Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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O que é Nova Política?

Adriano Oliveira, | seg, 18/11/2013 - 15:41
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O termo Nova Política passou a fazer parte da retórica de uma parcela da classe política brasileira após as manifestações ocorridas em junho de 2013. Tal expressão também está presente nos discursos dos presidenciáveis. Mas o que significa Nova Política? Constato duas definições, em âmbitos diferentes, para a expressão Nova Política.

O referencial para a construção da definição da Nova Política são os discursos da presidenciável Marina Silva. No âmbito político, Nova Política representa a formação de alianças partidárias programáticas e não pragmáticas. As alianças devem desprezar o político “velho”, ou seja, aqueles que pautam a sua conduta pelo fisiologismo. E caso a vitória eleitoral ocorra, o incentivo motivacional para os parlamentares fazerem parte da coalizão governamental é o projeto de governo a ser implantado.

No âmbito eleitoral, esta Política significa que o candidato identificou os desejos da população provenientes das manifestações de junho de 2013. Em razão disto, os significados desta Nova Política, no âmbito político já apresentado, são incorporados ao discurso dos candidatos, além da defesa da qualificação e ampliação dos serviços públicos e do combate intransigente à corrupção.

A Nova Política tende a conquistar eleitores? A análise atenta das pesquisas de opinião realizadas pelo instituto Datafolha durante e após as manifestações em São Paulo revelam que elas ocorreram em virtude do aumento da tarifa do transporte público – Vetor causal. As manifestações de São Paulo irradiaram eventos semelhantes em várias cidades do Brasil.Os temas trazidos pelos manifestantes foram variados, embora, o tema principal, o qual deu origem às manifestações, foi o aumento da tarifa de ônibus (Pesquisa nacional, IBOPE, 20/06/2013). As manifestações conquistaram o apoio de 75% da população brasileira. Mas apenas 6% declararam ter participado delas (Pesquisa nacional, IBOPE, 20/06 /2013).

Em 2009, 35% dos eleitores brasileiros confiavam no Congresso Nacional. Em 2013, após as manifestações, o porcentual foi de 29%. Em 2013, após as manifestações, 25% dos eleitores confiavam nos partidos políticos. No ano de 2009, o porcentual era de 31%. 52% dos eleitores confiavam no Poder Judiciário em 2009. Após as manifestações, o porcentual de confiança foi reduzido para 46% (IBOPE, 15/06/2013). Congresso Nacional e agremiações partidárias nunca conquistaram a confiança, de acordo com a pesquisa do IBOPE, de mais de 36% dos eleitores no período de 2009 a 2013. A pesquisa citada mostra que as manifestações possibilitaram a redução da confiança dos eleitores para com diversas instituições brasileiras. Mas os dados da pesquisa também revelam oscilações na confiança dos ele itores para com as instituições no período de 2009 a 2013. 

Os diversos dados apresentados sugerem as seguintes conclusões: 1) Caso não tivesse ocorrido o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, as manifestações em várias cidades do Brasil não ocorreriam; 2) Os temas reclamados pelos manifestantes – tarifas de transporte público reduzidas, combate a corrupção, mais investimentos em saúde e educação e qualificação do serviço público – não são novos, eles fazem parte da agenda das diversas eleições brasileiras; 3) Partidos políticos e Congresso Nacional há muito tempo possuem déficit de confiança da população. Portanto, a agenda eleitoral que a Nova Política sugere não é nova, mas tradicional, a qual procura atender a uma demanda histórica da maioria dos el eitores.

Joaquim Barbosa e Marina Silva são protagonistas que podem inserir em suas respectivas retóricas os atributos da Nova Política. Pois eles não foram chefes do Poder Executivo e pautam as suas respectivas condutas na crítica as práticas tradicionais da política brasileira e desempenho das instituições. A Nova Política não é estratégia suficiente para garantir o sucesso eleitoral dos presidenciáveis, pois ela já existe há um bom tempo, e mesmo assim, nenhuma surpresa aconteceu nas eleições presidenciais desde 1994. A surpresa virá?

Os eleitores das Regiões Metropolitanas

Adriano Oliveira, | qui, 07/11/2013 - 12:13
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As pesquisas eleitorais não devem ser avaliadas globalmente. Cada variável trazida pela pesquisa deve ser segmentada, pois desta forma é possível encontrar nichos eleitorais que ofertam informações valiosas para a análise política e para a criação de estratégias. Diante da quantidade de dados que estão sendo disponibilizados pelos institutos de pesquisas, um indicador me chamou a atenção, qual seja: a avaliação da presidenta Dilma Rousseff nas Regiões Metropolitanas e no Interior.

O indicador Avaliação da administração é utilizado pelos estrategistas e acadêmicos como preditor dos resultados eleitorais. Neste caso, se os presidentes estão bem avaliados, eles tendem a ser eleitos. Entretanto, inúmeras eleições, as quais ocorrem nos âmbitos municipal, estadual e federal, revelam, empiricamente, que campanhas importam para a reconstrução de gestões mal avaliadas. Ou para a desconstrução de gestões bem avaliadas. Portanto, a variável Avaliação da Administração é um indicador importante quando consideramos a possibilidade de recuperação ou desconstrução da gestão dos incumbentes através das campanhas eleitorais e das circunstâncias.

Constato, ao analisar o porcentual de eleitores que aprovam (ótimo/bom) a gestão da presidente Dilma Rousseff, diferenças importantes quando segmento os resultados. Conforme revelam os dados das variadas pesquisas do Datafolha (Cf. gráfico ao final do texto), a aprovação da presidenta Dilma Rousseff é superior no espaço geográfico denominado de Interior. E é menor noutro espaço geográfico: a Região Metropolitana. Diante desta constatação, surge-me uma indagação: quais as razões das diferenças de porcentuais?

A resposta para tal pergunta é simples diante de diversas hipóteses, as quais precisam, obviamente, de comprovação. Elenco quatro hipóteses: 1) Quanto menor o municipio, melhor a satisfação do eleitor com a oferta de serviços públicos, como saúde e educação; 2) Programas sociais como o Bolsa Família possibilitam maior porcentual de eleitores satisfeitos com o bem-estar econômico em cidades do interior; 3) A inquietude dos eleitores para com a ausência de mobilidade é mais forte nas cidades que integram as Regiões Metropolitanas; 4) 77% dos domicílios das áreas de moradia informal, precária e pobre estavam, em 2010, nas Regiões Metropolitanas (IBGE). Portanto, a qualidade de vida nas Regiões Metropolitanas é menor do que nas cidades do Interior. Sendo assim, nestes espaços, observam-se eleitores mais insatisfeitos e inquietos com os gestores públicos.

As hipóteses apresentadas sugerem que nas Regiões Metropolitanas parte dos eleitores estão apreensivos com os governos, em particular, com a gestão de Dilma Rousseff.  Sendo assim, o desafio da presidenta é aumentar a aprovação da sua gestão entre os eleitores destas regiões. Mas de que modo fazer isto, diante de desafios que para serem superados, necessitam dos apoios de prefeitos e governadores, como, por exemplo, a mobilidade urbana? A possibilidade de reduzido crescimento econômico em 2014 inibirá a criação de euforias eleitorais prol Dilma Rousseff nas Regiões Metropolitanas?

As duas indagações apresentadas, além dos dados contidos no gráfico a seguir, representam problemas eleitorais para Dilma e sugerem que ela precisa ter ótimo desempenho eleitoral nas cidades do interior, em particular do Nordeste, para vencer a eleição. Os dados e os questionamentos também revelam oportunidades eleitorais para os presidenciáveis da oposição.          

Gráfico – Avaliação da presidenta Dilma Rousseff


A disputa será entre Lula e Eduardo?

Adriano Oliveira, | seg, 28/10/2013 - 00:30
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É verdadeira a afirmação de que pesquisa eleitoral revela as escolhas dos eleitores num dado momento diante de certa conjuntura. É verdadeira também a assertiva de que pesquisas inteligentes possibilitam a compreensão da conjuntura atual e permitem que prognósticos ocorram. O ato de prognosticar não representa adivinhação, mas raciocínio lógico que é construído com base nos dados advindos das pesquisas eleitorais. São os dados que conduzem o estrategista a vislumbrar lógicas futuras com base nas lógicas do presente.

A pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto de Pesquisa Eleitoral Maurício de Nassau em Pernambuco nos dias 21 e 22 de outubro de 2013 sugere lógicas para a eleição de 2014. A lógica principal é:caso Eduardo Campos não esteja aliado à Dilma na eleição presidencial de 2014, o PT não apoiará o seu candidato a governador. Diante disto, ocorrerá uma disputa entre dois candidatos virtuais, quais sejam: Eduardo versus o ex-presidente Lula.

Afirmo isto em razão de:

1. A variável intenção de voto avaliada em variados cenários sugere estado de incerteza na eleição de 2014, o qual perdurará até Eduardo Campos e Luis Inácio Lula da Silva decidirem quem serão os seus respectivos candidatos ao governo do Estado;

2. Apesar do senador Armando Monteiro liderar em todos os cenários, o porcentual de eleitores sem candidatos é alto. Chegando a alcançar 62% quando dois candidatos estão em disputa. Diante disto, existe margem de crescimento para qualquer competidor;

3. Destaco o fato de que o deputado estadual Daniel Coelho lidera a intenção de voto para o Governo do Estado na capital e obtém porcentual relevante na Região Metropolitana do Recife. Em razão disto e do excelente desempenho que o parlamentar teve na eleição de 2012 para prefeito do Recife, observo que a sua candidatura poderá propiciar o fim da eleição para governador de Pernambuco no segundo turno;

4. Caso Daniel Coelho não seja candidato, a estratégia adequada da oposição para superar o candidato do governador Eduardo Campos por parte do PT e do PTB, é o lançamento de duas candidaturas. Neste caso, o seguinte cenário seria transformado em realidade: Armando Monteiro versus João Paulo versus candidato do governo do Estado. Em razão do histórico eleitoral do candidato João Paulo na capital pernambucana, o considero competitivo caso este venha a obter forte apoio de Lula e Dilma.

5. O candidato do governador Eduardo Campos tem condições de se tornar competitivo, pois 45% dos eleitores afirmam que pretendem votar num candidato apoiado por ele. Por outro lado, 42% pretendem escolher um competidor apoiado por Lula e Dilma. Neste sentido, o resultado da eleição de 2014 será uma disputa informal entre Lula e Eduardo. Caso Lula, obviamente, decida se dedicar a campanha de Pernambuco;

6. Se Eduardo Campos for candidato a presidente, ele atrairá a reação de Dilma e Lula em relação ao seu candidato ao Governo de Pernambuco. Portanto, o projeto presidencial de Eduardo ameaça a vitória do seu candidato ao governo do Estado de Pernambuco.      

Eleitores indefinidos

Adriano Oliveira, | ter, 15/10/2013 - 11:56
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A literatura dos estudos eleitorais considera a avaliação da administração dos presidentes como importante preditor dos resultados eleitorais. A tese recorrente é de que gestores bem avaliados têm mais chances de vencer a eleição. Os institutos de pesquisas consideram cinco indicadores para avaliar a gestão dos presidentes – ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Com base nestes indicadores e nas pesquisas divulgadas pelo instituto Datafolha, avalio que a eleição presidencial de 2014, neste instante, sofre de forte grau de incerteza quanto ao resultado eleitoral, embora, Dilma mantenha o seu frágil favoritismo de vencer a eleição no primeiro turno. A seguir, apresento as razões:

1. Em 16/03/2011, 47% dos eleitores classificavam o governo Dilma Rousseff como ótimo/bom. A avaliação da presidente foi crescente até 07/06/2013. Nesta data, a avaliação positiva (ótimo/bom) da presidente foi de 57%. Em28/06/2013, nova pesquisa revelou que 30% dos eleitores aprovavam (ótimo/bom) o governo de Dilma Rousseff. A queda abrupta na avaliação da presidenta deveu-se, em parte, às manifestações ocorridas em várias cidades do Brasil no mês de junho. Após a queda, as pesquisas mostraram lenta recuperação da aprovação da presidenta. Pesquisa realizada em 09/08/2013 mostrou que 36% dos eleitores aprovavam o governo Dilma. E em 11/10/2013, 38%. No período de 2 anos e 9 meses de governo, a presidente Dilma teve o seu ponto alto de aprovação em21/03/2013 – 65% de aprovação. E obteve porcentual menor em 28/06/2013 – 30%. A pergunta neste instante é:na trajetória eleitoral que resta ao seu governo, Dilma recuperará o alto índice de popularidade já conquistado?

2. Quando a aprovação de Dilma Rousseff decresceu para 30% (28/06/2013), a sua reprovação era de 25% (ruim/péssimo). Tal reprovação está sendo reduzida lentamente. Ou seja: Em 09/08/2013, a reprovação de Dilma foi de 22%. E em 11/10/2013, 19%. Portanto, quando avalio os indicadores aprovação e reprovação, observo lenta recuperação da avaliação de Dilma Rousseff. Tal recuperação continuará?

3. Regular é uma variável importante apresentada em todas as pesquisas eleitorais. Esta variável, considerando uma linha imaginária, fica no centro de dois pólos distintos, quais sejam: aprovação(ótimo/bom) e reprovação (ruim/péssimo). Sendo assim, tenho a hipótese de que os eleitores que classificam a gestão de alguém como regular estão ind efinidos quanto à avaliação do governo. Neste sentido, eles poderão rumar, a qualquer instante, para um dos polos existentes: aprovação ou reprovação. Outra hipótese que proponho é: a aprovação sugere que os eleitores não estão dispostos a mudarem o governo. E os que o reprovam estão dispostos a mudarem.

4. Diante do exposto, observo que em 16/03/2011, 7% dos eleitores estavam dispostos a mudar o governante. Em 28/06/2013, eram 25%. Nesta data, 30% queriam a continuidade da presidenta Dilma à frente da gestão do país. As pesquisas seguintes do Datafolha mostram que o desejo de mudança, perde, lentamente, força, pois em 09/08/2013, 22% reprovavam o governo e em 11/10/2013, a reprovação era de 19%.

5. O número de eleitores indefinidos, no caso, os que classificam a gestão da presidenta Dilma como regular, sempre esteve, no período de 2 anos e 9 meses, igual ou acima de 27% no universo dos eleitores pesquisados. Em 21/03/2013, 65% dos eleitores desejavam a continuidade da presidenta Dilma à frente do governo. 7% desejavam mudança e 27% estavam indefinidos. Em 28/06/2013, pesquisa realizada após as manifestações de junho de 2013, mostra que o desejo de continuidade era de 30%. O de mudança de 25% e o porcentual de eleitores indefinidos foi de 43%. Duas pesquisas realizadas recentemente mostram que o porcentual de eleitores indefinidos continua estável em 42%.  

6. Pesquisa do Datafolha realizada em 11/10/2013 revela que os eleitores indefinidos obtêm o seu maior porcentual entre os jovens (16-24 anos), 50%.  No universo dos que ganham de 2 a 10 salários mínimos, 44%. E estão mais concentrados nas regiões metropolitanas, 44%; e na região Norte/Centro-oeste, 44%.

7. Portanto, avalio, conforme costumeiramente afirmo, que a eleição de 2014 continua em estado de incerteza, já que o porcentual de eleitores indefinidos continua estável, mesmo diante da lenta recuperação da popularidade da presidenta e de eventos políticos marcantes, como a aliança Eduardo/Marina. Ressalto, que os eleitores indefinidos poderão se movim entar para qualquer um dos lados da linha imaginária. A movimentação depende, obviamente, dos eventos que estão para ocorrer, e em particular das campanhas eleitorais. Neste instante, não constato forte desejo de mudança por parte do eleitor. Mas apenas indícios, os quais também refletem desejo de continuidade.         

A aliança Eduardo e Marina

Adriano Oliveira, | seg, 07/10/2013 - 09:55
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Eventos políticos são distintos de eventos eleitorais. Os primeiros podem conduzir aos segundos. Mas não necessariamente isto ocorre. Os eventos políticos são aqueles que ocasionam impacto entre os atores políticos, por exemplo, entre os candidatos que disputarão dada eleição. Os eventos eleitorais são advindos dos eventos políticos e provocam os eleitores. No caso, eleitores mostram empatia ou antipatia por dados competidores.

A aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva representa, até o momento, um evento político. Não posso afirmar categoricamente que este evento proporcionará conquista de eleitores por parte de Eduardo Campos. Ou se o capital eleitoral de Marina Silva será enfraquecido em virtude da aliança com o PSB. Estou ainda no momento de criar hipóteses, as quais precisam ser testadas em pesquisas constantes na trajetória eleitoral, a qual terá a sua etapa inicial findada em junho de 2014.

É possível que o suspense quanto ao desempenho eleitoral de Eduardo Campos perdure até meados de 2014. A não ser, que Marina declare que não será candidata a presidente da República e que integrará a chapa de Eduardo Campos. Caso tal ação não seja realizada, dois cenários serão considerados pelos institutos de pesquisas: Cenário 1: Eduardo X Dilma X Aécio; Cenário 2: Marina X Dilma X Aécio. Os testes eleitorais considerando estes dois cenários poderão trazer problemas para o PSB, pois, intenções de voto orientam as decisões dos atores políticos.

Se Marina mantiver até abril de 2014 o seu bom porcentual de votos detectados antes da aliança com Campos, quem será o candidato do PSB? Esta pergunta é fundamental. Por outro lado, a aliança entre Campos e Marina pode contagiar eleitores e possibilitar o crescimento eleitoral célere do governador de Pernambuco até abril de 2014. Com isto, Eduardo exercerá força centrípeta entre os partidos, por ora, aliados de Dilma e Aécio.

Mas a força centrípeta não pode ser forte a tal ponto de esvaziar substancialmente o capital eleitoral de Aécio Neves. Se Aécio não tiver considerável tempo de TV, pois partidos poderão migrar para a candidatura de Eduardo, a possibilidade de sucesso eleitoral de Dilma no primeiro turno se fortalece. Portanto, Eduardo tem como o seu adversário imediato o PSDB, mas este não pode ser amplamente enfraquecido.

Confesso que ainda reflito sobre a seguinte possibilidade: Se Marina tivesse ido para qualquer outro partido menos o PSB, ela teria condições de ser candidata a presidente ou a vice-presidente. No PSB ela tem também estas possibilidades. Mas caso ela tivesse optado por outro partido, ela poderia ser vice-presidente de Eduardo e ainda levar para ele tempo de TV. Com a filiação dela ao PSB, os partidos que não desejam Dilma, poderão optar por Aécio ou Eduardo. Mas se a possível chapa Eduardo e Marina não conquistar eleitores até meados de 2014?Tais partidos poderão rumar para Aécio, e, talvez, para Dilma. Além disto, Marina em outro partido garantiria a possibilidade de que a disputa presidencial ocorresse com três candidatos oposicionistas com potencial de crescimento eleitoral.

A aliança Eduardo e Marina assusta eleitoralmente, por enquanto, mais Aécio. As pesquisas realizadas após as manifestações mostram que quando Dilma decresceu eleitoralmente, Marina cresceu. E quando Marina decresceu, Dilma cresceu. Portanto, parte dos eleitores de Marina rumará para Dilma em razão da aliança com Eduardo?Neste ponto, observo que Eduardo e Marina precisam construir discurso alternativo à Dilma nos âmbitos objetivos e subjetivos. Com isto, será possível conquistar eleitores e enfraquecer a candidatura Dilma?

Construir conclusões eleitorais em razão da aliança Eduardo e Marina neste instante é ato prematuro. Opto por sugerir possibilidades eleitorais. Deste modo, considero que a chapa Eduardo e Marina tem condições de conquistar eleitores, mas isto não significa que eles irão para o segundo turno ou que a eleição não findará no primeiro turno. Tenho, entretanto, uma conclusão política: a aliança Eduardo e Marina possibilita que as escolhas do governador de Pernambuco, qualquer que sejam elas, terão forte impacto na eleição de 2014.  

Contextos, campanhas e cisnes negros

Adriano Oliveira, | ter, 01/10/2013 - 10:47
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Pesquisas eleitorais servem para a construção de especulações eleitorais. Muitas vezes, tais especulações representam vereditos. Modelos estatísticos, tão costumeiramente utilizados pela Ciência Política em trabalhos acadêmicos, buscam explicar os resultados das eleições após elas findarem. As pesquisas que sugerem vereditos e os modelos estatísticos contribuem fracamente para tornar inteligível o processo de aperfeiçoamento da compreensão do comportamento do eleitor.

As pesquisas eleitorais, em particular a variável intenção de voto, sugere a situação do competidor em dado contexto social. Os modelos estatísticos utilizados em pesquisas acadêmicas sugerem quais as variáveis que motivaram as escolhas dos eleitores. Tanto as pesquisas como os modelos pecam ao não considerar três aspectos essenciais na busca da compreensão das escolhas do eleitor: 1) O contexto em que o eleitor está inserido; 2) As campanhas eleitorais; 3) Os cisnes negros eleitorais.

O contexto social em que o eleitor está imerso é uma variável que pode vir a condicionar a escolha do eleitor. Portanto, se os eventos presentes no contexto e as suas características não forem consideradas, a intenção de votoé meramente um dado desprovido de qualquer sentido. Deste modo, a análise desta intenção precisa estar acompanhada da compreensão do contexto, pois assim ela adquire significado. Além disto, quando se especula quanto às características e os eventos que poderão estar presentes em contexto futuro, é possível construir cenários quanto ao desempenho dos candidatos.

As campanhas eleitorais são variáveis intervenientes na competição entre candidatos. Neste sentido, elas interferem nas escolhas dos eleitores. Tal afirmação é comprovada ao constatar-se a diminuição gradativa dos eleitores indecisos e dos votos brancos e nulos em virtude da aproximação do dia da eleição. Os eleitores órfãos de candidatos hoje podem vir a escolher um competidor em virtude da interferência da campanha eleitoral. Outros indicadores importantes para verificar a influência das campanhas são: 1) Aumento dos porcentuais dos candidatos na resposta espontânea do eleitor quando ele é provocado a expressar a sua opção eleitoral; 2) Aumento do porcentual do nível de conhecimento dos candidatos por parte dos eleitores. 

Os cisnes negros eleitorais são eventos não previsíveis que ocorrem nos contextos sociais e que têm força para mudar as escolhas dos eleitores. Estes cisnes podem surgir fortuitamente ou ser construídos intencionalmente por um competidor no decorrer da disputa eleitoral. Denúncias contra algum candidato, temas morais que geram polêmicas eleitorais e estratégia utilizada por dado competidor que cause forte impacto na mente dos eleitores. Estes são exemplos de cisnes negros eleitorais que são verificados costumeiramente em variadas eleições.

Em recente pesquisa do IBOPE (26/09/2013), a presidenta Dilma Rousseff obtém 38% de intenções de voto; a ex-senadora Marina Silva conquista 16%; o senador Aécio Neves obtém 11%; e o governador Eduardo Campos, conquista 4% de intenções de voto. Tais dados refletem a força eleitoral do incumbente, o qual por assim ser, já utiliza as ferramentas das campanhas eleitorais. Os dados refletem o contexto em que a disputa ocorre: a presidente Dilma utilizou de ferramentas de campanha para anunciar ações que provocaram o eleitor; ausência de eventos econômicos trágicos. Por fim, os dados refletem a ausência de cisnes negros.

PSB: voz, saída e lealdade

Adriano Oliveira, | qui, 19/09/2013 - 11:57
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A decisão do governador Eduardo Campos em não mais participar do governo Dilma Rousseff sugere rupturas nas tradicionais alianças partidárias e pode inaugurar um novo ciclo na dinâmica eleitoral. Desde o inicio da era petista, o PSB esteve ao lado do PT e contra o PSDB. Na era Lula, o PSB não ofertou candidato à presidência. E na disputa com Dilma fez o mesmo. As eleições presidenciais nas eras petistas foram caracterizadas pela disputa entre PT e PSDB.

A saída do PSB do governo do PT não significa que Eduardo Campos será candidato a presidente da República em 2014. Mas representa um obstáculo superado pelo PSB para que Eduardo Campos seja candidato competitivo a presidente. Antes da entrega dos cargos, as principais lideranças do PSB utilizavam da voz para mandar recados para o governo Dilma, os quais não tinham impacto entre os eleitores. Na era dos recados, não existia estratégia eficaz que possibilitasse o crescimento eleitoral de Eduardo Campos.

Com a saída do governo, o PSB terá condições de encontrar outras estratégias. Recados, os quais eram costumeiramente enviados, precisam ser substituídos por estratégias discursivas que mostrem que Eduardo Campos representa alternativa ao governo  do PT. Para tanto, faz-se necessário que Eduardo apresente propostas para o Brasil. Tais propostas não devem representar rupturas com as eras FHC, Lula e Dilma, já que os eleitores reconhecem os benefícios destes governos.

A construção de propostas alternativas ao PT será o principal desafio do PSB, em razão de que desde a era FHC, a agenda governamental é comum aos principais atores da oposição e do governo. Eduardo ou qualquer outro candidato precisará ofertar propostas em forma de gatilhos emocionais que provoquem os eleitores a acreditarem que existe alternativa ao PT.

Desafios precisam ser superados para a consolidação da candidatura a presidente de Eduardo Campos. A superação dos desafios condiciona as chances de sucesso eleitoral do governador de Pernambuco nos âmbitos local e nacional. Atrair partidos para o projeto presidencial do PSB é um desafio. Neste instante, o PPS aparenta ser o partido mais próximo do PSB. O DEM flutua entre PSDB e PSB, em razão dos interesses estaduais. Outros desafios para o PSB, os quais representam riscos, é a recuperação da popularidade de Dilma e a não candidatura presidencial de Marina.

A recuperação da popularidade de Dilma enfraquece a candidatura de Eduardo Campos. Inclusive, se tal evento ocorrer e for pujante, Campos poderá retomar a aliança com o PT na disputa presidencial. A não candidatura de Marina contribui para o sucesso eleitoral de Dilma no 1° turno. A ausência de Marina da disputa e a recuperação da popularidade da presidenta antes da campanha eleitoral fortalecem as chances de vitória de Dilma sem a necessidade de 2° turno.

Em Pernambuco, Eduardo Campos, caso seja candidato a presidente, terá um desafio: conseguir fazer o seu sucessor. A sua candidatura a presidente cria condições para que o PT apoie o senador  Armando Monteiro ao governo de Pernambuco. Se esta possibilidade se consolidar, Eduardo terá que enfrentar o PT em Pernambuco, ou melhor: Lula/Dilma. Tal enfrentamento é uma ameaça às hegemonias política e eleitoral do PSB, pois a simbiose Lula/Dilma ainda provoca reações emocionais positivas em grande parte dos eleitores pernambucanos.

O livro “Voz, saída e lealdade” do economista Albert Hirschman serve de inspiração para a compreensão do passado, do presente e do futuro do PSB. A aliança (lealdade) caracterizou a relação entre PT e PSB nos últimos anos. Com o início do governo Dilma, membros do PSB usaram a voz para combatê-la e com o objetivo de conquistar eleitores. Em razão de conflitos, o PSB (saída) desembarcou do governo Dilma. A expectativa é se, a partir deste desembarque, Eduardo Campos conquistará eleitores suficientes que lhe levem ao segundo turno da disputa presidencial; e se conseguirá quebrar a lealdade de parte dos eleitores pernambucanos com Lula e Dilma.  

Eleitores acomodados

Adriano Oliveira, | sex, 13/09/2013 - 08:49
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A variável intenção de voto não é a mais importante numa pesquisa. Ela apenas sugere dada realidade. A variável intenção de voto adquire força para explicar a realidade quando interpretada numa série histórica e outras variáveis são consideradas, como, por exemplo, nível de conhecimento dos candidatos, os sentimentos dos eleitores para com os competidores e as expectativas do eleitorado.

Costumeiramente, competidores desejam saber se estão na frente. Para muitos deles, a pesquisa só tem uma finalidade: mostrar quem lidera. Tal atitude e desejo conduzem os candidatos a estratégias equivocadas que podem possibilitar a derrota eleitoral. Os competidores também, por vezes, desprezam a interpretação da conjuntura. É na conjuntura, em razão das ações dos atores, as quais são provocadas por incentivos variados, que a intenção de voto é produzida. Portanto, a variável intenção de voto reflete a opinião do eleitor sobre dado candidato numa específica conjuntura.

Se a intenção de voto reflete a opinião do eleitor numa dada circunstância, é possível a construção de cenários eleitorais. Neste caso, vislumbrar qual será o desempenho do candidato na próxima pesquisa, a qual ocorrerá em dada conjuntura. Portanto, as indagações presentes na pesquisa eleitoral devem buscar compreender o comportamento do eleitor diante dos eventos da ocasião. Além disto, pesquisas eleitorais podem buscar identificar as expectativas dos indivíduos quanto ao futuro, ou seja, com os eventos que virão.

A pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes e o instituto de pesquisa MDA no período de 31/08 a 04/09/2013 revela a expectativa do eleitorado brasileiro e sugere hipóteses de como ele irá se comportar em 2014. Em junho, 39,6% dos eleitores têm a expectativa de que “a situação do emprego vai melhorar nos próximos seis meses”. Em julho, a expectativa é de 32%. Em agosto ocorre crescimento: 34,7% acreditam que a situação do emprego irá melhorar.    

Em junho, 44,5% dos eleitores consideram que a situação do emprego “irá continuar como está nos próximos seis meses”. Em julho e agosto, os porcentuais foram de 45,4% e 46,5%, respectivamente. No que condiz a melhora da renda, 35,8% dos eleitores afirmaram em junho que “ela irá melhorar nos próximos seis meses”. Nos meses de julho e agosto, os porcentuais foram de 29,6% e 36%. No mês de junho, 51,9% afirmaram que “a renda ficará igual nos próximos seis meses”. E em julho e agosto, 58,8% e 53,3% afirmaram que a renda será semelhante nos seis meses vindouros.  

Para 16% dos eleitores, no mês de agosto, o emprego “piorará nos próximos seis meses”. No mês de junho e julho os porcentuais eram: 11,5% e 20,4%. Para 7,8% dos eleitores, no mês de agosto, a renda “vai diminuir nos próximos seis meses”. Nos meses de junho e julho os porcentuais eram: 8,5% e 8,8%.   

O que me desperta a atenção é a expectativa dos eleitores. Os porcentuais mais altos são encontrados na categoria “vai ficar igual”. Neste sentido, os dados sugerem que parte do eleitorado não tem expectativas de crescimento da renda e do emprego. E é nesta conjuntura com eleitores acomodados que Dilma lidera as pesquisas de intenções de voto. Deste modo, considero que os candidatos da oposição precisam criar estratégias que despertem parte dos eleitores para que eles saiam da acomodação e consigam acreditar que algum candidato da oposição tem condições de fazer algo mais no âmbito econômico. Mas isto é possível?    

Pemedebismo

Adriano Oliveira, | qui, 05/09/2013 - 14:20
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As negociações políticas visando às eleições de 2014 mostram agremiações partidárias procurando portos seguros. Costumeiramente, as notícias advindas da imprensa revelam partidos em negociação e chapas sendo previamente formadas. Porém, estas notícias não revelam claramente o que está por trás da negociação: a expectativa de podermomentânea dos partidos políticos.

Expectativa de poder momentânea significa conjuntos de eventos presentes na agenda midiática que sugerem caminhos eleitorais a serem trilhados pelos partidos políticos na disputa presidencial de 2014. As seguintes manchetes encontradas na imprensa sugerem a expectativa de poder momentânea das agremiações partidárias: “PMDB ameaça não apoiar Dilma”, “PDT não garante apoio à Dilma”, “PSB flerta com o PSDB”.  Estas manchetes não têm significados concretos. Elas representam ruídos que são construídos intencionalmente pelos atores políticos.

O significado concreto da negociação política passa a existir, entretanto, quando consideramos na interpretação das manchetes midiáticas a variável expectativa de poder. Neste caso, a premissa empírica é: governos bem avaliados exercem força centrípeta junto aos partidos. E governos mal avaliados exercem força centrifuga. Se governos estão bem avaliados, mais partidos lhes ofertarão apoios. E, por consequência, alianças eleitorais surgem. Entretanto, diante da má avaliação do governo, partidos tentam construir novas opções de alianças.

São as pesquisas eleitorais que conduzem as ações dos partidos. São elas que ditam o ritmo pendular das verbalizações dos atores políticos quanto às possíveis alianças. Em dado instante, diante de uma pesquisa, o partido “A” declara apoio incondicional ao governo. Mas, em razão do surgimento de outra pesquisa, após três meses da primeira divulgada, o partido “A” revela possível apoio à oposição. As declarações se repetem a cada divulgação de pesquisa e findam quando da realização das convenções partidárias.  

No momento, o contexto é caracterizado pelas declarações pendulares de apoios a três partidos: PT, PSDB e PSB. Porém, a rivalidade PT versus PSDB presente nas eleições presidenciais desde 1994, poderá permanecer na disputa de 2014. Na última eleição, o PV, através da candidatura de Marina Silva, quase conseguiu romper com tal dicotomia. No momento, existe a perspectiva de que o PSB quebre com tal dicotomia.

Além da tradicional disputa entre PT versus PSDB, observo a existência do pemedebismo. Sob influencia do filósofo Marcos Nobre, autor do livro “Choque de democracia: razões da revolta” (Companhia das Letras, 2013), afirmo que os partidos pemedebistas são aqueles que gravitam historicamente no poder. Neste caso, eles não apresentam candidaturas presidenciais, mas ofertam apoios motivados pela expectativa de poder, e com isto conquistam espaços no governo.

A expectativa de poder momentânea do PSB sugere duas possibilidades neste instante: 1) Atrelamento a Dilma; 2) Candidatura presidencial. Caso a primeira possibilidade se concretize, o PSB será incluído no universo de partidos pemedebistas. O partido de Marina (Rede), caso seja criado, ofertará a sua candidatura. Neste caso, ele não será inserido no universo pemedebista

O voto econômico e o Mais Médicos

Adriano Oliveira, | qui, 29/08/2013 - 12:04
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A sabedoria estratégica precisa ser a característica principal dos atores políticos. Tal sabedoria corresponde à capacidade do ator político de prognosticar cenários a partir da compreensão adequada do contexto. Inerentes aos contextos estão presentes mecanismos interacionais entre competidores e eleitores que revelam as suas respectivas intenções e desejos.

A explicação por mecanismos propostas pelo filósofo Jon Elster em variadas das suas obras e a ciência conteúdistica sugerida pelo sociólogo Luis de Gusmão em seu fantástico livro “O fetichismo do conceito” podem ser utilizadas para a compreensão das estratégias adotadas pela presidenta Dilma Rousseff em busca da recuperação da sua popularidade. Segundo Elster, relações causais são encontradas nos contextos sociais. Neste sentido, eleitores são incentivados pelos competidores a fazerem escolhas. Para Gusmão, o qual também é adepto da explicação por mecanismos, os eventos que estão presentes no contexto social podem vir a ofertar mecanismos caso o conteúdo da realidade seja intensamente analisado.   

A tese recorrente entre acadêmicos, estrategistas e competidores é que o estado da economia importa para explicar o comportamento dos eleitores. Para eles, o mecanismo observado é: se a economia vai bem, eleitores tendem a votar na reeleição do presidente da República. Esta tese é concebida em virtude do sucesso eleitoral de FHC, Lula e Dilma. Mas, caso façamos uma análise parcimoniosa, constataremos que a economia importa, mas ela não oferta explicação satisfatória para a compreensão do comportamento do eleitor quando a consideramos de modo solitário.

O conjunto de variáveis explica o comportamento do eleitor. O voto econômico teve influência na eleição de FHC em 1994 – Mecanismo 1. Mas em 1998, outra variável estava presente, qual seja: o desejo de continuidade (Mecanismo 1) e o reconhecimento de que FHC tinha condições de manter o Brasil no rumo certo –Mecanismo 2. Em 2002, Lula foi eleito em razão do desgaste da economia (Mecanismo 1), mas ele precisou mudar. Neste caso, ele convenceu os eleitores a confiarem nele – Mecanismo 2. O ex-presidente Lula foi reeleito em virtude do bem-estar econômico da população – Mecanismo 1. Porém, a variável confiança no presidente Lula também explica o seu sucesso eleitoral – Mecanismo 2. Dilma foi eleita em virtude de representar a continuidade das conquistas econômicas (Mecanismo 1) e sociais (Mecanismo 2) dos eleitores na era Lula. E por conta o lulismo (Mecanismo 3).   

Mesmo diante do pífio crescimento econômico de 2011 e repiques inflacionários, a presidenta Dilma ostentava, até junho de 2013, alta aprovação e liderava com folga a disputa presidencial. Após as manifestações, a sua popularidade despencou, mas recentes pesquisas mostram a sua recuperação. As estimativas de crescimento econômico para 2013 e 2014 não são promissoras quando comparamos com as taxas de crescimento alcançadas na era Lula. O Brasil deve crescer cerca de 2% em 2013 e 3,5% a 4% em 2014. Além da expectativa de alta inflacionária, a qual corrói a renda do consumidor.

Diante deste quadro, Dilma e os seus estrategistas mudaram, parcialmente, as estratégias da sua campanha. Em vez de mostrarem ao eleitor as conquistas econômicas da era Lula e do seu governo, eles optaram por criar o Programa Mais Médicos, o qual deverá ter forte impacto eleitoral. Este Programa tem condições de emocionar os eleitores.

O que será mostrado em 2014, caso não ocorra acidentes até lá, é que Dilma, diante da falta de médicos, tomou atitude com o objetivo de garantir atendimento médico à população brasileira. Sendo assim, a presidenta Dilma Rousseff usará o Programa Mais Médicos, caso ele seja bem sucedido, como “escudo” para os questionamentos da oposição no âmbito econômico.     

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