.

Para Aldo Rebelo, a vinculação com o Ministério do Planejamento justificava-se na fase de estruturação da APO. "Já no processo seguinte, de execução das tarefas, seria mais natural que fosse transferida para o Ministério do Esporte, que também coordena o Comitê Gestor da Copa do Mundo".

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