Ao comentar o novo pacote de concessões para investimento em logística anunciado nesta quarta-feira pelo governo federal, o vice-presidente do setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Steven Puig, afirmou que a instituição apoia Parcerias Público-privadas (PPPs) e pretende investir em projetos deste tipo. "Queremos financiar projetos específicos (de PPPs). À medida que forem outorgados, nós apoiaremos projetos de PPPs, que tipicamente são projetos de infraestrutura", afirmou.
Questionado se o pacote permitira um aumento dos investimentos da instituição no País, Puig foi categórico. "Sim, definitivamente. Nós já temos um bom histórico de projetos de infraestrutura no País, como é o caso do Porto de Santos", disse. No ano passado, o BID aprovou um financiamento de US$ 430 milhões, a serem rateados com bancos privados, para a Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) construir e operar de terminal no Porto de Santos.
##RECOMENDA##O pacote anunciado hoje prevê R$ 133 bilhões de investimento para o Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias. A expectativa do governo é de que o programa de infraestrutura proporcione a abertura de ao menos 150 mil vagas de trabalho.
O vice-presidente do setor privado do BID esteve nesta quarta em São Paulo para a inauguração do escritório do banco dentro da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Esta é a primeira iniciativa do BID de manter trabalhos dentro de uma federação empresarial. De acordo com a Fiesp e com o banco, a parceria visa aproximar os trabalhos das duas instituições. A Fiesp cede o espaço físico de sua sede na Avenida Paulista e o banco terá uma pessoa trabalhando no escritório.
O BID pretende ampliar iniciativas como essa de aproximação com empresários, mas ainda não tem novo destino definido. "O banco tem programada uma descentralização", disse Puig.
O presidente do BID, Luiz Alberto Moreno, também presente no evento, afirmou que atualmente o banco tem outorgado ao Brasil cerca de US$ 2 bilhões de crédito ao ano e a intenção é ampliar os investimentos no setor privado. "Basicamente (o crédito) vai para a parte pública, especialmente para os Estados. Mas também queremos desenvolver mais trabalhos com o setor privado e esta é a razão pela qual estamos na Fiesp", explicou.