Salvador - Na capital da Bahia, 1,3 milhão de pessoas, que ultilizam do transporte público, são atingidas pela greve dos Rodoviários, deflagrada na quarta-feira (23). Muitos trabalhadores, para não faltarem ao trabalho, tiveram que apelar e pegar taxis, vans e kombis que rodam cladestinamente, e no momento do movimento grevista abusam no custo da tarifa.
Outros trabalhadores contaram com a colaboração de transportes dos empregadores , ou tiveram que aderir a superlotação nos 278 micro-ônibus, do sistema especial de transporte complementar da Prefeitura de Salvador, que segundo a Transalvador rodará durante a greve.
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Dos 2.798 coletivos do transporte público de Salvador, nenhum saiu das garagens, apesar da determinação judicial, para que 40% da frota continuasse a circular aumentando para 60% nos horários de pico. A multa pelo descomprimento dessa ordem é de R$ 50 mil por dia.
Em nota, no site oficial, o diretor do Sindicato dos Rodoviários (Sintroba), Hélio Ferreira, declarou que a paralização é uma greve pacifica, sem registro de qualquer incidente. “Os trabalhadores estão muito conscientes, unidos e comprometidos em fazer o movimento”. A greve conta com 18 mil rodoviários, adesão de 100% categoria, urbano e intermunicipal, segundo o Sintroba.
Os empresários dizem que tentaram cumprir com a negociação, mas os grevitas estão ameaçando atirar pedras nos rodoviários que furarem a greve, foi o que relatou, em entrevista local, o diretor do Sindicato das Empresas de ônibus, Jorge Castro.
O secretário municipal de Transportes e Infraestrutura José Mattos anunciou, em uma coletiva de imprensa, que a Prefeitura pediu o apoio da Polícia Militar (PM) para garantir aos motoristas que desejarem não aderir a greve sair das garagens com os ônibus. “O apoio garante a integridade física dos motoristas que queiram trabalhar, mas não há possibilidade de forçá-los”, afirmou Mattos.Segundo a assessoria de comunicação da PM, o trabalhadores que queiram ir às ruas serão escoltados por policiais.
Escolas - Por conta da greve, escolas e universidades estão com esquemas específicos de funcionamento, mas algumas ainda mantêm aula normal. A Universidade Estadual da Bahia funciona normalmente. Algumas instituições particulares informaram, em nota oficial, que as aulas acontecem normalmente. Já a Faculdade Maurício de Nassau e UniJorge comunicaram que as aulas estarão suspensas até que a greve acabe.
A Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) informou que as escolas da rede municipal de ensino estão funcionando normalmente, mas garante que os alunos que não puderem comparecer a instituição não terão nenhum tipo de prejuízo. Já as aulas da rede estadual de ensino estão paralisadas há 42 dias por conta da greve dos professores.
Reivindicação - A categoria reivindica reajuste de 13,8%, qüinqüênio, fim da terceirização, ticket de R$15 para 30 dias, pago também nas férias. Mas o patronato ofereceu 4,88% (calculado pelo INPC), incidindo sobre o tíquete alimentação. Para resolver o impasse, na última rodada de negociação, na sexta-feira, 18, o Tribunal Regional do Trabalho -TRT e o Ministério Público do Trabalho propuseram 8,53% incluindo o quinquênio e tíquete alimentação. A contraproposta não foi aceita pelo Sindicato das Empresas de Transportes Geral (Setps).
Em nota no site o ficial do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia), está um comunicado sobre o julgamento do dissídio dos rodoviários previsto para esta sexta-feira (25), às 14 horas. A data inicial era a próxima segunda-feira (28). A transferência foi anunciada no final da tarde desta terça-feira. O texto informa ainda que o prazo processual é de 10 dias mas foi antecipado por uma questão de urgência diante dos problemas trazidos pela greve.
Outro relato no texto é que a desembargadora Graça Laranjeira recebeu o secretário municipal de Transporte e Infraestrutura, José Mattos e o presidente da Comissão de Transportes e Trânsito da Câmara de Salvador, vereador Jorge Jambeiro.