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O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) denunciou o ex-deputado federal José Chaves (PTB) e outras cinco pessoas por envolvimento em fraude criminosa que resultou no desvio de R$ 97,7 mil em recursos federais provenientes do Ministério do Turismo. A denúncia já foi recebida pela 36ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco e os acusados pelo MPF se tornaram réus na ação penal.

A verba deveria ter sido empregada na realização do São João Pé de Serra Olindense, evento que nunca foi realizado, conforme depoimentos de artistas que supostamente teriam sido contratados para realização de shows. O MPF também analisou relatórios de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e do próprio Ministério do Turismo que apontaram a não prestação de contas desse convênio.

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Os recursos federais foram obtidos a partir de emenda parlamentar proposta pelo ex-deputado federal, em 2005. As apurações revelaram que o dinheiro público foi totalmente dividido entre os denunciados. Segundo as investigações, José Chaves e o gerente da Companhia de Eventos, Rogério Robalinho, articularam a transferência dos recursos para a instituição sem fins lucrativos Viva Arte, dirigida por Rinaldo Antônio da Silva. O produtor cultural Luiz Carlos Reis Nogueira teria intermediado o contato entre Rogério Robalinho e Rinaldo da Silva.

Depois, segundo o MPF, parte da verba - no valor de R$ 82,6 mil - foi repassada para a Companhia de Eventos, sob o pretexto de terceirização da realização do evento referente aos festejos juninos que não existiu. Rinaldo da Silva teria ficado com cerca de R$ 6 mil, por ter permitido que a ONG sob sua direção fosse usada para o desvio dos recursos e Luiz Carlos Nogueira recebeu R$ 9 mil pela participação no esquema.

Rogério Robalinho, por sua vez, teria depositado na conta do assessor parlamentar de José Chaves, Ernesto de Albuquerque Vieira Filho, dois cheques somando R$ 30 mil. O coordenador Geral de Convênios do ministério à época, Murillo de Miranda, também foi denunciado pelo MPF por participação no esquema. Ele autorizou a transferência da verba quase dois meses após a suposta data de realização do evento.

Os seis podem ser condenados a até 12 anos de prisão, além do pagamento de multa, por desvio de dinheiro público. Na ação, também foi pedido que a Justiça determine o ressarcimento à União dos valores desviados, devidamente atualizados. O LeiaJá entrou em contato com José Chaves, mas não obteve êxito até o fechamento desta matéria.

O Ministério da Saúde anunciou hoje (7) uma série de alterações para o repasse de recursos federais a estados e municípios. O chamado Projeto SUS Legal prevê que os gestores implementem uma espécie de lei de transferência de recursos, além de aumentar a fiscalização da execução de ações em saúde.

Uma das primeiras medidas trata da mudança na transferência de verbas federais e atende, segundo a pasta, a pleito de prefeituras e governos estaduais. Os repasses, antes realizados em seis blocos temáticos, passam a ser feitos em duas modalidades: custeio e investimento.

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A transferência será realizada em conta financeira única e específica para cada uma das categorias econômicas. O novo formato, de acordo com o ministério, possibilita ao gestor mais agilidade e eficiência na destinação dos recursos disponíveis atualmente, com base na necessidade e realidade local.

O ministério garante que o objetivo do governo federal, com as mudanças, é assegurar o cumprimento da legislação que rege o Sistema Único de Saúde (SUS) e a realização de planos de saúde por parte de estados e municípios, já que a destinação de verbas estará vinculada a esse planejamento.

O projeto deverá ser qualificado e conter indicadores e metas em conformidade com as políticas públicas governamentais de saúde estabelecidas pela Comissão Intergestores Tripartite e pelo Conselho Nacional de Saúde. Caberá ao ministério acompanhar e avaliar o plano. O monitoramento será feito por meio de sistema online.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, lembrou que o não cumprimento do plano implicará a redução dos recursos repassados. Segundo ele, com o modelo anterior de transferência de verbas federais, muitos recursos acabam paralisados – mais de R$ 5,7 bilhões apenas em 2016.

“Vamos permitir que cada cidade aplique os recursos naquilo que acha adequado”, disse. “Se um gestor não cumprir o que foi combinado, o dinheiro vai voltar automaticamente para o Fundo Nacional de Saúde”, completou.

Obras

O governo federal, os estados e municípios também pactuaram anuência prévia sobre a implantação de novos serviços. Isso significa que, independentemente de quem for financiar a obra, os três entes devem ser avisados, de forma que seja possível prever no orçamento do ministério os recursos para custeio.

Outro anúncio envolve mudança na forma de financiamento de obras de construção, ampliação ou reforma na saúde. A partir de agora, o repasse de recursos federais, nesses casos, será feito em parcela única, substituindo os atuais modelos de financiamento com contrato de repasse, feito em três parcelas atreladas ao andamento da obra.

Com a nova portaria, quem fizer o pedido para unidade de pronto atendimento, unidade básica de saúde e/ou demais serviços terá que enviar projeto completo, com cronograma, capacidade técnica e financeira e estrutura necessária para manter o serviço. Após a aprovação do plano, o repasse será feito integralmente.

“O que garante a execução [das obras] são os planos de saúde estaduais e municipais e o recurso correspondente para a execução desses planos”, avaliou o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, João Gabardo.

“Receber em parcelas significava paralisação de obras, novas licitações. Agora, com parcela única, o empreiteiro sabe que vai receber na data certa”, acrescentou o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde, Mauro Junqueira.

Atualmente, existem no país 8 mil obras de saúde em execução, com R$ 2,5 bilhões em empenhados, além de 3,8 mil obras em ação preparatória que somam mais de R$ 922 milhões. Mais 4 mil obras não saíram do papel e foram canceladas.

Até março deste ano, estados e municípios que ainda tiverem obras em execução com prazos de conclusão expirados serão notificados pela última vez para informação sobre o prazo de conclusão. A pasta informou que também está adotando as medidas necessárias para reaver R$ 237 milhões de propostas com obras canceladas.

Acompanhamento online

Ainda de acordo com o ministério, nos casos de impropriedade – prazo expirado, documentação inconsistente e/ou ausência de alimentação do Sistema de Monitoramento de Obras –, o ente será notificado até três vezes para solucionar a situação. Caso contrário, os recursos transferidos serão integralmente devolvidos, de forma automática, sem necessidade de consulta prévia.

“Os contratos de transferência de recursos serão muito rigorosos. O recurso vai ser pago inteiramente, em parcela única, adiantado, mas se cada etapa não for cumprida, ele retorna automaticamente”, explicou o ministro. “Essas são as condições pactuadas e tenho certeza fr que os prefeitos ficarão muito felizes em poder ter autonomia e responsabilidade para cumprir a execução das obras que tiverem recursos do ministério”, concluiu.

A Controladoria-Geral da União (CGU), pasta comandada pelo ministro-chefe Jorge Hage, alega que a queda na quantidade de municípios fiscalizados em ano pré-eleitoral "nada tem a ver com qualquer motivação eleitoral ou política". Em nota, explica que a situação é resultado do contingenciamento imposto aos ministérios de forma geral. "A CGU também foi atingida e de forma muito dura", diz o órgão.

Segundo a CGU, os questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) sobre os cortes já foram respondidos. O órgão diz que, inicialmente, a economia determinada pelo governo seria de R$ 17 milhões em 2013. Após negociações com a Casa Civil e o Ministério do Planejamento, foram desbloqueados R$ 12 milhões.

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Porém, esses recursos não ficaram disponíveis em caixa para a realização de pagamentos. O órgão pôde apenas firmar compromissos, ou seja, empenhar recursos, para quitá-los em anos posteriores. "Daí adveio outra consequência, que foi o montante de despesas de um ano que ficam para pagar no ano seguinte e acabam prejudicando a execução financeira do próximo orçamento", acrescentou a controladoria.

‘Gorduras’. A CGU diz que, como seu orçamento não tem "gorduras", boa parte da verba de custeio é destinada para atividades que exigem viagens. Nelas, os servidores fazem fiscalizações, como as de municípios, auditorias em campo, correições e treinamentos, entre outros trabalhos.

"Qualquer redução na verba de custeio impacta essas atividades, que são a razão de ser da CGU, além de atingir outras, quando se chega a situações mais drásticas como em 2013", diz o órgão, referindo-se ao fechamento temporário de uma de suas sedes, em Brasília, onde funcionava a Corregedoria-Geral.

A controladoria ainda informa que tem realocado servidores para atuar nas sedes, minimizando deslocamentos. "Por isso é que só pudemos fazer um único sorteio de municípios em 2013. E, em 2014, também vamos ficar somente com um", justifica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Ministério da Integração Nacional anunciou a liberação de R$ 130 milhões dentro do programa Água para Todos, para os municípios atingidos pelos efeitos da seca. Cerca de 300 cidades serão beneficiadas com sistemas simplificados de abastecimento de água. Os recursos serão repassados diretamente aos municípios e preveem localização e perfuração de poços, tratamento, armazenamento e distribuição de água para comunidades rurais de baixa renda em áreas atingidas pela estiagem.

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Em contrapartida, as prefeituras deverão desenvolver um trabalho social com oficinas educativas de gestão da água, entre outras ações. Cada comunidade deve ter ao menos 50 famílias e a renda per capita deve ser de R$ 140. Além dos sistemas de abastecimento, o Água para Todos oferece outras tecnologias de instalação simples: cisternas, pequenas barragens e kits de irrigação.

Ao todo, serão investidos pelo programa cerca de R$ 5 bilhões para universalizar o acesso à água para populações carentes, residentes em comunidades rurais.

 

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