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Um brasileiro de 26 anos foi preso na noite de segunda-feira, 27, em um aeroporto de Lisboa, em Portugal, transportando uma mala com carne humana, de acordo com informações do jornal português Correio da Manhã. Trata-se do mineiro Begoleã Fernandes, que tinha acabado de chegar em Lisboa de um voo proveniente de Amsterdã, na Holanda, e iria embarcar em outro avião com destino a Belo Horizonte, Minas Gerais, no Brasil, ainda na tarde de segunda-feira.

Antes disso, ele foi detido pelos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), do país europeu, que averiguaram que seu passaporte e visto de residência italiano eram falsificados. No sistema do aeroporto, descobriram ainda que já havia um pedido de detenção por homicídio emitido pela polícia da Holanda, assim como a suspeita de canibalismo.

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Em sua bagagem, ainda de acordo com o periódico português, havia uma caixa de plástico com diversos pedaços de carne humana. No entanto, de acordo com as análises, a carne humana não pertence a Alan Lopes, homem de 26 anos que teria sido morto por Fernandes, em Amsterdã, no domingo, 26.

Ainda de acordo com informações publicadas pelo Correio da Manhã nesta quinta-feira, 2, Fernandes enviou mensagens à família e amigos da vítima horas depois de ter cometido o crime.

Nos áudios gravados, o brasileiro justificou que estava se defendendo depois de o amigo, também brasileiro, ter dito que ele era canibal e que iria comê-lo em um churrasco na tarde de domingo.

Procurados, o Itamaraty e a Embaixada dos Países Baixos em Brasília não se pronunciaram.

Detentos da Penitenciária de Alcaçuz, no estado do Rio Grande do Norte, gravaram um vídeo fazendo um churrasco com o que seria carne humana dentro da unidade prisional, na última quinta-feira (19). Nas imagens, os presos afirmam que são da facção “Sindicato do RN” e queimam, em uma fogueira improvisada, partes dos corpos de presos dos rivais do “Primeiro Comando da Capital (PCC)". 

Na filmagem, os detentos se dizem orgulhosos de terem matado os colegas de cela e comemoram a ação com um "churrasco de celebração". As duas facções rivais vivem no mesmo presídio, sendo separadas apenas por pavilhões. 

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A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz já dura oito dias, desde o último sábado (14), e só teve uma pausa para a realização de um culto evangélico na sexta-feira (20). Apesar da trégua, o clima no presídio ainda é tenso e os presos continuam soltos pelos pavilhões da unidade. Desde sábado, pelo menos 26 presos já morreram na rebelião e mais de 200 presos já foram transferidos de Alcaçuz.

Como parte da operação para construção de um muro na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal (RN), o Batalhão de Choque da Polícia Militar voltou a entrar na unidade na manhã deste sábado (21).

Desde a noite desta sexta (20), já chegavam ao presídio caminhões com materiais de construção, além de contêineres que devem compor a estrutura emergencial para separar as facções que estão em conflito no local. Até o fim da manhã, a incursão não havia levado à reação dos detentos, que estão rebelados há oito dias.

Após dois dias, chegou ao fim o julgamento de Jorge Beltrão Negromonte, Isabel Torreão e Bruna Cristina no Fórum Lourenço José Ribeiro, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O trio vai responder pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos, morta em abril de 2008. Jorge foi condenado a 21 anos e seis meses de reclusão em regime fechado mais um ano e seis meses em semiaberto ou aberto. Já Isabel e Bruna pegaram 19 anos de regime fechado e 1 ano e 6 meses de regime semiaberto ou aberto.

A pena levou em conta, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), quatro agravantes do homicídio: motivo fútil, emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade, por isso quadruplamente qualificado. Na votação dos sete jurados na sala reservada, a condenação do trio de canibais foi vencida por três votos para cada acusado.

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A juíza Maria Segunda Gomes de Lima leu a sentença e informou que, pelo menos, um sexto da condenação dos réus deve ser cumprido em regime fechado pela alta periculosidade que o trio apresenta à população. E, em relação à detenção, os réus poderão responder em regime aberto ou semiaberto. "Entendemos que o trio é culpado e com base no artigo 59 foi aplicada a pena, depois de analisar todos os antecedentes criminais, culpabilidade, personalidade, comportamento e todas as circunstâncias", afirmou a juíza. 

O crime causou muita comoção social. "Foi um crime muito grave, que ganhou destaque nacional e internacionalmente. Não foi a pena máxima porque nenhum dos três tinham condenação anterior e porque o trio ainda confessou o crime, o que atenua. Respondem processo, mas ainda não estão condenados por eles. Em relação a outros que podem vir a responder, eles podem ter um aumento de pena por já terem antecedentes", relatou Maria Segunda. 

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O TRIO

No momento em que foram levados para a cadeia, o trio não quis falar com a imprensa. "Não tenho nada a declarar sobre isso", disse Bruna. Quando Jorge, Isabel e Bruna ouviam a sentença da juíza, várias foram as expressões. De Isabel, era visto desespero e muito choro. Já de Jorge e Bruna, a feição não era de preocupação, nem de medo e sim de calma. Durante o julgamento, Jorge se mostrou bastante arrependido do que fez e disse que só Deus podia julgá-lo.

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Bruna disse que apenas assistiu o crime no dia 26 de maio. Por vezes, ainda ria quando a promotora Eliane Gaia a indagava sobre a morte da vítima. Isabel Cristina, a segunda a ser ouvida, articulava poucas frases ao longo do júri, e disse não ter participado da morte, mas ajudou a esconder o cadáver. O trio confessou comer a carne de Jéssica cozida e grelhada, por integrar parte do ritual denomidado "Cartel", criado por Jorge Negromonte.

A pena dos três foi atenuada devido à confissão, segundo a promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Eliane Gaia. "Infelizmente eles não pegaram a pena máxima, por causa do código penal. Se eles confessassem, a pena seria diminuída e foi isso que aconteceu, além deles também não terem antecedentes, como falou a juíza", relatou. O julgamento foi iniciado nessa quinta-feira (13) com ouvidas de duas testemunhas, que foi o psiquiatra forense Lamartine Hollanda e o delegado da Polícia Civil, Paulo Berenguer, que acompanhou as investigações na época do fato. 

CRIME

Jéssica Camila da Silva Pereira, na época com 17 anos, foi morta no Loteamento Boa Fé-I, bairro de Rio Doce, Olinda, onde Jorge, Isabel e Bruna moravam. Logo após o crime, a filha da jovem, que tinha 1 ano, passou a ser criada pelo trio.

Os três réus, que em 2008 tinham 50, 51 e 25 anos, respectivamente, foram acusados de ter guardado a carne da jovem para consumo humano, além de ter ocultado os restos mortais.

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Depois de criticar os argumentos apontados pela defesa na tarde desta sexta (14), Eliane Gaia, promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mantém a afirmação de que quer que a justiça seja feita no caso dos "canibais de Garanhuns". "Não tem como ter prisão perpétua. Quero apenas que a justiça seja feita e que sejam reconhecidos os crimes de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver", explica a promotora. 

Ao final dos argumentos contra os réus, Gaia ainda cogita a possibilidade de haver outras mulheres que foram vítimas dos crimes do trio. "Os crimes começaram a acontecer em 2008. De lá até 2012, quando os homicídios vieram à tona, quem garante que não houve outras vítimas mortas através do mesmo modus operandi?", indaga. 

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Depois de citar com detalhes os atos de canibalismo cometidos pelo trio de réus, Eliane Gaia também pede que a filha de Jéssica seja acompanhada. "Peço a vocês para que, no seu julgamento, pensem na filha de uma das vítimas dos crimes de canibalismo. Essa menina já está com problemas psicológicos e pode vir a ter, no futuro, sérios problemas psiquiátricos", lamenta a promotora. 

Ao final dos argumentos da acusação, foi dada a oportunidade de réplica à defesa dos réus.  

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"A defesa santificou os réus. Aqui são todos loucos e santos", ironiza a promotora Eliane Gaia, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na tarde desta sexta-feira (14),  sobre os argumentos utilizados por Tereza Joacy, advogada de Jorge Beltrão, e Rômulo Lyra, advogado de Bruna Cristina de Oliveira. "Em nenhum momento os advogados falaram do ato de canibalismo", diz Gaia durante as interrupções de Joacy. 

A respeito da procura pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) por Jorge, Gaia argumenta que houve uma ocasião em que o réu chegou a ser internado, mas, em seguida, foi retirado por Isabel. A Promotora ainda reafirma que Jorge não possui problemas psicológicos, inclusive segundo o próprio irmão do réu, Irineu Negromonte. 

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"Jorge quer exatamente isso: a redução da pena, a exclusão da culpabilidade para que ele faça um tratamento ambulatorial. Ele matou, esquartejou e comeu e ainda quer ficar livre, em casa, para tomar remédios", ironiza a promotora. "Eles próprios sabem o que fizeram. É tão horrível que eles têm que se justificar com a loucura", defende a promotora. "A loucura é um argumento muito pequeno, Drª Tereza!", dirige-se Gaia à advogada de Jorge Beltrão. 

Eliane Gaia ainda rebate a hipótese de loucura de Jorge. "Ele não é doido, é egoísta", diz a promotora. "Isabel chora durante as defesas porque tenta falar o tempo todo com ele, mas não tem resposta. Ela chora porque está sentindo o desprezo dele", completa. A acusação ainda fala sobre os comentários feitos pelo advogado de Bruna Cristina em relação à própria ré: "Você não consegue conter o riso, Bruna, você é a canibal feliz", afirma. Apesar de não poder falar no momento, Bruna rebate com um sorriso e com um ar irônico em relação ao que disse a promotora. 

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Iniciando a defesa através de relatos a respeito de como Bruna Cristina Oliveira e Jorge Beltrão se conheceram, o advogado Rômulo Lyra, responsável pela defesa de Bruna, baseia a sua argumentação na hipótese de participação da ré no crime devido ao medo de Jorge. "Ela tinha medo de morrer, sim", defende Lyra durante a continuidade do julgamento do caso dos "canibais de Garanhuns", na tarde desta sexta (14).

Durante a defesa, Lyra também lê trechos escritos por Jorge Beltrão a respeito dos primeiros contatos com Bruna, à época, com 16 anos de idade. Na passagem, Jorge exalta Bruna e o próprio promotor confirma os escritos do réu. "Você é linda, exatamente como ele diz no livro", inquietando a plateia que acompanha o julgamento. Durante a leitura do advogado, Bruna e Jorge trocam olhares, separados apenas por Isabel, que permanece de cabeça baixa durante a explanação do advogado. 

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Para fundamentar a argumentação, Lyra explica que o amor que Jorge sente por Bruna é de marido e mulher. "Chega a ser tão forte o sentimento dos dois a ponto de nós não conseguirmos compreender", defende o advogado de Bruna. Para ele, o fato de Bruna não ficar por um momento sem a presença de Jorge leva ao raciocínio de que ela era uma prisioneira do réu. "A única que saía sozinha era Isabel. Bruna estava sempre na companhia de Jorge, ela não poderia ligar para a família ou fugir", explica. 

Assim como o advogado de Isabel, Paulo Sales, Rômulo Lyra também não nega a participação de Bruna no crime. Para ele, Bruna teria participado por sentir medo de Jorge, assim como Isabel. "Isabel não seria uma vítima em potencial. Já Bruna, sim. Ela poderia ser vítima do crime e, por isso, participou do cartel", defende Lyra.

 

 

Buscando defender Isabel Torreão durante o julgamento do caso dos "canibais de Garanhuns", o advogado de defesa Paulo Sales insistiu na submissão da ré ao esposo, Jorge Beltrão, e na hipótese de que Isabel teria a chamada Síndrome de Estocolmo, "nome dado a um estado psicológico-particular em que uma pessoa submetida a um tempo prolongado de intimidação passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor", de acordo com a leitura de Sales. 

Para iniciar a defesa, Sales buscou traçar um perfil de Jorge Beltrão, citando a esquizofrenia e alguns casos de descontrole emocional do réu para traçar o quadro de dependência de Isabel em relação ao esposo. "O posicionamento de Isabel deve ser entendido diante dessa síndrome. Isso justifica uma pessoa abdicar de si, de sua dignidade, em função do outro", defende o advogado. Durante a explanação de Sales, Isabel permaneceu de cabeça baixa, chegando a chorar em alguns momentos. 

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A defesa ainda explica que a participação de Isabel no crime não é negada. "Isabel praticou o crime, mas sob o domínio, coação e medo de Jorge. Deveria ser excluída a culpabilidade dela, mas não dele. Trata-se de um homem desequilibrado psicologicamente, dominador e com poder de liderança. É possível enxergar isso através do relacionamento com duas mulheres no mesmo ambiente. Ele é o responsável pelo domínio das acusadas", pontua Sales. 

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Dando continuidade ao julgamento do caso dos "canibais de Garanhuns", na tarde desta sexta-feira (14), a promotora Tereza Joacy, responsável pela defesa de Jorge Beltrão, afirmou que o réu teria problemas psicológicos e psiquiátricos, diferentemente do que foi dito pela acusação, feita pela manhã. A defensora ainda leu definições de esquizofrenia e relatos do próprio réu sobre a necessidade e a ausência de medicação. 

Aos olhos de uma plateia dispersa, a defesa dos réus ainda fala sobre a ausência de medicação e de atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). "A doença dele [Jorge] se manifestava esporadicamente. Ele tinha alucinações auditivas e visuais, mas isso não era constante. Ainda vale dizer que o problema era recorrente na família, já que o irmão dele também sofria de problemas dessa natureza", defendeu Joacy. 

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Ao questionar aos jurados o que seria mais recomendado para Jorge, algumas pessoas da plateia sugeriram a pena de morte ao réu. Ignorando a reação dos que acompanham o julgamento, Tereza continua: "ele não precisa de prisão e sim de acompanhamento psicológico. De um acompanhamento médico que observe o quadro dele", explicou a defensora. 

Tereza ainda falou do comportamento de Bruna durante o julgamento. "Talvez esse riso dela seja um disfarce para esconder o que ela está sentindo lá dentro. Todos temos alguma forma de reagir ao que acontece externamente e essa é a dela". 

Finalizando a defesa, Tereza Joacy pediu que os jurados estendam a mão a Jorge e olhem para seu caso para que a Justiça seja feita. 

“Estamos cansados de julgar crimes de extrema atrocidade. Crimes contra crianças adolescentes, idosos, contra mulheres, de todo jeito. A diferença (neste júri) é que nunca tínhamos tido um caso de canibalismo. Nunca tínhamos nos deparado aqui com um caso de um ser humano comer a carne de outro ser humano. E comeram com frieza, com requintes de crueldade”. Assim, Eliane Gaia, promotora do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), começou a acusação, nesta sexta-feira (14), segundo dia do julgamento dos canibais de Garanhuns, no Fórum de Olinda.

Munida dos exames psicológicos que atestam a perfeita faculdade mental do trio, Eliane Gaia reiterou, por diversas vezes, o fato de o júri estar diante de pessoas normais. “Por mais estarrecedor que o crime possa nos parecer, ele não foi praticado por loucos. Pessoas de alta periculosidade, como diz a avaliação psiquiátrica. E quem me garante que eles mataram só três pessoas? Não acredito apenas nessas três”, pontuou a promotora ao dizer que é impossível apontar quando a seita – o Cartel – teria “iniciado” seus trabalhos na vida dos acusados.  

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Ao analisar o perfil dos réus, Eliane Gaia foi incisiva. Olhando nos olhos de Jorge Negromonte, disse que o homem “é uma parede fria. Olhem a expressaão dele. Esse olhar dele não muda, é sempre assim. Jorge é um manipulador. Mas a justiça você não vai conseguir manipular”, disse ao réu a representante do MPPE. Já em relação a Bruna Cristina, que não raro sorri diante de algum comentário da promotora, Eliane Gaia chegou a chamar a afirmar que a acusada é uma “canibal feliz”. “Olha como ela adora rir. Bruna é uma estrela”, ironizou Gaia, para risos da plateia no Fórum de Olinda.

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Canibais estudavam as vítimas

Segundo a acusação, o trio de acusados não escolhiam aleatoriamente as vítimas. Escolhiam as mulheres a partir de determinadas características. O planejamento, segundo Eliane Gaia, demonstra claramente a premeditação da morte de Jéssica Camila da Silva. Na finalização da sua fala, a promotora apresentou as provas materiais que comprovam o assassinato da jovem, em Olinda, baseadas nos relatos e nos desenhos de Jorge Negromonte. Na gravura, as partes dos corpos mutiladas da vítima. “OIhem aqui, cabeça de um lado, o tronco de outro. Nesta outra parte, o cérebro aberto. E Bruna nos confirmou que isto se refere ao assassinato de Jéssica”, explicou Gaia.

Não permitidos a falarem nesta fase do julgamento, os réus mantêm-se em posturas diferentes. Como no primeiro dia, Isabel Cristina Torreão se mostra extremamente nervosa, chorando muito. Jorge Negromonte parece impaciente. De tempos em tempos, apoia a cabeça nas mãos e, sempre que possível, conversa com Bruna. Esta última, além de sorrir, tenta comentar as provas da acusação. Impedida de falar, quase era retirada do Fórum no final da manhã desta sexta-feira.

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