Na festa do milésimo jogo de Rogério Ceni com a camisa do clube, o São Paulo não jogou o futebol que esperavam os mais de 60 mil torcedores presentes ao Morumbi nesta tarde de feriado. Mesmo assim venceu o Atlético-MG por 2 a 1, com gols de Lucas e Dagoberto, e pulou para a liderança momentânea do Campeonato Brasileiro, com 41 pontos. Pode perder este posto ao fim desta 22.ª rodada, se o Corinthians vencer ou mesmo empatar com o Flamengo, quinta, no Pacaembu.
O jogo teve três recordes: o maior público (60.514 pagantes), a maior renda (R$ 1.566.195,00), e o gol mais rápido do Brasileirão (de Lucas, aos 25 segundos). Sem mais ameaçar, o São Paulo levou o empate ainda no primeiro tempo e só chegou a vitória graças a um chute preciso de Dagoberto, aos 7 minutos da segunda etapa.
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A vitória fez a equipe encerrar um jejum de três jogos sem vencer no Morumbi. Foi só o segundo triunfo de Adilson em sete vezes que o São Paulo atuou como mandante, sob seu comando, no Brasileirão. Já o Atlético-MG, que vinha de dois resultados positivos, para nos 21 pontos e segue na zona de rebaixamento.
No domingo, o São Paulo vai a Porto Alegre para visitar o Grêmio, às 18h, no Olímpico. O Atlético-MG joga na Arena do Jacaré, no mesmo dia e horário, contra o Bahia, em briga direta contra o rebaixamento.
O JOGO - Ao subir ao gramado do Morumbi, Rogério Ceni, conforme previsto, foi ovacionado pelo estádio. Recebido por 60 mil torcedores nas arquibancadas e mil crianças à beira do campo, o homenageado da tarde ganhou uma placa e uma camisa comemorativa, entregues por Luis Fabiano, retribuindo a participação do goleiro na festa de apresentação do centroavante.
Quando o árbitro apitou o início da partida, a festa parecia que seria perfeita. Logo no primeiro lance do jogo, Lucas partiu com a bola dominada, tocou para Casemiro, recebeu de volta (se antecipando à zaga), invadiu a área e bateu rasteiro na saída do goleiro. Aos 25 segundos, saía o gol mais rápido do Brasileirão.
O futebol do São Paulo em todo o primeiro tempo, porém, acabou restrito a este primeiro minuto. Depois, mais um martírio para a torcida. Muitos passes errados no meio-campo e no ataque, sentindo, mais uma vez, a falta de um centroavante (Henrique e Willian José estavam no banco). Para piorar, a equipe demonstrava desorganização. Wellington foi improvisado na lateral-direita, Rodrigo Caio entrou no meio-campo, mas era o zagueiro João Filipe quem, desses, mais chegava ao ataque.
A apatia foi punida aos 10 minutos. Daniel Carvalho bateu escanteio da esquerda, Réver subiu muito mais que Casemiro e cabeceou firme, no contrapé de Rogério Ceni, que só ficou olhando. Era o empate mineiro.
Exceção aos dois gols, nenhuma outra emoção. Do Atlético-MG foram dois chutes a gol e duas defesas fáceis de Rogério. Do São Paulo, três chutes de fora da área, todos saindo para tiro de meta. O de Lucas e um dos dois de Juan, porém, passaram perto do gol atleticano. A torcida só se empolgou em comemorar o cartão amarelo recebido por Richarlyson e pedir a entrada de Rivaldo. No fim do primeiro tempo, merecidas vaias à equipe.
Apesar da atuação ruim, Adilson não mudou o time no vestiário. A sorte do São Paulo foi que Dagoberto acertou um chute preciso aos 7 minutos e voltou a pôr os donos da casa à frente do placar. Em sua jogada característica, ele arriscou de longe e mandou a bola no canto direito de Renan Ribeiro, que nada pôde fazer. Na comemoração, o atacante correu abraçar Adilson Batista, ignorando a festa de Rogério Ceni.
Tal qual na primeira etapa, o São Paulo se contentou com o gol e não conseguia mais chegar à área adversária. Em busca de maior criatividade no meio-campo, Adilson tirou Cícero, agora jogador de seleção, mas que foi muito discreto nesta tarde, e atendeu o pedido da torcida, colocando Rivaldo em campo.
Em dois passes do pentacampeão, o São Paulo voltou a assustar. Primeiro Dagoberto foi quem recebeu e arriscou. A bola bateu na zaga e passou pouco acima do travessão. Depois, foi Lucas quem dominou pela esquerda, fez jogada individual, invadiu a área, mas acabou desarmado. O Atlético-MG revidou com uma bela tabela entre Magno Alves e Guilherme, concluída por este, para fora.
Aos 35 minutos, Leonardo Silva deu uma tesoura em Carlinhos Paraíba no meio campo, levou o vermelho direto e deixou o Atlético-MG com um jogador a menos em campo. Réver, logo em seguida, fez falta parecida na intermediária, mas só levou o amarelo.
Com um a mais, o São Paulo passou a ter mais espaço nos contra-ataques e desperdiçou ótima chance de ampliar. Casemiro cruzou da direita e achou Dagoberto livre no segundo pau. O atacante nem chutou nem tocou para Juan, sozinho com o gol aberto. Tentou encobrir Renan Ribeiro e mandou para fora.
FICHA TÉCNICA:
São Paulo 2 x 1 Atlético-MG
São Paulo - Rogério Ceni; Wellington, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Rodrigo Caio, Carlinhos, Casemiro (Jean) e Cícero (Rivaldo); Dagoberto e Lucas (Henrique). Técnico - Adilson Batista.
Atlético-MG - Renan Ribeiro; Mancini (Bernard), Réver, Leonardo Silva e Richarlyson; Fillipe Soutto, Pierre, Serginho e Daniel Carvalho; Neto Berola (Magno Alves) e André (Guilherme). Técnico - Cuca.
Gols - Lucas, aos 25 segundos, e Réver, aos 10 minutos do primeiro tempo. Dagoberto, aos 7 minutos do segundo tempo.
Árbitro - Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa-RJ).
Cartões amarelos - Henrique, Wellington, Rodrigo Caio, Réver, Guilherme, Pierre e Richarlyson.
Cartão vermelho - Leonardo Silva.
Renda - R$ 1.566.195,00.
Público -60.514 pagantes.
Local - Estádio do Morumbi, em São Paulo.