Tópicos | contra o impeachment

Após percorrer onze cidades pernambucanas, a Frente Brasil Popular encerrou, nesta quarta-feira (13), as atividades da “Caravana Popular em Defesa da Democracia”, que visou defender o mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e os direitos dos trabalhadores, segundo eles, “usurpados” pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB). O ato de conclusão das mobilizações aconteceu na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, e contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Com a maioria vestidos de vermelhos e expondo cartazes que satirizavam a gestão atual e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, militantes ovacionaram Lula e pediram “Fora Temer”. O evento, que iniciou por volta das 17h30, reuniu além de membros do PT, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento Sem Terra (MST), a Fetape e outras entidades e movimentos populares. 

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Durante seu discurso, Lula fez mea-culpa diante de erros da gestão da afilhada política. “Dilma não se deu conta de que abrindo mão de impostos para favorecer os empresários e começou a faltar dinheiro nos cofres para vencer a economia. Depois das eleições, ela apresentou um programa de reajuste econômico que deixou muitos de nós descontentes”, observou. Além disso,  Lula também acusou os partidos que perderam as eleições de 2014 de fazerem um “conluio” contra a petista, disse ter cometido pedaladas fiscais durante seu governo e se defendeu de acusações que pesam contra ele na Lava Jato.

Ao lado do petista, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que a caravana da Frente Brasil Popular ecoa a “voz rouca das ruas” por “ nenhum direito a menos. “Eles levaram um susto quando colocamos milhões de jovens, trabalhadores e mulheres nas ruas. Eles nos provocaram e quando nos provocam nós vamos à luta. O que vai fazer esta direita golpista ficar de joelhos é a hora que os trabalhadores cruzarem os braços e fizerem uma greve geral. Vamos construí-la para dar uma lição nestes golpistas. Mexeu com os trabalhadores, o chicote estala”, cravou.

Já senador Humberto Costa (PT), classificou a caravana como uma “mobilização para denunciar o espírito antidemocrático e a postura autoritária das classes dominantes no país”. “Estamos aqui para denunciar um golpe parlamentar contra um governo que garantiu saúde, educação, moradia para o nosso povo. Para estas elites isto é inaceitável. Inventaram um pretexto, decretos que suplementação orçamentária, isso não é crime. Crime é ter conta na Suíça, receber propina dos impostos que o povo paga”, ressaltou. 

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Dirigente do MST em Pernambuco, Jayme Amorim, destacou que foram cumpridos os objetivos da mobilização estadual. “Na prática atingimos quase 100% de Pernambuco. De Petrolina até aqui viemos denunciando os golpistas. Lá eles gritavam Gonzaga Patriota, golpista. Fernando Filho, golpista. Mendonça Filho, golpista”, observou, sendo aplaudido pelos presentes. 

Representando o PCdoB, Laudijane Domingos defendeu que a presidente afastada retome o posto e faça um plebiscito para definir se devem ser realizadas eleições extraordinárias ou não. “Nós derrotaremos o golpe e restabeleceremos a ordem democrática no Brasil. Os 54 milhões de votos têm que ser respeitados. Defendemos que ela volte e convoque um plebiscito para que o povo decida se tem que ter novas eleições ou não”, argumentou.

Vice-presidente estadual do PT, a deputada Teresa Leitão criticou os ministros do pernambucanos que integram a gestão de Temer. "O primeiro deu um golpe na educação, o segundo ninguém ouve falar dele, Raul Jungmann, e o terceiro vai ser testemunha da mulher de Cunha, Bruno Araújo, o paneleiro do Congresso", disparou, deixando de mencionar apenas o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB).

A Caravana da Democracia que iniciou no último dia 4 passou pelas cidades de Petrolina, Ouricuri, Salgueiro, Petrolândia, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Garanhuns, Caruaru, Surubim e Palmares. Reunindo, de acordo com a organização, mais de 500 mil pessoas somando todos os atos. 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerra, nesta quarta-feira (13), a “Caravana Popular pela Democracia” em Pernambuco. O evento de conclusão das atividades, organizadas pela Frente Brasil Popular, vai acontecer na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, a partir das 19h. O ato público também conclui a série de agendas que o líder-mor petista cumpre no estado desde a última segunda-feira (11), para defender o mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Na passagem por Pernambuco, Lula esteve em Petrolina, no Sertão, onde participou do evento “Semiárido contra o Golpe - Nenhum direito a menos”; em Carpina, na segunda reunião do Conselho Deliberativo Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Pernambuco (FETAPE); em Caruaru, para um ato da Caravana e um almoço com o Assentamento Normandia, do MST.

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Além disso, o ex-presidente também fechou articulações para as chapas do PT em algumas cidades pernambucanas, lançando o nome do deputado estadual Odacy Amorim para disputar a Prefeitura de Petrolina, dando o aval para a deputada estadual Teresa Leitão concorrer ao comando de Olinda e tentando fechar a chapa petista no Recife, com a conquista do deputado Silvio Costa Filho (PRB) para o cargo de vice ao lado de João Paulo (PT). Costa Filho ainda não confirmou o ingresso na chapa.

A última participação de Lula em atos públicos no estado foi em 21 de outubro de 2014, durante a campanha de reeleição de Dilma. Após o evento, o ex-presidente embarca para São Paulo. 

Mulheres pernambucanas se reúnem, nesta quarta-feira (13), para um ato em defesa da democracia na Praça da Independência, no centro do Recife. Intitulado de “Mulheres pela Democracia”, o ato está previsto para iniciar às 17h. Na ocasião será lançado o Comitê Mulheres pela Democracia. 

De acordo com a organização, movimentos feministas, fóruns, coletivos de mulheres, estudantes, setoriais de mulheres sindicalistas, grupos culturais de afoxé, coco e samba devem participar da mobilização. Além dos setoriais de mulheres de três partidos: PSOL, PCdoB, PT. 

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“A sociedade brasileira reconhece as conquistas dos últimos 13 anos e se mobiliza para radicalizar a construção da democracia. Por isso, entendemos que o objetivo do Comitê é maior do que a defesa de um governo: é a defesa de todo um sistema de direitos conquistados por nós e que precisa ser aprimorado”, observou a secretária de Mulheres do PT, Suely Oliveira. 

O ato inicia com as batucadas do Levante Popular da Juventude, da Marcha Mundial de Mulheres e do Fórum de Mulheres de Pernambuco. Depois, Mãe Beth de Oxum esquenta o passo com o Coco de Umbigada. A animação segue entre uma fala e outra, e contará com o Maracatu Cambinda Africano, Conxitas e Coco de Mulheres. O encerramento será com o Samba de Iaiá. A estimativa é de que a programação se estenda até por volta das 20h30. 

 

Apesar da debandada dos partidos da base aliada ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) diante do processo do impeachment, o PDT definiu, nesta quarta-feira (13), que fechará questão contra o pedido. A decisão foi tomada durante uma reunião na casa do líder do partido na Câmara, Weverton Rocha (MA), após uma reunião entre a bancada, o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, e o ministro das Comunicações, André Figueiredo. 

“Não se pode fazer como estão querendo, criar o impeachment da presidente sem uma base concreta e jurídica que a condene. O PDT tem coerência e coragem. Já havíamos decidido dizer não ao golpe, na reunião da Executiva [na segunda-feira (11)]. Não podemos deixar que se faça isso sem base jurídica, apenas pelo ódio. Não se precisa de tanque de guerra para se impor uma ditadura, hoje isso é mais moderno”, argumentou Carlos Lupi, em publicação nas redes sociais.

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O posicionamento do PDT, segundo ele, não retira o posicionamento critico de alguns setores da gestão petista. A expectativa, nos bastidores, é de que a partir da próxima segunda-feira (18), caso o processo seja arquivado, a presidente Dilma retome o diálogo com a base, inclusive, a legenda. Com o fechamento da questão, os deputados que votarem a favor do impeachment podem ser punidos pelo partido. 

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