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A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, determinou no final da tarde desta terça-feira (1º) a transferência imediata do ex-ministro José Dirceu do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, para um estabelecimento prisional que abriga detentos autorizados a trabalhar fora da cadeia, também no DF. No despacho, a juíza afirma que a oferta de emprego a Dirceu já foi devidamente analisada pela seção psicossocial da VEP e que o Ministério Público deu parecer favorável à proposta. Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do processo do mensalão.

O ex-ministro vai trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi e receberá um salário mensal de R$ 2,1 mil. O presidente do STF, Joaquim Barbosa, havia recusado um pedido de Dirceu para trabalhar nesse escritório. Segundo o ministro, a oferta de trabalho seria, na verdade, uma arranjo entre amigos. Na semana passada, entretanto, o plenário do Supremo derrubou a decisão e autorizou o petista a trabalhar no escritório de Grossi.

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O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), disse nesta sexta-feira acreditar que o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu (PT-SP) terá mais chance de conseguir autorização para trabalhar após a saída do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. "Embora o ministro Marco Aurélio (Mello) tenha recusado, liminarmente, eu acredito que pode predominar no Supremo a orientação que vigora há muitos anos de que aqueles que são condenados ao regime semiaberto têm o direito de trabalhar", disse Falcão.

Na terça-feira (27), Mello rejeitou ação na qual o partido pedia ao STF que reconhecesse o direito ao trabalho de presos do sistema semiaberto, independentemente do tempo de pena cumprido. Em decisão anterior, Barbosa havia negado a Dirceu a autorização de trabalhar, com base no artigo 37 da Lei de Execuções Penais, que dá permissão para a atividade externa apenas a partir de cumprimento mínimo de um sexto da pena.

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"Nós fizemos, através do advogado em Brasília, uma consulta ao Supremo sobre a validade ou não do artigo 37", afirmou o presidente nacional do PT e deputado estadual por São Paulo, dizendo que ainda espera resultado dessa consulta. Sobre uma possível decisão favorável ao direito de Dirceu trabalhar fora da prisão, disse: "Seria uma situação que tem prevalecido no Judiciário brasileiro e, estranhamente, foi modificada agora com o despacho monocrático do ministro Joaquim Barbosa."

Falcão não quis avaliar a atuação do presidente do STF, mas comentou as especulações em torno dos próximos passos dele. "Li nos jornais que ele pretende ver a Copa e ir para o exterior depois, não participando do processo político nacional." Se isso seria uma boa notícia para a legenda, evitando a aproximação da figura de Barbosa a candidatos de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), pré-candidata à reeleição, respondeu: "Isso não é nem positivo nem negativo. É um direito dele ter posições políticas, fazer o que ele bem entender". Falcão foi questionado, em tom de brincadeira, se aceitaria uma filiação de Barbosa ao PT. "Eu só respondo essa questão se houver um pedido de filiação, o que até o momento não ocorreu. As pessoas que queiram aceitar o programa do PT podem se filiar livremente."

A defesa do ex-ministro José Dirceu, condenado por envolvimento no esquema do mensalão, recorreu nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão proferida pelo ministro Joaquim Barbosa que rejeitou o pedido para que Dirceu trabalhasse num escritório de advocacia. Os advogados pedem que a decisão de Barbosa seja submetida ao plenário do Supremo.

Os advogados rebatem a afirmação de Barbosa de que a oferta de emprego feita a Dirceu pelo advogado José Gerardo Grossi seria um "arranjo entre amigos". Os advogados afirmam ser o argumento de Barbosa "altamente ofensivo", subjetivo e sem respaldo nos autos do processo.

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"Não se trata, evidentemente, de um trabalho de fachada, ou de uma suposta 'troca de favores'. Não há espaço para opiniões pessoais em decisões judiciais, principalmente quando não se encontram respaldadas em qualquer elemento dos autos", contestam os advogados. "Não há aqui qualquer evidência de uma tentativa de ludibriar a Justiça, como quer fazer crer o ministro Joaquim Barbosa", acrescentam.

A defesa de Dirceu afirma ainda que servidores da Vara de Execuções Penais avaliaram ser o trabalho condizente com a situação do ex-ministro. "Nunca é demais lembrar que os próprios membros da Seção Psicossocial, que estiveram presentes no escritório José Gerardo Grossi de Advocacia, atestaram a licitude e higidez das funções a serem desempenhadas por José Dirceu", dizem.

Do ponto de vista legal, a defesa de Dirceu contesta o argumento do ministro Joaquim Barbosa de que legislação exigiria o cumprimento de um sexto da pena antes que o condenado em regime semiaberto possa sair do presídio para trabalhar durante o dia.

Barbosa mencionou, em sua decisão, que a Lei de Execuções Penais estabelece esse pré-requisito. A defesa de Dirceu alega que essa exigência se aplica apenas aos condenados em regime fechado. Aos presos que cumprem pena em regime semiaberto não haveria essa exigência.

Os advogados dizem que é o Código Penal que deve ser levado em consideração para determinar as condições para o trabalho externo para presos em regime semiaberto. Além disso, a defesa lembra que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em vários casos julgados recentemente, autoriza o trabalho externo para presos em regime semiaberto, mesmo que não tenham cumprido ainda um sexto da pena.

Ministros do STF afirmam, reservadamente, que o tribunal precisa discutir como tratar presos que estão encarcerados em presídios sem as condições adequadas para o cumprimento das penas. A legislação estabelece que presos em regime semiaberto deveriam permanecer encarcerados em colônias agrícolas ou industriais. Assim, poderiam trabalhar enquanto cumprem as penas. O tema é objeto de um processo com repercussão geral no STF e ainda aguarda julgamento.

Histórico

Dirceu oficializou o pedido de trabalho externo em dezembro do ano passado. A análise desse pedido foi adiada em razão de suspeitas de que o ex-ministro teria falado ao celular de dentro da cadeia. A administração do presídio investigou a denúncia, mas concluiu não haver indícios de que isso teria ocorrido. O Ministério Público abriu investigação e chegou a pedir a quebra de sigilo de telefones do Palácio do Planalto para apurar a suspeita. Apesar disso, a Vara de Execuções Penais e o Ministério Público se manifestaram favoravelmente ao benefício de trabalho externo de Dirceu.

Enquanto Dirceu permanecia preso, outros nove condenados por envolvimento no mensalão gozavam do benefício. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares trabalhava na Central Única dos Trabalhadores (CUT) desde janeiro. Na semana passada, Barbosa negou o benefício a Dirceu e passou a cassar a conta-gotas a autorização concedida aos demais condenados para trabalharem fora do presídio. Dos nove condenados, seis ainda continuam trabalhando de dia fora da cadeia e voltando ao presídio apenas para dormir.

O criminalista José Luís Oliveira Lima, defensor de José Dirceu, reagiu com veemência à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de rejeitar o pedido do ex-ministro de trabalhar fora do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Em sua avaliação, o ministro Joaquim Barbosa age com "incoerência chocante". Oliveira Lima atribui ao ministro, em nota pública, "uma série de erros" e pede que a corte "casse imediatamente esta decisão individual de seu presidente para evitar desastroso impacto no sistema penitenciário".

O Sr. atribui ao presidente do STF "abrupta mudança de entendimento".

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Há muito tempo os tribunais brasileiros entendem que o condenado ao semiaberto pode exercer o trabalho externo sem antes cumprir um sexto da pena. Para justificar a necessidade de mudança na jurisprudência, o ministro Joaquim Barbosa ressuscitou julgados da década de 90, retrocedendo vinte anos no tema de ressocialização dos presos. Em matéria de direitos humanos não se pode nunca caminhar para trás.

O Sr. sustenta que "a incoerência do ministro é chocante".

Um a um, os condenados da ação penal 470 obtiveram o legítimo direito ao trabalho externo. Joaquim Barbosa concordava. De repente, quando é chegada a hora de José Dirceu, ele altera o próprio entendimento e diz que não pode mais. Não há a menor lógica.

Existe objetivo deliberado do presidente do STF em manter seu cliente no regime fechado?

O ministro Joaquim Barbosa não iniciou sua série de erros agora, mas sim quando condenou José Dirceu. Esta mais nova ilegalidade na execução penal é uma mera continuidade da condenação sem provas.

Que medidas o Sr. irá adotar?

O STF não aceita habeas corpus contra ato de ministro, apenas agravo regimental. O problema é que Joaquim Barbosa não leva os nossos agravos para julgamento do Plenário, impedindo que os demais integrantes do STF derrubem seus atos. Contrariando o espírito de um órgão colegiado, ele faz questão de decidir sozinho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público no Distrito Federal vai abrir uma investigação para apurar suspeitas de que uma das filhas do ex-ministro José Dirceu teria feito uma visita diferenciada a ele no complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Joana Saragoça teria evitado a longa fila à qual os parentes de presos têm de se submeter, chegando à Papuda num carro do governo do Distrito Federal, que é comandado pelo petista Agnelo Queiroz, como revelado pela Folha de S.Paulo.

O Ministério Público informou que as "medidas cabíveis" serão tomadas. Em nota divulgada nesta sexta-feira, o governo do Distrito Federal disse que na época notícias veiculadas pela mídia tratavam de uma suposta possibilidade de José Dirceu fazer greve de fome. "A inteligência da Sesipe verificou que essas 'notícias' estavam tendo repercussão no presídio, o que poderia causar uma insegurança no sistema prisional", afirmou o governo.

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Por esse motivo, a inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesipe) teria procurado a filha de Dirceu e a convidado para colaborar com a investigação. "A srta. Joana Saragoça manifestou preocupação em ir até o presídio por estar se sentindo insegura. Por isso, a inteligência da Sesipe a levou, em dia e horário de visitas, em carro descaracterizado, para que ela se encontrasse com José Dirceu", justificou o governo. Depois da visita, o governo disse que Joana relatou à inteligência da Sesipe que as notícias eram inverídicas.

Perguntado sobre a visita diferenciada feita pela filha de Dirceu, o ministro do STF Marco Aurélio Mello afirmou hoje que uma prisão é "uma panela de pressão". "Penitenciária, até pela superpopulação, pelas condições desumanas, é uma panela de pressão. Gera indignação e gera revolta tratamento diferenciado. Os denominados reeducandos devem ter o mesmo tratamento", afirmou o ministro ressaltando que não estava comentando o caso concreto. "O tratamento em penitenciária deve ser igualitário sob pena de termos uma reação dos demais custodiados. Não cabe o tratamento presente a figura do condenado. Mas o tratamento segundo as regras estabelecidas de forma abstrata em relação a todos os presos", completou.

Essa não é a primeira vez que José Dirceu envolve-se numa polêmica desde chegou ao complexo penitenciário da Papuda. No início do ano, surgiram suspeitas de que ele teria falado ao celular. No Brasil, os presos são proibidos de usar telefone na cadeia. O caso está sob análise do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, rejeitou um pedido do ex-ministro José Dirceu para trabalhar fora do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Entre os motivos alegados por Barbosa para recusar o pedido está o de que José Dirceu ainda não cumpriu um sexto da pena de 7 anos e 11 meses fixada para ele pelo STF por participação no esquema do mensalão. O ex-ministro só terá cumprido esse período mínimo em março de 2015.

Nesta quinta-feira, 8, Joaquim Barbosa já havia derrubado decisões da Justiça de 1ª Instância que tinham garantido o direito ao trabalho externo para o ex-deputado Romeu Queiroz e o advogado Rogério Tolentino. A expectativa é de que ele faça o mesmo com os outros condenados por envolvimento com o mensalão que têm autorização para trabalhar fora da cadeia, entre os quais, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado João Paulo Cunha.

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A defesa de José Dirceu, condenado no processo do mensalão, disse nessa quarta feira, 7, que o ex-ministro chefe da Casa Civil está sofrendo um "tratamento de exceção". Em nota, a defesa se insurgiu contra o recente pedido encaminhado pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que se pronuncie sobre a quebra de sigilo telefônico de Dirceu, com o fim de descobrir se ele telefonou para alguém de dentro do Presídio da Papuda, em Brasília. Para a defesa, o procedimento caracteriza uma clara intenção de manter Dirceu em regime fechado, embora ele tenha sido condenado ao semiaberto.

O criminalista José Luís Oliveira Lima, que defende o ex-ministro, declarou: "Não há como negar que estamos diante de uma série de medidas protelatórias que o mantém preso à margem da legalidade e que colocam em xeque o respeito a direitos humanos consagrados internacionalmente."

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Desde que o ex-ministro foi preso, em novembro de 2013, seus advogados tentam obter autorização para ele trabalhar fora do presídio. Dirceu tem proposta para trabalhar na biblioteca de um escritório de advocacia em Brasília pelo salário de R$ 2,1 mil.

"Em mais de 25 anos de vida profissional, nunca vi uma decisão do Supremo Tribunal Federal ser visivelmente protelada com o claro intuito de manter preso, em condições de regime fechado, um réu condenado ao semiaberto", protesta Oliveira Lima.

Para ele, a "nova evidência do tratamento diferenciado que se impõe ao ex-ministro José Dirceu é o recente pedido encaminhado pelo ministro Joaquim Barbosa ao procurador-geral da República para que ele se pronuncie sobre mais um absurdo jurídico do Ministério Público do Distrito Federal".

O advogado argumenta que a promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal Márcia Milhomens pediu a quebra do sigilo telefônico de Dirceu inclusive alcançando o Palácio do Planalto. "Acusada de pedir ilegalmente a violação do sigilo telefônico do Palácio do Planalto, a promotora Márcia Milhomens apresentou um frágil argumento de que uma denúncia anônima informal teria motivado o seu pedido", sustenta o criminalista. "Justificativa sem qualquer fundamento legal, mas que está servindo para manter Dirceu longe de seus direitos."

Segundo a nota, o procurador-geral já se pronunciou por duas vezes sobre o caso. "Há quase um mês, Rodrigo Janot se manifestou favorável ao pedido de trabalho externo para Dirceu, concluindo que nunca houve qualquer telefonema de Dirceu de dentro do presídio e encerrando um factoide que se arrasta desde janeiro em cima apenas de notas de jornais. Dias depois, em nova manifestação, ele negou categoricamente o pedido do Ministério Público do Distrito Federal de quebra indiscriminada de sigilos telefônicos das áreas da Papuda e do Palácio do Planalto."

"Não há como negar que o tratamento que se dá ao ex-ministro José Dirceu é de exceção ao que manda a Constituição e a Lei de Execuções Penais", afirma a defesa.

Militantes petistas lembraram na noite desta sexta-feira (2) dos condenados no processo do mensalão, ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino, durante a abertura do 14º Encontro Nacional do PT em São Paulo. Em coro, os petistas gritaram "Dirceu, guerreiro do povo brasileiro" e depois repetiram a mesma frase a Genoino: "Genoino, guerreiro do povo brasileiro".

A plateia também saudou bastante a entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado da presidente Dilma. "Um, dois, três, é Dilma outra vez", gritaram. Além de ministros, dirigentes nacionais, líderes petistas, do prefeito Fernando Haddad (PT) e do pré-candidato ao governo do Estado Alexandre Padilha (PT), participam do evento 800 delegados eleitos no Processo de Eleição Direta (PED) de 2013. O objetivo do encontro, que inclui debates amanhã, é aprovar o texto de Tática e Estratégia Eleitoral e as Diretrizes do Programa de Governo Dilma.

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou "injustificado" o polêmico pedido do Ministério Público (MP) do Distrito Federal para quebrar o sigilo telefônico da área onde se encontra o Palácio do Planalto numa investigação sobre o suposto uso de celular pelo ex-deputado José Dirceu (PT-SP), preso no Complexo Penitenciário da Papuda, condenado no processo do mensalão.

"Desde já, verifica-se o total descompasso da injustificada pretensão de pedir quebras de sigilos telefônicos (chamadas efetuadas/recebidas) dentro destes quadrantes, se o suposto uso do equipamento teria ocorrido dentro do local onde está sendo cumprida a pena", afirma Janot, em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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Para o procurador-geral, o pedido desrespeita o princípio da "proporcionalidade" para se apurar o caso. Ele lembra que o suposto episódio de uso de celular por Dirceu teria acontecido apenas em 6 de janeiro e que o pedido da Promotoria solicita a quebra de sigilo telefônico das áreas da Papuda e do Palácio do Planalto durante a quinzena de 1º a 16 de janeiro. "Além disso, o prazo injustificado revela uma pretensão muito além. Há um excesso sem justificativa plausível e uma pretensão totalmente desarrazoada", ressalta o procurador-geral. "Por fim, e diante do que tudo exposto até aqui, parece ão haver sustentação alguma para se poder dizer que, minimamente, haja uma relação de racionalidade entre o pedido e o fim perseguido", conclui o procurador-geral.

Coordenadas

A polêmica sobre o uso de celular por Dirceu - o que ele nega categoricamente - teve início em janeiro, quando foi divulgado pela imprensa que ele teria conversado com o secretário do Governo do Estado da Bahia, James Correia. A investigação de âmbito administrativo do Complexo da Papuda, contudo, não comprovou que o ex-ministro teria usado o celular.

Mas a promotora de Justiça Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa considerou "insuficientes as providências adotadas na esfera administrativa" e, em fevereiro, encaminhou uma petição à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Nela, Márcia aponta a "necessidade de confronto entre as ligações realizadas pelos aparelhos de telefonia móvel que se encontravam no presídio e pelos aparelhos de telefonia celular que se encontravam no Estado da Bahia, no mesmo período de tempo, isto é, na primeira quinzena de janeiro de 2014".

No pedido, ela requereu expedição de ofício às operadoras Claro, TIM, Nextel, Oi e Vivo para que "informem as chamadas efetuadas/recebidas" de antenas que captam sinais de celulares localizadas nas áreas do presídio da Papuda e do Palácio do Planalto. No requerimento, contudo, Márcia apenas indica as coordenadas geográficas do edifício e não cita, expressamente, a sede do governo. Por causa desse pedido, a Advocacia-Geral da União (AGU) requereu que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abrisse uma investigação sobre a conduta da promotora. O CNMP abriu um procedimento administrativo.

'Denúncias informais'

Em meio à polêmica, na quarta-feira (23) Márcia reafirmou a necessidade de obter dados sobre ligações de telefone celular destinadas à região do Palácio. A base da demanda, disse em petição, é uma denúncia "informal". A promotora insistiu em querer das operadoras de telefonia informações sobre "eventual existência de chamada oriunda do Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e direcionada à área objeto das coordenadas mencionadas (Palácio do Planalto)".

De acordo com Márcia, a requisição não configuraria quebra de sigilo. "Busca-se apenas a informação sobre os dados telefônicos, a fim de esclarecer se o sentenciado, efetivamente, violou dispositivo disciplinar (…). Trata-se de medida menos gravosa e indispensável à das denúncias trazidas ao Ministério Público", argumentou. A defesa de Dirceu classificou como um "atentado ao Estado Democrático de Direito" a petição de rastreamento telefônico realizada pela promotora, amparado por uma denúncia "informal".

A promotora Márcia Milhomens, do Ministério Público do Distrito Federal, reafirmou ontem (23) a necessidade de obter dados sobre ligações de telefone celular destinadas à região do Palácio do Planalto. A base do pedido, disse, é uma denúncia "informal" de que o ex-ministro José Dirceu, condenado por corrupção no mensalão, infringiu o regulamento do Complexo Penitenciário da Papuda em supostos telefonemas para integrantes do governo.

Márcia insistiu em querer das operadoras de telefonia informações sobre "eventual existência de chamada oriunda do Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e direcionada à área objeto das coordenadas mencionadas (Palácio do Planalto)".

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Em petição encaminhada ontem à Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal e repassada ao Supremo Tribunal Federal, a promotora afirmou que baseia o pedido em denúncias levadas ao MP "em caráter informal". "Ressalte-se que os detentores das informações recusaram-se, peremptoriamente, a prestar depoimento formal e a divulgar sua identificação", afirmou Márcia. "Por tal razão, entende o Ministério Público haver necessidade da adoção das medidas requeridas para averiguar a veracidade dos fatos que chegaram ao conhecimento do órgão."

Além dessas supostas ligações, o MP investiga se Dirceu teria conversado em janeiro, também por telefone, com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. A defesa do ex-ministro nega que isso tenha ocorrido. Na petição, a promotora reforça o pedido às operadoras para que repassem dados referentes "às chamadas recebidas/efetivadas na região do CIR relacionadas aos prefixos (DDD) do Estado da Bahia".

Márcia afirma que seu pedido não configuraria quebra de sigilo. "Busca-se apenas a informação sobre os dados telefônicos, a fim de esclarecer se o sentenciado efetivamente violou dispositivo disciplinar (...). Trata-se de medida menos gravosa e indispensável à apuração à apuração das denúncias trazidas ao Ministério Pública", argumentou.

Coordenadas. No documento, a promotora não cita expressamente o Palácio do Planalto, mas informa as coordenadas geográficas do prédio. Os dados pedidos se referem a ligações feitas entre 1.º e 16 de janeiro. Na primeira petição, Márcia indicava latitude e longitude do Planalto, mas não citou a possibilidade de ligações entre Dirceu e interlocutores no Palácio.

Por causa desse pedido, feito em fevereiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) abrisse uma investigação sobre a conduta da promotora. O CNMP abriu um procedimento administrativo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira requerimento do deputado Nilmário Miranda (PT-MG) para que um grupo de parlamentares visite o Complexo Penitenciário da Papuda e verifique as condições em que os presos cumprem suas penas. O requerimento inicial previa que os parlamentares checassem a situação do ex-deputado José Dirceu e se o petista tem regalias na prisão, mas o pedido só foi aprovado após a inclusão de um adendo que exige que a visita se estenda a todos os presos da penitenciária.

O requerimento foi apresentado após um pedido dos filhos de Dirceu, que relataram a Miranda a deterioração do estado de saúde do petista e seu "abatimento". Joana Saragoça e o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) disseram que todos os recursos jurídicos para que o condenado no processo do mensalão possa cumprir sua pena no regime semiaberto se esgotaram e que as notícias de supostas regalias no presídio estariam postergando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizá-lo a trabalhar.

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Ainda não foi definida quando será a visita, mas o grupo parlamentar será encabeçado por Miranda, que é ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e vice-presidente da comissão permanente da Câmara. Durante a reunião da comissão, o petista sugeriu que o grupo fosse suprapartidário, com deputados de partidos que não compõem a base aliada do governo, e já convidou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) para integrar o grupo.

O requerimento aprovado prevê que os deputados verifiquem as condições dos presos da Papuda, a regularidade dos processos e a execução das penas. Após a visita, um relatório sobre a visita a Dirceu deve ser encaminhado ao presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa.

A defesa de José Dirceu, condenado no processo do mensalão, partiu para a ofensiva no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quinta-feira, 10, os defensores do ex-ministro chefe da Casa Civil ingressaram na corte máxima da Justiça com medida cautelar para que os ministros deem prioridade ao pedido de trabalho externo de Dirceu.

Os advogados alertam para o "perigo iminente de dano irreparável".

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O argumento central dos advogados de Dirceu é que ele cumpre pena em regime semiaberto no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, logo tem direito a trabalhar fora durante o dia.

A defesa relata ao Supremo uma batalha que se arrasta desde 18 de dezembro de 2013, quando Dirceu pediu autorização para trabalhar no escritório do prestigiado advogado José Gerardo Grossi, em Brasília, por salário de R$ 2,1 mil.

"Há quase quatro meses o pedido de trabalho externo de Dirceu foi protocolado e, com todos os pareceres favoráveis, ainda não foi analisado", protestam os advogados. "Mesmo não tendo cometido nenhuma falta disciplinar, permanece encarcerado enquanto os demais sentenciados da ação penal 470 exercem o legítimo direito de trabalhar fora da prisão."

O marasmo na definição sobre o pedido do ex-ministro tem como fundo de pano o suposto uso de celular na Papuda. Dirceu teria conversado ao telefone, em janeiro, com uma autoridade do governo da Bahia. A defesa é taxativa: Dirceu não usou o telefone.

Mas a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal decidiu suspender cautelarmente a análise de eventuais benefícios externos para Dirceu.

A medida cautelar ao Supremo é subscrita pelos criminalistas José Luís Oliveira Lima, Rodrigo Dall’Acqua e Camila Torres Cesar. "Não há lógica em tanta demora, ainda mais se considerarmos que a lei brasileira impõe que todo e qualquer magistrado dê prioridade ao andamento do processo de José Dirceu por força de sua idade avançada (68 anos)."

Os defensores alegam que a medida cautelar "busca dar um basta na insustentável injustiça que o cidadão José Dirceu de Oliveira e Silva está sofrendo, sem mais um único dia de atraso, pede-se apenas e tão somente, que a lei seja cumprida sem inexplicáveis disparidades".

Os advogados de Dirceu são contundentes. "Mesmo com tantas razões jurídicas impondo urgência na tramitação (do pedido de trabalho externo), o agravo regimental protocolado pela defesa há mais de dois meses (12 de fevereiro de 2014) permanece sem qualquer decisão, enquanto outras questões submetidas à análise do ministro Joaquim Barbosa são decididas com extrema rapidez."

Eles citam um ofício da Vara de Execuções recebido no STF dia 31 de março. "O relator Joaquim Barbosa proferiu decisão no dia seguinte."

"Em flagrante disparidade, o agravo regimental interposto por José Dirceu em 12 de fevereiro de 2014 ainda não foi analisado, impondo-se a concessão da medida cautelar", assinala a defesa do ex-ministro da Casa Civil.

O Ministério Público quer que a Justiça decrete quebra de sigilo telefônico para identificar as ligações para o Estado da Bahia geradas provavelmente das coordenadas geográficas onde está localizada a penitenciária da Papuda, em Brasília. A revelação foi feita pelo advogado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Preso na Papuda desde novembro, o político cumpre pena por envolvimento com o esquema do mensalão.

De acordo com o advogado José Luis Oliveira Lima, a quebra de sigilo deve abranger 16 dias. A expectativa é de que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, decida o assunto nos próximos dias. Em janeiro, a imprensa noticiou uma declaração do secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, em que ele afirmava ter falado por telefone com Dirceu no início de janeiro. Um procedimento administrativo foi aberto, mas autoridades do Distrito Federal concluíram que isso não ocorreu.

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Por causa das suspeitas, a Justiça suspendeu temporariamente a análise de um pedido do ex-ministro para que ele seja autorizado a trabalhar durante o dia em um escritório de advocacia em Brasília. Como cumpre pena no regime semiaberto, em tese Dirceu tem direito ao trabalho externo. Ou seja, pode sair da penitenciária durante o dia, mas tem de voltar para a prisão para dormir.

No entanto, se ficar comprovada falta disciplinar, o ex-ministro pode ser impedido de dar expediente fora da Papuda. No Brasil, os presidiários são proibidos de usar telefone celular.

Na petição protocolada no STF, a defesa de Dirceu afirma que o pedido de quebra de sigilo telefônico foi feito pelo Ministério Público em 26 de fevereiro. Mas, conforme o advogado, depois de um mês o juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal determinou o envio do caso ao STF. "O envio da medida cautelar foi justificado pelo fato de a Vara de Execuções Penais não possuir competência criminal para investigar a ocorrência de possíveis ilícitos penais", explicou Lima.

A defesa concorda com o juiz. "De fato, o artigo 66 da Lei de Execuções Penais é claro ao definir a competência das Varas de Execuções Penais apenas aos processos de execução de sentenças", afirmou. "Este Egrégio Supremo Tribunal Federal não possui competência para investigar sentenciados sem foro privilegiado."

 

O juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, remeteu nesta sexta-feira (21) para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o inquérito administrativo que apurou suspeita de uso de celular pelo ex-ministro José Dirceu dentro do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.

Com a providência, caberá a Joaquim Barbosa, que é o relator do processo do mensalão, decidir se José Dirceu cometeu uma falta disciplinar ou não e se deve ser punido. O ex-ministro nega que tenha utilizado o aparelho telefônico na cadeia. E as apurações realizadas concluíram que não ficou comprovado o uso do celular.

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José Dirceu começou a ser investigado em janeiro após a imprensa ter veiculado uma declaração do secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, em que ele afirmava ter falado por telefone com Dirceu no início do ano. Um preso que comete falta disciplinar grave pode ser impedido de receber benefícios. Um deles é o direito ao trabalho externo. José Dirceu pretende sair da prisão durante o dia para trabalhar num escritório de advocacia. Mas, por causa do episódio do celular, a análise do pedido de autorização para trabalho externo está suspensa.

"No caso de condenados da Ação Penal no. 470/STF (processo do mensalão), a decisão final quanto às questões disciplinares de natureza grave, por poderem, em tese, implicar na alteração de regime prisional, compete, a meu ver, ao Supremo Tribunal Federal", afirmou Ribeiro no despacho assinado no início da noite desta sexta O juiz informou que o inquérito disciplinar já foi concluído pelas autoridades administrativas e que José Dirceu já foi ouvido.

Ex-ministro da Casa Civil durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu foi condenado pelo STF a uma pena de 7 anos e 11 meses de prisão por envolvimento com o esquema do mensalão. Como a punição é inferior a 8 anos, ele tem o direito de cumpri-la no regime inicialmente semiaberto. Nesse sistema, o preso pode deixar o presídio durante o dia para trabalhar.

Mas, apesar de ter sido preso em novembro, José Dirceu até agora não conseguiu ser liberado para trabalhar fora. Outros condenados, como o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, já estão exercendo funções externas. Num primeiro momento, José Dirceu havia pedido autorização para dar expediente num hotel em Brasília. Pelo trabalho, ele receberia R$ 20 mil. Após sofrer críticas, Dirceu desistiu do emprego no hotel. Em seguida, apresentou um pedido para trabalhar na biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi, especialista em direito penal. Se o emprego for aprovado, o salário será bem menor do que o oferecido pelo hotel: R$ 2,1 mil.

O ex-ministro José Dirceu negou nesta terça-feira (11) ter tido acesso a um celular dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena em regime semiaberto pela condenação no esquema do mensalão. Dirceu prestou depoimento ao juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais (VEP), em processo que pode definir seu futuro como presidiário. Se concluir que ele infringiu as regras, Dirceu pode ter negado seu pedido para trabalhar fora da prisão durante o dia.

Conforme os jornais Correio da Bahia e, posteriormente, Folha de S.Paulo, o ex-ministro conversou com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia, James Correia, pelo celular, no dia 6 de janeiro. O telefone seria de um empresário que foi visitar Dirceu na Papuda, de nome não revelado pelas publicações. Após a polêmica, o secretário passou a negar o contato com o petista. Até ser preso, Dirceu era hóspede frequente da ampla casa do secretário na Praia do Forte (BA).

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O advogado do ex-ministro, José Luis Oliveira Lima, afirmou que seu cliente disse ao juiz que os registros de entrada na Papuda mostram que ele recebeu no dia seis apenas três advogados, o que comprovaria que Dirceu não esteve com um suposto empresário. Dirceu fez, ainda, um apelo ao magistrado para que ele autorize seu trabalho fora do presídio, o que lhe permitiria passar alguns finais de semana em casa, perto da filha criança.

Lima pediu ao juiz, também, que ele decida sobre a autorização para o trabalho externo de Dirceu sem submetê-la ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, como quer Bruno Ribeiro. A decisão ainda não foi tomada. O depoimento foi por teleconferência (foi usada uma televisão 40 polegadas e um microfone), e durou cerca de 30 minutos.

O uso de celulares por presidiários é proibido. Em caso de desobediência a essa regra, o preso pode ser punido. Ele pode ser impedido, por exemplo, de sair da cadeia durante o dia para trabalhar. Além disso, pode ocorrer regressão ao regime fechado, perda dos dias remidos e definição de nova data-base para benefícios. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por exemplo, está com o direito a trabalhar suspenso devido a suspeitas de regalias que lhe teriam sido concedidas enquanto esteve no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Delúbio teria recebido visitas fora do horário determinado e um cardápio diferenciado dos demais presos.

Uma apuração feita pelas autoridades penitenciárias do Distrito Federal concluiu que Dirceu não usou o aparelho celular. No entanto, a Vara de Execuções Penais resolveu pedir uma investigação mais aprofundada das suspeitas. Durante a apuração, foi decidido que a análise do pedido de autorização para trabalho externo deveria ficar suspensa.

As investigações sobre supostas regalias a dois dos petistas condenados no mensalão provocaram críticas do governador Agnelo Queiroz (PT-DF) aos juízes da VEP. "Impõe-se consignar a completa ausência de qualquer ingerência de natureza política na administração do sistema penitenciário do Distrito Federal, afigurando-se grave aleivosia afirmação despida de qualquer indício de prática de atos ilegais e ilegítimos, a merecer a devida apuração pelos órgãos correcionais competentes", diz o ofício assinado pelo governador. Agnelo, contudo, admitiu ter visitado o amigo Dirceu na Papuda.

Nesta terça, Dirceu, o ex-deputado João Paulo Cunha e Delúbio receberam a visita do ex-deputado e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Ao encontrar o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no aeroporto, Greenhalgh afirmou que visitaria "os meninos" na Papuda.

A Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da União divulgou nota em que informa que irá investigar a denúncia de que o defensor público federal Heverton Gisclan Neves da Silva visitou o ex-ministro José Dirceu no dia 06 de janeiro de 2014 no presídio da Papuda, onde ele cumpre pena decorrente de sua condenação no julgamento do mensalão.

De acordo com a nota, a visita "se tratou de ato voluntário e pessoal do referido membro da carreira, para desenvolvimento de pesquisa acadêmica própria". A Defensoria Pública esclareceu ainda que sua atuação no julgamento do mensalão se deu "unicamente em defesa do réu Carlos Alberto Quaglia, que, por decisão unânime do Plenário do Supremo Tribunal Federal, teve seu processo desmembrado para a Justiça Federal em Santa Catarina". A informação da visita foi publicada nesta sexta-feira, 28, pelo site do jornal "O Globo".

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Outro que fez uma visita secreta aos petistas que cumprem pena na Papuda foi o governador Agnelo Queiroz (PT) , conforme revelou reportagem publicada ontem na revista "Veja". A visita ocorreu no último dia 20 e não foi divulgada na agenda oficial do governador. O Governo do Distrito Federal (GDF) admite o encontro, mas alega que ele foi "casual". Em nota, explicou que Agnelo "aproveitou" uma inauguração em local próximo para, em seguida, fazer uma "inspeção" na Papuda.

Alvo de questionamento do Ministério Público pelas supostas regalias concedidas por seu governo aos condenados do mensalão nas cadeias do Distrito Federal, o governador Agnelo Queiroz (PT) fez uma visita secreta ao ex-ministro José Dirceu (PT-SP) na Penitenciária da Papuda, revelou reportagem publicada nesta sexta-feira, 28, na revista "Veja".

A visita ocorreu no último dia 20 e não foi divulgada na agenda oficial do governador. O Governo do Distrito Federal (GDF) admite o encontro, mas alega que ele foi "casual". Em nota, explicou que Agnelo "aproveitou" uma inauguração em local próximo para, em seguida, fazer uma "inspeção" na Papuda.

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"Durante a visita, (o governador) encontrou-se com o ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu. Eles trataram de assuntos pessoais e o ex-ministro manifestou sua expectativa em relação ao julgamento de recurso junto ao Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o GDF.

Desde o início das prisões dos condenados do mensalão, em novembro, esta foi a segunda visita de Agnelo à Papuda. Na primeira, a justificativa do petista foi a de verificar o estado de saúde do ex-presidente do PT José Genoino, hoje provisoriamente em prisão domiciliar.

Nesta semana, o MP pediu à Justiça que oficie o Agnelo sobre "ingerências" de seu governo nas cadeias e para que tome providências sobre supostos privilégios concedidos aos políticos condenados no mensalão. Caso a situação não se resolva, os promotores querem a transferência dos presos para um presídio federal.

O ex-ministro José Dirceu pagou sua multa de R$ 971 mil a que foi condenado no processo do mensalão na última sexta-feira, 21. Com isso, todos os quatro petistas condenados - Dirceu, Genoino Delúbio e João Paulo Cunha - já pagaram suas multas com a Justiça. O excedente arrecadado por eles será repassado para os manifestantes que protestam em Brasília contra o julgamento.

No caso do ex-ministro, a multa foi paga antes mesmo de seu site oficial anunciar que havia arrecadado o valor necessário. Ao todo, foram arrecadados R$ 1,083 mi, dos quais cerca de R$ 160 mil foram repassados pelo excedente arrecadados por Delúbio Soares e José Genoino. Segundo o Núcleo Jurídico do PT, que coordena as campanhas de arrecadação, o valor necessário já havia sido alcançado na sexta.

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Descontados os tributos que incidem sobre as doações, a expectativa é de que ainda sobrem quase R$ 50 mil, que devem ser doados para o grupo de manifestantes que segue acampado próximo ao Supremo Tribunal Federal contra o processo do mensalão chamado "Trincheira de Resistência".

Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha a 10 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, o ex-ministro cumpre pena de 7 anos e 11 meses em regime semiaberto na Penitenciária da Papuda. Isso porque um recurso contra a condenação de 2 anos e 11 meses de prisão por formação de quadrilha ainda será analisada pelo Supremo.

Campanhas

Além de Dirceu, José Genoino também arrecadou mais que o suficiente.O ex-presidente da sigla repassou parte do excedente para Delúbio e Dirceu e utilizou o restante da quantia para quitar os impostos referentes às doações.

Já o ex-tesoureiro da sigla conseguiu mais de R$ 1 mi para quitar sua multa de R$ 466 milhões. Parte do excedente foi utilizado para quitar a multa de João Paulo Cunha, no valor de R$ 373,5 mil, único dos condenados do PT a não organizar uma campanha de doações.

O dinheiro arrecadado por Delúbio serviu ainda para quitar os impostos referentes as suas doações e ao dinheiro repassado para João Paulo.

Ao todo, as campanhas de arrecadação dos quatro, coordenada pelo Núcleo Jurídico do partido, conseguiu mais de R$ 2,6 milhões A quantia supera o valor total das multas impostas aos petistas no mensalão, que chegam a R$ 2,47 mi.

A Justiça do Distrito Federal adiou a audiência marcada para esta terça-feira, 25, em que seria ouvido o ex-ministro José Dirceu sobre a suspeita publicada por jornais de que teria usado celular dentro do presídio da Papuda, em Brasília.

O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) Bruno Ribeiro cancelou a videoconferência, sem definir nova data ou justificar o cancelamento. A investigação sobre a suspeita do uso de celular foi posta pela Justiça do DF como pré-requisito para a análise do pedido feito por Dirceu para trabalhar fora do presídio.

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A direção do presídio concluiu que a suspeita era infundada, mas o juiz decidiu que faria uma apuração paralela. Caberá ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, avaliar se Dirceu usou ou não celular na cadeia.

Se comprovado o uso do telefone por Dirceu, o fato configurará falta. E o ex-ministro não terá autorização para deixar o presídio durante o dia, voltando apenas à noite para a cadeia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu será ou não punido pelo suposto uso de um aparelho celular dentro do complexo penitenciário da Papuda. Preso desde novembro em Brasília no regime semiaberto por envolvimento com o esquema do mensalão, Dirceu começou a ser investigado após a imprensa ter relatado uma suposta conversa telefônica entre ele e o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. Por causa das suspeitas, a Justiça suspendeu a análise do pedido para que o ex-ministro seja autorizado a trabalhar em um escritório de advocacia em Brasília.

Em um despacho, o juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal Bruno André Silva Ribeiro determinou que Dirceu seja ouvido sobre as suspeitas. A oitiva deverá ocorrer na próxima semana por meio de videoconferência. Em seguida, o magistrado determinou que deverão ser remetidos os originais da apuração disciplinar ao STF para deliberação sobre o arquivamento ou punição de Dirceu.

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"Especificamente no caso dos condenados na Ação Penal no. 470/STF (processo do mensalão), contudo, a decisão final quanto a questão disciplinar compete, salvo melhor juízo, à própria Suprema Corte, observados os estreitos limites da delegação operada", afirmou Ribeiro no despacho.

O uso de celulares por presidiários é proibido no Brasil. Em caso de desobediência a essa regra, o preso pode ser punido. Ele pode ser impedido, por exemplo, de sair da cadeia durante o dia para trabalhar. Além disso, conforme ressaltou o juiz Ribeiro, pode ocorrer regressão ao regime fechado, perda dos dias remidos e definição de nova data-base para benefícios.

Uma apuração feita pelas autoridades penitenciárias do Distrito Federal concluiu que Dirceu não usou o aparelho celular. No entanto, a Vara de Execuções Penais resolveu pedir uma investigação mais aprofundada das suspeitas. Durante a apuração, foi decidido que a análise do pedido de autorização para trabalho externo deveria ficar suspensa.

Os advogados de Dirceu recorreram ao STF e em janeiro o vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, determinou que fosse retomada imediatamente a análise do pedido de Dirceu para trabalhar no escritório de advocacia. Mas, ao retornar das férias, o presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, cassou a decisão de Lewandowski.

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