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Duas companhias aéreas suspenderam nesta quarta-feira (29) os voos para a China continental, onde a epidemia de coronavírus de Wuhan continua sua propagação, apesar das medidas de prevenção e isolamento decretadas, e já supera o número de pacientes provocados pela SARS há quase 20 anos.

Nesta quarta-feira (29), centenas de japoneses e americanos foram retirados de Wuhan, a cidade da região central da China onde surgiu o vírus.

As autoridades de saúde anunciaram mais 26 mortes, o que eleva o balanço do coronavírus a 132 vítimas fatais, e 5.974 casos confirmados na China continental (sem contar Hong Kong).

A cifra já supera o número de infecções da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) de 2002 e 2003, outro coronavírus que contaminou 5.327 pessoas no país. A SARS deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China continental.

Além da China, que registra a grande maioria das infecções, o coronavírus afeta 15 países - o caso mais recente foi detectado nos Emirados Árabes Unidos.

Como medida de precaução, a companhia aérea British Airways anunciou a suspensão de todos os voos para a China continental. O Reino Unido, assim como Estados Unidos e Alemanha, recomenda que seus cidadãos evitem as viagens ao país asiático.

A indonésia Lion Air também suspendeu os voos, enquanto Cathay Pacific (Hong Kong), a americana United Airlines e a Air Canada pretendem reduzir o número de voos para a China.

Além disso, Hong Kong anunciou o fechamento de seis pontos de passagem com o restante da China.

- Repatriação -

Japão e Estados Unidos foram os primeiros países a repatriar parte de seus cidadãos retidos em Wuhan.

Esta cidade e a quase totalidade da província de Hubei estão isoladas do mundo desde 23 de janeiro, em uma tentativa das autoridades de conter a epidemia. O cordão sanitário afeta 56 milhões de habitantes e milhares de estrangeiros.

Um avião com 200 japoneses pousou em Tóquio nesta quarta-feira. "Não conseguíamos circular livremente (...) O número de doentes começou a aumentar rapidamente e dava medo", declarou no desembarque Takeo Aoyama, que trabalha na siderúrgica Nippon Steel.

Sem uma base legal, as autoridades japoneses não podem impor uma quarentena aos repatriados e solicitam que estas pessoas permaneçam em casa por duas semanas.

Um avião enviado pelos Estados Unidos também decolou nesta quarta-feira de Wuhan com 200 pessoas a bordo, incluindo funcionários do consulado na cidade.

A Comissão Europeia informou que dois aviões da França devem repatriar 350 europeus, incluindo 250 franceses.

A Austrália, que também examina uma operação de retirada, pode enviar os repatriados em quarentena para a Ilha Christimas, no Índico, onde normalmente aguardam os solicitantes de asilo.

Wuhan, onde a circulação de veículos considerados não indispensáveis está proibida, parece uma cidade fantasma. No restante da China, onde o recesso de Ano Novo foi prorrogado até 2 de fevereiro, muitas pessoas deixaram de frequentar centros comerciais, cinemas e restaurantes.

A rede americana Starbucks, por exemplo, anunciou o fechamento de metade de seus cafés.

- Consequências esportivas e econômicas -

Nesta quarta-feira, as autoridades anunciaram o cancelamento das provas da Copa do Mundo de esqui alpino previstas para fevereiro na China.

A seleção feminina de futebol da China foi colada em quarentena em um hotel de Brisbane, na Austrália, onde deve disputar o pré-olímpico.

Os primeiros casos de transmissão entre humanos fora do território da China provocam grande preocupação. No Japão, um homem de 60 anos que nunca viajou à China foi contaminado e um caso similar foi registrado na Alemanha, o primeiro na Europa.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na terça-feira o envio à China "o mais rápido possível" de especialistas internacionais para coordenar os conhecimentos sobre o vírus e apresentar uma "resposta mundial".

"A epidemia é um demônio e não podemos deixar este demônio escondido", disse o presidente chinês Xi Jinping.

O governo dos Estados Unidos pediu à China "mais cooperação e transparência". Em 2002, o regime chinês foi acusado de esconder o surgimento da SARS.

Os cientistas do instituto Doherty na Austrália conseguiram replicar em laboratório o novo coronavírus, uma etapa crucial para criar uma vacina, uma tarefa que ainda deve demorar meses.

O coronavírus de Wuhan também tem consequências econômicas.

A empresa americana Apple admitiu problemas na cadeia de produção na China e a montadora japonesa Toyota anunciou a prorrogação por mais uma semana da paralisação das atividades em suas três fábricas na China, até 9 de fevereiro.

Pablo Lassalle, de 44 anos, despediu-se da mulher e da filha em outubro do ano passado e imaginava que voltaria a vê-las no último domingo, 26 de janeiro. Não aconteceu. A mulher, Zhang Hui, de 33 anos, e Isabela, de um ano e meio, partiram do Brasil com destino a Wuhan, na China, para que a menina, brasileira, conhecesse os parentes chineses. Acabaram "presas" na cidade, que se tornou o epicentro do coronavírus.

Na semana passada, Wuhan fechou o aeroporto e suspendeu meios de transporte, como ônibus e o metrô. Zhang Hui e Isabela acabaram perdendo a viagem de volta ao Brasil. Hoje, estão isoladas no 18º andar de uma torre de 32 andares de Wuhan, e só saem, de máscara, para ver uma tia de Zhang, que mora do outro lado da rua. "Minha filha e minha esposa estão presas em Wuhan", disse Lassalle, que mora em Palhoça (SC) e trabalha com computação gráfica.

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Ele viveu por sete anos em Wuhan, onde conheceu a mulher, de nacionalidade chinesa. De volta ao Brasil, nasceu Isabela. "Um amigo até me falou: 'Tira elas de lá porque a coisa está bem feia.'" Não deu tempo. Quando viu as informações de que o aeroporto seria fechado, diz, foi "como se tudo estivesse desmoronando". Estima-se que 5 milhões - dos 11 milhões de habitantes de Wuhan - tenham deixado a cidade chinesa antes da restrição.

Segundo Lassalle, mãe e filha estão bem. "A recomendação número 1 é não sair de casa." Ele teme que a situação se agrave. "Não quero nem pensar, fico imaginando pessoas infectadas, vai ficar um caos", diz. "Estamos surpresos e estou aqui agoniado. As pessoas não vão ficar bem. E, de alguma forma, minha família também não está segura." Segundo a mulher contou a Lassalle, o clima em Wuhan é de estresse. E não há informações sobre o fim da quarentena. Em vídeo gravado nesta terça-feira, 28, Zhang diz que estão ansiosos. "Nos sentimos nervosos de não poder voltar ao Brasil, como morando em uma prisão."

Lassalle agora tenta se conectar com outros brasileiros "presos" na cidade. A Embaixada do Brasil em Pequim estima haver 70 brasileiros na província de Hubei, onde fica Wuhan. Ele pleiteia que o Brasil providencie o transporte de seus cidadãos. Estados Unidos e outros países já se articulam para retirar seus cidadãos de Wuhan.

Apoio

O Ministério das Relações Exteriores disse que embaixada e consulados acompanham desdobramentos para prestar apoio e que a China mantém comunicação com representantes diplomáticos e consulares e, "até o momento, não considera organizar a retirada de estrangeiros das áreas já em situação de isolamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou a existência de um caso suspeito do novo coronavírus (2019-nCoV) no Brasil. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (28), Mandetta disse que a paciente esteve recentemente em Wuhan, cidade chinesa onde a epidemia teve início, e é mantida em isolamento em um hospital de Minas Gerais.

"O estado geral da paciente é bom, não há nenhuma complicação", afirmou o ministro, acrescentando que trata-se de um caso "importado". "Não há evidência do vírus circulando", declarou.

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Segundo Mandetta, 14 contatos próximos da paciente estão sendo monitorados, e o tratamento da mulher segue o protocolo para Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), doença que matou quase 800 pessoas no início do milênio e que é causada por um coronavírus similar ao 2019-nCoV.

O caso suspeito já havia sido anunciado pelo governo de Minas Gerais, que na semana passada falara em outro possível contágio, depois negado pelo Ministério da Saúde.

Mandetta também explicou que o Brasil passou a tratar como suspeitos os casos de pacientes que apresentam sintomas do coronavírus e que tenham estado recentemente na China, e não apenas em Wuhan, como era anteriormente.

O 2019-nCoV causa febre, tosse e dificuldades respiratórias. Até o momento, a epidemia já matou 106 pessoas e contaminou 4,5 mil.

Da Ansa

O prefeito de Wuhan, cidade no epicentro do surto do novo tipo de coronavírus na China, colocou o cargo à disposição após críticas sobre falta de transparência na divulgação de informações sobre o surto de coronavírus, informa a mídia chinesa. O secretário do Partido Comunista da China em Wuhan, Ma Guoqiang, também colocou o cargo à disposição.

"Nossos nomes viverão na infâmia, mas se for necessário para o controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o camarada Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade", disse Zhou Xianwang.

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Em entrevista à emissora de televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang admitiu que informações sobre o contágio do vírus não foram divulgadas em tempo hábil. Mas pediu que o público entendesse, já que o governo local só poderia divulgar informações depois de obter autorização do governo central. Zhou disse que suas "mãos estavam atadas" já que regras locais exigiam a aprovação de Pequim antes de divulgar informações confidenciais.

De acordo com a mídia chinesa, o prefeito de Wuhan também afirmou que cerca de 5 milhões de pessoas deixaram Wuhan por causa do Festival de Primavera antes do fechamento da cidade.

Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que o governo americano está "em comunicação próxima" com a China, diante do surto de coronavírus no país asiático. Segundo ele, há poucos casos reportados em solo americano, mas muita atenção sobre o tema. Trump comentou ainda que ofereceu ajuda à China e ao presidente Xi Jinping para lidar com a questão.

"Nós estamos em comunicação muito próxima com a China em relação ao vírus. Bem poucos casos reportados nos EUA, mas isso está fortemente no radar", escreveu Trump no Twitter. "Nós havíamos oferecido à China e ao presidente Xi qualquer ajuda necessária. Nossos especialistas são extraordinários!", completou. (Com agências internacionais).

Cientistas de Hong Kong afirmaram que o número de casos do vírus de Wuhan pode superar 40.000 e, por este motivo, consideram que os governos devem adotar medidas drásticas para limitar os deslocamentos da população se desejam deter a propagação da epidemia.

Os cientistas da Universidade de Hong Kong (HKU) advertiram para uma aceleração da propagação do coronavírus, que até o momento deixou oficialmente 80 mortos na China, de um total de 2.744 casos confirmados. O número de casos suspeitos dobrou em 24 horas e se aproxima de 6.000.

Com base em modelos matemáticos da propagação do vírus, a equipe antecipa que o número real de contágios é muito superior ao balanço das autoridades, que considera apenas os casos formalmente identificados.

"O número de casos confirmados que apresentam sintomas deveria ser da ordem de 25.000 ou 26.000 no dia do Ano Novo chinês, sábado passado", afirmou Gabriel Leung, chefe da equipe de cientistas, durante uma entrevista em Hong Kong.

Incluindo as pessoas que estão em período de incubação, e ainda não apresentam sintomas, o "número se aproxima dos 44.000" no sábado, completou.

Ele explicou que o número de contágios poderia dobrar a cada seis dias, para atingir o pico em abril e maio nas zonas já afetadas por uma epidemia. Leung destacou que medidas eficazes de saúde pública poderiam reduzir o ritmo de contágio.

O epicentro da doença continua sendo Wuhan e a província de Hubei. Mas também foram encontrados casos nas grandes cidades do país, como Pequim, Xangai, Shenzhen ou Cantão.

"Devemos nos preparar para o fato de que esta epidemia em particular se converta em uma epidemia mundial. Devem ser adotadas o mais rápido possível medidas importantes e draconianas para limitar os movimentos da população", completou Leung.

O vírus já foi detectado em uma dezena de países, até a América do Norte, Europa e Austrália, em pessoas que chegaram de Wuhan.

O coronavírus, surgido na cidade de Wuhan, na China, já atingiu mais de 2.116 pessoas em todo o mundo e 300 estão em estado grave. Segundo oficiais da província de Hubei, 52 de todas as mortes foram registradas na região. A capital, Wuhan, onde o surto teve início, é a cidade mais afetada pelo vírus.

Somente na China foram registrados 2.062 casos. Além da China, Hong Kong (8 casos), Tailândia (8), Macau (5), Austrália (4), Japão (4), Malásia (4), Cingapura (4), Taiwan (4), Coreia do Sul (3), Vietnã (2) e Nepal (1) também tiveram casos confirmados. O coronavírus também chegou na Europa, com três casos confirmados na França. Já na América do Norte, são três casos nos Estados Unidos e um no Canadá. Até o momento não há registro de casos na América do Sul. As informações são do Centro de Ciência e Engenharia da universidade Johns Hopkins, de Baltimore (EUA).

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O surto tem afetado planos da população chinesa em meio ao feriadão do Ano Novo Lunar. A imprensa estatal afirma que agências de turismo cancelaram todas as excursões para o exterior a partir de segunda-feira. Segundo a Televisão Central da China, a medida teria sido resultado de uma ordem do governo chinês.

A doença também continua a se alastrar pelo mundo, com 44 casos registrados em 13 nações, além da China. A maioria dos infectados são turistas de Wuhan ou pessoas que visitaram a cidade. É o caso do terceiro paciente identificado na Coreia do Sul, um homem sul-coreano que vive em Wuhan e que havia retornado de férias ao país natal.

*com informações da NHK, Agência pública do Japão

 

O prefeito da cidade chinesa de Wuhan - epicentro do surto de coronavírus -,Zhou Xianwang, disse neste domingo em uma coletiva de imprensa que estima que os especialistas deverão confirmar outros cerca de mil casos suspeitos de infecção que estão sob monitoramento. Até agora, a grande maioria dos casos confirmados na China continental está em Wuhan e nos arredores. De acordo com dados oficiais divulgados hoje, a China continental está com cerca de 2 mil pessoas infectadas e ao menos 56 pessoas morreram.

Zhou disse que mais de cinco milhões de pessoas já deixaram Wuhan, permanecendo cerca de nove milhões.

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O governo central também enviou uma mensagem neste domingo ao resto do país, de que está substituindo as autoridades locais em Hubei - província onde fica Wuhan -, cuja reação lenta ao surto atraiu críticas. A mídia estatal informou que o primeiro-ministro Li Keqiang foi encarregado do novo "pequeno grupo principal" de altos funcionários do Partido Comunista que está direcionando a resposta ao vírus em todo o país. De acordo com a agência de notícias oficial da China Xinhua, o grupo planeja enviar uma equipe para Hubei para liderar os esforços no terreno.

Fonte: Dow Jones Newswires

Segue abaixo a lista dos países que anunciaram casos de contágio de um novo coronavírus, da mesma família da Sars, desde o seu surgimento, em dezembro, em Wuhan, centro da China.

Até o momento, vírus causou 26 mortes, todas na China, a imensa maioria delas em Wuhan.

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- CHINA -

Mais de 800 pessoas foram contaminadas na China, 177 delas estão em estado grave. As autoridades também estão monitorando 1.072 casos suspeitos.

As autoridades também confirmaram a segunda morte pelo vírus fora da região de Wuhan, a 2.000 km de distância, na província de Heilongjiang.

- HONG KONG

Duas pessoas que estiveram recentemente em Wuhan tiveram resultado positivo nos testes em Hong Kong, onde foram hospitalizadas.

- MACAU

As autoridades de Macau anunciaram em 22 de janeiro um primeiro caso confirmado nesta região semiautônoma chinesa. É uma empresária de 52 anos que chegou três dias antes de trem da cidade vizinha de Zhuhai.

- ESTADOS UNIDOS -

Um homem que estava na região de Wuhan foi hospitalizado em Everett, perto de Seattle (costa oeste), onde chegou em 15 de janeiro. Ele entrou em contato com os serviços médicos em 19 de janeiro, após sentir os primeiros sintomas. Uma sexagenária que voltou de Wuhan em 13 de janeiro e vive em Chicago também está infectada com o coronavírus chinês, no segundo caso confirmado no país. As autoridades informaram que há mais 50 casos sob observação.

- JAPÃO -

Dois casos foram registrados no Japão. O primeiro paciente é um homem que teve que ser hospitalizado em 10 de janeiro devido a febre alta e outros sintomas. Ele tinha acabado de passar alguns dias em Wuhan. O segundo caso é também de um homem, residente da cidade chinesa e que chegou ao território japonês no dia 19 de janeiro.

- SINGAPURA -

Tem três casos confirmados. Nesta sexta-feira, as autoridades informaram dois casos.

O primeiro caso de coronavírus foi anunciado em 23 de janeiro. Um homem de 66 anos residente de Wuhan, que chegou três dias antes com febre e tosse.

- COREIA DO SUL -

Até agora, existem dois casos confirmados. O ministério da Saúde mencionou um homem de 50 anos que trabalhava em Wuhan e começou a ter sintomas há alguns dias. Seu diagnóstico foi confirmado nesta sexta-feira.

Em 20 de janeiro, o primeiro caso foi confirmado, uma mulher de 35 anos que viajou para Wuhan.

- TAIWAN -

O primeiro caso registrado em Taiwan é o de uma mulher que chegou em 20 de janeiro de Wuhan, onde mora, com febre, tosse e dor de garganta, no aeroporto de Taoyuan, em Taipei.

- TAILÂNDIA -

O primeiro caso de contaminação do coronavírus fora da China foi registrado na Tailândia em 8 de janeiro. No total, a Tailândia confirmou quatro casos de coronavírus, três deles em cidadãos chineses de Wuhan. A eles se juntam um tailandês de 73 anos que viajou para Wuhan.

Dois dos pacientes chineses foram tratados e já viajaram de volta ao seu país.

- VIETNÃ -

Dois chineses, um homem que chegou em 13 de janeiro de Wuhan e seu filho, morador da cidade de Ho Chi Minh, no sul do Vietnã, foram hospitalizados, em 17 e 18 de janeiro, respectivamente, em território vietnamita depois de seus testes de coronavírus darem positivo, anunciaram as autoridades em 23 de janeiro.

burx/bds/glr/es/mb/af/aa

A China iniciou nesta quinta-feira (23) a proibição de saída de trens e aviões da cidade de Wuhan, origem da epidemia provocada por um novo coronavírus, isolando milhões de habitantes na tentativa de conter a pneumonia que já matou 17 pessoas.

Pouco antes do começo da quarentena envolvendo a enorme cidade, na manhã desta quinta-feira, se formaram longas filas de veículos nas rodovias, enquanto peritos checavam a temperatura das pessoas que partiam da cidade.

Agentes da polícia, com máscaras de proteção, patrulhavam a principal estação de trens de Wuhan pouco antes do início do bloqueio.

O isolamento começou às 10H00 (23H00 Brasília de quarta) e tem como objetivo "conter de forma decisiva a propagação" do vírus, informou o centro de controle especial da cidade.

O novo coronavírus já provocou 17 mortes e infectou centenas de pessoas, segundo o balanço mais recente.

A preocupação com a progressão do vírus, além da ameaça de tarifação americana em carros europeus se fez sentir nas bolsas de valores europeias. Paris fechou em queda de 0,58%, a 6.010,98 pontos; Frankfurt caiu 0,30%, fechando a 13.515,75 pontos, e Londres perdeu 0,51%, a 7.571,92 pontos.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou na quarta que as medidas tomadas pela China na cidade de Wuhan irão diminuir os riscos de contaminação mundial.

Ainda em comentário sobre as medidas tomadas pelo governo chinês sobre a cidade epicentro do vírus, Ghebreyesus ressaltou que são "medidas muito corretas". Ele informou que a OMS ainda não está pronta para decidir se o novo surto do vírus na China, que se estendeu para outros países, constitui uma emergência internacional, motivo pelo qual o comitê de especialistas prorrogará suas sessões por mais um dia.

Com o aumento no número de mortos, que antes era de 9 e agora já registra 17 falecimentos, o total de pessoas infectadas subiu para 444 na região de Hubei, epicentro dos casos, como anunciaram autoridades locais durante uma coletiva de imprensa televisionada.

O vírus apareceu no mês passado na cidade de Wuhan e já chegou a vários países da Ásia e até mesmo nos Estados Unidos, que registrou um primeiro caso.

Na quarta, Hong Kong também informou um primeiro caso suspeito, o de um homem que chegou à cidade procedente de Wuhan.

A secretária de Saúde, Sophia Chan, disse que um homem de 39 anos teve resultado positivo para infecção pela vírus em um exame preliminar, mas que o resultado final sairá apenas nesta quinta-feira. O indivíduo foi isolado em um hospital.

O presidente chinês, Xi Jinping, assegurou por telefone a seu colega francês, Emmanuel Macron, que a China adotou "medidas de prevenção e de controle", garantindo que seu país "está disposto a trabalhar com a comunidade internacional para responder de forma eficaz à epidemia".

Mais cedo, durante uma coletiva de imprensa em Pequim, o vice-ministro da Comissão Nacional da Saúde, Li Bin, ressaltou que o vírus, que é transmitido pelo trato respiratório, "pode sofrer mutações e se espalhar mais facilmente".

Depois de aparentemente ignorar o vírus surgido no mês passado, os chineses pareciam estar cientes do risco nas principais cidades do país, onde muitos moradores usavam máscaras respiratórias.

- Ventilação, desinfecção -

Quase metade das províncias do país está em alerta, incluindo megalópoles como Xangai e Pequim.

Também foi detectado um caso em Macau, capital mundial dos jogos de azar, onde os funcionários dos cassinos são obrigados a usar máscaras.

Repetindo um pedido do presidente Xi Jinping para "deter" a epidemia, Li anunciou medidas preventivas, como ventilação e desinfecção em aeroportos, estações ferroviárias e shopping centers.

Sensores de temperatura corporal também serão instalados em locais movimentados, disse ele.

Muitos países com ligações aéreas diretas ou indiretas com Wuhan, cidade onde a doença surgiu, reforçaram o controle de passageiros, tirando proveito de sua experiência com a epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2002-2003, um vírus da mesma família.

Depois do Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan, os Estados Unidos anunciaram o primeiro caso da doença na terça-feira.

Trata-se de um homem na casa dos trinta anos, natural de Wuhan e que mora perto de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos.

Ele chegou em 15 de janeiro sem febre no aeroporto de Seattle, e entrou, por conta própria, em contato com os serviços de saúde após o aparecimento dos primeiros sintomas.

Foi hospitalizado por precaução e permanecerá em confinamento solitário por pelo menos mais 48 horas, segundo as autoridades sanitárias.

- Suspeitas -

Até o momento, a OMS usou o termo "emergência de saúde pública de alcance internacional" apenas em casos raros de epidemias que exigem uma vigorosa resposta internacional, incluindo a gripe suína H1N1 em 2009, o vírus zika em 2016 e a febre ebola, que devastou parte da população da África Ocidental de 2014 a 2016 e a RDC desde 2018.

O vírus foi detectado em dezembro em Wuhan, uma megalópole de 11 milhões de pessoas, em um mercado de peixes e frutos do mar.

Ainda se desconhece sua origem exata ou o período de incubação.

Vendas ilegais de animais silvestres estavam ocorrendo no mercado, segundo declarou nesta quarta-feira o diretor do Centro Nacional de Controle e Prevenção de Doenças, Gao Fu.

Ele, porém, não foi capaz de afirmar se esta era a origem do vírus.

A cepa é um novo tipo de coronavírus, uma família com um grande número de vírus. Eles podem causar doenças leves nos seres humanos (como um resfriado), mas também outras mais graves, como SRAS.

A OMS criticou o governo chinês por ter atrasado o anúncio do alerta sobre a epidemia, com intuito de esconder a proporção da doença.

O Colégio Imperial de Londres divulgou relatório em que contesta as autoridades de saúde na cidade chinesa de Wuhan. Segundo dados oficiais, são quatro os casos registrados de pessoas infectadas pelo Coronavírus, que causa pneumonia e pode levar à morte. Diferentes relatos colocam o número de pessoas possivelmente infectadas pelo vírus entre 45 e 50. Já o colégio britânico estima que os números superem a marca de 1.723 casos só na cidade em que a surto começou.

Desde que foi descoberto em dezembro do ano passado, duas pessoas morreram em Wuhan por contaminação pelo vírus. Acredita-se que os primeiros casos começaram em um mercado de frutos do mar. O relatório afirma que "é provável que o surto em Wuhan de uma nova cepa do Coronavírus tenha causado substancialmente mais casos de doenças respiratórias moderadas ou severas do que atualmente reportadas".

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Outros três casos foram relatados fora da China: dois na Tailândia e um no Japão. As três pessoas estiveram recentemente em Wuhan. "A transmissão autossustentável entre humanos não deve ser descartada", afirma ainda o parecer da universidade britânica.

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