O sushiman Leandro Santana dos Santos, de 26 anos, morto por policiais militares após ameaçar colegas de trabalho e fazê-los de refém em um restaurante no Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, foi vítima de quatro tiros pelas costas, segundo aponta laudo necroscópico do caso. A Polícia Civil investiga se houve excesso no caso, ocorrido na semana passada.
Para a viúva Emilene Gonçalves, de 41 anos, houve "negligência" dos PMs. "Quero saber por que a polícia fez isso", diz a dona de casa, que depôs nesta terça-feira (27) no 15.º Distrito Policial (Itaim Bibi). Segundo investigações, Santos teve um "surto psicótico", dominou um colega com uma faca e depois manteve cinco funcionários reféns. Quando estava só, ele subiu para o mezanino e atirou uma faca. Os PMs usaram bala de borracha e arma de choque, sem sucesso, e também atiraram com a pistola .40.
##RECOMENDA##Emilene nega que o marido tenha sofrido surto e diz que ele não usava remédio controlado ou droga. "Até agora não entendo o que aconteceu", diz. "Só queria cuidar da filha e de mim. Deixaram a gente arrasada com tudo isso. Quero justiça."
O laudo aponta que Santos foi baleado no braço esquerdo, na perna direita, na nádega e próximo à coluna. "Os quatro ferimentos tiverem entrada pelas costas e não tiveram saída. Só o da perna saiu pela frente", diz o delegado Fábio Pinheiro Lopes, titular do 15.º DP. Para ele, não é possível afirmar, neste momento, se houve excesso.
Os PMs envolvidos no caso foram afastados das atividades de rua. A Corregedoria da PM e a Ouvidoria das Polícias de São Paulo acompanham a apuração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.