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As mortes resultantes de crimes violentos intencionais aumentaram 43% no Rio Grande do Norte no último mês de janeiro, quando o estado enfrentava sua mais grave crise no sistema penitenciário, com chacinas de presos e fugas de detentos.

As 210 mortes registradas em janeiro deste ano representam o pior resultado dos últimos quatro anos. Segundo dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), em janeiro de 2016 foram registradas 147 mortes decorrentes de homicídios, lesão corporal ou da ação repressiva policial. No mesmo mês de 2015, foram 154 ocorrências e, em 2014, 137.

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Os dados divulgados no site da secretaria incluem os presos mortos por outros detentos no interior de unidades prisionais, como a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. Nesse local, no dia 14 de janeiro, integrantes de facções criminosas rivais depredaram os pavilhões 4 e 5, assumiram o controle do pátio por vários dias e protagonizaram cenas de brutalidade e crueldade, levando o governo estadual a pedir a ajuda da Força Nacional de Segurança Pública e das Forças Armadas.

Pelo menos 26 detentos foram mortos em Alcaçuz no dia 14 de janeiro. Nesse mesmo dia, o estado registrou a maior taxa de crimes violentos letais intencionais de todo o mês: 29 mortos, quase três vezes mais que as dez ocorrências diárias registradas em 19, 21 e 29 de janeiro, dias que dividem a marca de segundo pior resultado do mês.

Como as autoridades estaduais ainda não deram por encerradas as buscas por presos mortos ou que escaparam da Penitenciária de Alcaçuz, o total de mortes relatadas pela secretaria pode ser maiores.

Segundo a Secretaria estadual de Segurança Pública, o confronto entre organizações criminosas no interior dos presídios também repercutiu nas ruas. Mais da metade (51%) dos 210 crimes violentos letais intencionais registrados no período ocorreram em vias públicas. Além do mais, até o dia 14 de janeiro, data do início da rebelião em Alcaçuz, a média diária era de cinco mortes diárias. Após essa data, a média passou para 6,8.

Quase a totalidade (96%) das vítimas era do sexo masculino. A maioria (36,5%) tinha entre 18 e 24 anos, era solteira (74%) e morreu em função de ferimentos causados por armas de fogo (79%).

Os números da secretaria são semelhantes aos divulgados no início do mês pelo Observatório da Violência Letal Intencional do Rio Grande do Norte, ligado à Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). Segundo o grupo de pesquisa, houve pelo menos 206 mortes violentas no mês passado, o que torna o último janeiro o mais violento da história do estado.

Para o coordenador do grupo de pesquisa, o sociólogo e professor da Ufersa, Thadeu Brandão, a guerra entre facções criminosas explica apenas parcialmente os números. Segundo Brandão, a taxa de homicídios vem crescendo em todo o estado desde 2010, principalmente na Grande Natal e em Mossoró. De acordo com Brandão, esse fato tem várias causas.

“Há o fator estrutural, que tem a ver com a manutenção da desigualdade que afeta principalmente a juventude. O sistema prisional não recebeu o investimento necessário e acaba apenas retroalimentando a criminalidade. A estrutura de segurança pública também não. Mal aparelhadas e com deficit de pessoal, as polícias Civil e Militar se tornaram disfuncionais, conforme revela o baixo índice de resolução dos crimes. Não há uma estrutura adequada de perícias, de investigação. Tudo isso contribui para um sentimento muito forte de impunidade. Poucos acusados por homicídios são levados aos tribunais de Justiça e menos ainda são condenados”, declarou o sociólogo à Agência Brasil.

Para Brandão, o risco é que, em breve, com a saída das forças federais do estado, cenas como as registradas em janeiro voltem a ocorrer. “Não há nada resolvido. A Penitenciária de Alcaçuz, a maior do estado, está totalmente destruída, com os presos de diferentes facções praticamente soltos pelos pavilhões, separados apenas por contêineres. Não há nenhuma garantia de controle do sistema prisional pelo estado. Sem a ajuda federal, será difícil para o governo potiguar resolver essa situação”.

A secretaria garante que desde o dia 14 vem realizando ações para identificar e punir os responsáveis pelos crimes ocorridos dentro e fora das unidades prisionais e inibir novos casos. Além disso, como parte da parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, o Rio Grande do Norte recebe, a partir desta quinta-feira (16), ações do Plano Nacional de Segurança Pública, que tem o objetivo de tentar reduzir o número de homicídios dolosos, feminicídios e crimes de violência contra a mulher, além de proporcionar a modernização e racionalização do sistema penitenciário e o combate ao crime organizado.

Um preso foi baleado ao tentar fugir, na manhã de hoje (23), da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal (RN). Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, outros presos que tentavam escapar recuaram diante da ação dos próprios agentes penitenciários que, de uma das guaritas, dispararam para conter a fuga.

O detento ferido - cujo nome não foi divulgado - foi atingido no braço e encaminhado para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel por uma equipe do Samu, com escolta policial. Segundo a secretaria estadual, o preso não tinha recebido alta médica até o meio da tarde de hoje.

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A Penitenciária de Alcaçuz vive uma guerra entre duas facções criminosas rivais desde o dia 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram assassinados e boa parte da penitenciária passou a ser controlada pelos detentos. Até agora, as forças policiais controlam a área externa de Alcaçuz e fazem intervenções pontuais no local para realizar buscas por corpos e instalar contêineres a fim de separar, provisoriamente, os pavilhões 4 e 5 dos demais.

Hoje, no entanto, a instalação dos contêineres teve que ser interrompida devido a um problema mecânico no guincho a serviço do Departamento de Estradas e Rodagem (DER-RN). Quando estiver concluído, a divisão com contêineres permitirá a construção, em segurança, de um muro definitivo que separe os pavilhões.

 

Desde ontem (22), agentes penitenciários e homens da Força Nacional já encontraram três tuneis no interior da penitenciária. De acordo com a secretaria estadual de Justiça e Cidadania, as escavações já foram fechadas e só será possível saber se houve ou não fugas após a retomada do controle do estabelecimento e a recontagem de presos.

Detentos da Penitenciária de Alcaçuz, no estado do Rio Grande do Norte, gravaram um vídeo fazendo um churrasco com o que seria carne humana dentro da unidade prisional, na última quinta-feira (19). Nas imagens, os presos afirmam que são da facção “Sindicato do RN” e queimam, em uma fogueira improvisada, partes dos corpos de presos dos rivais do “Primeiro Comando da Capital (PCC)". 

Na filmagem, os detentos se dizem orgulhosos de terem matado os colegas de cela e comemoram a ação com um "churrasco de celebração". As duas facções rivais vivem no mesmo presídio, sendo separadas apenas por pavilhões. 

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A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz já dura oito dias, desde o último sábado (14), e só teve uma pausa para a realização de um culto evangélico na sexta-feira (20). Apesar da trégua, o clima no presídio ainda é tenso e os presos continuam soltos pelos pavilhões da unidade. Desde sábado, pelo menos 26 presos já morreram na rebelião e mais de 200 presos já foram transferidos de Alcaçuz.

Como parte da operação para construção de um muro na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal (RN), o Batalhão de Choque da Polícia Militar voltou a entrar na unidade na manhã deste sábado (21).

Desde a noite desta sexta (20), já chegavam ao presídio caminhões com materiais de construção, além de contêineres que devem compor a estrutura emergencial para separar as facções que estão em conflito no local. Até o fim da manhã, a incursão não havia levado à reação dos detentos, que estão rebelados há oito dias.

Como parte da operação para construção de um muro na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal (RN), o Batalhão de Choque da Polícia Militar voltou a entrar na unidade na manhã deste sábado (21). Desde a noite desta sexta (20), já chegavam ao presídio caminhões com materiais de construção, além de contêineres que devem compor a estrutura emergencial para separar as facções que estão em conflito no local. Até o fim da manhã, a incursão não havia levado à reação dos detentos, que estão rebelados há oito dias.

A muralha anunciada pelo governo do Estado deverá separar os pavilhões 1, 2 e 3 do 4 e 5. Os primeiros são ocupados por presos ligados à facção Sindicato do Crime e os últimos, pelos detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC). A rivalidade entre as organizações causou o início do motim, quando o PCC, até então restrito ao pavilhão 5, invadiu o 4, deixando 26 mortos.

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A livre circulação de detentos pelos pavilhões, em razão da depredação das estruturas da cela, levou ainda a batalhas campais no interior do presídio. Querendo evitar novos confrontos, a muralha está sendo construída, segundo informou a administração estadual. A única forma de a PM deter o conflito vinha sendo o uso de armamento não letal disparado das guaritas para evitar a aproximação entre as partes. O esforço não foi suficiente quando na quinta-feira passada (19) a briga deixou novos mortos e feridos.

Na tarde de quinta-feira, o MP do Rio Grande do Norte emitiu uma recomendação ao governador Robinson Faria (PSD) para que, diante do que classificou como "barbárie", com ao menos 28 mortes confirmadas desde sábado passado (13), fossem tomadas "providências efetivas".

Desde o início das rebeliões, os batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) entraram na cadeia mais de três vezes, realizando revistas e retirando presos para transferências. As operações, no entanto, não se estenderam por mais de cinco horas em nenhuma das oportunidades. Logo que os homens dos batalhões deixam a unidade, os conflitos são retomados.

Um carro do governo foi alvejado e um ônibus incendiado na tarde desta quarta-feira (18, na Zona Leste de Natal-RN. A polícia estuda se há relação entre a rebelião e os ataques ocorridos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz no último sábado (14), que resultou em 26 presos mortos. 

Os ataques aconteceram no mesmo momento em que a Polícia Militar removia detentos do presídio de Alcaçuz, informou o G1. A retirada dos presos já é uma estratégia do governo para obter maior controle do presídio. 

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Ao G1, o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, major Soares, disse que o carro do governo estava estacionado na frente da casa de um servidor. Um grupo de seis pessoas teria se aproximado a pé e atirado contra o veículo, que pegou fogo. Já o ônibus incendiado é da empresa Santa Maria.  Não há registro de feridos.

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