Faz parte do sonho da maioria dos brasileiros a aquisição da casa própria e, para isso, muitos deles recorriam ao financiamento pela Caixa Econômica Federal, no entanto, a instituição aumentou as taxas de juros pela terceira vez somente em 2015. O aumento passou de 9,45% para 9,90% ao ano, para compra de imóveis pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH) para não clientes. Já para correntistas da Caixa e servidores públicos sobem de 8,80% a 9,30% para 9,30% a 9,80% ao ano. O fato tem feito as pessoas colocarem o pé no freio antes de entrar nessa empreitada que custará anos de parcelas a serem pagas.
No entanto, de acordo Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), não é momento para pânico e é necessário entender a situação para traçar as estratégias a serem tomadas, visto que o Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não serão afetados com essa alta nas taxas de juros, apesar do Governo já ter anunciado que mudou as regras para financiar imóveis pelo programa, com a criação de uma faixa intermediária de renda, entre R$ 1.800 e R$ 2.350, e o aumento dos juros cobrados para famílias que recebem a partir de R$ 2.350 por mês.
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Apesar disso, o movimento do comércio imobiliário tem sofrido mudanças. Se por um lado os juros estão subindo, o valor dos imóveis tem caído, ou seja, um momento interessante para quem possui dinheiro guardado, ou seja, é possível barganhar e fazer bom negócio.
O educador alerta também que, além do preço do imóvel, o comprador deverá ter custos com outros detalhes como taxas cartoriais e bancárias, itens como mudança, condomínio e mobília. Questões que demandam alto investimento, mas que é, muitas vezes, esquecida pelos novos proprietários e que os leva ao endividamento.
Uma dica dada por Domingos é o investimento em consórcio para quem não tem urgência por um imóvel. Neste caso o valor das mensalidades é inferior ao financiamento e o investidor fica concorrendo ao sorteio para ser beneficiado e receber a casa ou apartamento. Para agilizar o processo, o comprador poderá dar lances – volume maior de dinheiro – para aumentar as chances de conquistar o imóvel. Esses valores são incorporados ao investimento, abatendo na quantidade de parcelas.
Outra sugestão é o financiamento que depende do pagamento de mensalidades. O presidente da Abefin dá a dica de poupar e fazer uma estimativa dos gastos totais, avaliar quanto falta para atingir o montante e diagnosticar quanto pode ser posto de lado por mês para fazer face às despesas. Ele também lembra que os juros de tão altos, ao quitar o imóvel, o comprador estará pagando de duas até três casas.
O profissional esclarece que para quem paga aluguel, o financiamento é um bom investimento, visto que os valores pagos mensalmente podem passar a ser as parcelas com o banco e o investidor estará quitando o seu próprio imóvel. Já pra quem possui uma casa, o momento é de esperar e guardar dinheiro.
A Abefin listou alguns passos para a aquisição da casa própria. Confira:
1. Reúna a família e converse sobre este tema, definindo o lugar, valor e as reais condições que se encontram.
2. O melhor caminho para adquirir é poupar parte do dinheiro que se ganha, faça uma simulação em qualquer banco de quanto custaria a prestação deste imóvel e comece a guardarem um investimento conservador como poupança, CDB ou tesouro direto.
3. Analise o valor do aluguel que está pagando e se for o mesmo valor da prestação de um financiamento, poderá ser uma opção financiar o imóvel.
4. Lembre-se que o financiamento de um imóvel é considerada dívida de valor, por isso deve ser protegida e garantida antes de sair pagando as despesas mensais.
5. Cuidado com o valor do imóvel que comprará e veja se o seu valor adéqua-se a seu verdadeiro padrão de vida, muitas vezes não respeitamos nosso padrão.
6. Tenha sempre uma reserva estratégica, em caso de qualquer eventualidade não deixará de honrar este importante compromisso.
7. Caso não esteja conseguindo pagar a prestação da casa própria é preciso rever imediatamente os gastos, em especial as pequenas despesas que somadas podem levar uma família ao desequilíbrio financeiro.
8. Nunca se esqueça que um novo imóvel demanda novos custos, como mobiliário novo, condomínio, taxas de transferência, etc.
9. Outro ponto a ser levando em conta é o custo de vida da região em que irá mudar, este pode se elevar. Também se preocupe com gastos com transporte.