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A partir desta segunda-feira (2), o mutuário inadimplente com a casa própria poderá usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para negociar o pagamento de até seis prestações em atraso, em vez das 12 em vigor até agora. A medida foi autorizada pelo Conselho Curador do FGTS no último dia 13.

Apesar da diminuição do prazo de carência, o mutuário ainda está em vantagem. Caso não tivesse aprovado a medida, o intervalo cairia para até três meses, como ocorre tradicionalmente.

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Em abril do ano passado, o Conselho Curador aumentou, de três meses para 12 meses, o limite de uso do saldo do fundo para quitar parcelas em atraso. A medida vigorou até o fim do ano passado.

O uso do FGTS para reduzir o valor de prestações futuras ou abater atrasos inferiores a 90 dias existe há bastante tempo, mas a destinação dos recursos para pagar mais de três parcelas atrasadas, até abril do ano passado, exigia autorização da Justiça.

De acordo com o Conselho Curador, cerca de 80 mil mutuários de financiamentos habitacionais têm mais de três parcelas em atraso e são considerados casos de inadimplência grave. Desse total, 50% têm conta vinculada ao FGTS.

Procedimentos

O trabalhador interessado em quitar parcelas não pagas deve procurar o banco onde fez o financiamento habitacional. O mutuário assinará um documento de Autorização de Movimentação da Conta Vinculada do FGTS para poder abater até 80% de cada prestação, limitado a seis parcelas atrasadas.

O mecanismo só vale para imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão e haverá restrições. Quem usou o saldo de alguma conta do FGTS para diminuir o saldo devedor e o número de prestações não poderá usar o fundo para quitar prestações não pagas antes do fim desse intervalo. O prazo é estabelecido com base na data da última amortização ou liquidação.

Segundo o Manual do FGTS, os critérios para fazer o saque são os mesmos dos trabalhadores que usam o dinheiro do fundo para comprar ou construir a casa própria. O trabalhador deverá ter contribuído para o FGTS por, pelo menos, três anos, em períodos consecutivos ou não, não poderá ter outro imóvel no município ou região metropolitana onde trabalha ou mora e não poderá ter outro financiamento ativo no Sistema Financeiro de Habitação.

Na reunião de dezembro, o Conselho Curador não alterou as demais regras de uso do FGTS para a compra da casa própria. As condições para liquidação, amortização ou adiantamento de parte das parcelas adimplentes continuam em vigor.

O Projeto de Lei 758/20 suspende temporariamente o pagamento das parcelas de financiamentos imobiliários (Lei do Sistema de Financiamento Imobiliário) e do Programa Minha Casa Minha Vida para mitigar efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.

A proposta em tramitação na Câmara dos Deputados foi apresentada antes de o Congresso Nacional reconhecer, por meio de decreto legislativo cuja vigência expirou em 2020, emergência de saúde pública de importância internacional.

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“É necessário criar um mecanismo emergencial para que as famílias mais desprotegidas não corram o risco de perder um de seus mais preciosos bens, que é a casa própria”, disse a autora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Tramitação

O projeto tramita em conjunto com outras seis propostas, em caráter conclusivo, e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

A Caixa anunciou a prorrogação da pausa nas cobranças de prestações da casa própria por causa da pandemia da Covid-19, mas beneficiários da faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, voltada às famílias mais carentes (com renda mensal até R$ 1,8 mil), continuam sem esse alívio. Mesmo com redução drástica na renda, eles seguem sendo cobrados pelo pagamento das prestações, que variam de R$ 80 a R$ 270.

Um projeto de lei que concede ao governo autorização legal para suspender os pagamentos foi aprovado pela Câmara, mas ainda está sem previsão de votação no Senado.

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Lideranças do Senado ouvidas pela reportagem afirmam que a proposta só deve ser votada a partir de 15 de agosto. Antes, ainda é preciso apreciar oito medidas provisórias que podem perder validade, além da PEC que amplia os recursos para o Fundeb (fundo voltado à educação básica) e do projeto de lei de autonomia do Banco Central.

O texto concede uma pausa de seis meses nos financiamentos, sem cobrança de juros, mediante aporte de R$ 215,4 milhões pelo Tesouro Nacional para compensar a redução das receitas do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), que banca o faixa 1.

O faixa 1 do Minha Casa Minha Vida já beneficiou 1,4 milhão de brasileiros em cerca de dez anos de programa, e a maioria ainda paga suas parcelas mensais do financiamento.

É o caso de Normando Eugênio da Silva, que tem 59 anos e trabalhava como auxiliar de produção, mas está desempregado desde março. Ele recebe a última parcela do seguro-desemprego este mês e ainda não sabe como fará para continuar pagando as prestações mensais, que estão na faixa dos R$ 80. "Tenho saído para procurar emprego, mas está muito difícil."

Silva obteve, pelo faixa 1 do Minha Casa, um apartamento de 34 metros quadrados no Condomínio Iracema Eusébio, em São Paulo. Ele mora sozinho, mas ajuda uma irmã, que vive no Nordeste e cujo marido tem problemas cardíacos. "Eu ajudava mais, mas este mês mandei só para o remédio do coração", conta. Sem emprego, ele cortou despesas e deixou de pagar algumas contas, como o condomínio. "Vira uma bola de neve. Até agora não sei como ficou (a pausa nas prestações)", diz.

Como o subsídio da faixa 1 do programa é bancado com recursos públicos, é preciso haver uma lei autorizando a suspensão das cobranças, além de dinheiro no Orçamento. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), responsável pela gestão do programa, chegou a pedir um crédito de R$ 120 milhões em 20 de maio para bancar a pausa, mas o pleito foi negado pela falta de previsão na lei, segundo informação da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério da Economia.

Outras faixas do programa, que beneficiam famílias com renda acima de R$ 1,8 mil, têm o subsídio bancado principalmente pelo FGTS. Essas conseguiram pedir a pausa nas prestações, assim como outros brasileiros que têm financiamento imobiliário, tanto trabalhadores da iniciativa privada quanto servidores públicos. Eles já tiveram uma pausa de 120 dias no pagamento das prestações e agora, com a prorrogação, terão mais 60 dias de alívio no bolso.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) encaminhou na semana passada ofícios ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, solicitando providências. "Atormentadas pela falta de renda e sem conseguir manter o pagamento das prestações, aquelas famílias têm medo de perder suas moradias e, assim, a segurança de se manterem no isolamento social, necessário para conter a Covid-19", diz o documento.

Algumas famílias têm conseguido suspender as cobranças na Justiça por meio de liminares. Houve decisões favoráveis em São Paulo e Ceará. A Defensoria Pública da União (DPU) avalia ingressar com uma ação coletiva pedindo a suspensão das cobranças em todo o Brasil.

A Caixa tem informado que "atua na qualidade de gestor operacional" do programa e que cumpre "determinações do gestor do programa", que é o MDR. O Ministério da Economia informou que está aguardando a tramitação do PL 795/20 no Senado. O MDR informou só que apoia o projeto de lei.

Deputados aprovaram na noite desta segunda-feira (20) projeto que permite suspender o pagamento de parcelas do programa Minha Casa, Minha Vida por 180 dias em função da pandemia da Covid-19. O texto aprovado foi o substitutivo do deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), que seguirá agora para a análise dos senadores.

A medida vale para os beneficiários da faixa 1, aqueles com renda familiar mensal até R$ 1,8 mil, e que usaram no financiamento recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) ou do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS).

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As parcelas "pausadas" deverão ser quitadas depois do prazo do financiamento original. Pelo projeto, contudo, o total de parcelas do programa que serão adiadas, a ser suportado pelo Tesouro Nacional, será limitado a R$ 215,4 milhões.

A proposta também adia para dezembro de 2020 o vencimento da parcela anual de beneficiários com operações enquadradas no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).

A alta nas taxas de juros médias ao consumidor nos três primeiros meses do ano encareceu as prestações para fazer financiamentos, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), antecipado ao jornal O Estado de S. Paulo.

Nos cálculos da entidade, o custo médio da prestação para financiar R$ 1 mil ficou em R$ 42,38 em março, considerando tanto os juros médios à pessoa física em todas as modalidades quanto o prazo médio, conforme informados pelo Banco Central (BC). Em dezembro, a prestação estava em R$ 40,31.

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Se considerada a média das modalidades de crédito à pessoa física para a aquisição de bens, como eletrodomésticos, um financiamento de R$ 1 mil resulta em prestação mensal de R$ 64,18, valor mais baixo desde outubro de 2018.

Segundo o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fábio Bentes, no caso do crédito para a aquisição de bens, o alívio no valor da prestação ocorreu porque o prazo médio dos financiamentos se ampliou (de 16,47 meses, em dezembro, para 18,41 meses, em março) e não porque o juro caiu.

Para Bentes, o encarecimento dos financiamentos, combinado a um aumento do endividamento e a uma tendência de alta na inadimplência, pode levar a condições mais restritivas de crédito no fim do ano.

O aumento do endividamento foi captado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC. Na leitura de abril, divulgada terça-feira, 62,7% das famílias entrevistadas disseram ter alguma dívida, ante 62,4% em março e 60,2% em abril de 2018. O nível de abril é o maior desde setembro de 2015.

"Quando o endividamento vem junto com inadimplência ou com baixíssimo crescimento econômico, presume-se que as famílias estão tomando crédito para manter seu consumo", disse Bentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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