Para quem está procurando uma recolocação, um estágio ou seu primeiro emprego, conseguir um convite para novas etapas de um processo de seleção é um passo importante e animador. Essa fase depende, em grande parte, de como é feita a primeira apresentação do candidato à vaga no momento de registrar a sua candidatura.
Nos processos seletivos mais modernos - especialmente durante a pandemia da Covid-19, que aumentou o número de seleções 100% on-line -, os profissionais podem se deparar com diversas solicitações feitas pelas empresas para ajudar a conhecer melhor cada candidato, para além do tradicional currículo. Um exemplo dessa nova realidade são as cartas de apresentação, elemento desconhecido por alguns profissionais, mas que têm espaço em processos seletivos com o tempo.
##RECOMENDA##Segundo a analista de recursos humanos da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, Rafaella Vieira Schettini, as cartas são documentos “com um breve resumo das habilidades, competências e experiências de um candidato que deseja concorrer a uma vaga de emprego". Ela complementa: "Geralmente ela é enviada junto do currículo do candidato e deve ser elaborada de forma sucinta, pois tem a finalidade de agilizar o processo seletivo”.
A finalidade de solicitar cartas de apresentação, segundo Rafaella, é ajudar a pessoa que está avaliando os candidatos à vaga. “Através do envio das cartas de apresentação, o recrutador consegue conhecer melhor o candidato e assim filtrar o perfil desejado com mais agilidade, pois ele consegue analisar de forma mais rápida se o mesmo possui as habilidades, competências e vivências necessárias para a vaga. Trata-se de um grande facilitador no processo de triagem”, explica a analista de RH.
Ikla Lima Cavalcante, 29, é psicóloga especializada em Neuropsicologia, mestre em Neurociência Cognitiva e Comportamento, bem como é professora do curso de psicologia da UNINASSAU. Ela explica que é importante os profissionais que buscam vagas estarem atentos à elaboração de cartas de motivação, pois essa forma de seleção, embora ainda seja novidade, vem se tornando mais comum. “É um pouco recente, mas que vem sendo cada vez mais implementada pelas empresas”, argumenta.
Entre as dicas para ter sucesso na elaboração de uma boa carta de apresentação que potencialize as chances de contratação, Ikla chama atenção para a boa escrita com uso correto da norma culta, além da premissa básica de todas as maneiras que um profissional tem para se apresentar em um processo seletivo: a sinceridade.
“A primeira dica seria fale a verdade. Não adianta tentar criar um perfil que não existe. Ser sincero e verdadeiro tem suas vantagens. A segunda dica seria a de muito cuidado com a escrita, atentar sempre para a escrita correta. E a terceira dica seria a conte suas experiências numa perspectiva de apresentação/exposição e nunca numa atitude pretensiosa”, diz a professora.
No que diz respeito à estrutura da carta, o consultor em recursos humanos e coordenador de treinamentos na Blackbelt It Solutions, Jessé Barbosa de Araújo, explica que ela deve trazer “um resumo das informações dos candidatos, bem como, a capacidade de ser sucinto, objetivo e direto” e também “não devem ultrapassar 15 linhas, ou seja, 3 parágrafos”.
Entre os elementos que devem estar presentes no texto, Jessé cita o nome da empresa a quem se destina a carta, nome e idade do candidato(a), sua formação acadêmica, principais competências técnicas alinhadas a vaga, características comportamentais que estejam alinhadas ao FIT Cultural ( valores e atributos da cultura organizacional) da empresa e experiências profissionais que contribuíram para a carreira e fomentam expertise na área à qual se está concorrendo.
Jessé também recomenda que os candidatos evitem o uso de gírias ou de um tom muito intimista na escrita da carta ao descrever a si mesmo(a). “A maioria das pessoas tendem a ter dificuldade no momento de construir uma carta de apresentação, pois falar de si na segunda pessoa exige uma capacidade de auto conhecimento. Tente focar nas competências, naquilo que a empresa está exigindo da vaga, assim haverá maiores chances de ser chamado para a entrevista. Atente-se na forma da escrita, evite gírias ou um texto muito intimista como se conhecesse a pessoa. Seja cordial”, recomenda o especialista.