A CBF usou o seu site oficial, no início da tarde desta quinta-feira (13), para manifestar apoio ao volante Tinga, vítima de racismo no Peru, na última quarta à noite, no jogo de estreia do Cruzeiro nesta Copa Libertadores. Após entrar em campo substituindo Dagoberto, o volante ouviu torcedores locais emitirem sons de macacos durante a derrota por 2x1 para o Real Garcilaso.
Ao lamentar o episódio, a entidade que comanda o futebol brasileiro inicialmente se utilizou do Twitter e escreveu a frase: "Por um mundo sem racismo, sem preconceito e sem desrespeito". Em seguida, postou as hashtags #SomosIguais e #FechadoComOTinga, ambas acima de uma imagem do símbolo da CBF dividido ao meio com as cores branca e preta e exibindo abaixo dele a frase: "Somos iguais".
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Pouco depois de usar o Twitter, a entidade divulgou nota oficial, na qual destacou: "A CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, repudia toda e qualquer forma de preconceito dentro de fora de campo. Na noite desta quarta-feira, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi vítima da condenável demonstração de racismo por parte dos torcedores do Real Garcilaso na estreia da equipe na Taça Libertadores 2014, no Peru".
Em seguida, a entidade lembrou que Tinga não foi o primeiro jogador brasileiro a sofrer com preconceito nos gramados. "Neymar, Marcelo, Diego Maurício, Roberto Carlos, Hulk e outros já foram também alvo dessa prática que fere as mais elementares normas de civilidade", escreveu a entidade.
Para finalizar, o presidente da CBF, José Maria Marin, condenou os atos de racismo contra Tinga no Peru. "Não só como presidente da CBF, mas, sobretudo como amante do futebol, tenho o dever de repudiar essa prática absurda de racismo que continua acontecendo nos estádios. O futebol é símbolo de congraçamento, de alegria e não de demonstrações de preconceito e intolerância", ressaltou.
COMOÇÃO - Nas redes sociais, torcedores de diversas equipes brasileiras também demonstraram apoio a Tinga. Desde a manhã desta quinta-feira, a hashtag #FechadoComOTinga é a mais popular no Twitter do Brasil, sendo que alguns jogadores do Cruzeiro também já utilizaram as redes sociais para expressar indignação em relação ao racismo do qual Tinga foi vítima.
"Triste pelo que aconteceu com Tinga. Racismo é algo que não pode mais acontecer no futebol ou em qualquer outro lugar", afirmou o volante Nilton. "Lamentável as coisas que aconteceram aqui no Peru, estádios sem condições de jogo, segurança 0, racismo. Será que a Conmebol se pronuncia?", questionou o meia Júlio Baptista.
O próprio Internacional, clube pelo qual Tinga ganhou dois títulos do principal torneio do continente, se pronunciou por meio do Twitter para manifestar apoio ao atleta. "O Inter lamenta os atos sofridos ontem por Tinga, bicampeão da Libertadores pelo clube, e reafirma total apoio na luta contra o racismo", escreveu.
Envergonhado com o episódio que teve participação negativa dos torcedores do seu clube, o goleiro titular do Real Garcilaso, Juan Pretel, pediu desculpas aos brasileiros. "O racismo é repudiável em todo sentido. Espero que não volte a acontecer em um estádio, e menos ainda no Peru. Nos perdoem, amigos brasileiros", disse o jogador, por meio do Twitter.