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No primeiro mês do ano, é celebrado o mês da visibilidade trans. Em janeiro, muitas pautas são levantadas para destacar os desafios e possíveis soluções para diminuir a desigualdade e o preconceito com pessoas transsexuais e travestis. No mercado de trabalho, os desafios não são menores, mas as soluções são possíveis. 

Segundo dados do Dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras de 2021, apenas 4% da população trans feminina possui empregos formais no Brasil. A população trans enfrenta sérios obstáculos causados pela transfobia no meio social e no meio corporativo. Neste contexto, algumas empresas se posicionam com iniciativas transformadoras.

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Um dos exemplos de empresas brasileiras com estas iniciativas é a marca de telefonia TIM. A agência possui, atualmente, 35 colaboradores trans, com uma área dedicada ao programa de diversidade e inclusão, que foi incluída em 2019, ao colocar o pilar LGBT como prioritário. Dentre os projetos desenvolvidos, o “Transforma TIM” é um dos mais conhecidos por disponibilizar vagas afirmativas para pessoas trans, em áreas diversas de atuação.

Além da contratação, a firma também oferece graduação gratuita para todos os colaboradores trans, visando o dado divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transsecuais, o ANTRA, em que apenas 0,02% das pessoas trans têm acesso a uma universidade no Brasil. Atitudes ativas podem tornar o ambiente de trabalho um local menos violento com a população trans.

“Uma das principais barreiras hoje para a inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho é o preconceito. É uma população muito marginalizada, que tem muita dificuldade de acessar as oportunidades. Então a gente tem um trabalho que é integrado de sensibilização de toda a companhia, de sensibilização dos líderes e das equipes onde essa pessoa trans vai ser acolhida, vai ser incluída”, declara Alan Kido, o gerente executivo de diversidade e inclusão da TIM.

Alan Kido trabalha na área desde 2019 e defende a importância do trabalho afirmativo por parte das empresas. Para ele, os negócios são um extrato da sociedade e devem representar o aspecto social. O gerente defende que o papel das empresas é “deixar um legado positivo” para o meio que está inserida. 

“Quando a gente olha os grupos minorizados de uma forma geral, se você for observar, muito dessa não-inclusão está associado a aspectos de qualificação ou de empregabilidade, né? E as empresas não têm só um papel, mas eu acredito que essas empresas tem uma responsabilidade social de contribuir com essa transformação também da realidade do país”, afirma Kido.

O emprego não gera só uma ocupação, mas uma renda que gera dignidade e autonomia. Mesmo não sendo uma realidade na maioria das empresas brasileiras, Alan defende que o investimento em ações afirmativas no mercado de trabalho são muito válidas, seja pequena ou não, pelo poder de mudar a vida de alguém. Segundo o mesmo, estas atitudes deveriam ser “prioridade de todos”.

Profissionais que vivem as iniciativas

Dentro dos projetos apresentados, Marcela Sena e Iris Becker são, atualmente, mulheres trans contratadas pela agência de telefonia na sede de Pernambuco e contam com o suporte afirmativo e inclusivo no seu dia a dia corporativo. Iris Becker foi contratada como jovem aprendiz pela iniciativa “Transforma TIM”, com as vagas voltadas para pessoas trans. Hoje, a colaboradora é estagiária de inteligência comercial da firma.

Estagiária de inteligência comercial Iris Becker. Foto: Assessoria/TIM

Becker está no sexto período de administração e está vivendo seu primeiro estágio. A jovem conta com o apoio da companhia na formação do ensino superior, pela iniciativa de disponibilizar graduação gratuita. Ela explica que o programa é positivo para quem está entrando no mercado de trabalho, pois visa a “capacitação”. 

“Para mim é muito importante essas políticas afirmativas, (...) principalmente porque o problema sempre vai ser a falta de oportunidade, nunca capacitação. Gente capacitada a gente sempre teve. Mas principalmente agora que a gente está na era da tecnologia, a gente coloca muito em pauta essa questão de diversidade adentrando o mercado de trabalho nesse momento que está sendo revolucionário, tanto com tecnologia, inteligência artificial e muitas pessoas trans que trabalham com tecnologia”, cita Iris.

A profissional defende que práticas de inclusão no mercado se tornem mais comuns. O empreendedorismo pode se abrir para receber pessoas diversas no seu meio. Segunda ela, a falta de conhecimento está ligada com a falta de interesse das companhias em se conscientizar. Contratada pelo projeto de diversidade, a estagiária explica que as vagas afirmativas “são uma necessidade”.

“Nós trans às vezes nem conseguimos nem terminar o ensino médio, então a gente já vive uma dificuldade no background dessa história não só no mercado de trabalho, mas de vivência. Muitas acabam na rua, na prostituoição (...) Então quando a gente vê uma pessoa trans que se dar a oportunidade de estudar porque a gente não pode ajudar um pouco mais dando o excesso a ela que sempre foi negado?”, destaca Becker.

Para o futuro, Iris Becker espera continuar na área em que trabalha, além de continuar estudando para aprimorar seu conhecimento e alcançar um cargo de maior competência no futuro, como uma coordenação. Ao seu lado, Marcela Sena trabalha com Iris, na área de consultoria de relacionamento. Com 28 anos, Marcela também é uma mulher trans no mercado de trabalho.

A consultora transacionou em 2018, com 23 anos. Na época, ela tinha acabado de ser demitida de onde trabalhava e passou um ano sem emprego, vendendo brigadeiro no Marco Zero, no centro do Recife. Nas suas vendas, ela dividia sua história e sua dificuldade de conseguir emprego por ser trans. Neste contexto, as portas abertas por parte dos empregadores são essenciais para valorizar essas pessoas.

Consultora de relacionamentos Marcela Sena. Foto: Assessoria/TIM.

“Quando eu transicionei, eu imaginava [a dificuldade]. Eu anotei no caderno os pontos positivos que eu ia ter e os pontos negativos. E um deles era justamente a questão no emprego, porque a população trans no Brasil é jogada e empurrada pra prostituição, né? A gente tem aí um dado de 90% pela ANTRA de desempregos para a gente e a única oportunidade é o trabalho informal, que é a prostituição”, compartilha Sena.

A entrevistada relata que também foi empurrada para prostituição quando ficou desempregada, mas recorreu a venda de brigadeiros por não ser um mercado que ela quisesse e soubesse lidar, por medo. Hoje em dia, Marcela conseguiu uma carteira de trabalho assinada e faz graduação em criminologia. Para ela, o trabalho de inclusão empresarial é possível em qualquer empreendimento.

“Eu acho importante um treinamento de diversidade e inclusão mas não com pessoas cis, não com pessoas fora dessa vivênvia. Se você é uma empresa que está iniciando a  contratação de pessoas trans, você pode buscar referências com outras mulheres trans que a empresa vai ter conhecimento. (...) Eu acredito que o RH tem que ter esse posicionamento de procurar uma pessoa trans, dizer que quer incluir e contratar e, também, contratar essa pessoa para dar essa palestra e explicar sobre a diversidade”, especifica.

O ato de conscientizar o time de colaboradores promove que o ambiente de trabalho se torne um espaço seguro e confortável para quem chega. A consultora explica que as empresas precisam se posicionar, “no final das contas é o nome da empresa que está em jogo”. Apesar do seu começo no mercado de trabalho não ter sido amigável, Marcela se sente feliz em estar em uma empresa onde pode “ser quem quiser” e cria expectativas para seu futuro profissional:

“Eu quero seguir o cargo de liderança e quero poder ser a mais nova mulher trans que tá liderando outras pessoas, que estão ali empoderando e poder, em um dado momento, com a solicitação da empresa fazer contratação de outras pessoas trans, participar desse processo… É isso que eu quero, é isso que eu estou visando”, divide.

Em celebração ao mês da visibilidade trans, Marcela Sena pede que outras mulheres trans não percam a esperança de conseguir um emprego. “O mundo está mudando. Eu quero que outras mulheres trans entendam que aqui a gente está aberta para ajudar nesse sentido e diminuir esse dado que é tão alto de 90% de desemprego trans”.

A pesquisa “Diversity Matters Latin America”, realizada pela McKinsey & Company, sobre o estado da diversidade corporativa na América Latina, defende que a busca por melhores práticas de negócios está diretamente ligada ao compromisso com a diversidade. O que ocorre nas empresas que abraçam esse tema é que os funcionários não apenas se sentem livres para expressar quem são, mas passam a encontrar espaço para contribuir de maneiras que transcendem as expectativas convencionais. 

O estudo revela também que os funcionários que fazem parte de empresas que genuinamente adotam a diversidade têm uma probabilidade 11% maior de relatar que podem "ser quem são" no ambiente de trabalho. Isso não apenas nutre um senso de autenticidade, mas também encoraja uma participação ativa e significativa. Além disso, o levantamento observa que essas empresas têm menos funcionários que se sentem como "estranhos" no ambiente corporativo, criando um clima mais acolhedor e inclusivo. 

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Os efeitos positivos da diversidade vão além desses pontos. As estatísticas ressaltam ainda a tremenda influência da diversidade na cultura de uma empresa. Na América Latina, como menciona o estudo, a diversidade emerge como um poderoso impulsionador de práticas saudáveis e resultados excepcionais. Os colaboradores dessas empresas destacam-se por níveis substancialmente elevados de inovação e colaboração do que seus colegas em outras organizações. Os números são: 

Probabilidade 152% maior de se sentirem capacitados a propor novas ideias e explorar abordagens inovadoras; 

Probabilidade 77% maior de concordarem que a organização incorpora ideias externas para impulsionar o aprimoramento de seu desempenho; 

Probabilidade 76% maior de afirmarem que a organização valoriza e aplica o feedback dos clientes para oferecer um melhor atendimento; 

Probabilidade 72% maior de relatarem que a organização está constantemente evoluindo e aprimorando suas práticas; 

Probabilidade 64% maior de colaborarem ativamente, compartilhando insights, ideias e melhores práticas. 

O levantamento aponta também que empresas comprometidas com a diversidade não apenas se destacam em termos de inovação e liderança, mas em motivação de seus funcionários - um elemento-chave da saúde organizacional. Em tais empresas, incríveis 63% dos funcionários afirmam estarem felizes em seus cargos. Já nas organizações não comprometidas com a diversidade o resultado não passa de 31%, menos da metade.  

Além disso, os funcionários de empresas comprometidas com a diversidade demonstram maior intenção de permanecer na organização e buscar cargos mais elevados. Eles têm ainda 36% mais chances do que seus pares de outras empresas de expressarem o desejo de ficar numa mesma companhia por três anos ou mais. Investir em diversidade é uma estratégia para o sucesso a longo prazo da organização e um investimento sólido no futuro inovador e colaborativo.

 

A diversidade de público foi um dos pontos fortes na oficina de robótica, realizada na manhã deste sábado (21) no Rec’n’Play 2023, no Recife. Jovens, adultos e crianças participaram da atividade para entender o funcionamento do microcomputador Arduino, uma das ferramentas para a construção de robôs. 

Uma das participantes da oficina foi Sophia Santos, de 7 anos, que estava acompanhada do pai, o engenheiro eletricista Alberto, de 38, moradores do bairro de Jardim São Paulo, zona Oeste do Recife. Mesmo sendo uma grande novidade para ela, a pequena estava curiosa e atenta para aprender tudo sobre o tema. “Eu gosto de robô. Meu pai já me ensinou [algumas coisas sobre robótica], e eu já sabia fazer isso”, disse, apontando para o circuito montado, conectado ao computador. 

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Sophia montando o circuito com a ajuda de seu pai, Alberto. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Para seu pai é uma alegria participar do momento de aprendizado da filha, visando também o conhecimento adquirido na infância que pode contribuir no futuro. “Eu acho importante porque termina que ela conhece outros assuntos, que não envolvem só robótica, mas eletrônica, programação. É importante, eu acho, para ela poder se interessar desde pequenininha”, afirmou. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Apesar do interesse pela temática, Sophia já adiantou que quer seguir a carreira como dona de um pet show, mas já enxerga possibilidades com a tecnologia. “Eu posso fazer um robô no formato de um cachorro”, idealizou. 

Oportunidades para aprofundar conhecimentos 

Visitando o evento pela primeira vez, o cientista da computação, Nivaldo Sebastião de Melo, de 34 anos, conta que se interessou pela oficina para se aprofundar na robótica, e que já conhecia o Arduino. “Meu objetivo é ter mais conhecimento e se for uma oportunidade, desenvolver um projeto próprio para empresa. Como eu estudei muito Internet das Coisas, isso se relaciona muito”, disse o jovem. 

Nivaldo aprendeu a montar um circuito direto. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Nivaldo sofreu uma paralisia no nascimento, e é considerado uma pessoa com deficiência devido a algumas limitações motoras. Acompanhado de sua mãe, Maria Sônia, eles vieram do bairro de Jardim Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, e ficaram sabendo da oficina pela internet. “Tá muito bom aqui. É a primeira vez que eu estou participando com ele, ele pegou na internet, se inscreveu”, compartilhou Sônia. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Um dos desafios enfrentados por Nivaldo atualmente é a entrada no mercado de trabalho. Mesmo com a formação de ensino superior e pós-graduação em ciência da computação, ele ainda encontra dificuldades para ser chamado em processos de seleção. “Nenhuma empresa nunca chama ele, mesmo ele participando da seleção como pessoa com deficiência. O problema, muitas vezes, é que as empresas não sabem entrevistar e avaliar pessoas como ele, e colocam o mesmo recrutador para entrevista uma pessoa com deficiência e uma pessoa sem”, compartilhou dona Sônia. 

Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

No entanto, Nivaldo não se deixa abalar pelas barreiras impostas pelo mercado, e encontra outras maneiras de se sustentar financeiramente. Atualmente ele presta serviços como revisor de Trabalho de Conclusão de Curso para concluintes da graduação, enquanto procura oportunidades em sua área de domínio. 

 

Até o dia 18 de setembro, estão abertas as inscrições para a terceira edição dos Jogos LGBTQIAPN+ de São Paulo (SP), que acontecerão nos finais de semana de setembro e novembro. A entrada para assistir às competições é gratuita.

Os interessados em participar devem preencher o formulário de inscrição e ler o regulamentoA novidade este ano é a modalidade de Vôlei de Praia. Já o Futebol de Campo dá lugar para o Futebol de Sete. Handebol e Futsal completam a lista.

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O objetivo dos Jogos LGBTQIAPN+ é promover a inclusão; integração social; respeito à igualdade de direitos; e a convivência com a diversidade de gênero. Também conscientizar sobre a importância do esporte para a saúde física e mental. 

Além disso, o torneio possibilita o crescimento dos coletivos de esporte de diversidade, inspirando novas pessoas a praticarem as modalidades. 

Serviço - 3° edição dos Jogos LGBTQIAPN+

Vôlei de Praia | Futsal 

Data: 30 de setembro e 1 de outubro de 2023

Local: Centro Olímpico e CE Ibirapuera | CEE Mané Garrincha

Endereço: Rua Pedro de Toledo, número 1651 - Indianópolis

Futebol de Sete

Data: 7 e 8 de outubro

Local: Arena Inter. Próxima ao Metrô Tamanduateí

Endereço: Avenida Dr. Francisco Mesquita, número 1752 - Vila Prudente

Voleibol

Data: 21, 22, 28 e 29 de outubro

Local: A ser definido

Handebol

Data: 18 e 19 de novembro

Local: A ser definido

O Transtorno Espectro Autista (TEA) alcança 1 a cada 36 crianças brasileiras aos 8 anos de idade, segundo dados do Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento, do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), publicado em março de 2023. Apesar do número significativo, a inclusão destes jovens na educação, por muito tempo, não foi uma prioridade. 

“Eu tive muito pouco apoio da escola porque a escola não sabia o que ele tinha. Ninguém notava, só eu notava dentro de casa”, é o que relata Silvia Valéria Vidal, de 54 anos, auxiliar de laboratório e mãe de uma pessoa autista.

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Gabriel José Vidal Salgueiro, desde muito novo, demonstrou alguns sinais característicos do TEA, como a seletividade alimentar, dificuldade para interagir socialmente e desafios para se comunicar. Silvia conta que, apesar de notar essas atitudes, o único laudo que teve de seu filho até os seus 18 anos foi de TDAH, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

“No maternal, a professora começou a me sinalizar o fato dele não socializar. (...) Acho que até o sexto ano, ele estudou em escola particular e não tinha apoio, entendeu? A alfabetização, ele teve que repetir de ano. Eu fiz questão que ele repetisse porque eu achei que era só dificuldade de escolaridade. E ele não tinha apoio em sala de aula, muitas vezes ficava isolado”, relembra a mãe.

Silvia Vidal e seu filho, Gabriel Vidal. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá.

Hoje, com 23 anos, Gabriel completou todo o ensino médio mas ainda não consegue ler. Silvia explica que ele consegue reconhecer algumas palavras por memória fotográfica, então memorizava algumas delas. Gabriel conhece as letras e consegue transcrever todas, mas não consegue ler os sons delas juntas.

“A escola nunca esteve preparada, nunca. A que ele fez particular, eles colocaram uma estagiária sem preparo nenhum para ensinar ele, ele não se identificou com ela. Era a maior dificuldade para ele ir para escola, ele não queria. Quando ele fez o segundo grau, tinha um acompanhamento à tarde, que a professora nunca ia”, destaca Silvia.

Silvia Vidal explica que, mesmo com 23 anos, Gabriel é como uma criança de 8. Para ela, é como viver com uma criança crescida dentro de casa, que precisa de acompanhamentos, de atenção e de coleguinhas para se divertir. Silvia se sustenta com um emprego, enquanto luta para conseguir clínicas que atendem autistas adultos para levar seu filho.

Silvia Vidal e seus filhos Gabriel e Clara. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá.

“Não foi fácil não, viu? Quando eu descobri (o autismo), eu não romantizei. Eu não tive tempo de pensar em nada, eu tinha que agir e eu tinha que correr atrás do desenvolvimento dele. Tudo isso eu fiz sozinha, porque eu nunca tive o apoio do pai. Minha luta, hoje em dia, é procurar tratamento para ele. Ele precisa de fono, precisa ocupar o tempo dele, porque não tá mais indo para escola, precisa de coleguinhas para brincar”, reforça a entrevistada.

Diagnosticado aos 18 anos, o psicólogo acredita que Gabriel possui grau 3 de TEA. A mãe de Gabriel destaca que o preparo das escolas era diferente de antigamente e, quando encontra uma mãe de um autista jovem, tenta aconselhar para que o cuidado com ele não seja tão desafiador quanto o que Silvia e seu filho tiveram juntos.

“Hoje em dia, a gente tem mais profissionais, tem pessoas capacitadas para identificar. Mas na época que eu corria nas clínicas com ele, eu não via esse preparo todo, entendeu? Eu não via. Então, eu não sei se por causa do tempo, o diagnóstico dele foi tardio, talvez eu pudesse ter mais sucesso com ele, mesmo com todas as minhas dificuldades”, declarou a auxiliar de laboratório.

Os avanços da aprendizagem inclusiva

Sandra Lúcia Araújo Pimentel é mãe de Miguel Pimentel da Silva, com 9 anos atualmente, Miguel foi diagnosticado com autismo com entre os 6 e 7 anos de idade. Apesar do laudo considerado cedo, Sandra passou anos acreditando que o único diagnóstico do seu filho era apraxia da fala (AFI).

Sandra Lúcia Araújo, mãe de Miguel Araújo. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Miguel passou cinco anos sem conseguir falar e, quando começou, teve dificuldades na pronúncia de algumas letras. Essa também é uma característica do Transtorno Espectro Autista (TEA), mas Sandra não tinha conhecimento sobre estas particularidades. Foi quando decidiu colocar seu filho em uma nova escola, na Escola Municipal Severina Lira, no Recife, Pernambuco

Severina Lira possui uma prática de ensino inclusivo, com três professoras dedicadas ao Atendimento Educacional Especializado – (AEE). Este preparo ajuda mães como Sandra a conhecer seu filho e incluir ele para aprender com outras crianças.

Janira Oliveira é uma destas professoras do ensino inclusivo e trabalha nas AEEs, nas salas de Recursos Multifuncionais. Especialista em educação especial, Janira explica que o trabalho pedagógico do professor do AEE é feito no período de contraturno com crianças com algum tipo de deficiência ou transtorno. 

"Nós fazemos um trabalho de reforço, algumas estratégias que facilite a comunicação e a aprendizagem dela para que ajude o trabalho do professor na sala de aula comum. A gente sabe que as crianças, mesmo tendo transtornos iguais, eles têm formas de aprender diferenciadas", explica a professora.

Sandra lembra como as professoras da escola notaram rapidamente as características únicas de Miguel e indicou que ele visitasse um geneticista. Logo na primeira consulta, o médico diagnosticou Miguel com autismo com base no relatório das docentes.

"A professora atendeu ele, fez um relatório e me encaminhou para clínica, para o geneticista. Quando chegou lá, ele fechou logo: autismo. Até então, eu não sabia. (...) Foi quando eu consegui o diagnóstico dele, foi na primeira consulta. Quando ela leu o relatório, ela fechou na hora, e até então eu tava com esse menino sem saber o que ele tinha", conta a mãe.

Sandra Lúcia Araújo, mãe de Miguel Araújo. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Antes deste diagnóstico, Sandra explica que não conhecia nada sobre o autismo e começou a estudar sobre, através de livros e de outras mães para entender mais do seu filho. Mas tudo isso, com a ajuda e apoio das professoras especiais da escola.

"O convívio na escola é uma riqueza para ele porque tá ensinando ele a viver sem preconceitos, a respeitar a diferença. Ele é diferente, o outro é diferente, o mundo é isso. (...) Hoje ele fala, com algumas dificuldades, mas fala pelos cotovelos", celebra a mãe.

Janira defende que a sala de recursos multifuncionais funciona por múltiplas razões. Além de um tempo a mais para socializar na escola, o espaço ajuda as crianças com deficiência ou algum transtorno a superar dificuldades que possam existir dentro da sala de aula comum e superar elas dentro do seu próprio desenvolvimento.

"Nós sempre estamos em contato com a professora da sala comum e sempre perguntamos qual a maior dificuldade que ela encontra para trabalhar com a criança, para que nós também possamos, na sala de recursos, dar esse apoio. (...) Muitas crianças que têm o Transtorno do Espectro Autista, elas têm dificuldade no aprendizado da leitura", detalha a docente.

Para atrair esses jovens, o trabalho da sala multifuncional mexe muito com atividades, brincadeiras e jogos lúdicos. Assim, conteúdos comuns podem tocar muito mais as crianças por ser uma linguagem natural da infância.

Janira Oliveira, professora e especialista em educação inclusiva. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

"Quanto mais você conscientiza, mais a coisa vai caminhando. Se você pensar em dez anos, não era como é hoje. O acesso que as crianças especiais têm hoje a tecnologia, a diversos recursos. Então se a gente olhar para trás um pouco, a gente vê que avançou, mas avançou pouco para a necessidade", afirma Janira.

A gerente de Educação Inclusiva do Recife, Adilsa Gomes, garante que trabalhos como este da Escola Severina Lira acontecem em todas as escolas da Rede Municipal. Além do trabalho das salas de recursos multifuncionais e do AEE, todos os professores passam por uma formação continuada para conhecer e aprender sobre a educação inclusiva.

"Muitas vezes as pessoas falam sobre inclusão, mas nós trazemos uma fala maior, uma fala mais ampla, que é a equidade. Que significa, dar oportunidade a todos, dentro das suas potencialidades, dentro das suas diferenças, mas também dentro das suas igualdades ", declarou Adilsa.

Outros projetos, além da formação dos professores, contam com o uso de tecnologia assistivas, como aplicativos de comunicação alternativa e aumentada que estão em tablets distribuídos para os alunos. Também é entregue um catálogo de jogos gratuitos que ajudam no desenvolvimento das crianças, disponíveis em ordem de faixa etária para que os pais possam baixar.

"Durante muito tempo o professor e a professora não sabiam trabalhar com as crianças com deficiência, porque a sua formação inicial não tinha esse olhar. Eu sou uma professor que, quando eu fiz magistério, quando eu fiz pedagogia, não tinha uma disciplina, nem um momento de reflexão sobre como trabalhar e como vivenciar as ações inclusivas", relembra a gestora.

Adilsa Gomes, gerente de Educação Inclusiva do Recife. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Adilsa defende que a alfabetização está alinhada com o letramento e que é uma construção: "A alfabetização é uma construção que inicia na educação infantil e permanece por toda nossa vida porque a alfabetização é muito mais do que a gente ler textos, ler palavras, ler coletâneas. A alfabetização é quando a  gente consegue ler, conhecer, interpretar e fazer validar tudo que a gente aprendeu no mundo como um todo."

A gerente de Educação Inclusiva também é uma pessoa com autismo e descobriu de forma muito tardia. Foi só depois que ela se tornou professora, aos 33 anos de idade, que teve seu laudo fechado. Com sua experiência, Adilsa acredita que é preciso ter um olhar que todas as crianças conseguem e podem aprender, mas precisam de pessoas, profissionais e familiares, que estejam aptos a contribuir na educação destas crianças.

DTEA: Mais um avanço possível

O trabalho e o esforço para ajudar no desenvolvimento do ensino para crianças autistas também motivou Leticia Viegas Gomes, mestra em design na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a trabalhar e pesquisar sobre o assunto. 

Foi assim que a profissional desenvolveu o Dispositivo TEA (DTEA) focado em sistematizar o processo de alfabetização de forma lúdica e criativa para as crianças que possuem o Transtorno Espectro Autista. Leticia, que também é mãe, conta que a inspiração para esse projeto não veio de seu filho, mas sim de uma colega da escolinha dele:

"Eu tenho um filho de oito anos que, na época que eu comecei o projeto, ele tinha uma colega de classe que era uma aluna autista e a escola não estava sabendo muito bem ainda como lidar com essa nova educação, tinha sido a primeira aluna lá. E aí, calhou de estar próximo do projeto, eu pensei, como eu posso auxiliar essa criança e outras crianças também?"

Leticia Viegas Gomes, desenvolvedora do DTEA. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Através da tecnologia e da curiosidade, Leticia começou a hipótese do seu projeto através de pesquisas de casos, de comunidades de pais e de crianças autistas. A ideia é criar um fluxo dinâmico que consiga se encaixar em diferentes perfis das diferentes crianças com TEA. 

Cerca de 50 crianças foram entrevistadas e estudadas para criar as proto-personas, os tipos de público que o projeto pode alcançar e como ele pode se encaixar em cada um deles. 

O projeto começa com a coleta de dados, em que os pais ou profissionais devem preencher um formulário com informações sobre aquela criança, em relação ao diagnóstico, se já é conhecido. Também é procurado saber o nível de alfabetização e aprendizado dessa criança, seguido pelas perguntas sobre os gostos pessoais e interesses individuais deles. 

"As crianças autistas possuem uma característica muito interessante que é o hiperfoco. Esse hiperfoco vai de acordo com temáticas diferentes, pode ser música, animação, números… Então a gente vai pegando essas características de hiperfoco para trabalhar as dificuldades dessa criança.", explica Leticia.

O ideal é que tenha um mediador responsável que tenha as informações sobre as capacidades atuais da criança e o dispositivo vai desenvolver atividades que possam ajudar a criança a se desenvolver para além do seu limite, sempre utilizando das habilidades e detalhes do foco e interesse individual da criança para chamar sua atenção aos exercícios. Pensando em como ele poderia ser utilizado em ambiente escolar, Leticia responde:

“Acredito que amplamente (o DTEA) dá para ser usado em escolas. Até de uma forma para a gente tirar um pouco a criança do padrão que a gente tem hoje em dia escolar, né? Eu vejo que a educação infantil, principalmente, ela é nesse sistema que a gente faz tudo igual para todo mundo. Só que cada criança tem um nível de atenção diferente, tem um nível de comprometimento diferente, tem hiperatividades diferentes, né?”, explica.

“Então dentro dessa dinâmica escolar, a gente consegue dar uma equalizada, sabe? A gente consegue medir a interação de cada criança, consegue medir a atenção dela e dar a ela o seu tempo de educação. Porque ela que vai estar jogando, ela que vai estar interagindo, ela que vai estar fazendo a dinâmica. Então acho que auxilia bastante, dentro do ambiente escolar, dar autonomia para a criança”, continua a jovem.

Leticia Viegas Gomes, desenvolvedora do DTEA. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O sistema ainda é apenas teórico pois, segundo a criadora, não houve tempo e nem capital hábil para se tornar real. Apresentado em 2022, o projeto ainda tem chamado interesse de professores e pesquisadores que pensam em ampliar o projeto para autistas adultos também, por exemplo. A mestra em design ainda afirma que o projeto pode ser usado com crianças com outros tipos de transtornos também. 

“Eu tô em contato com alguns professores aqui da Universidade Federal que também querem desenvolver e amplificar para adultos autistas. Para a gente conseguir ver se alcança a alfabetização destes adultos. Então assim, é um projeto que está em andamento lentamente, mas ele ainda está sendo continuado”, declara a entrevistada. 

Quando perguntada sobre a importância do seu projeto, Leticia defende a capacidade de ensinar de forma divertida, lúdica e no tempo de aprendizado de cada criança. Tornando o estudo para estas crianças autistas mais autônomo e dinâmico.

“Eu acho que a gente dá autonomia para essas crianças, sabe? No autismo, a gente vê muita dependência. As crianças sempre acabam sendo dependentes por questão de comunicação, por questão de entendimento. Então a autonomia para elas é uma questão muito importante de ser desenvolvida, principalmente a autonomia na sua própria educação”, afirma.

“Muitos casos que eu vi dos pais foi que, por exemplo, que essa criança não conseguia pedir água, não conseguia pedir comida, não conseguia se comunicar. E a comunicação é o básico para o ser humano. Então você conseguir proporcionar isso para crianças que não estão conseguindo se desenvolver, que elas mesmas se sentem frustradas por não conseguir se comunicar. Isso é uma chave”, finaliza Leticia.

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A CazéTV atingiu um novo pico de audiência na Copa do Mundo com a partida entre Nigéria e Canadá, disputada entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta, pelo horário de Brasília. Ainda na primeira etapa do jogo, o confronto chegou a ser assistido por 149 mil espectadores simultâneos nas transmissões do streamer Casimiro Miguel.

O número supera o recorde estabelecido previamente no jogo entre Austrália e Irlanda, que aconteceu na quinta e que foi vista por 136 mil pessoas. A CazéTV transmitirá todas os 64 jogos do Mundial feminino. O formato da competição é o mesmo da Copa do Catar, realizada em 2022, com 32 seleções.

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Apesar do sucesso, a transmissão do canal vem sofrendo críticas por causa da composição dos profissionais que estão participando da cobertura. Ao todo, foram 21 pessoas anunciadas como parte da equipe do time de transmissão. Apesar da maioria ser mulher, há apenas uma colaboradora negra. O fato chamou atenção dos internautas e muitos, mesmo sendo fã do influenciador, criticaram a falta de diversidade racial.

"Eu sou muito fã do Cazé, mas é desolador como até a mais jovem e alternativa mídia remonta o mesmo panorama racial das redações tradicional. Muitas mulheres, mas quase todas brancas", afirmou a jornalista Isabela Reis em seu Twitter.

"Tem mulheres pretas que amam futebol, algumas independentes que só precisam de uma oportunidade", disse o crítico de cinema P.H. Santos. "Considere dar CHANCE. Considere abrir porta. Considere pavimentar! Considere... PRIVILEGIAR. Ter apenas uma mulher preta no time de frente da imagem só não seria pouco se a equipe fosse um total de 2 pessoas; e não é, sabemos."

Além do próprio Casimiro, figuras conhecidas do canal, como o narrador Luís Felipe Freitas e o comentarista Guilherme Beltrão, também integram o time da TV. A jornalista Fernanda Gentil e a comediante Valentina Bandeira são dois dos nomes mais famosos da transmissão, por exemplo. No dia anterior, a CazéTV sofreu com críticas dos internautas condenando as jogadores com manifestações machistas e preconceituosas. A manifestações fizeram com que o canal fosse fechado para os comentários do público, situação bastante incomum na internet.

A distribuidora Enel São Paulo aderiu ao programa USP Diversa da Universidade de São Paulo (USP) que visa reunir recursos e financiamento de bolsas de permanência estudantil para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

A empresa é a primeira do setor  a participar do programa e irá arcar com 25 bolsas para alunas pretas e pardas, que cursam carreiras ligadas à área de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.

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“Prezamos a diversidade porque acreditamos que as grandes inovações, assim como as pequenas conquistas, são alcançadas em ambientes inclusivos. A diversidade é inclusão, mas é também inovação, porque significa ser capaz de se reinventar a cada dia, dividir experiências, enxergar novas perspectivas e ser receptivo à mudança”, afirmou o diretor de Pessoas e Organização da Enel Brasil, Alain Rosolino.

O USP Diversa pode ser apoiado por pessoas físicas ou jurídicas que desejam contribuir com o programa. Empresas como Itaú, Santander, Deutsche Bank e Dow Química já oferecem mais de 300 auxílios, no valor de R$ 800 mensais.

Entender, quantificar, acolher e dar voz às pessoas travestis e transexuais que fazem parte da vida acadêmica na Universidade de São Paulo (USP). É com esse objetivo que nasceu o Corpas Trans na USP, grupo de pesquisa criado no fim de 2021 por docentes e estudantes da instituição, onde o acesso e a convivência da população transgênera, assim como em boa parte do Brasil, ainda enfrenta percalços e desafios.

Fundado em parceria da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária com o Santander, o grupo tem 14 membros. Dois deles são docentes. Os outros são estudantes da graduação ou da pós.

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A ideia surgiu do encontro de Gabrielle Weber e Silvana Nascimento, professoras de Álgebra Linear e Antropologia, que dividiam não só as experiências de pessoas trans na academia, mas também a curiosidade sobre a falta de dados do acesso precário que essa população tem ao ensino superior e à própria USP.

"A população trans tem uma série de problemáticas na USP", diz Gabrielle, subcoordenadora do grupo. Alocada na Escola de Engenharia de Lorena e com 39 anos, conta que "nunca mais saiu" da universidade desde que iniciou a trajetória de estudante em 2002. "Conhecemos alguns alunos trans e sabíamos que enfrentavam problemas como respeito ao nome social e acesso a espaços segregados por gênero. Mas uma coisa é vivenciar na pele. Outra é saber a situação com dados que possamos usar para chegar aos reitores."

Assim, ela e Silvana se juntaram a seis estudantes na missão de "conhecer e saber quem é, em números, e o que está acontecendo" com a população transgênera da universidade. Ao mesmo tempo, o Corpas Trans da USP tenta promover "letramento e conscientização" da sala de aula à sala de professores em um "trabalho de formiguinha".

Processo complicado

Gabrielle começou a dar aula na USP em 2014 e, quatro anos depois, deu início à transição de gênero, o que classifica como um "processo complicado". "Ninguém sabia como lidar. Existiam protocolos para alunos que faziam a transição, mas o RH não tinha um para docentes e funcionárias. Foi preciso criar do zero", diz.

A professora não gosta de afirmar que é a primeira travesti a lecionar na universidade, mas acredita ser a pioneira em lidar "abertamente" com o fato. Tanto que, quando contou aos colegas sobre sua transição, as reações foram "mais ou menos tranquilas".

"No geral, foi muito mais fácil do que eu esperava. Uma das primeiras agressões transfóbicas que sofri foi com um colega que basicamente disse que eu 'podia existir em casa, mas não em público'. Eu travei. Mas aí vem a parte positiva. Professores tomaram a frente e falaram que ele não podia me tratar assim e o repreenderam", diz, afirmando que ainda hoje há quem desvie da calçada quando ela aparece.

Levantamento, de 2018, da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior apontou que travestis e transexuais seriam só 0,1% das matrículas em universidades públicas do País. "É trabalho de formiguinha", afirma Gabrielle. "Mas temos direito de estar aqui. Há espaço para mudança", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Neste domingo (9) foi celebrado o Dia do Fotógrafo, profissional que trabalha registrando a realidade e a diversidade do país em imagens. A equipe do LeiaJá selecionou quatro diretores e fotógrafos brasileiros que foram atraídos a dedicarem parte de suas carreiras para explorar a floresta amazônica e revelar a diversidade da fauna e da flora. A seguir, relembre (ou conheça) alguns destes trabalhos:  

Sebastião Salgado – Um dos mais renomados nomes da fotografia brasileira, Sebastião sempre se mostrou preocupado com as causas ambientais, em especial com a Amazônia. Ele estudou a floresta e trabalhou durante sete anos para lançar a exposição “Amazônia”. Para realizar esse projeto, ele passou longas temporadas junto com 12 comunidades indígenas isoladas. A exposição estreou em Paris, em 2021, depois veio ao Brasil no ano seguinte.  

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Araquém Alcântara - Considerado um dos mais importantes fotógrafos que registram a natureza, Alcântara já lançou um livro que reúne 22 anos de intensa pesquisa sobre a região da Amazônia. O fotógrafo registra as várias “Amazônias” que encontrou, suas belezas e diversidades de acordo com as áreas. Além da beleza, suas fotografias também são conhecidas como denunciar o desmatamento das florestas brasileiras.  

João Farkas – O fotógrafo e filósofo paulista dedicou parte de sua carreira a registrar as belezas naturais do país, em especial o Pantanal. A Amazônia já contou com olhar minucioso de Farkas, que também chegou a publicar um livro “Amazônia Ocupada”, de suas caminhadas no interior da região entre as décadas de 1980 e 1990. É considerado profissional desde 1979, com especialização em Nova Iorque. 

Cláudia Andujar - Uma fotógrafa e ativista suíça, naturalizada brasileira. Desde a década de 1970 dedica sua carreira a registrar a defesa dos indígenas Yanomami (povo que vive na floresta Amazônica e soma mais de 20 mil integrantes da tribo). O trabalho de Cláudia se destaca por trazer uma visão mais humanizada da Amazônia e dos povos que habitam na região, por isso, suas exibições ganharam muitos prêmios.

 

Com longas e curtas-metragens que narram questões sobre a maior floresta tropical do mundo e com poética fílmica plural, o Festival Pan-Amazônico de Cinema - AmazôniaFIDOC ocorre de 10 a 20 de novembro, em Belém. Sempre focado na produção audiovisual dos nove países que compõem a região e ocorrendo desde 2009, o festival chega à sua 8ª edição com o tema "O cinema de todas as Amazônias na luta pela floresta em pé", com extensa programação gratuita. Confira no site www.amazoniadoc.com.br

A abertura oficial ocorreu na quinta-feira (10), no Cinema Líbero Luxardo, com a exibição do filme "Noites Alienígenas", de Sérgio de Carvalho - produção do Acre grande vencedora do Festival de Cinema de Gramado, o mais importante evento de cinema do Brasil.

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O longa-metragem de ficção é baseado no livro de mesmo nome, escrito pelo diretor. Para o elenco, foram escalados o cantor Gabriel Knox, no papel principal; a acriana e ex-BBB e ex-No Limite Gleici Damasceno; o ator Chico Diaz; além de atores não profissionais amazônidas, incluindo indígenas. O roteiro é assinado pelo cineasta, em parceria com Camilo Cavalcante e Rodolfo Minari.

O enredo apresenta a história de três amigos de infância, da periferia, que se reencontram em Rio Branco em um contexto trágico de chegada das facções criminosas do sudeste do Brasil para a Amazônia – fenômeno contemporâneo que assola comunidades em todo o país. 

“Escrevi o livro há mais de dez anos, quando toda essa questão nem existia no Norte. De lá pra cá, muitos jovens, sobretudo negros e indígenas, tiveram a vida ceifada pela mudança da rota do tráfico de drogas. É uma tragédia que está se aproximando das populações ribeirinhas, fazendo rota pelos territórios indígenas, cooptando a comunidade dos povos da floresta. Algo que tem transformado profundamente a realidade da Amazônia brasileira”, diz Sérgio de Carvalho. 

Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, além do filme premiado, o Festival apresenta ainda uma programação multicultural - que valoriza a identidade amazônica.  “O Instituto Cultural Vale se une ao Festival Pan-Amazônico de Cinema no propósito de  fomentar e visibilizar a intensa produção audiovisual dos nove países que compõem as Amazônias e, por meio da arte e da cultura, também informar e mobilizar para a importância da floresta em pé. É preciso conhecer a floresta, seus povos e tradições, para valorizar e preservar”, diz Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

O Festival é uma realização do Ministério do Turismo, com patrocínio do Instituto Cultural Vale via Lei Rouanet - Secretaria Especial de Cultura, em parceria com a Fundação Cultural do Pará - Cinema Líbero Luxardo; deputado federal Airton Faleiro; Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT-PA). Apoio cultural: Instituto Goethe, Casa de Estudos Germânicos (CEG), Se Rasgum Produções, Cine Solar, Circuito Jambu Multicultural, distribuidora Estrela do Norte, Belém Soft Hotel, Curso de Cinema da Universidade Federal do Pará (UFPA). Apoio institucional: Projeto Paradiso e Amazônia de Pé. Produção: ZFilmes Produções e Instituto Culta da Amazônia.

Mostras competitivas  

Este ano, o Festival terá quatro mostras competitivas. Serão exibidos 35 filmes do Brasil e de países pan-amazônicos nas duas mostras competitivas principais do Festival, com obras documentais e de ficção: a mostra Pan-Amazônica terá 8 longas e 12 curta-metragens, e a Mostra  Amazônia Legal, 7 longas e 8 curtas-metragens. E, de forma inédita, o Festival abriu espaço para a categoria de videoclipes, com uma mostra competitiva dedicada a este gênero, com obras de 14 artistas. Por fim, o Festival Curta Escolas, destinado a obras de estudantes de escolas públicas, chega a sua segunda edição e terá mostra de curtas-metragens. 

 As mostras competitivas ocorrem de sexta (11) até dia 18, das 17h30 às 22h30, no Cinema Líbero Luxardo. Já a exibição do "Curta Escolas" será nos dias 14, 16 e 17, das 9h às 12h, no mesmo local. 

Programação diversa

Além disso, a programação inclui seis oficinas gratuitas, o lançamento do filme "Clã das Jiboias - A origem do jiu-jítsu no norte do Brasil", do diretor Heraldo Daniel Moraes, e do livro "Cinema no Amazonas 1960 -1990", de Gustavo Soranz. E ainda: o 1º Fórum de Cinema das Amazônias, com acadêmicos e realizadores de cinema; sessão especial para convidados  do filme "Eu, Nirvana", do diretor paraense Roger Elarrat, com presença das atrizes Manuela du Monte e Carolina Oliveira e o preparador de elenco, Claudio Barros. 

A diretora do Festival, Zienhe Castro, vai  fazer o lançamento oficial do média-metragem "Praiano", codirigido por Cláudio Barros, e haverá também sessão especial do filme "Fausto Fawcett, na cabeça!", do diretor Victor Lopes. A programação conta ainda com a "Ocupação Cinema da Amazônia'', na Fundação Cultural do Pará,  em parceria com o Circuito Jambu - Portal Jambu, que reunirá nos dias 19 e 20, shows de artistas paraenses como Sandra Dualibe, Fé no Batuque, Pisada Cabôca e MC Irá. O Cine Curumim, dedicado ao público infantil, contação de histórias, feirinha criativa e a instalação da residência artística Útero Amazônia completam o evento, que é multicultural. 

No encerramento, em 20 de novembro, o Festival apresenta programação especial em alusão ao Dia da Consciência Negra, com a pré-estreia do curta-metragem "Não quero mais sentir medo", do diretor André dos Santos - quilombola do Território Quilombola Boa Vista, em Oriximiná, oeste do Pará. Com 16 minutos, o filme realizado pela equipe da Lamparina Filmes apresenta Fernando Ferreira, quilombola em sua primeira experiência de atuação, no Território Quilombola Ramal do Piratuba, em Abaetetuba, nordeste paraense. A ancestralidade é o fio condutor para um garoto de 15 anos que recebe a difícil missão de reescrever a história do povo preto. 

Serviço

Festival Pan-Amazônico de Cinema - Amazônia(Fi)DOC 2022.

Quando? De 10 a 20/11/2022.

Onde? No Cinema Líbero Luxardo - Fundação Cultural do Pará (Av. Gentil Bittencourt, 650 - Nazaré, Belém - PA).

Quanto? Gratuito.

Link para credenciamento: https://bit.ly/Credenciamento-imprensa-AmazoniaFiDOC

Informações: www.amazoniadoc.com.br

Da assessoria do evento.

 

 

 

Da primeira governadora abertamente lésbica ao primeiro representante da Geração Z a chegar ao Congresso, os resultados ainda parciais das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos mostram uma ótima votação para a diversidade.

As eleições de 2022 foram as primeiras na história com candidatos LGBTQ nos 50 estados do país e em Washington D.C., uma demonstração de que como esta comunidade virou uma força cada vez mais influente nas urnas.

Quase 90% dos candidatos LGBTQ que participaram nas primárias são democratas.

 "Orgulho"

Em Massachusetts, a democrata Maura Healey se tornou a primeira governadora abertamente lésbica nos Estados Unidos, de acordo com as projeções da imprensa americana.

A democrata de 51 anos, que será também a primeira mulher a ocupar o cargo no estado da Nova Inglaterra, derrotou o candidato Geoff Diehl, que recebeu o apoio do ex-presidente Donald Trump, arrebatando o posto importante dos republicanos, que governaram o estado nos últimos oito anos.

Depois de expressar o "orgulho" pela vitória histórica, a procuradora-geral do estado e defensora dos direitos humanos, enviou uma mensagem a "todas as meninas e todas as pessoas LGBTQ": "Você podem ser o que quiser", disse Healey.

Sua vitória com a companheira de chapa Kim Driscoll significa que as mulheres serão governadora e vice-governadora de um estado pela primeira vez.

Geração Z

Na Flórida, o democrata Maxwell Alejandro Frost se tornou o primeiro representante da Geração Z a conquistar uma cadeira na Câmara de Representantes, aos 25 anos, idade mínima para entrar no Congresso dos Estados Unidos.

O jovem derrotou o republicano Calvin Wimbish em um distrito de tradição democrata com um discurso centrado na violência provocada pelas armas, mudança climático, direito ao aborto e Previdência Social para todos.

"Fizemos história para os cidadãos da Flórida, para a Geração Z e para todos que acreditam que merecemos um futuro melhor", tuitou o afro-americano.

Em New Hampshire, outra candidata da 'Gen Z', Karoline Leavitt, de 25 anos, também aspira uma cadeira no Congresso pelo Partido Republicano, mas a eleição estava muito mais acirrada.

Transgênero

New Hampshire se tornou o primeiro estado na história dos Estados Unidos a eleger um homem trans para o Parlamento estadual, informou o jornal Washington Post.

O democrata James Roesener era um dos candidatos trans nas eleições de meio de mandato.

Roesener,no entanto, não será o primeiro congressista trans, já que várias mulheres trans já foram eleitas antes.

Outros notáveis 

A republicana Katie Britt será a primeira mulher senadora pelo estado do Alabama, enquanto Sarah Huckabee Sanders, que foi porta-voz do ex-presidente Donald Trump, será a próxima governadora do Arkansas, a primeira mulher a ocupar o cargo.

Maryland elegeu o primeiro governador negro, o democrata Wes Moore, enquanto Markwayne Mullin será o primeiro senador de um povo nativo por Oklahoma em quase 100 anos.

O Programa de Educação e Diversidade - PED entra na sua fase final. Ao todo mais de 3000 alunos dos 5º anos da Rede Pública de ensino participaram da iniciativa. O projeto tem como objetivo estimular a reflexão sobre o papel de cada um na construção de um mundo mais sustentável, igualitário, inclusivo e pacífico.

O programa começou em setembro deste ano, com um workshop para os educadores, para que o assunto possa ser trabalhado em sala, em todas as disciplinas. Os alunos participaram de oficinas sobre problemas socioambientais nas comunidades onde estão inseridos e formas de desenvolver possíveis soluções para esses problemas.

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Na última oficina aprenderam como construir um projeto, técnicas que auxiliam na identificação do problema e com o apoio do educador vão construir e apresentar o modelo na Feira de Ideias. O grupo que tiver o trabalho mais votado, será premiado com um tablet por aluno, além do educador.

O encerramento e premiação estão marcados para o dia 16 de novembro. O Programa de Educação e Diversidade - PED está sendo realizado nas cidades de Mogi Guaçu (SP), São Gonçalo (RJ), Balsa Nova (PR), e Cabo de Santo Agostinho (PE).

O Programa de Educação e Diversidade - PED é patrocinado pela Ingredion, com realização da Econtransforma e NTICS Projetos.

A empresa de advocacia Veirano Advogados iniciou processo seletivo com vagas de estágio exclusivas para pessoas pretas. As oportunidades são em seus escritórios no Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). As inscrições estão abertas até o dia 21 de novembro e podem ser feitas de forma online.

As oportunidades apenas para as pessoas pretas é uma iniciativa do Programa Veirano Multiplica para contratação de diversos talentos com foco em profissionais negros (as), LGBT+, pessoas com deficiência, acima de 50 anos de idade, entre outros.

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É importante que aqueles que se candidatarem estejam se graduando no curso de direito e que estejam entre o terceiro e quarto ano do curso (quinto ao oitavo semestre). Também é necessário ter disponibilidade para ter estágio semanal de 30 horas no modelo híbrido, com chance de atuação das 10h às 17h, considerando 1h de almoço, ou das 14h às 20h.

O programa de estágio dura até 02 anos e possui chances de efetivação. Os cargos ofertados são de Tributário, Trabalhista, Resolução de Conflitos e Societário no escritório de São Paulo, Resolução de conflitos, Trabalhista e Tributário no Rio de Janeiro e de Trabalhista em Porto Alegre.

Os aprovados irão passar por treinamentos, apresentação de diferentes áreas de prática, encontro com sócios, palestras, julgamento simulado, mentoria e avaliação de desempenho. Os estagiários também serão bonificados com bolsa-auxílio, bolsa de estudos para o idioma inglês, auxílio-transporte, auxílio refeição, seguro de vida, gympass e ajuda de custo para trabalho remoto.

Para se inscrever é preciso acessar o site oficial do Programa Multiplica da empresa até o dia 21 de novembro. Todo o processo de seleção será feito de forma online.

Alguma dúvida de que Anitta é a sensação do ano? Apesar de não ter comparecido ao Prêmio Multishow, que rolou na última terça-feira (18), no Rio de Janeiro, a presença da cantora seguiu forte em terras brasileiras e a intérprete de Envolver foi a grande vencedora da premiação.

Comandada por Marcos Mion, Linn da Quebrada e Gloria Groove, a 29ª edição teve como tema a representatividade. Inclusive, pela primeira vez, as categorias da atração não foram divididas por gêneros. O primeiro prêmio da noite foi para Ana Castela, que levou o troféu de Revelação do Ano. Os artistas Bala Desejo, Jovem Dionísio, Mari Fernandes, Nattanzinho, Rachel Reis, Tasha & Tracie e Urias disputaram a categoria.

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Em seguida, o público conheceu o vencedor da Dupla do Ano. Maiara & Maraísa foram as escolhidas da noite para levar pra casa o título. Anavitória, Diego & Victor Hugo, Henrique & Juliano, Jorge & Mateus, Matheus & Kauan e Tasha & Tracie e YOÙN estavam na disputa.

A terceira categoria a ser revelada foi Grupo do Ano e Lagum levou a melhor na disputa com Jovem Dionísio, Afrocidade, Bala Desejo, Black Pantera, Gilsons, Grupo Menos é Mais e Raça Negra. Na sequência, os vencedores das categorias técnicas foram anunciados. As homenagens seguiram e Junior Lima subiu ao palco da premiação para revelar o grande vencedor da categoria Show do Ano. Alexandre Pires e Seu Jorge foram os escolhidos para carregar o título, que teve Caetano Veloso, Djonga, Emicida, Jão, Ludmilla, Marisa Monte e Thiaguinho na disputa.

A categoria Voz do Ano, novidade na edição, foi anunciada na sequência. Em substituição das categorias Cantor e Cantora do Ano, ela passou a integrar a cerimônia para celebrar os artistas sem distinção de gênero. Mion anunciou Gloria Groove como vencedora da noite, em disputa com Anitta, IZA, Jão, Liniker, Ludmilla, Luísa Sonza e Marisa Monte.

A cantora não escondeu a emoção e dedicou a conquista à mãe: "Eu tenho a honra de ser filho e filha de uma das maiores cantoras do Brasil. Então nada mais justo do que dedicar esse prêmio aqui à minha mãe Gina Garcia. Obrigada, mãe. Sem você, essa voz não estaria cantando aqui", disse.

O grande sucesso Maldivas de Ludmilla foi coroado como Hit do Ano. As categorias finais foram anunciadas. Anitta foi revelada como Música do Ano. Em Clipe TVZ do Ano teve a votação realizada na mesma noite da premiação. No Twitter, os internautas escolheram Boys Don’t Cry, também da cantora.

A seguir, confira a lista completa:

Música do Ano:

Acorda Pedrinho - Jovem Dionísio

Desenrola Bate Joga de Ladin (Part. DJ Biel do Furduncinho) - L7nnon, Os Hawaianos e DJ Bel da CDD

Envolver - Anitta

Fé - IZA

Maldivas - Ludmilla

Malvadão 3 - Xamã, Gustah e Neo Beats

Vampiro - Matuê, WIU e Teto

Vermelho - Gloria Groove

 

Grupo do Ano:

Jovem Dionísio

Afrocidade

Bala Desejo

Black Pantera

Gilsons

Grupo Menos é Mais

Lagum

Raça Negra

 

Dupla do Ano:

Anavitória

Diego & Victor Hugo

Henrique & Juliano

Jorge & Mateus

Maiara & Maraisa

Matheus & Kauan

Tasha & Tracie

YOÙN

 

Álbum do Ano:

Lady Leste - Gloria Groove

LUME - Filipe Ret

Numanice #2 - Ludmilla

Pirata - Jão

Pra Gente Acordar - Gilsons

QVVJFA? - Baco Exu do Blues

Sobre Viver - Criolo

Versions of Me - Anitta

 

Revelação do Ano:

Ana Castela

Bala Desejo

Jovem Dionísio

Mari Fernandes

Nattanzinho

Rachel Reis

Tasha & Tracie

Urias

 

Artista do Ano:

Anitta

Gloria Groove

Gusttavo Lima

Jão

João Gomes

L7nnon

Ludmilla

Luísa Sonza

 

Voz do Ano:

Anitta

Gloria Groove

IZA

Jão

Liniker

Ludmilla

Luísa Sonza

Marisa Monte

 

Show do Ano:

Alexandre Pires e Seu Jorge

Caetano Veloso

Djonga

Emicida

Jão

Ludmilla

Marisa Monte

Thiaguinho

 

Hit do Ano:

Acorda Pedrinho - Jovem Dionísio

Dançarina - Pedro Sampaio e MC Pedrinho

Desenrola Bate Joga de Ladin (Part. DJ Biel do Furduncinho) - L7nnon, Os Hawaianos e DJ

Envolver - Anitta

Idiota - Jão

Maldivas - Ludmilla

Malvadão 3 - Xamã, Gustah e Neo Beats

Vermelho - Gloria Groove

 

Clipe TVZ do Ano:

A Queda - Gloria Groove

Acorda Pedrinho - Jovem Dionísio

Boys Don’t Cry - Anitta

Cachorrinhas - Luísa Sonza

Envolver - Anitta

Fé - IZA

Idiota - Jão

Vermelho -- Gloria Groove

 

CATEGORIAS TÉCNICAS

 

Instrumentista do ano:

Amaro Freitas

Castilhol

Hamilton de Holanda

Jonathan Ferr

Kiko Dinucci

Mateus Asato

Pretinho da Serrinha

Silvanny Sivuca

 

 

Capa do Ano:

Fé - Iza

Fúria - Urias

Lady Leste - Gloria Groove

LUME - Filipe Ret

Portas - Marisa Monte

QVVJFA? - Baco Exu do Blues

Urucum - Karol Conka

Versions of Me - Anitta

 

 

Produtor Musical do Ano:

Eduardo Pepato

Pablo Bispo

Papatinho

Prateado

Pupillo

Rafinha RSQ

Ruxell no Beat

Vhoor

 

O Feed Dog Brasil 2022 – Festival Internacional de Documentários de Moda ocorre de 13 a 19 de outubro, de forma presencial, no Espaço Itaú de Cinema Augusta – Anexo, totalmente gratuito. São 15 títulos de importantes nomes do mundo fashion como Salvatore Ferragamo, Lorenzo Riva (Balenciaga), a estilista Mary Quant, William Klein e também filmes de impacto sobre o incêndio numa fábrica de roupas em Bangladesh, os estereótipos da mulher negra na moda.  

O inédito ‘Salvatore: Shoemaker of Dreams’, do aclamado diretor Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”), ganhador do Oscar de melhor roteiro, entre diversos prêmios, abre o festival no dia 13 de outubro às 20h para os convidados. O filme será exibido no dia 19 de outubro para o público. Para assistir o trailer, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=uxebX9kvwJ0.

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O festival traz uma série de debates em instituições de ensino e aberto ao público, sobre sustentabilidade, inclusão e diversidade, além da masterclass com o estilista e ativista Isaac Silva, um encontro com o estilista e figurinista João Pimenta, e a 1ª Mostra Estudantil Fashion Film realizadas por estudantes.  

“No Feed Dog buscamos um olhar amplo, que vai além do estilo, do modelo e da vitrine. A indústria da moda é uma das mais complexas do mundo porque inclui criatividade, glamour e investimentos altíssimos, mas também para questões cruciais para a sociedade atual como a sustentabilidade, a diversidade dos corpos e a inclusão social, por exemplo”, disse a curadora do festival, Flavia Guerra. Para conferir a programação completa, basta acessar o site: http://www.feeddog.com.br/.

A EconTransformar, em parceria com a NTICS Projetos e com o patrocínio da Ingredion, realizará, entre os dias 27 de setembro a 16 de novembro, o projeto social intitulado Programa Educação e Diversidade (PED), que estará presente nas cidades de Mogi Guaçu (SP), São Gonçalo (RJ), Balsa Nova (PR), e Cabo de Santo Agostinho (PE).

Realizado em ambiente virtual, a iniciativa terá duração de dois meses e pretende impactar em torno de 3 mil alunos matriculados no 5º ano e 300 professores da rede pública de ensino. As escolas participantes serão escolhidas pela Secretaria de Educação do Município, em parceria com os organizadores. 

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A proposta do programa é dialogar com os estudantes e fazê-los refletir sobre temas como a comunicação não violenta, a percepção da riqueza da diversidade cultural e de pensamento e a busca por uma sociedade mais igualitária, inclusiva e pacífica, que são alguns dos temas mais emergentes entre as pautas sociais dos municípios. 

Para isso, serão realizadas três etapas de aprendizagem, sendo a primeira a realização de workshops para professores com foco na especialização do tema, seguida de três oficinas para os alunos e uma feira de ideias. Nas oficinas, os alunos serão acompanhados por uma pedagoga e receberão um material de apoio digital sobre como elaborar projetos, formar lideranças e trabalhar em equipe.

Após essa parte, os alunos serão orientados a criar um projeto para a comunidade e que abrace o tema da diversidade. Todos os projetos inscritos participarão da Feira de Ideias. A diretora de Inovação e ESG da NTICS Projetos, Ana Carolina Xavier, destaca a importância dessa disseminação de conhecimentos para que os jovens passem a ser mais proativos dentro da sua realidade:

“Precisamos reconhecer o valor da contribuição de toda a humanidade, nos seus mais diferentes aspectos e promover o diálogo não violento, para que assim então, possamos melhorar nossa percepção dos valores comuns. Os jovens têm esse poder e estamos propondo uma profunda transformação social a partir deles”, afirma.

Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas no site do PED.

Para integrar as iniciativas em prol do mês de luta das pessoas com deficiência (PcD), a Cielo realiza a terceira edição do Programa de Formação de Gerente de Negócios, iniciativa voltada exclusivamente para esse grupo minoritário. São disponibilizadas 34 vagas para a mentoria e contratação de profissionais, com inscrições abertas até o dia 29 de setembro na página do projeto

O programa tem o objetivo de formar novos colaboradores em vendas, desenvolvendo carreiras na área comercial e habilidades estratégicas. Assim, durante 90 dias, os selecionados receberão mentorias com profissionais seniores da companhia, no qual poderão desenvolver habilidades relacionadas aos processos comerciais, produtos, vendas consultivas e soft skills. 

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Após essa preparação os participantes poderão se tornar gerentes de negócios da Cielo. “Em pouco tempo o programa já se tornou uma referência internamente como ação importante dentro da estratégia afirmativa de Diversidade da Cielo. Ficamos entusiasmados com sua realização porque conseguimos estimular a inclusão de PcDs na nossa companhia.”,  diz Paulo Naliato, vice-presidente comercial da companhia.

Entre os benefícios de participar do programa, está o recebimento de assistência médica e odontológica, previdência privada, auxílio-refeição, fretado, vale-transporte, seguro de vida, Gympass e o Programa “De Bem com a Vida", que inclui uma série de atividades voltada para a qualidade de vida dos colaboradores.

Para aumentar a inclusão, a Cielo não exige experiência prévia na área comercial, nem veículo próprio, carteira nacional de habilitação (CNH) ou mesmo ensino superior completo. As exigências da empresa são sobre a comprovação da deficiência por meio de laudo a ser anexado na plataforma no ato da inscrição e a aprovação do candidato no Fit Cultural, que ocorre durante o processo.

Com informações da assessoria

Durante visita ao Recife, a candidata Simone Tebet (MDB) disse, nesta quarta-feira (14), que seu eventual governo será representado por diversidade, como uma forma de aproximar o povo do Executivo nacional. Ela prometeu paridade de gênero e participação de pessoas negras em seus Ministérios.

A parlamentar frisou que sua gestão vai ter 'a cara do Brasil' e, para isso, vai oferecer metade dos Ministérios para mulheres, com a inclusão de pessoas negras entre seus líderes. "A primeira medida que nós já anunciamos é que nosso ministério vai ser paritário: metade homens, metade mulheres e terá negros, porque essa é a cara do Brasil", pontuou.

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Embora seja a mulher mais bem avaliada na disputa, Simone está longe de alcançar o segundo turno, apontam as pesquisas. Questionada sobre seu apoio após uma eventual derrota no primeiro embate, a candidata mostrou confiança: "vou estar no segundo turno".

Para ela, o 'centro democrático' mostrou que pode ter uma candidatura própria e que a pressão pelo 'voto útil', defendido por militantes de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), representa um desrespeito ao eleitor. "Eu acho um desrespeito com o cidadão brasileiro a gente apostar no voto útil de 'o menos pior' no momento da maior crise do Brasil, de tantos retrocessos civilizatórios e ameaças a democracia", complementou.

A 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes será aberta neste sábado (27), a partir das 9 horas, com uma programação diversa, gratuita e para todos os públicos. A programação vai até o dia 4 de setembro. De volta ao Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a edição deste ano homenageia o escritor e jornalista Edyr Augusto Proença e a cantora e compositora Dona Onete.

Além dos homenageados, dos livros e literatos, a Feira contempla todas as vozes de pessoas que contribuem de alguma forma para a cultura paraense e que têm conhecimentos a serem compartilhados, como explica o artista e secretário adjunto da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) Júnior Soares. Ele destaca a importância da Feira para a política pública do Estado, por ela movimentar a cadeia produtiva do livro e da leitura e realizar a circulação de recursos públicos em meios culturais.

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Para Júnior Soares, as homenagens dessa edição são a clara representação do que é o evento atualmente: um escritor de literatura vasta e uma mulher que está no campo das multivozes levando o Pará para o resto do mundo. A Feira foi dividida por vozes temáticas para cada dia da programação, como vozes da inclusão, cultura popular, infância, urbanas, da Amazônia, entre outros, trazendo pessoas que colaboram para cada área.

Júnior Soares ressalta que vão ter apresentações musicais durante a programação, na Arena Externa. Fafá de Belém, Viviane Batidão, Amazônia Jazz Band e convidados e  Banda Sayonara estão entre os artistas convidados. Há também a Arena das Artes, onde serão feitas apresentações de teatro e dança.

Em quase todos os dias do evento, há o Projeto Escola – Seduc. Júnior Soares explica que nesses momentos são mostrados os resultados dos processos vividos pelos alunos nas escolas. “Nada mais é do que um projeto dos professores das escolas que fazem produtos culturais para apresentar na Feira”, diz.

O Hangar foi revitalizado e todos os espaços serão ocupados para a realização dessa edição. No Hangar 1, haverá estandes voltados para a literatura universal e mais adulta; já no Hangar 2, perto da praça de alimentação, vão ter estandes para a literatura infantojuvenil, onde também se concentra o atendimento a crianças.

Júnior Soares afirma que tudo está sendo bem pensado e organizado. Ele reforça que a Feira é inclusiva, tendo uma programação com intercessão de libras, audiodescrição, e acesso a todas as pessoas com dificuldade de locomoção.

Uma entrada, pela avenida Doutor Freitas, leva ao estande de acessibilidade e pessoas com deficiência poderão ser auxiliadas em uma visita guiada. Júnior Soares conclui: “Vale a pena conhecer para quem não conhece, vale a pena visitar e ir viver esse novo momento da nossa existência como humanos e da cultura da nossa terra”.

Veja a programação completa no site:

https://feiradolivroedasmultivozes.com.br/programacao

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

As principais mudanças nas regras para as eleições de 2022, aprovadas pelo Senado no ano passado, visam aprimorar a representação popular no Parlamento, reduzindo a fragmentação partidária e aumentando a diversidade racial e de gênero dos eleitos. O pleito servirá como teste da eficácia desse esforço, mostrando se serão necessárias outras alterações para as eleições seguintes. 

Algumas das maiores novidades para este ano são a elevação da "cláusula de desempenho" (o mínimo de votos necessário para se ter acesso ao fundo partidário e ao horário gratuito de rádio e televisão); e o incentivo a candidaturas femininas ou de pessoas negras (incluído na Emenda Constitucional 111, dando peso maior aos votos nessas candidaturas no cálculo da divisão do fundo partidário e do fundo eleitoral). Além disso, a Lei 14.208, também de 2021, instituiu as "federações partidárias", associações entre dois ou mais partidos por um período mínimo de quatro anos. A intenção é evitar a formação de coligações meramente eleitoreiras, como ocorria até as eleições de 2018. 

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"Só o tempo dirá, mas a intenção dessas mudanças é justamente a redução da fragmentação partidária e, no caso das federações, uma união mais duradoura dos partidos com afinidades programáticas", afirma a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).

"Mulheres e negros são maioria na população brasileira e minoria nos parlamentos e no Executivo. Para mudar isso, é preciso menos discurso e mais ação, inclusive dentro dos partidos". 

Federações

A instituição das federações foi criticada por parte dos especialistas, porque, segundo eles, isso seria uma espécie de recriação das coligações, dificultando a redução do número de partidos. Porém, para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), as federações possibilitam “a sobrevida de legendas políticas históricas”: "Nós não estamos falando de legendas políticas de aluguel. Estamos falando de legendas políticas que têm identidade programática, como é o caso do meu partido", disse Randolfe por ocasião da discussão do respectivo projeto em Plenário. 

Durante a discussão do texto, o senador Carlos Fávaro (MT), agora licenciado, atacou a proposta: "Diante da coerência que estamos mantendo, acabando com a coligação no Brasil, [deveríamos] sepultar, definitivamente, as coligações para os partidos políticos nas [eleições] proporcionais", declarou ele. 

Antes de ser transformado na Lei 14.208, de 2021, essa proposta tramitou no Senado na forma do PLS 477/2015 e na Câmara na forma do PL 2.522/2015. 

Atualmente há 30 partidos representados na Câmara dos Deputados. No Senado, há 17: Avante, Cidadania, MDB, PDT, PL, Podemos, PP, Pros, PSB, PSC, PSD, PSDB, PT, PTB, Rede, Republicanos e União. Muitos cientistas políticos consideram essa fragmentação, uma das maiores do mundo, prejudicial à governabilidade, por aumentar o esforço necessário para negociar uma maioria parlamentar que aprove as pautas de interesse do governo. 

Emenda Constitucional 97

Além dos textos aprovados em 2021, outra emenda constitucional, a 97, ainda traz novidades para as eleições deste ano, mesmo tendo sido promulgada em 2017. Ela prevê, desde as eleições municipais de 2020, o fim das coligações nas eleições proporcionais e uma "cláusula de desempenho" (paulatinamente mais rigorosa, com um mínimo de votos para que os partidos possam ter acesso aos fundos eleitoral e partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão). Essa "barreira", em 2022, será de 2% dos votos válidos e 11 deputados federais eleitos. A ideia é que isso resulte em um número menor de partidos, mais robustos eleitoralmente. 

Autor de um texto para discussão que analisa a fragmentação partidária, o consultor legislativo do Senado Clay Souza e Teles acredita que as mudanças criadas pela Emenda 97 estão entre "as mais substanciais" das últimas décadas, e que seus efeitos serão plenamente percebidos no longo prazo. 

"Eu acredito que os dois, juntos, têm o poder de diminuir a fragmentação. Essa diminuição será significativa? Não dá para garantir. Na eleição passada já vimos um leve enxugamento do quadro partidário. A cláusula de barreira, por si só, estimulou as fusões e incorporações de partidos. Agora estamos vendo uma dinâmica diferente. Os partidos começaram a se juntar em federações; temos agora três. Outra dinâmica: os partidos estão querendo colocar alguns candidatos de peso na Câmara dos Deputados, justamente para assegurar a cláusula de barreira. Potenciais candidatos a cargos majoritários devem [mudar de ideia e] se candidatar a deputado federal, atuando, assim, como puxadores de votos em seus partidos",  analisa o consultor. 

Diversidade Souza e Teles vê com "otimismo" a regra criada pela Emenda Constitucional 111, que duplica o peso dos votos a mulheres e pessoas negras no cálculo dos fundos partidário e eleitoral.  "A Emenda 111 entra em um ponto muito importante para os partidos, que é a distribuição de recursos públicos. Agora, contando em dobro, vai interessar ao partido ter candidatas mulheres e candidatas e candidatos negros com potencial de votação mais expressiva. Não é conveniente para o partido registrar uma candidatura apenas para preencher o percentual mínimo exigido em lei", explica. 

Futuras mudanças

Quaisquer que sejam os resultados práticos das novas regras, a maioria dos especialistas no sistema eleitoral aponta distorções que exigiriam uma reforma mais ampla. Esta, porém, esbarra na dificuldade de se encontrar um consenso no Parlamento para alterações mais profundas.

Por esse motivo, nos últimos pleitos a Justiça Eleitoral tem tomado decisões normatizando lacunas da legislação, como a regulamentação das pesquisas de intenção de voto.  Para a senadora Zenaide Maia, uma das questões mais urgentes é a das fake news: "Para mim, a atitude mais importante nem é uma nova mudança na legislação eleitoral, mas um investimento pesado no combate às fake news. As mentiras que já estão envenenando as campanhas corroem a democracia, porque tiram do cidadão e da cidadã o direito à informação verdadeira". 

O consultor legislativo Clay Souza e Teles acredita que o período de pré-campanha exige um regramento mais detalhado. Para ele, a tendência a encurtar o período oficial de campanha (este ano, a partir de 16 de agosto) sob o argumento do barateamento leva a pré-campanhas com quase nenhuma regulamentação:  "É como se a campanha fosse uma maratona, e esse período a partir de 16 de agosto fosse a reta final. Reduziu-se o período de propaganda no rádio e na TV, mas antes disso há memes, vídeos e até outdoors estampando o rosto de pré-candidatos em datas comemorativas... A lei permite algumas condutas, desde que não envolvam o pedido explícito de votos, mas muitas vezes há dúvidas sobre o que é permitido ou não. Diante do silêncio da legislação, o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] vem construindo uma jurisprudência em cima disso", ressalta ele. 

Confira as principais mudanças nas regras para as eleições de 2022

Contagem em dobro para a distribuição dos fundos

Os votos dados a mulheres e pessoas negras serão contados em dobro para efeito da distribuição dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (conhecido como fundo eleitoral) nas eleições de 2022 a 2030. A intenção é estimular os partidos a aumentarem as representações feminina e negra no Legislativo.

Coligações partidárias

Proibidas nas eleições proporcionais pela Emenda Constitucional 97 (a contar do último pleito municipal, em 2020).

Federações partidárias

Criadas para "substituir" as coligações por um sistema mais duradouro. Dois ou mais partidos podem se associar para disputar eleições, mas não podem deixar a federação por um período mínimo de quatro anos.

Cláusula de desempenho

Estabelecida pela Emenda Constitucional 97 para determinar como se dá o acesso aos fundos eleitoral e partidário, foi de 1,5% dos votos válidos e nove deputados federais eleitos nas eleições de 2018. Em 2022, será de 2% e 11 deputados eleitos, e continuará subindo nas próximas eleições (2,5% e 13 eleitos em 2026; 3% e 15 eleitos em 2030).

Distribuição das "sobras" eleitorais

A Lei 14.211, de 2021, mudou o critério para preenchimento das vagas que "sobram" no sistema proporcional. Só podem concorrer a elas os candidatos com pelo menos 20% do quociente eleitoral e os partidos com pelo menos 80% do mesmo quociente (número de votos válidos dividido pelo número de vagas). A intenção é evitar que candidatos com votação irrisória se elejam graças a um "puxador de votos" no partido.

Fidelidade partidária

Deputados federais, estaduais e distritais e vereadores que saírem do partido pelo qual tenham sido eleitos não perderão o mandato se a legenda concordar com a saída. Hoje, ao trocar de partido, esses parlamentares mantêm o mandato apenas em caso de “justa causa” — que inclui, segundo a Lei 9.096, de 1995, mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação política pessoal; e se o desligamento ocorrer durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para disputar a eleição.

Incorporação de partidos

A legenda que incorpora outras siglas não será responsabilizada pelas punições aplicadas aos órgãos partidários regionais e municipais e aos antigos dirigentes do partido incorporado, inclusive as relativas à prestação de contas.

Consultas populares

A Emenda Constitucional 111 também prevê a realização de consultas populares sobre questões locais junto com as eleições municipais. Essas consultas têm de ser aprovadas pelas câmaras municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral em até 90 dias antes da data das eleições. As manifestações dos candidatos sobre essas questões não poderão ser exibidas durante a propaganda gratuita no rádio e na televisão.

Nova data de posse

Presidente da República e governadores eleitos este ano terão mandatos alguns dias mais longos que seus antecessores, devido a uma mudança na data de posses futuras. A partir de 2027, a posse do ou da presidente da República passa a ocorrer em 5 de janeiro, e a de governadores e governadoras, no dia seguinte. Hoje ambas ocorrem no dia 1º de janeiro, o que cria dificuldades de organização das cerimônias, em razão da coincidência com as festas de fim de ano. 

*Da Agência Senado

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