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A estudante pernambucana Daniela Martins, de 21 anos, alvo de uma enxurrada de ofensas racistas e godofóbicas na Internet foi ouvida na primeira audiência pública do caso, realizada na sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na tarde da segunda-feira (23). O encontro foi convocado pelo promotor de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Maxwell Vignoli, que além de ouvir a universitária ameaçada, também escutou uma agente de polícia da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos.

Os ataques virtuais direcionados à Daniela tiveram início no fim de dezembro de 2016, quando ela decidiu rebater um comentário preconceituoso em sua publicação. Decidida a lutar e combater as ofensas que vêm recebendo, a estudante foi prestar queixa na delegacia. Ao chegar lá, ela foi informada de que não poderia realizar o boletim de ocorrência sem ter todas as provas impressas em mãos.

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O objetivo do encontro é que sejam apreciadas as deliberações e procedimentos adotados para garantir o direito à dignidade dos cidadãos e a responsabilização dos agressores. Presente na audiência pública, a representante da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos explicou que os "prints" levados pela estudante eram feitos de celular e por isso não continham as barras de endereços (URL's) para dar seguimento à denúncia digital. Ela alertou que nesses casos as provas impressas têm que ser documentadas através de um computador. 

Na época em que Daniela foi prestar a primeira queixa, o delegado de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Derivaldo Falcão, também chegou a dizer que o processo era demorado e tinham queixas de 2015 que ainda estavam arquivadas. A agente de polícia lamentou e disse não ser o procedimento que os servidores da delegacia são orientados a realizar no registro de boletins de ocorrência. 

O promotor Maxwell Vignoli encaminhou à representante da delegacia documentos digitais com as devidas URL's de um perfil no Facebook de um dos suspeitos e da página "Espancar a gorda Daniela Martins para ela ficar magra", para serem tomadas as providências cabíveis. Atualmente, o inquérito está em fase de representação junto ao judiciário, requerendo ordem judicial para acesso aos dados dos usuários do Facebook. 

Para Daniela, a sensação de participar da primeira audiência pública após o registro do boletim de ocorrência, no último dia 9 de janeiro, é de esperança e alívio. "Eu fico muito feliz que o caso esteja andando e vai chegar o momento das pessoas que fizeram isso comigo, elas serão achadas. Acham que porque estão atrás de um computador ou um celular, podem reproduzir qualquer coisa. Não é assim, tem que ter responsabilidade", disse. 

Um segunda audiência pública já esta agendada para o próximo dia 16 de fevereiro. Dessa vez, Daniela prometeu criar um evento no Facebook, já que qualquer pessoa pode participar do encontro. "Quanto mais pessoas puderem comparecer e somar na luta, melhor. Eu fico muito feliz em buscar os meus direitos e ajudar outras pessoas ensinando o procedimento correto", concluiu. 

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) requisitou a instauração de um inquérito policial à Delegacia de Crimes Cibernéticos para abrir uma investigação sobre o caso da estudante Daniela Martins. A pernambucana vem sofrendo uma enxurrada de ofensas racistas e gordofóbicas nas redes sociais desde o fim de dezembro de 2016.

Em nota, o MPPE também informou que encaminhou o caso à Central de Inquéritos da Capital e ao Ministério Público Federal. Daniela procurou o órgão após ser desestimulada e enfrentar uma série de dificuldades logísticas para realizar um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Cibernéticos.

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Uma audiência foi marcada o próximo dia 23 de janeiro, com a presença de representante da Delegacia de Crimes Cibernéticos e a denunciante, bem como representantes de Defesa dos Direitos Humanos que vem acompanhando a vítima. O objetivo é para que seja apreciada as deliberações e procedimentos adotados para garantir o direito à dignidade dos cidadãos e a responsabilização dos agressores.

O promotor de Justiça Maxwell Vignoli também anexou o caso da Daniela Martins ao inquérito civil público já instaurado na 8ª Promotoria de Justiça, que apura a garantia às políticas públicas de segurança que se referem aos crimes perpetrados na internet.

Entenda

A universitária pernambucana Daniela Martins, 21, vem sendo alvo de ofensas racistas, godofóbicas e machistas após publicar nas redes sociais uma foto enaltecendo o seu corpo. Os ataques virtuais tiveram início no fim de dezembro de 2016, quando ela decidiu rebater um comentário preconceituoso em sua publicação. Atualmente, a postagem com a fotografia de Daniela já conta com mais de 70 mil curtidas no Facebook e mais de 16 mil compartilhamentos.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, a universitária explicou que um usuário da rede social e membro de um grupo virtual chamado "Vai Chorar Mesmo" começou a publicar xingamentos e ameaças em sua foto. "Ele ficava me agredindo falando do meu corpo, do meu cabelo e da minha cor. Quando eu comecei a perceber as ofensas, outras meninas vieram me ajudar e me defenderam", disse. 

"Eles diziam que iam me bater porque eu era gorda, negra e feminista".  Além das ofensas, a estudante recebeu uma série de denúncias por parte dos agressores e sua conta no Facebook foi bloqueada por um dia. 

Decidida a lutar e combater as ofensas que vêm recebendo, a estudante foi prestar queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. Ao chegar lá, mais uma surpresa desagradável. Ela foi informada de que não poderia realizar o boletim de ocorrência sem ter todas as provas impressas em mãos. "Eu expliquei ao delegado que eram mais de 10 mil comentários e eu não teria dinheiro para imprimir tudo isso", informou Daniela.  Mesmo com a justificativa de que eram muitas provas para realizar a impressão, a estudante não conseguiu prestar queixa sobre o caso. 

A universitária pernambucana Daniela Martins, 21, vem sendo alvo de uma enxurrada de ofensas racistas, godofóbicas e machistas após publicar nas redes sociais uma foto enaltecendo o seu corpo. Os ataques virtuais tiveram início no fim de dezembro de 2016, quando ela decidiu rebater um comentário preconceituoso em sua publicação. Atualmente, a postagem com a fotografia de Daniela já conta com mais de 64 mil curtidas no Facebook e mais de 16 mil compartilhamentos.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, a universitária explicou que um usuário da rede social e membro de um grupo virutal chamado "Vai Chorar Mesmo" começou a publicar xingamentos e ameaças em sua foto. "Ele ficava me agredindo falando do meu corpo, do meu cabelo e da minha cor. Quando eu comecei a perceber as ofensas, outras meninas vieram me ajudar e me defenderam", disse. 

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Ela explica que o problema tomou uma proporção maior quando recebeu ajuda de outras internautas e conseguiu excluir do Facebook o grupo virtual à frente das ofensas. "Eu pedi aos meus amigos para denunciar a página, mas os xingamentos e ameaças se multiplicaram depois disso", lamentou. Daniela diz ter ficado muito assustada com a situação porque o grupo dizia saber onde ela estudava e os horários de saída da faculdade.

"Eles diziam que iam me bater porque eu era gorda, negra e feminista".  Além das ofensas, a estudante recebeu uma série de denúncias por parte dos agressores e sua conta no Facebook foi bloqueada por um dia. 

Decidida a lutar e combater as ofensas que vêm recebendo, a estudante foi prestar queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. Ao chegar lá, mais uma surpresa desagradável. Ela foi informada de que não poderia realizar o boletim de ocorrência sem ter todas as provas impressas em mãos. "Eu expliquei ao delegado que eram mais de 10 mil comentários e eu não teria dinheiro para imprimir tudo isso", informou Daniela. 

Mesmo com a justificativa de que eram muitas provas para realizar a impressão, a estudante não conseguiu prestar queixa sobre o caso. "O delegado chegou a dizer que o processo era demorado e tinham queixas de 2015 ainda estavam arquivadas", contou. Procurado pela reportagem do Portal LeiaJá, o delegado de Repressão aos Crimes Cibernéticos, Derivaldo Falcão, confirmou a informação do impedimento da jovem de realizar o boletim de ocorrência sem as provas. 

"Todas as infrações têm que ser entregues a políca impressas porque a gente analisa o link da página de onde vieram as ofensas. É preciso que na impressão a gente consiga identificar a URL do perfil de quem está ameaçando ou importunando a vítima", disse Falcão. O delegado alertou ainda que o "print" não deve ser feito de um celular, mas sim de um computador. Com todas as imagens em mãos, a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos entra em contato com a equipe do Facebook e solicita a identificação do dono da página.

Sem saber como continuar o procedimento de formalização da denúncia, Daniela conta que recebeu a ajuda de uma advogada e deve ir à sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na tarde desta quarta-feira (4). 

"Vou continuar me amando e ajudando as pessoas a se aceitarem"

Apesar do medo e de todo transtorno causado pelas ofensas recebidas, Daniela garante que isso não vai fazer ela parar de postar fotos do seu corpo nas redes sociais. "Eu me amo e sempre vou me amar do jeito que sou. Tenho recebido tanto apoio de pessoas desconhecidas e isso me fortalece ainda mais". 

Em novembro de 2016, o Portal LeiaJá publicou a reportagem 'Gordas e felizes, mulheres protagonizam o amor ao corpo'. Na publicação, foi abordada a ideia de um corpo gordo não ser sinônimo de tristeza, já que mulheres têm se tornado protagonistas em romper preconceitos e transformam a pressão social em incentivo para a autoaceitação.

Daniela foi uma das entrevistadas e já se definia como "Gorda e feliz". Atuante na causa contra a gordofobia, a estudante luta diariamente pra ser aceita pelo que é. "As pessoas sempre repetem a mesma coisa. Me mandam fazer uma dieta poque dizem que tenho um rosto lindo, mas um corpo feio. Eu sempre questiono, feio pra quem? Porque eu me sinto bem assim, pra mim ele é lindo e isso basta", contou. 

Denuncie

A Polícia Federal tem um canal online criado para receber denúncias de internautas para quatro tipos de crimes cibernéticos: pornografia infantil, crimes de ódio e genocídio, tráfico de pessoas. Os interessados em denunciar casos desse tipo devem acessar o site oficial e preencher um pequeno formulário, com o link da página onde está sendo cometido o crime e um comentário, explicando a denúncial.

Uma outra forma de realizar a denúncia é através do site SaferNet Brasil. Há dez anos, a organização civil sem fins lucrativos também recebe denúncias de crimes cibernéticos e as encaminha para órgãos públicos competentes da área, como o próprio Ministério Público Federal. O internauta deve acessar o site do órgão e escolher a denúncia baseada no crime: pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida, xenofobia, neo nazismo, maus tratos contra animais, intolerância religiosa, homofobia e tráfico de pessoas.

A terceira edição do projeto Recife D’Agosto promove um intercâmbio gastronômico entre chefs renomados do Brasil e a culinária pernambucana entre os dias 18 a 27 de agosto. Serão quatro chefs convidados de diferentes regiões do país criando pratos com ingredientes locais, baseados nas suas percepções sobre a gastronomia da capital pernambucana.

No dia 19 de agosto, os chefs Jonatas Moreira (AL) e Diego Lozano (SP) realizam palestra, no Recife Praia Hotel, sobre suas experiências e técnicas gastronômicas para os alunos da Faculdade Boa Viagem DeVry Brasil, Faculdade Guararapes, Universo e Mauricio de Nassau. Já no dia 20, realizam a apresentação do menu criado para o Recife D’Agosto, em um jantar na Casa dos Frios.

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Jonatas Moreira (Alagoas), que após quatro anos atuando nas cozinhas francesas, comanda o Restaurante Akatuba, em Maceió, onde é conhecido por mesclar a alta gastronomia com ingredientes regionais. Quem elabora a sobremesa do menu criado por Jonatas para o evento é chef Diego Lozano (São Paulo), que comanda a Escola Paulista Diego Lozano. 

Outro integrante do projeto é o chef Délio Canabrava (Paraná), que é formado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas descobriu na gastronomia o prazer que segue até hoje. Por ter muita afinidade pela culinária italiana, Canabrava viajou para Itália buscando aprimoramento e quando voltou abriu o restaurante italiano, Cantina do Délio, em Curitiba. Quem assina o menu com Canabrava é a chef Daniela Martins (Pará), que comanda atualmente o restaurante Lá em Casa, conhecido em Belém pela gastronomia amazônica, com uso de ingredientes como jambu e tucupi. Os dois realizam palestra, no dia 26 de agosto, no Senac, para os estudantes de gastronomia do Senac e da Universidade Federal Rural de Pernambuco e apresentam o menu criado com elementos regionais em um jantar na Casa dos Frios, dia 27 de agosto.

Serviço

Recife D’Agosto 

De 19 a 27 de agosto

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