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Na última terça-feira (14), a Secretaria do Meio Ambiente do Paulista (SEMA), em conjunto com o 17º batalhão da Polícia Militar de Pernambuco e da Delegacia de Polícia de Meio Ambiente (Depoma), realizou uma visita técnica na área do Parque do Janga para analisar os índices de degradação no local. 

A vistoria identificou vários crimes ambientais, como desmatamento, queimadas, tentativa de construções irregulares e ligações clandestinas de energia, quando foram realizadas notificações e autuações aos infratores na área.

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A atividade faz parte do plano de coleta de dados para comparativo do primeiro trimestre de 2023 com o mesmo período do ano passado, além de atender às recomendações do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de preservação do meio ambiente.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Clécio Araújo, os agentes identificaram as áreas afetadas com o auxílio de um drone. “Em conjunto com o apoio das polícias Militar e Civil identificamos os infratores, coibimos as irregularidades e, sobretudo, mapeamos os locais para realizarmos a recuperação dos mesmos com reflorestamento”, destacou.

O Parque do Janga foi constituído como Unidade de Conservação Integral por meio de Decreto Municipal em dezembro de 2022, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, sendo vedada qualquer tipo de intervenção ou utilização do solo para fins de moradia ou exploração comercial.

*Com informações da assessoria

Prédios e construções que serviram de apoio às tropas brasileiras na Guerra do Paraguai, que terminou há 148 anos, correm o risco de desabar por falta de conservação, no interior paulista. O prédio que abrigou o comando de tropas nacionais durante o enfrentamento ao ditador paraguaio Solano Lopez, está em ruínas, em Itapura, extremo oeste paulista. Em Iperó, região de Sorocaba, instalações da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, que produziu armas e munição para as tropas em combate no cone sul, estão escoradas para não ruírem.

Conhecido como Palácio do Imperador, por ter sido construído a mando de dom Pedro II, o prédio de dois pavimentos, em Itapura, em nada lembra o passado de glórias, como a festa que celebrou a vitória na guerra. O imóvel tombado pelo patrimônio histórico estadual está em ruínas: tem portas e janelas arrancadas, madeira do forro e estrutura do teto apodrecidas e as paredes pichadas. O palácio foi erguido em 1858 após o avanço das tropas de Solano pelo atual Mato Grosso do Sul.

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Preocupado em fortalecer a defesa do País, o imperador criou uma colônia na região, instalando no prédio, estrategicamente entre os Rios Tietê e Paraná, o comando da base naval. Na época, o sobrado ficou conhecido como Forte de Itapura. Nele, eram planejadas táticas de combate. Alguns historiadores dizem que dom Pedro II se hospedou no local quando inspecionava as tropas brasileiras.

Em 1969, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat) tombou o prédio e seu entorno, com base em relatório sobre sua "importância para a história e a cultura do local, da região e do País".

Moradores se mobilizam pelo restauro, sem sucesso. "Poderia ser uma ferramenta importante para o turismo da região, mas está ruindo e ninguém se importa", diz a dentista aposentada Guiomar Tavares, que frequenta o local desde criança.

A professora Andressa Ferrari desenvolveu, em 2016, com alunos de Direito de uma faculdade em Ilha Solteira, um projeto de mobilização para restaurar o prédio. Os alunos foram ao local, mas não puderam entrar no casarão por falta de segurança. Conforme relatos da época, o prédios estava com portas e janelas fechadas de improviso, com madeiras compensadas - algumas arrancadas. Parte das paredes perdeu o reboco e as escadas estavam podres.

O Palácio do Imperador, remanescente das instalações da colônia militar desativada em 1896, tinha o pavimento superior ocupado pela casa do comandante e, no térreo, pelo setor administrativo. O local abrigou repartições municipais, até 1989, quando foi desocupado. Desde então, sucederam-se vários projetos de restauro, mas esbarraram na falta de verba.

"O prédio está caindo. O problema é que não podemos mexer em nada sem autorização do Condephaat", afirma o prefeito Fábio Dourado (PP). Ele diz que a cidade, com 4,7 mil habitantes e orçamento de R$ 20 milhões, não tem como bancar a obra, de cerca de R$ 3 milhões.

O Condephaat disse ter analisado projeto para restauro, em 2014, mas as intervenções serão de responsabilidade do proprietário: a prefeitura de Itapura.

Armas

Em Iperó, remanescentes da Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, onde foram produzidos sabres, facões e outras armas usadas por soldados brasileiros, também estão deteriorados. A fábrica, criada em 1810, foi a primeira siderúrgica do País e produzia ainda arados, pregos e enxadas. Em 1871, a princesa Isabel e seu marido, Conde d'Eu, foram à fábrica para agradecer aos operários pela fabricação de armas e munição.

O conjunto é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O núcleo histórico, na Floresta Nacional de Ipanema, é gerido pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) e aberto a visitas.

A Casa das Armas Brancas, prédio mais imponente do conjunto, está com séria infiltração por causa do mau estado da represa que produzia força hidráulica para máquinas da época. Já a 3.ª Oficina de Refino do ferro foi escorada a pedido do Iphan pelo risco de desabar. A construção está interditada para visitação.

O Iphan disse que não há no momento projeto em análise para recuperar o patrimônio de Iperó. Uma parte dos bens históricos, diz o ICMBio, foi restaurada entre 2006 e 2013, mas não há verba prevista para o resto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Barcos na água, os remos cortam o rio com cuidado para não apanhar algum banhista de surpresa - ou até nadadores em treinamento. A cena era comum até a metade do século 20 no Capibaribe, rio que corta o Recife. A imagem atual, entretanto, mudou: os remadores do Sport Club do Recife, agora, se preocupam tanto com a sincronia dos movimentos, quanto em desviar dos dejetos que poluem o Capibaribe.

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Algumas vezes os detritos são imensos e flutuantes como geladeiras e sofás. Noutras, submersos e pontiagudos, causam danos, furos ou mossas que tiram a estabilidade dos barcos. O treinador da equipe rubro-negra de remo, Bruno França (assista à entrevista no vídeo), conta que a principal causa da imundície é o descontrole sanitário dos novos prédios construidos, que desovam suas fossas diretamente nos rios do Recife. A cidade é conhecida como a 'Veneza Brasileira, mas a imagem atual, entretanto, mudou: cardumes deram lugar a dejetos, as redes de pesca voltam mais vazias e o remo pernambucano afunda no lixo do mangue que não existia.

À medida em que a sujeira foi tomando conta dos rios pernambucanos, o remo passou a perder espaço e visibilidade. "É muito difícil sobreviver apenas como remador", conta Bruno França. Atualmente, Pernambuco conta com apenas dois clubes para disputa de competições deste esporte olímpico: o Sport e o Náutico. São equipes que se colocaram entre as principais do Norte-Nordeste e já brigaram com as maiores do País, mas atualmente não recebem o investimento necessário, principalmente para um esporte que conta com equipamentos tão caros.

Vários dos barcos do Sport estão deteriorados não só pelo tempo, mas também por colisões com lixos sólidos do Rio Capibaribe. Para comprar um novo barco e voltar à disputa das competições em alto-nível, o Sport tentou uma nova iniciativa, o crowdfunding (ou investimento coletivo). A ideia é juntar investidores para arrecadar R$ 100 mil. O objetivo de Bruno é tentar colocar o clube rubro-negro novamente entre os melhores do Norte-Nordeste.

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Outra barreira que o esporte sofre é em relação à visibilidade. Um esporte que normalmente atrai pelo contato com a natureza está afastando possíveis praticantes justamente pelo desgaste que existe no Capibaribe. "Poucas pessoas se interessam em praticar remo aqui em Pernambuco. Eu digo isso até pelo contato que temos com o Náutico e não é diferente. As pessoas veem a situação do rio, sentem o cheiro... Quem quer conviver com isso? Além da rotina desgastante que temos", conta Bruno França.

Os remadores esperam mudanças efetivas nas políticas públicas de limpeza do rio, que filtram principalmente lixos sólidos. Para os esportistas, a mudança tem que incluir o sistema sanitário dos prédios que ocupam as margens do rio. Além de uma conscientização geral dos recifenses para contribuir com que o Capibaribe volte a ser usado não só para o próprio remo de maneira segura, mas também outros esportes aquáticos como o caso da natação.

Ainda assim, o semblante de Bruno França não é dos mais esperançosos em relação ao Capibaribe. Talvez o tom pessimista seja pela vivência nestas mais de duas décadas remando em águas que tendem a escurecer e exalar um odor cada vez mais forte. Ou talvez seja só uma visão realista da derrocada do remo pernambucano em relação ao cenário nacional.

De agosto de 2012 a fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou um aumento de 26,8% no número de alertas de degradação ambiental na Floresta Amazônica, em razão de incêndios, retirada seletiva de árvores ou de corte raso. A medição foi feita com base no sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), que funciona a partir de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os Estados do Mato Grosso e Pará lideraram o ranking, concentrando cerca de 70% do total desses alertas.

Os dados foram divulgados em entrevista, nesta quinta-feira, pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi. Ele disse que o sistema permitiu a apreensão recorde de madeira na região e subsidiou mudanças radicais na fiscalização, que agora é feita de forma mais ágil nos 365 dias do ano, inclusive na estação das chuvas, pegando os desmatadores de surpresa. Só no Pará foram apreendidos 22 mil metros cúbicos de madeira em fevereiro, 50% mais que no ano passado. Desse montante, 16 mil metros cúbicos de toras foram apreendidas nas regiões de Anapu e Aruará.

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Apesar do crescimento significativo dos alertas em relação ao ano anterior, o Ibama acredita que não houve aumento de desmatamento. "Esperamos que tenha havido estagnação, ou mesmo redução na taxa de desmatamento, que será conhecida em julho", observou o diretor de Proteção Ambiental do órgão, Luciano Meneses Evaristo. Essa taxa é calculada com base no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), divulgado pelo Inpe anualmente. Com imagens de alta resolução, ele mede o corte raso e mostra o quanto da floresta foi de fato destruída pelos devastadores.

Já o Deter, segundo Evaristo, traz um componente de degradação florestal que pode se transformar ou não em desmatamento. "Só depois que o Inpe fizer o monitoramento da imagem de alta resolução, vai ficar claro se aquela degradação foi para o desmatamento, com corte raso, ou se foi causada, por exemplo, por queimadas ou incêndios, que ocorrem de forma cíclica no Brasil, mas que após as chuvas a vegetação volta a se recompor", explicou.

O Deter, conforme explicou Evaristo, é um sistema de alerta fundamental para as ações de fiscalização do Ibama. "O dado é direcionado à fiscalização para que ela possa chegar a tempo no local devastado; apreender os equipamentos; autuar o infrator e tomar todas as medidas para que esse desmatamento não avance", observou. Em Anapu, município onde foi assassinada em 2005 a missionária americana Dorothy Stang, foram apreendidas em fevereiro oito balsas, 12 tratores e seis rebocadores, usados por madeireiros na estação das chuvas, quando tradicionalmente não havia fiscalização.

A partir do novo sistema de alertas, o Ibama montou ao longo do arco do desmatamento (linha que vai do Acre ao Maranhão, cortando a Amazônia pela borda sul) a Operação Onda Verde, integrada por mais de três mil homens dos batalhões ambientais do órgão, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. "Nós chegamos ao local do crime ambiental e pegamos os desmatadores com a calça nas mãos, de surpresa", disse o dirigente.

Com bases fixas e móveis, a operação ocupa seis áreas críticas, ao longo do arco, que respondem hoje por 54% de todo o desmatamento da Amazônia Legal. Essas bases dispõem de grande logística, com serviço de inteligência e comunicação próprias, além de aeronaves e boa capacidade de mobilidade na floresta. "Para onde o desmatador caminhar, através dos alertas que o Deter nos passa, nós caminhamos com essas bases para conter o desmatamento", enfatizou.

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