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O Grupo Nosso Lar Educação está promovendo, junto com o Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP), o curso de “Boas Práticas no Atendimento de Transtornos Psicóticos e Esquizofrenia” para o ensino no setor de saúde mental no Brasil.

O curso é voltado para estudantes e profissionais da área da saúde, profissionais da educação, da segurança pública, do sistema penitenciário, de Centros de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação CASA) e Oficineiro, membros de instituições de acolhimento e pessoas que atuam ou pretendem atuar na área.

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O curso acontece nos dias 9 e 10 de outubro, no formato remoto e ao vivo, com direito a certificação do IPq-USP no final da capacitação. Os professores irão ensinar como identificar transtornos psicóticos e desenvolver estratégias de manejo e abordagem com os pacientes.

A iniciativa também serve como uma atualização e crescimento na carreira de saúde mental. Os participantes que concluírem o curso terão certificado de título de especialistas no manejo de pacientes psicóticos e com esquizofrenia. 

As aulas serão ministradas por dois professores facilitadores conhecedores da área e, os inscritos que desejarem, podem participar de uma aula bônus com uma visita técnica exclusiva no Nosso Lar Hospital, em Fortaleza (CE). As inscrições estão abertas no site do Grupo Nosso Lar.

O juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro, no interior paulista, absolveu o procurador municipal Demétrius Oliveira de Macedo, que espancou a chefe Gabriela Samadello Monteiro dentro da Prefeitura de Registro em 20 junho de 2022. O magistrado reconheceu que Demétrius é inimputável - quando um investigado não pode ser responsabilizado pelo crime cometido - após ele ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide.

Como 'medida de segurança', foi aplicada ao procurador uma internação em hospital de custódia por três anos. Demétrius já está internado provisoriamente. Na sentença assinada nesta quarta, 14, o juiz Raphael Ernane Neves destaca a 'periculosidade' do procurador e pondera sobre a necessidade de se manter Demétrius segregado para que continue seu tratamento 'em ambiente de custódia adequado'.

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Demétrius foi denunciado por tentativa de feminicídio, coação do curso do processo e injúria. O magistrado entendeu que o cometimento dos crimes era evidente - ponderou, por exemplo, que Demétrius 'tomou contra vítima comportamento que tendia a lhe ceifar a vida'. No entanto, o juiz destacou que, por mais que reconhecido o episódio, o procurador não pode ser responsabilizado penalmente, 'porque não é culpável'.

"O caso, então, é de absolvição imprópria, uma vez que o réu somente se defendeu argumentando não ser capaz de entender o caráter ilícito do fato, tendo efetivamente demonstrado, por perícia médica, que realmente não poderia ser responsabilizado com a resposta própria dos tipos legais que foram reconhecidos como por ele praticados", anotou o juiz.

Ao longo do processo o procurador municipal foi examinado por cinco médicos. Em março, peritos do Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo (Imesc) atestaram que o procurador apresenta quadro de esquizofrenia paranoide. O documento diz que a doença psiquiátrica que acomete Demétrius 'prejudica sua capacidade crítica e pragmatismo'. "Tais sintomas que estavam presentes à época dos fatos permitem concluir que a capacidade de entendimento encontrava-se prejudicada, enquanto a capacidade de determinação restava abolida", registra o texto.

A avaliação final foi a de que o procurador é inimputável. Os médicos responsáveis pela avaliação recomendaram que o procurador fosse internado por, no mínimo, três anos - sugestão encampada por Raphael Ernane Neves.

A inimputabilidade é prevista no Código Penal. "É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento", estabelece o texto.

As agressões cometidas por Demétrius se deram no dia 20 de junho de 2022 e foram registradas em vídeo. Ele derruba a procuradora-geral de Registro, dá socos e pontapés nela e ainda a chama de 'vagabunda' e 'puta'. Outras servidoras tentaram conter o procurador. Uma delas acabou empurrada com violência contra uma porta.

Demétrius foi preso dias depois, localizado em uma clínica de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. No mesmo dia, ele foi denunciado pelo Ministério Público estadual por tentativa de feminicídio, injúria e coação no curso do processo.

Os promotores de Justiça Ronaldo Pereira Muniz e Daniel Porto Godinho da Silva denunciaram o procurador, narrando que ele, com 'evidente intento homicida, tentou matar' Gabriela, 'por intermédio de violentos golpes desferidos principalmente contra a cabeça' da chefe, 'apenas não se consumando o delito por circunstâncias alheias à vontade do agente'.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE REPRESENTA A PROCURADORA ESPANCADA

"A absolvição do Procurador do Município de Registro que brutal e covardemente agrediu sua colega é, na verdade, o resultado do reconhecimento da sua inimputabilidade. Por isso, ele será submetido à internação em manicômio judiciário pelo prazo mínimo de 3 anos. Isso atende perfeitamente os reclamos da acusação e da própria vítima."

A doação de uma cadeira de rodas por servidores da Polícia Federal (PF) a um homem em situação de rua, no Recife, desencadeou uma história de reencontro. Sem as pernas, Átila Rosa, de 57 anos, deixou Santa Catarina e chegou ao Recife após fugir de casa. Ele tem diagnóstico de esquizofrenia e era procurado pela família há quase um ano.

Após um dia como ambulante nos semáforos do Cais do Apolo, na área central do Recife, Átila costumava dormir nos bancos da Praça Tiradentes, em frente à sede provisória da PF. Na madrugada de 23 de abril, sua cadeira de rodas foi furtada por usuários de drogas. 

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Átila com a cadeira que ganhou dos policiais federais.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Exposto à chuva e com dificuldade para fazer as necessidades básicas, policiais federais se sensibilizaram com a situação e criaram um grupo no WhatsApp para arrecadar o valor de uma nova cadeira. 

"Nossos policiais viram que ele estava na chuva, apenas com uma capa, e aí começou toda uma movimentação para comprar uma cadeira e depois a gente veio descobrir a história dele", comentou o chefe da comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro.

O papiloscopia André Sobral conta que foi "muito emocionante" participar da campanha que reuniu cerca de 12 servidores e representantes do sindicato da categoria. Cinco dias após o furto, Átila foi presenteado com a nova cadeira e despertou a curiosidade sobre sua história por conta do sotaque.

As informações que ele havia repassado foram cruzadas com os dados do banco da PF e, em seguida, uma análise facial confirmou sua identidade. Átila é natural de Florianópolis e estava longe da família há 10 meses. A irmã Simoni Bianchi veio ao Recife para encontrá-lo e explicou que, devido à condição mental, ele já havia saído de casa outras vezes, mas nunca tinha ficado sumido por tanto tempo. "A gente tava procurando por lá, porque ele já teve várias outras saídas, o que é comum para quem tem esse sofrimento mental, mas ele sempre ficava por ali".

Simoni acreditada que não ia encontrar mais o irmão. Júlio Gomes/LeiaJá

Ela conta que Átila tinha uma vida estruturada financeiramente, trabalhava como vendedor, era casado, pai de uma filha, mas sua vida começou a ser afetada pelos primeiros surtos e ele foi morar com os pais. Há cerca de nove anos, em uma de suas fugas, ele perdeu as duas pernas em um acidente no Paraná. "Essas pernas minhas aqui, eu peguei a estrada para Curitiba como mochileiro e acabei sendo atropelado na BR-101", recordou.

Átila se considera um "aventureiro" e disse que decidiu vir ao nordeste em busca de "mais uma aventura". No caminho ao Recife, ele interrompeu o tratamento e deixou de tomar os remédios. Desde então, a família vivia na incerteza sobre seu paradeiro e cogitava que ele já não estivesse mais vivo. A primeira pessoa procurada pelos policiais foi a filha Tássia, de 34, mãe de dois meninos de dois e cinco anos. 

Simoni abraça Átila. Júlio Gomes/LeiaJá

Com voo marcado às 22h, Átila e Simoni deixam o Recife e devem chegar em Florianópolis no início da manhã desta sexta-feira (2). Além da cadeira de rodas, os policiais federais atuaram como assistentes sociais na confecção da carteira de identidade e documentação necessária para o voo.

Simoni conta que o irmão voltar para a casa dos pais, onde uma recepção o aguarda para celebrar o reecontro com a família. 

Um homem de 22 anos foi preso em flagrante nesse sábado (15), no bairro Setor 09, Águas Lindas de Goiás. Ele foi detido e confessou ter matado a mãe e depois tentar tirar a vida de sua irmã, que teria flagrado o assassinato. À polícia, o homem afirmou que ouviu "uma voz" que determinou que ele praticasse o crime.

Segundo a polícia, o homem usou um martelo, uma faca e um garfo, com os quais desferiu golpes, sobretudo na região do crânio e pescoço da vítima, de 48 anos. Depois, com sua mãe já ao chão, desferiu golpes contra sua região torácica, com um peso de fazer musculação.

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A irmã do autor, de 13 anos, acordou com os barulhos e o flagrou agredindo a genitora, momento em que ela teria tentado salvar a mãe, mas foi esganada e asfixiada pelo irmão. Ela ainda conseguiu se desvencilhar e saiu em busca de socorro, acionando vizinhos e a polícia, que chegou ao local prendeu o autor.

Assassino iria enterrar suas vítimas

Ainda de acordo com a polícia, o feminicida tinha a intenção de atear fogo no corpo da genitora e depois enterrá-la, em uma cova que havia inclusive cavado.

Feminicídio

O homem foi conduzido à Delegacia de Polícia durante o plantão, onde foi autuado em flagrante pela prática dos crimes de homicídio doloso qualificado consumado (qualificadoras do uso de recurso de impediu a defesa da vítima e feminicídio) e tentativa de homicídio qualificado (feminicídio tentado).

Um morador do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, acusa policiais militares de agredirem e chicotearem o seu irmão esquizofrênico. Imagens mostram as costas da vítima marcadas pelas agressões. As informações são do G1.

O ocorrido foi registrado na Delegacia de Ricardo Albuquerque e está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A ação policial teria ocorrido há uma semana.

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Durante operação, os policiais militares estariam entrando nas casas do Complexo do Chapadão em busca de criminosos. Eles teriam encontrado a vítima dormindo e acordado ela com um tapa.

O denunciante conta que, em seguida, houve uma sessão de tortura no irmão. Questionado sobre bandidos, o homem não conseguia responder por sofrer de transtorno psiquiátrico.

Conforme a denúncia, o morador foi colocado sentado enquanto era chicoteado nas costas. Além disso, a casa foi revirada e objetos quebrados.

Após o fato, a família deixou a casa por temor de represálias. A vítima foi medicada e se recupera. A Corregedoria da Polícia Militar apura as circunstâncias do caso.

Pessoas com esquizofrenia podem ser treinadas ao jogar um videogame para controlar a parte do cérebro ligada a alucinações verbais, dizem os pesquisadores. O estudo, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King's College, em Londres, e da Universidade de Roehampton, diz que a técnica pode ser usada para ajudar pacientes que não respondem à medicação.

Os pacientes do pequeno estudo conseguiram pousar um foguete no jogo quando a atividade estava conectada à região do cérebro sensível à fala e às vozes humanas. Com o tempo, os pacientes aprenderam a usar a técnica em suas vidas diárias para reduzir o poder das alucinações.

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Mas este é um pequeno estudo piloto e as descobertas ainda precisam ser confirmadas. As pessoas com esquizofrenia são conhecidas por ter um córtex auditivo mais ativo, o que significa que eles são mais sensíveis a sons e vozes.

Todos os 12 pacientes no estudo sofrem com alucinações verbais desagradáveis ​​e ameaçadoras todos os dias - um sintoma comum de esquizofrenia.

Para tentar controlar seus sintomas, eles foram convidados a jogar um videogame em um scanner de ressonância, usando suas próprias estratégias mentais para mover um foguete computadorizado. Ao fazer isso, conseguiram diminuir o volume das vozes externas que ouviam também.

"Os pacientes sabem quando as vozes estão prestes a começar - eles podem sentir isso, então queremos que eles usem imediatamente esse auxílio para diminuí-las ou parar as vozes completamente", disse a pesquisadora do King's College de Londres, Natasza Orlov.

Ela disse que todos os pacientes do estudo descobriram que suas vozes ficavam menos externas e mais internas, tornando-as menos estressantes. Os pesquisadores afirmaram que, embora o tamanho da amostra da pesquisa seja pequena, os resultados são promissores. A ideia é testar a técnica com mais pacientes em breve. O estudo foi publicado na revista Translational Psychiatry.

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Um estudo realizado na Inglaterra, França, Holanda, Espanha, Itália e Brasil buscou identificar quais são as pessoas mais vulneráveis a um transtorno mental grave. O levantamento constatou que homens jovens, minorias étnicas e moradores de áreas com baixos indicadores socioeconômicos são os mais propensos a apresentar um primeiro episódio psicótico.

Entre os transtornos mentais abarcados pela pesquisa estão esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar e depressão com sintomas psicóticos, como alucinações, ideias delirantes e desorganização do pensamento. No Brasil, o trabalho foi feito pela Universidade de São Paulo (USP) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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Em países europeus, tem sido observada maior ocorrência do primeiro episódio psicótico em grandes centros urbanos em comparação com pequenas vilas e áreas rurais e em grupos étnicos minoritários, como imigrantes negros do Caribe e da África. No Brasil, o levantamento foi feito em 26 municípios da região administrativa de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. 

Ao todo, os pesquisadores identificaram 2774 pacientes que apresentaram um primeiro episódio de transtornos psicóticos, dos quais 1578 eram homens e 1196 mulheres, com idade média de 30 anos. Na região de Ribeirão Preto, a incidência foi de 21 novos casos por 100 mil habitantes por ano.

Segundo o pesquisador Paulo Rossi Menezes, o estudo derruba um mito do século 20. "O estudo confirmou que a incidência do primeiro episódio psicótico varia muito entre grandes centros urbanos e regiões mais rurais e indicou que os fatores determinantes centrais para essa grande variação são, provavelmente, ambientais. Até o fim do século 20, acreditava-se que os principais fatores etiológicos de transtornos psicóticos seriam genéticos, mas os dados do estudo apontam que os fatores ambientais desempenham um papel muito relevante", disse o professor.

Os estudiosos também identificaram alta incidência do transtorno mental grave em minorias étnicas e em áreas com menor porcentagem de casas ocupadas por seus proprietários. Isso sugere que as condições socioeconômicas das pessoas e do ambiente onde vivem têm papel importante na causa do problema. O fato de haver maior incidência em homens de 18 a 24 anos em comparação com mulheres na mesma faixa etária ainda é desconhecido. Uma das hipóteses está relacionada ao processo de amadurecimento cerebral. 

De acordo com Menezes, experiências traumáticas na infância e experimentar maconha na adolescência ou início da vida adulta são exemplos de fatores que aumentam o risco de transtornos mentais. O objetivo é que estudos como esse possam identificar os fatores de risco e intervir para diminuir a incidência.

Os cientistas identificaram a parte do cérebro onde as "vozes" atormentam os pacientes que sofrem de esquizofrenia, e conseguiram silenciá-la parcialmente com um tratamento com pulsos magnéticos.

Segundo um estudo apresentado nesta terça-feira, mais de um terço dos pacientes tratados com pulsos magnéticos em um experimento clínico disseram sentir um alívio "significativo" das "vozes".

"Agora podemos dizer com alguma certeza que encontramos uma área anatômica específica do cérebro associada com as alucinações auditivas na esquizofrenia", declarou a equipe. "Em segundo lugar, mostramos que o tratamento de alta frequência TMS (Estimulação Magnética Transcraniana) faz diferença, pelo menos, para alguns pacientes".

No entanto, mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar a utilidade da TMS como um tratamento no longo prazo. Os resultados dos testes, ainda não publicados em revistas científicas, foram apresentados em Paris em uma conferência do European College of Neuropsychopharmacology.

O experimento comparou 26 pacientes que sofrem de esquizofrenia e receberam o tratamento ativo TMS com 33 pacientes que receberam um tratamento placebo. O primeiro grupo recebeu uma série de pulsos magnéticos em duas sessões ao dia, por dois dias, no lobo temporal associado com a linguagem.

Duas semanas depois, os participantes avaliaram as "vozes" que costumavam ouvir. Cerca de 35% dos pacientes que experimentaram o tratamento TMS relataram uma melhora "significativa".

"Ouvir vozes" pode ser um dos sintomas mais perturbadores para os sofrem de esquizofrenia e para as pessoas próximas a eles. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a esquizofrenia afeta mais de 21 milhões de pessoas ao redor do mundo.

Um novo método desenvolvido por cientistas brasileiros poderá ajudar os psiquiatras a diagnosticarem a esquizofrenia já na primeira consulta com o paciente. A técnica, que emprega algoritmos para analisar a estrutura da fala dos jovens com sintomas iniciais da doença, poderá antecipar o diagnóstico em pelo menos seis meses, evitando o risco - bastante alto - de submeter o paciente à medicação errada, de acordo com os pesquisadores.

O estudo que descreve o novo método foi publicada na revista Schizophrenia, do grupo Nature, por uma equipe liderada pelo neurocientistas Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

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De acordo com Ribeiro, na área da Psiquiatria, um dos maiores problemas atuais para a indústria farmacêutica é desenvolver meios para evitar que o paciente seja tratado para a doença errada.

"Essas doenças não têm base biológica clara e, portanto, não há exames inequívocos para o diagnóstico", disse Ribeiro à reportagem. Atualmente, por conta dessa dificuldade, é preciso acompanhar o paciente por seis meses para definir o diagnóstico, a fim de evitar uma medicação equivocada, que poderia ser desastrosa.

Em pesquisas anteriores, o grupo já havia mostrado que é possível utilizar modelos matemáticos para analisar a fala dos esquizofrênicos, mostrando também que, nesses pacientes, a estrutura do discurso é empobrecida, quase aleatória.

No novo artigo, porém, os cientistas conseguiram fazer medidas objetivas do grau de aleatoriedade da estrutura verbal de adolescentes psicóticos ainda em seu primeiro contato clínico.

"Mostramos que é possível calcular um número único - que chamamos de índice de fragmentação -, capaz de prever com grande acurácia o diagnóstico da esquizofrenia na primeira entrevista psiquiátrica do paciente. Isso significa que o psiquiatra pode usar esse índice para dar um diagnóstico inicial mais certeiro já na consulta inicial", afirmou Ribeiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), José Alberto Orsi enfrentou os primeiros sintomas de depressão em setembro de 1994, aos 26 anos. Ele ainda não sabia, mas logo teria início uma longa história de sofrimento, com crises psicóticas causadas pela esquizofrenia.

"O primeiro surto de esquizofrenia é muito difícil de ser caracterizado. Mesmo com antecedentes na família, o diagnóstico não era certeiro. Cheguei a ter atendimento psiquiátrico, mas minha primeira crise, de fato, foi mais de depressão do que de esquizofrenia", disse Orsi à reportagem.

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O engenheiro conta que a mãe sempre teve preocupação com sua saúde mental, por causa do diagnóstico de esquizofrenia do pai. Em 1994, Orsi teve episódios depressivos persistentes, enquanto trabalhava a contragosto como fiscal de obras na ampliação de um shopping center. Ele achava o trabalho frustrante. "Quando tive os sintomas de depressão, atribuí à frustração e não à doença."

Com diagnóstico de depressão e medicado, ele continuou a ter crises, até que, em maio de 1995, elas arrefeceram. Orsi suspendeu a medicação, licenciou-se do trabalho e foi para o Mississippi estudar inglês.

A mudança de ares parecia ter sido salutar. O engenheiro iniciou um MBA e por três anos estudou e fez viagens, sem problemas. Até que, em maio de 1998, a aparente estabilidade desmoronou de uma só vez.

Na reta final do MBA, ele teve de fato um surto esquizofrênico, com alucinações. Percebia fenômenos que considerava sobrenaturais.

"Pensava receber mensagens telepáticas da TV e da internet. Achava que meu telefone estava grampeados e que podiam ler minha mente. Eu decifrava importantes códigos secretos e universais de jornais e revistas. A CIA estava por trás da articulação dessa trama."

A irmã, que morava em Miami, foi buscá-lo e o internou. "Um médico finalmente fez o primeiro diagnóstico de esquizofrenia. Voltei ao Brasil para me tratar."

Discordâncias

No Brasil, o psiquiatra que o havia atendido em 1995 não concordou com o diagnóstico do médico americano e, no fim de 1998, suspendeu o antipsicótico. Orsi voltou em 1999 para o Mississippi, terminou seu curso, deixou o lítio e, em setembro, conseguiu um emprego na Microsoft. Dois meses depois, teve novo surto. Em 2000, voltou ao Brasil.

Ele ainda seria diagnosticado como bipolar antes de ter mais um surto, em maio de 2001. "Só aí comecei a tomar de forma contínua a medicação que tomo até hoje." Além do antipsicótico, Orsi usa um estabilizador do humor e outros fármacos clínicos para controlar efeitos colaterais da medicação, como aumento do peso e da pressão. Desde 2001, ele faz consultas semestrais com o clínico geral e visita o psiquiatra a cada dois meses. "Estou estável, não tive mais surtos desde então."

Para ele, um dos fatores que agravaram seu problema foi se tratar com vários psiquiatras. "Havia troca de prontuários, mas eles pegavam fases diferentes dos surtos. Agora tenho um diagnóstico bem consolidado."

Em 2003, Orsi começou a frequentar a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre) e hoje é tesoureiro da instituição, que oferece engajamento social e profissional a pacientes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura de Garanhuns retirou 10 toneladas de lixo de uma casa no bairro Boa Vista. A residência é habitada por quatro irmãs idosas que sofrem de problemas mentais e juntam qualquer tipo de material que encontram na rua. A ação, que partiu de uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco e começou na última segunda-feira, deve ser concluída ainda esta semana.

As idosas estão recebendo assistência do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), com atendimento psiquiátrico e acompanhamento médico. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, após avaliação, foi constatado que ela sofrem de esquizofrenia e têm perfil descrito como acumuladoras.

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Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária e Ambiental, Katharina Almeida, o caso pode ser considerado calamidade pública, visto que a quantidade de material armazenado na residência superou estimativas. "O lixo está presente em todos os cômodos, inclusive no quintal. Existe todo tipo de resíduo sólido e a presença de inúmeros insetos e roedores", explica.

A casa não possui instalações básicas de água e energia elétrica. "Nós temos servidores de nossa assessoria jurídica junto dos demais servidores, avaliando o que é encontrado. Estamos dando o apoio necessário", garante a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Maria Célia Sobral. A Defesa Civil do município irá analisar se há necessidade de ajustes ou reformas do local.

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica conhecida pelos sintomas de ouvir e ver coisas que, na verdade, não existem. No entanto, estes não são os únicos sintomas da condição. De acordo com o psiquiatra Filipe Doutel, "a doença vai restringindo a vida pessoal. O paciente passa a ter uma dificuldade social de se relacionar com as pessoas".

"Na verdade, a esquizofrenia é uma perda de contato com a realidade e, basicamente, quem tem essa doença apresenta alucinações e delírios, que são construções de ideias falsas sobre a realidade", explica o médico.

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Por isso, na opinião de Doutel, nos primeiros estágios é comum que a família não perceba que a pessoa está com algum problema. O médico afirma que, quando se tem problemas de comportamento, que não são visíveis, eles podem demorar a serem notados.

Ainda há muito preconceito contra pessoas que sofrem com a esquizofrenia. Doutel atribui essa questão a falta de conhecimento que a maioria das pessoas tem em relação à doença. "Há um desconhecimento muito grande, porque de 1% a 2% da população sofre de esquizofrenia, diferente da depressão ou da síndrome do pânico, que atinge de 20% a 25%. A raridade da doença faz com que ela seja muito menos compreendida", afirma.

Doutel diz que, hoje, há muito métodos para tratar pessoas com esquizofrenia. "O que é mais aceito e funciona bem são as medicações, que atualmente são muito boas junto com psicoterapia e projetos de reinserção social", explica.

De acordo com o psiquiatra, as técnicas para colocar o paciente na sociedade novamente fazem com que eles tenham uma vida normal, como se tratassem qualquer outra doença que precisa de cuidados especiais. Para exemplificar, Doutel falou sobre pacientes com diabetes, que sempre precisam tomar cuidado com aquilo que comem.

"É sempre uma batalha para integrar pessoas diferentes na sociedade, é uma luta muito importante", opina o médico.

Uma suplementação em ômega 3 pode reduzir significativamente o risco de desenvolver esquizofrenia em pessoas jovens e que correm esse risco, segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista Nature Communications.

Para chegar a este resultado, um grupo de pesquisadores australianos e austríacos deram suplementos alimentares à base de ômega 3 por 12 semanas a um grupo de 41 pessoas com idade entre 13 e 25 anos, consideradas com alto risco de desenvolver psicoses.

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Comparando-as com um grupo de 40 jovens da mesma idade e com risco semelhante, mas que receberam placebo, os pesquisadores descobriram que apenas 10% dos jovens do primeiro grupo haviam desenvolvido esquizofrenia nos sete anos seguintes, contra 40% no segundo grupo.

A doença também apareceu mais cedo no grupo placebo, que também apesentou um número maior de outras doenças mentais durante o período do estudo.

A esquizofrenia é um transtorno mental grave que se manifesta por uma perda de contato com a realidade e que geralmente aparece na adolescência ou início da idade adulta.

O ômega 3 é um ácido graxo essencial, indispensável para o bom funcionamento do cérebro, sistema nervoso e retina, mas também acredita-se que tenha um efeito benéfico sobre o coração e a saúde mental.

É encontrado em grandes quantidades em peixes gordurosos (sardinha, cavala, arenque, salmão) ou nozes, canola e soja, mas a sua ingestão alimentar continua a ser insuficiente em países desenvolvidos.

Dado seus supostos benefícios, o ômega 3 também invadiu os supermercados sob a forma de suplementos alimentares, o que levou as autoridades de saúde em diversos países a emitir recomendações para o consumo máximo desejável (2g a 3g por dia).

Em seu estudo, os pesquisadores acreditam que esses primeiros resultados "oferecem esperanças alternativas aos tratamentos de pessoas jovens com risco de desenvolver psicoses".

Mas eles também reconhecem que a sua amostra é limitada e que novos estudos são necessários para confirmar as suas observações ou para descobrir o mecanismo de ação pelo qual o ômega 3 pode prevenir tais psicoses.

Dando continuidade ao julgamento do caso dos "canibais de Garanhuns", na tarde desta sexta-feira (14), a promotora Tereza Joacy, responsável pela defesa de Jorge Beltrão, afirmou que o réu teria problemas psicológicos e psiquiátricos, diferentemente do que foi dito pela acusação, feita pela manhã. A defensora ainda leu definições de esquizofrenia e relatos do próprio réu sobre a necessidade e a ausência de medicação. 

Aos olhos de uma plateia dispersa, a defesa dos réus ainda fala sobre a ausência de medicação e de atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). "A doença dele [Jorge] se manifestava esporadicamente. Ele tinha alucinações auditivas e visuais, mas isso não era constante. Ainda vale dizer que o problema era recorrente na família, já que o irmão dele também sofria de problemas dessa natureza", defendeu Joacy. 

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Ao questionar aos jurados o que seria mais recomendado para Jorge, algumas pessoas da plateia sugeriram a pena de morte ao réu. Ignorando a reação dos que acompanham o julgamento, Tereza continua: "ele não precisa de prisão e sim de acompanhamento psicológico. De um acompanhamento médico que observe o quadro dele", explicou a defensora. 

Tereza ainda falou do comportamento de Bruna durante o julgamento. "Talvez esse riso dela seja um disfarce para esconder o que ela está sentindo lá dentro. Todos temos alguma forma de reagir ao que acontece externamente e essa é a dela". 

Finalizando a defesa, Tereza Joacy pediu que os jurados estendam a mão a Jorge e olhem para seu caso para que a Justiça seja feita. 

Um amplo estudo permitiu identificar mais de uma centena de variações genéticas associadas ao risco de se desenvolver esquizofrenia, dando novas pistas decisivas para a compreensão das causas desta doença complexa e, talvez, poder tratá-la melhor, segundo os cientistas.

Realizado por um consórcio internacional de especialistas em genética, o estudo foi publicado esta terça-feira na revista britânica Nature.

A pesquisa, a mais importante realizada até agora no campo da psiquiatria, foi feita com um universo de mais de 150.000 indivíduos, entre eles 37.000 pacientes.

A partir de 80.000 amostras, os cientistas identificaram 128 variedades genéticas independentes em 108 regiões precisas do genoma, 83 delas inéditas, suscetíveis de contribuir para uma pré-disposição à doença.

A maioria destas variações diz respeito aos genes envolvidos na transmissão de informação entre neurônios e nas funções essenciais da memória e do aprendizado.

A esquizofrenia, que geralmente aparece em adolescentes e adultos jovens, afeta mais de 24 milhões de pessoas no mundo. A doença se manifesta em episódios agudos de psicose, podendo incluir alucinações e delírios, assim como sintomas crônicos que se traduzem em problemas afetivos e intelectuais.

Há tratamentos disponíveis, mas sua eficácia deve ser melhorada, afirmam os pesquisadores. Os medicamentos atuais tratam dos sintomas da psicose, mas têm pouco alcance sobre a diminuição das capacidades cognitivas, informou o Broad Institute em um comunicado.

Associações adicionais entre os genes da imunidade e o risco de esquizofrenia reforçam, ainda, a hipótese de um vínculo entre uma disfunção do sistema imunológico e a doença.

"Estes novos resultados poderiam estimular o desenvolvimento de novos tratamentos contra a esquizofrenia", avaliou Michael O'Donovan, da Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha, autor principal da pesquisa.

"O estudo confirma que a genética é um fator importante da doença", afirmam os especialistas Jonathan Flint e Marcus Munafo (Grã-Bretanha) em um comunicado da revista, acrescentando que a negação das "raízes biológicas" da doença prevaleceu no passado, sendo estas inclusive rechaçadas pelo movimento antipsiquiátrico dos anos 1970.

O falso intérprete da linguagem de sinais que atuou na cerimônia fúnebre em homenagem ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela negou nesta quinta-feira ser uma fraude, alegando ter sofrido um ataque de esquizofrenia e alucinações.

Thamasanqa Jantjie foi acusado de ser uma fraude por membros da comunidade sul-africana de surdos, que afirmaram que sua tradução durante os discursos de Barack Obama e de outros líderes mundiais não passou de gestos com os braços.

Jantjie insistiu nesta quinta-feira que era um intérprete qualificado, mas justificou seu comportamento por um súbito ataque de esquizofrenia, doença pela qual ele toma remédios. "Não havia nada que eu pudesse fazer. Eu estava sozinho em uma situação muito perigosa", declarou ao jornal The Star, de Johannesburgo, acrescentando que estava ouvindo vozes e alucinando.

"Eu tentei me controlar e não mostrar ao mundo o que estava acontecendo. Sinto muito. É a situação na qual me encontrei", acrescentou.

Mas a justificativa de Jantjie aparentemente suscitou tantas perguntas quanto respostas.

Organizações de surdos da África do Sul criticaram a alegação de que era um problema isolado, afirmando que já haviam se queixado anteriormente ao governo sobre Jantjie. Imagens mostraram o intérprete atuando em um discurso do presidente Jacob Zuma nas celebrações do aniversário de 100 anos do partido ANC, no poder, em 2012.

Problemas de segurança

O governo sul-africano admitiu nesta quinta-feira "que é possível que tenha ocorrido um erro a partir do momento em que outras pessoas não compreenderam o intérprete", reconhecendo que Jantjie "não era um intérprete de linguagem de sinais profissional".

"Mas eu não acho que ele tenha sido pego da rua", declarou Hendrietta Bogopane-Zulu, vice-ministra para as mulheres, crianças e pessoas com deficiência, afirmando que ele pode ter tido problemas com o inglês ou poderia estar cansado.

Bogopane-Zulu também admitiu que o governo não conseguiu rastrear a empresa na qual Jantjie trabalhou. "Nós falamos com eles buscando algumas respostas e eles desapareceram", declarou. "Parece que eles estiveram enganando o tempo todo", disse.

Estas revelações também levantam questões sobre como Jantjie, que estava em certo momento a pouco mais de um braço de distância de Obama e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi examinado e recebeu autorização da segurança para entrar no local.

A Casa Branca direcionou todas as perguntas sobre o assunto ao governo sul-africano, mas declarou que seria lamentável se o incidente ofuscasse as "observações muito poderosas" de Obama na cerimônia. "Seria uma vergonha se uma distração sobre um indivíduo que estava no palco prejudicasse de alguma forma a importância do evento e a importância do legado do presidente Mandela", afirmou o porta-voz adjunto Josh Earnest a jornalistas em Washington.

As ações de Jantjie no memorial desencadearam indignação na comunidade surda e levaram à abertura de uma investigação pelo governo.

Cara Loening, diretora da organização Educação e Desenvolvimento da Linguagem de Sinais da Cidade do Cabo, afirmou que Jantjie era um completa fraude e parecia "que tentava espantar as moscas perto de seu rosto".

Perguntado sobre as razões pelas quais simplesmente não abandonou o palco, Jantjie disse que, dada a importância histórica do evento, ele se sentiu obrigado a ficar, mesmo que não conseguisse ouvir ou se concentrar adequadamente. "A vida é injusta. Esta doença é injusta", declarou. "Qualquer pessoa que não entenda esta doença vai pensar que eu estou inventando isso", acrescentou.

A tradução feita por Jantjie apareceu em completo desacordo com a apresentada pela emissora pública SABC, que era mostrada em uma pequena janela nas telas da rede de televisão.

O Instituto de Tradutores da África do Sul declarou na quarta-feira que já tinha certas reservas em relação a Jantjie. O presidente do instituto, Johan Blaauw, declarou que foram feitas queixas sobre o seu trabalho em ocasiões anteriores, mas que o partido do governo não tomou nenhuma atitude.

O governo, por sua vez, negou que o escândalo tenha prejudicado a reputação do país. "Estamos envergonhados como país? Eu não acho que seja a escolha certa das palavras", declarou Bogopane-Zulu.

O homem acusado de ser um falso intérprete de língua de sinais e que atuou durante o serviço em homenagem a Nelson Mandela na terça-feira, em Johanesburgo, disse ter visto "anjos" durante o evento, que teve atitudes violentas no passado e que sofre de esquizofrenia.

Thamsanqa Jantjie revelou, em 45 minutos de entrevista à Associated Press, que suas alucinações começaram durante a tradução dos discursos para a língua de sinais e que ele tentou não entrar em pânico porque havia "policiais armados ao meu redor". Ele acrescentou que já ficou internado numa instituição psiquiátrica por mais de um ano.

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Jantjie, que ficou a um metro do presidente norte-americano Barack Obama e de outros líderes durante a cerimônia de terça-feira, transmitida para todo o mundo, afirmou que estava fazendo corretamente seu trabalho de interpretação dos discursos para a língua de sinais. Mas também pediu desculpas por sua performance, considerada por muitos especialistas na área como algo sem nexo.

As declarações de Jantjie levantam sérias questões sobre a segurança de Obama, de outros chefes de Estado e personalidades como o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que discursaram no estádio de Soweto durante a cerimônia em homenagem a Mandela, ícone da luta contra o apartheid e ex-presidente, que morreu em 5 de dezembro.

"O que aconteceu naquele dia foi que eu vi anjos chegando ao estádio...eu comecei a perceber que o problema está aqui...e eu não sei como esses ataques acontecem, quando virão. Às vezes eu me torno violento. Às vezes, eu vejo coisas me perseguindo", afirmou Jantjie Said.

"Eu estava numa posição muito difícil", acrescentou. "E eu lembro dessas pessoas, do presidente e os demais, eles estavam armados e havia policiais armados ao meu redor. Se eu entrasse em pânico eu começaria a ser um problema. Eu tenho de lidar com isso de uma forma que não devo constranger o meu país."

Perguntado com que frequência fica violento, ele disse "bastante", mas negou-se a dar detalhes.

A AP entrou em contado por telefone com a SA Interpreters, que contratou Jantjie para trabalhar no evento, mas a empresa se negou a comentar o caso. Fonte: Associated Press.

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