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O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu, nesta segunda-feira (10), o apresentador da RedeTV Sikêra Jr no caso que envolveu falas homofóbicas do jornalista para a modelo transexual Viviany Beleboni, em 2020. No ano passado, Jr. havia utilizado imagens da atriz durante a Parada  do Orgulho LGBT, onde ela representou Jesus Cristo crucificado, fazendo memória aos crimes cometidos contra a comunidade gay. Ao noticiar um crime cometido por um casal de mulheres lésbicas, o âncora associou a ocorrência à população LGBTQ+ no geral, tendo a imagem de Viviany de fundo.

Na ocasião, em seu programa, Sikêra Jr referiu-se à minoria como “lixo”, “bosta” e “raça desgraçada”. Ele ainda disse que “os homossexuais estão arruinando a família brasileira”.

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Condenado em primeira instância, com a absolvição, o bolsonarista deve se livrar de uma indenização de R$ 30 mil à Beleboni. Ao absolver Sikêra, o desembargador Rodolfo Pelizzari, relator do processo no TJ, afirmou que ele não teve o intuito específico de difamar a modelo ou de prejudicar sua honra e a sua imagem, pois foi uma crítica dirigida à “toda a comunidade LGBT, de forma genérica”.

"A conduta do apresentador não é ilícita, sendo uma mera crítica por entender que sua religião havia sido ofendida por homossexuais, a quem entende serem avessos a Jesus”, afirmou. O desembargador disse que o Estado não pode censurar o direito de dizer o que se pensa e que a "crítica" de Sikêra "pode até ser um equívoco crasso, mas não uma manifestação ilícita do pensamento". Cabe recurso da decisão, que foi referendada pelos desembargadores Mathias Coltro e Mônaco da Silva.

Na ação, a defesa da modelo afirmou que, após a divulgação do programa, na qual a imagem dela "foi relacionada a um crime" e houve "diversas ofensas ao gênero", Viviany foi hostilizada e recebeu ameaças e acusações nas redes sociais. "Ela não se enquadra nos princípios da dignidade da pessoa humana?", perguntou à Justiça a advogada da modelo, Cristiane de Novais.

O pernambucano Sikêra Jr. se envolveu em mais uma polêmica. O apresentador da RedeTV! foi condenado pela Justiça a indenizar a modelo transexual Viviany Beleboni com o valor de R$ 30 mil. Ele usou a imagem de Viviany durante uma matéria sobre um crime cometido por um casal de lésbicas. Em 2015, Viviany encenou Jesus Cristo crucificado na Parada LGBTQ+ de São Paulo.

Durante o programa Alerta Nacional, Sikêra disse: "Isso é um lixo, uma bosta, uma raça desgraçada". Segundo informações do colunista Rogério Gentile, da Folha de S. Paulo, Sikêra alegou que não teve a intenção de comparar Viviany ao caso que estava discutido na atração policial, dizendo que "apenas emitiu opinião sobre movimentos que, como a Parada Gay e seus adeptos, tratam com chacota os símbolos do cristianismo".

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"O fato de a autora ser artista reconhecida não autoriza que possa ter sua imagem exposta sem autorização e ser chamada de ‘raça desgraçada’ em contexto de crítica à prática de um crime que com ela não tem qualquer relação", disse o juiz Sidney da Silva Braga, responsável pela ação. O magistrado determinou que, além do valor a ser pago, seja retirada da reportagem a imagem de Viviany Beleboni. A decisão ainda cabe recurso.

A modelo transexual Viviany Beleboni relatou nas redes sociais ter sido agredida por cinco homens no centro de São Paulo, na tarde da última segunda-feira (11). Segundo ela, os responsáveis pelas agressões a cercaram e falavam trechos da Bíblia, chamando-a de "demônio". A modelo ganhou fama depois que desfilou na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, em 2015, representando a crucificação de Jesus Cristo.

No Facebook, Viviany informou aos fãs sobre o ocorrido e lamentou que tenha acontecido novamente. "Mais uma vez o que eu não queria que acontecesse com qualquer LGBTS acontece comigo só peço orações", postou. Ainda de acordo com ela, o espancamento só parou quando duas pessoas que passavam pelo local começaram a gritar. Viviany foi levada para uma clínica particular, onde recebeu os primeiros socorros e passa bem.

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Tristes e revoltados com a situação, internautas e fãs da modelo lamentaram o ocorrido e enviaram mensagens de carinho e força para Viviany. Para a internauta Roberta Holanda, a transexual deve deixar São Paulo. "Melhoras minha linda!!! Eu morria de medo de que isso acontecesse, vá embora dessa selva de pedras que é São Paulo! Esse lugar é horrível... Você merece um lugar melhor!!! Muitas energias positivas pra vc minha linda", postou. 

Essa não é a primeira vez que a modelo é vítima de agressão. Em agosto de 2015, ela já havia denunciado ter sido ferida no rosto e nas mãos por um agressor, quando também andava perto de sua casa, no centro da capital paulista. Na época, a modelo chegou a registrar um boletim de ocorrência.

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Conhecida por encenar uma crucificação na Avenida Paulista em 2015, a modelo transexual Viviany Beleboni, de 28 anos, resolveu usar neste ano uma fantasia de Justiça e segurar uma Bíblia, com uma cruz sangrando e a frase "Bancada evangélica: retrocesso". O carro onde vai desfilar expõe uma faixa de "Fora Temer".

Segundo afirma, a ideia da fantasia é representar a Lei de Igualdade de Gênero para travestis e transexuais, tema da Parada LGBT em 2016. "Eu não penso em fazer polêmica. Quero mostrar a Justiça com uma faixa preta que tampa a visão. A Bíblia é para representar a bancada evangélica, que significa retrocesso para mulheres e LGBT." A modelo também colou notas de dólar na parte interna da bíblia. "Representa o dinheiro do povo, a forma como eles da bancada chegam ao poder."

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"No ano passado, me acusaram de vilipendiar um símbolo sagrado por causa da crucificação. Era uma cruz feita dois dias antes na marcenaria, eu não tirei nada da Igreja", disse. "Neste ano, a Bíblia é só um fichário imenso. É artístico, não é vilipendiar. Vilipendiar é vender sabão em pó a R$ 70 na igreja e pedir número de cartão de crédito dos fiéis."

Para Viviany, a encenação faz parte da militância. "Travestis e transexuais são os mais prejudicados. Gay, quando não aparenta não ser, ainda consegue sair na rua, consegue emprego. Nos, não", disse. "O Brasil está muito atrasado em tudo."

A modelo também afirmou que chegou a receber ameaças, mas não se mostrou preocupada. "Disseram que iam atirar em mim na Parada. Ainda estou esperando", afirmou. Ela não quis comentar a faixa de "Fora Temer" do carro. "Só tenho a dizer que precisamos de eleições gerais. É uma democracia ou teocracia?"

Conhecida após encenar uma "crucificação" na última Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a modelo transexual Viviany Beleboni, de 29 anos, vai novamente fazer uma performance na edição do evento deste ano, que ocorre no próximo domingo, 29. Ela descartou o uso da cruz, mas adiantou ao jornal O Estado de S. Paulo que vai usar um símbolo religioso, sem detalhar a fantasia. Antes de subir no trio da 20ª edição da Parada, ela participará da gravação do seriado da Netflix, Sense8, dirigido por uma trans.

No ano passado, a modelo se apresentou em um trio elétrico crucificada e causou polêmica. Desta vez, o objetivo da performance será semelhante: crítica ao fundamentalismo religioso e ao "retrocesso" dos políticos conservadores. A 20ª edição da Parada terá como principal bandeira a aprovação da Lei de Identidade de Gênero para travestis e transexuais. Serão 17 trios voltados para o tema.

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"O meu protesto este ano é contra o retrocesso político dos fundamentalistas que barram as nossas leis. Meu figurino e meu ato artístico estarão representando a Lei de identidade de Gênero Já, que não passa justamente por causa dessa bancada evangélica. Vou falar de religião quantas vezes forem necessárias", afirmou.

Viviany disse que não vai se intimidar mesmo diante de ameaças de morte das quais estaria sendo vítima. "Me ameacem de morte a tiro, como me ameaçaram esta semana ou não, eu vou estar lá. Porque cachorro que late não morde. Enquanto estiver viva, vou falar de religião porque eles (políticos) distorcem para criar ódio contra a comunidade LGBT."

A Parada deste ano, que entrou para o calendário oficial da cidade, terá seu menor repasse de verbas da Prefeitura: um valor efetivo de R$ 1,2 milhão, embora o teto seja de quase R$ 1,5 milhão. No evento, serão 2 mil ambulantes cadastrados, o mesmo total da Virada Cultural, segundo Líbia Miranda, diretora-geral da 4X Entertainment, empresa que assumiu a captação de recursos com empresas privadas e públicas. Líbia afirmou ainda que será contratada segurança privada para reforçar o apoio dos homens da Polícia Militar.

O presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT (Apogblt), Fernando Quaresma, disse que superou a marca de R$ 2,5 milhões de arrecadação de patrocínio - a meta era de R$ 5 milhões - e terá pela primeira vez grandes marcas privadas como parceiros oficiais: Skol, Bob's e Kibon. Fabio Baracho, porta-voz da Skol presente na coletiva, disse que esta é a primeira edição da Parada com patrocínio da marca de cerveja.

Segundo Quaresma, nos próximos dias será lançada ainda a campanha #chegadetransfobia, incentivando que apoiadores da luta trans postem uma fotografia no perfil das redes sociais com a bandeira da militância. "Com a aprovação da lei de identidade de gênero, basta que a pessoa vá ao cartório e faça o pedido para uso do nome social. É muito mais lógico e facilita a vida", afirmou.

Diferentemente de edições anteriores, o show de encerramento da Parada não será na Praça da República, mas no Vale do Anhangabaú. O secretário municipal de Direitos Humanos, Felipe de Paula, informou que a mudança de local é por motivos de segurança, já que o Vale permite maior dispersão do que a Praça.

De acordo com o coordenador de políticas LGBT da Prefeitura, Alessandro Melchior, o show de encerramento terá início às 16 horas com DJs. Subirão ao palco gogoboys e mais de 20 drag queens da capital, como Silvetty Montille, Salete Campari e Kaka Di Polly.

O evento termina com uma apresentação de Nalaya, cantora de Ibiza, na Espanha, voltada para o público LGBT. Pela primeira vez, a Parada vai ser transmitida virtualmente, com cinco câmeras espalhadas no percurso dos trios, e pode ser acompanhada pelo canal da Prefeitura no YouTube.

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