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O dólar opera em queda nesta segunda-feira (2) ajudado pelo apetite por ativos de risco nos mercados no exterior na primeira manhã de negócios do mês de agosto. O ajuste do dólar reflete ainda um movimento de realização de lucros, após a divisa ter saltado para R$ 5,2099 no mercado à vista na sexta-feira (30) com alta diária de 2,57% e ganho acumulado em julho, de 4,76%, precificando cautela externa e local.

A queda hoje pode estar espelhando, de acordo com operador de câmbio, antecipação de investidores na venda, diante das perspectivas de atração de capitais estrangeiros de olho na elevação da Selic em pelo menos 1 ponto, a 5,25% ao ano, na reunião do Copom, que começa amanhã e termina na quarta-feira, e do IPO da Raízen na B3 nesta terça-feira, que pretende captar cerca de R$ 10 bilhões.

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Apesar da melhora, seguem no radar do investidor as ações do governo na questão dos precatórios, além do Bolsa Família fora do teto e eventual pressão do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras para subsidiar com R$ 3 bilhões o vale-gás para população carente, mais uma investida do presidente visando a reeleição em 2022.

A Petrobras divulgou nota na noite de sábado (31) afirmando que "não há definição" sobre a participação da empresa em novos programas sociais em estudo pelo governo e que qualquer decisão estará "sujeita à governança de aprovação e em conformidade com as políticas internas da companhia".

Na semana passada, o plenário do TCU deu aval ao projeto político de Bolsonaro de isentar o pedágio de motociclistas nos próximos leilões de trechos concedidos da Via Dutra e um pedaço da BR-101, também Rio-SP. Nesse caso, tudo indica que a conta tende a paga pelos demais motoristas de carros e caminhões.

Hoje o relatório Focus trouxe nova piora significativa nas estimativas para inflação de 2021, subindo de 6,56% para 6,79%, bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. A projeção para IPCA 2021 atualizada nos últimos cinco dias úteis escalou de 6,67% para 6,88%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, a expectativa passou de alta de 5,29% para elevação de 5,30%. Há quatro semanas, a estimativa era de 5,18%. Para 2022, o mercado financeiro manteve a previsão do PIB de alta de 2,10%. A mediana das expectativas para o câmbio no fim de período foi de R$ 5,09 para R$ 5,10, ante R$ 5,04 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 5,20, mesmo valor de quatro pesquisas atrás.

Às 9h25 desta segunda-feira, o dólar à vista caía 0,95%, a R$ 5,1605. O dólar futuro para setembro recuava 1,01%, a R$ 5,1815.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (12), pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período foi de R$ 5,04 para R$ 5,05, ante R$ 5,18 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 5,20, mesmo valor de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar iniciou julho em alta e voltou a se fixar acima de R$ 5, escorado em dois pilares: o ambiente doméstico conturbado, em meio à deterioração do capital político do presidente Jair Bolsonaro por conta das investigações da CPI da Covid e do superpedido de impeachment, e a alta global da moeda americana, com investidores à espera do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em junho.

Afora uma leve queda logo no início do dia, quando desceu até a mínima de R$ 4,9477, o dólar à vista operou em alta no restante do pregão, renovando sucessivas máximas ainda pela manhã, embora tenha atingido o maior nível na reta final dos negócios (R$ 5,0513).

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A moeda americana encerrou a sessão desta quinta-feira em alta de 1,45%, a R$ 5,0453 - maior nível de fechamento desde 18 de junho (R$ 5,0687).

Já alvejado pelas investigações da CPI da Covid em torno de denúncias de propina e superfaturamento em negociações para compra de vacinas, o governo sofreu novo revés com o superpedido de impeachment protocolado na quarta por figuras políticas de todo o espectro ideológico.

Segundo operadores, o mercado se estressou com a declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de que o pedido de impeachment "não pode ser banalizado". Teme-se, no mercado, que os partidos do "Centrão" cobrem um "preço mais elevado" para apoiar o governo e que não haja clima para aprovação de reformas. Isso para não falar do risco de medidas populistas por parte do presidente Jair Bolsonaro, em uma antecipação do calendário eleitoral.

Para o head de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, Alexandre Netto, a questão política tende a continuar provocando solavancos no mercado de câmbio daqui para a frente. "Daqui a dois a três meses, vai começar a corrida eleitoral, e o mercado teme o discurso populista dos dois principais candidatos", afirma Netto, que vê grande parte do impacto do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) já embutido no valor do dólar. "Não vejo o dólar indo para baixo. A tendência é oscilar nesse patamar, ao redor de R$ 5, e até de subir mais no médio prazo", acrescenta o economista, ressaltando que o real já se alinhou ao desempenho das demais moedas emergentes com a alta expressiva dos últimos três meses.

Operadores ressaltam que o mercado segue ressabiado com a proposta de reforma tributária e os riscos de perda de alta da inflação e perda de fôlego do crescimento em razão da crise hídrica. Nem os dados positivos do Caged animaram: saldo líquido de 280,66 mil vagas formais em maio, bem acima da expectativa, de 157,5 mil.

Pela tarde, saiu o resultado da balança comercial em junho: superávit de US$ 10,372 bilhões, o maior saldo mensal de toda a série histórica, iniciada em 1989. No acumulado do ano, a balança acumula superávit de US$ 37,496 bilhões, 68% maior que em igual período do ano passado.

Em post no Twitter, Alfredo Menezes, sócio e gestor da Armor Capital, disse que os exportadores "continuam deixando dólares no exterior, provavelmente porque estão capitalizados". Para Menezes, com "o risco político e sem o exportador fechar o câmbio", teria que haver muito investimento estrangeiro direto ou em portfólio "para o real se fortalecer mais".

O economista Alessandro Fagnello, da Amplla Assessoria de Câmbio, chama atenção para o componente externo por trás da perda de força do real, com o mercado cauteloso à espera da divulgação do payroll na sexta. Dados mais fortes que o esperado no mercado de trabalho americano podem mexer com as expectativas para o início da redução de compra de ativos ('tapering') pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano).

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho de dólar em relação a seis moedas fortes - começou o dia em terreno negativo, mas ganhou força também pela manhã e passou a operar em alta, sempre acima dos 92 pontos. O dólar também avançava em relação à maioria das moedas emergentes e de exportadores de commodities, subindo mais de 1% em relação ao peso colombiano e a rand sul-africano.

O dólar acelerou a alta na última meia hora e registrou máxima a R$ 4,9954 (+1,08%) no mercado à vista. O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, diz que o exterior turbulento contribui para a pressão, além da briga em torno da Ptax com investidores defendendo suas posições. Quem apostou na alta do dólar, o chamado comprado, se beneficia hoje do mau humor global e no Brasil, avalia.

Aqui, segundo Nagem, os investidores estão preocupados com a inflação , diante da perspectiva de mais aumento do valor da bandeira tarifária 2 de energia elétrica para agosto e com ruídos políticos em torno da compra da vacina Covaxin e uma mudança no discurso do presidente Jair Bolsonaro.

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"Bolsonaro parou de falar que seu governo não tem corrupção e, agora, diz que não pode controlar todos os ministérios, gerando desconfiança de que possa ter algo irregular no governo", comenta o profissional.

No fim do dia, ontem, o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, foi demitido do cargo, após ser acusado de pressionar servidores para acelerar a importação da vacina indiana Covaxin.

Além disso, o deputado federal Luis Miranda (DEM-RF) disse a interlocutores que recebeu proposta de propina durante encontro com o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e o lobista Silvio Assis, em Brasília, para que parasse de atrapalhar o negócio de contratação das vacinas da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

"Não se sabe qual vai ser o tamanho do problema com a demissão de funcionário da Saúde, se há provas contundentes", comenta o profissional.

Às 10h08, o dólar á vista subia a R$ 4,9924 (+1,02%). O dólar para agosto ganhava 0-,71%, a R$ 4,9915, após máxima a R$ 5,0115 (+0,82%)

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Na última semana o cenário econômico brasileiro apresentou volatilidade, quando o dólar foi cotado abaixo dos R$ 5, o que não acontecia desde junho de 2020, quando  estava avaliado em aproximadamente R$ 4,9. Entretanto, ao longo da pandemia de Covid-19, a moeda americana registrou picos de alta, como em maio de 2020, quando estava próximo dos R$ 5,8. 

De acordo com Nilza Aparecida dos Santos, professora de economia e gestão financeira na Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec) em Cotia, existe uma lógica quando se trata de valorização e desvalorização da moeda brasileira. Uma vez que o Brasil adotou o regime de taxa de câmbio flutuante, para que o real venha a ficar mais valorizado, vai depender de como está a entrada e saída da moeda estrangeira do país. “Quanto maior a taxa de câmbio, mais desvalorizada é a nossa moeda [real], o que favorece as exportações. Quanto mais valorizada, mais favorecida são as importações”, explica a especialista.

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Desta forma, as exportações e importações passam a ter papel fundamental dentro do sistema de câmbio no país. Segundo Nilza, o real também é afetado pelo cenário econômico do exterior, visto que o Brasil depende do investimento estrangeiro para captar dólares. “Assim como no cenário externo, o interno também interfere na composição de risco que o país oferece e, em momentos de turbulência, os investidores tendem a tirar recursos de países emergentes e investir em mercados considerados mais seguros”. A professora completa explicando que, se temos menos dólares circulando, a tendência é de desvalorização cambial, e assim, um aumento da taxa de câmbio.

Fatores como este podem ser considerados como índices para uma possível projeção de como estará o mercado econômico brasileiro, ainda que seja um apontamento pouco objetivo. De acordo com Nilza, a volatilidade da taxa de câmbio ainda é alta, mas existem indicadores relacionados à política fiscal (orçamento 2021), a avanços no sentido das reformas (tributárias/administrativas) necessárias e à vacinação que segue no país (mesmo em ritmo lento), que sinalizam uma melhora na avaliação de risco do Brasil no cenário externo.

Diante deste cenário o Brasil também possui a taxa de juros básica (Selic),  a taxa básica de juros da economia, que se encontra em 4,25% ao ano, o que contem a inflação, mas por outro lado, desestimula consumo e investimento. “Dessa forma, os juros mais altos são mais atrativos para os investidores que acabam por mandar mais dólares para o país. A queda do dólar contribui para conter a inflação, visto que as importações se tornam mais baratas. Mas o desestímulo ao consumo e ao investimento podem levar à retração da economia que dava sinais de crescimento”. Nilza completa dizendo que esse encolhimento econômico consequentemente pode trazer mais desemprego.

Quando se tratam de prognósticos, inúmeros fatores devem ser levados em consideração, uma vez que o preço das moedas sofre impacto das taxas de juros de cada país, junto a questões políticas e outros fundamentos macroeconômicos. “O valor da taxa de câmbio depende do valor do dólar e do real e do cenário econômico de cada país. E ainda temos uma pandemia que torna qualquer prognóstico ainda mais complicado”. A professora de economia avalia que dificilmente a taxa de câmbio possa um dia voltar ao patamar de R$ 2, por exemplo, mas na economia tudo é dinâmico e pode mudar a qualquer momento. “Depende das ações dos agentes que compõem o sistema econômico”.

 

 

O dólar firmou queda ante o real nos negócios da tarde, testando os menores níveis em um ano, na casa dos R$ 4,96. Foi a primeira vez que a moeda americana encerrou um pregão abaixo de R$ 5,00 desde 10 de junho de 2020, quando terminou em R$ 4,93.

No fechamento, o dólar terminou a terça-feira em baixa de 1,13%, cotado em R$ 4,9661. No mercado futuro, o dólar para julho, que vence no próximo dia 1º, cedia 0,89%, a R$ 4,9730 às 17h33.

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Uma confluência de fatores externos e internos ajudaram a retirar pressão do câmbio. Internamente, a sinalização na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o ritmo de elevação da Selic já poderia ter se intensificado na reunião da semana passada levou instituições - como o Itaú, o Bank of America e o ASA Investments - a aumentarem a aposta de juros mais altos pela frente no Brasil, o que torna o País mais atrativos para o capital externo.

Lá fora, a moeda norte-americana intensificou à tarde o ritmo de queda ante moedas fortes e alguns emergentes, com os juros longos também passando a recuar. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em depoimento no Congresso descartou alta de juros "preventiva" e afirmou que os fatores que pressionam a inflação perderão fôlego e o quadro deve se normalizar, sinalizando que não há pressa para elevar os juros.

Operadores observaram ingresso de capital no Brasil e vendas da moeda antecipando fluxo futuro, em meio a captações de empresas e busca de retorno por investidores. A XP deve fechar sua primeira emissão externa de títulos de dívida na quinta-feira, 24. O Banco Inter precifica sua oferta de ações, que pode bater em R$ 5,5 bilhões, também na quinta, enquanto a EcoRodovias define na tarde desta terça sua captação na B3, que pode chegar a R$ 2,2 bilhões. Estrangeiros tendem a participar com 30% a 40% destes montantes.

A analista de moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, ressalta que o real vêm sendo a moeda de emergente com melhor desempenho recente no mercado internacional, conseguindo se beneficiar da abordagem mais dura do Banco Central na elevação de juros. E nesta terça não foi diferente, com a ata reforçando a aposta de mais altas pela frente. Após a divulgação do documento, o Bank of America elevou a projeção da Selic de 6,5% para 7,0% para o fim de 2021. O banco americano espera duas elevações da taxa em 1 ponto porcentual, em agosto e setembro.

Nos negócios da manhã, havia um clima de maior cautela nos mercados internacionais e o DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, subia, superando o nível de 92 pontos, nas máximas em algumas semanas ou meses ante moedas como o dólar canadense, ressalta o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo. O bitcoin chegou a despencar 12% e os juros longos americanos tiveram altas. À tarde, este movimento se inverteu, o bitcoin passou a subir e os juros longos começaram a recuar, o que abriu espaço para o dólar cair abaixo de R$ 5,00.

O dólar ficou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde 10 de junho do ano passado nesta quarta-feira, 16. Na mínima, o dólar à vista caiu 0,90%, para R$ 4,9976, e às 12h57 era cotado a R$ 5,0011, com queda de 0,83%.

A entrada de capital estrangeiro no mercado local e as vendas de exportadores puxam a queda. O fluxo cambial positivo para o Brasil é resultado da perspectiva de manutenção de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta tarde, enquanto, por aqui, as apostas majoritárias são de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai aumentar a taxa Selic em pelo menos 0,75 ponto, para 4,25% ao ano, embora parte do mercado aposte em 1 ponto.

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"O fluxo positivo coloca o dólar ante o real na contramão do fortalecimento da moeda americana durante a manhã ante peso mexicano, peso chileno e peso argentino", observa o operador Hideaki Iha, da corretora Fair.

Ele afirma, no entanto, que o ajuste de baixa do dólar frente o real é limitado pela cautela com o risco fiscal, após proposta do presidente Jair Bolsonaro de aumentar o benefício do Bolsa família a R$ 300, além da preocupação com a crise hídrica no País e percepção de aumento da reação contrária à medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras. A proposta deve ser votada nesta quarta no Senado, mas não há consenso entre líderes.

A Bolsa brasileira é marcada pela instabilidade tradicional dos dias de vencimento de opções sobre seu principal índice, o Ibovespa, que segue sem forças para retomar os 130 mil pontos da abertura e da máxima até o momento. Às 12h58, o Ibovespa caía 0,31%, chegando aos 129.687,28 pontos.

Apesar da pouca oscilação, o sinal de baixa prevalece, refletindo principalmente a queda das ações ligadas às commodities metálicas, que dão continuidade ao processo de realização de lucros e ainda reagem a novos sinais de crescimento econômico menos robusto do que o esperado da China, além de medidas adotadas pelo país para conter os preços das matérias-primas.

A desvalorização do Ibovespa também reflete a preocupação do mercado com a falta de Bolsonaro sobre o Bolsa Família e as incertezas em relação à MP da Eletrobras.

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (14) pelo Banco Central (BC), mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período foi de R$ 5,30 para R$ 5,18, ante R$ 5,30 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,30 para R$ 5,20, ante R$ 5,35 de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Relatório Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo Banco Central. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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O anúncio pelo IBGE de uma inflação em maio mais alta do que a esperada favorece o movimento de queda do dólar frente ao real. Um IPCA, índice oficial de inflação, mais salgado, pode pressionar o Banco Central a acelerar a alta de juros no País e acabar atraindo mais dólares para investimentos.

"A inflação mais alta no curto prazo deve ser um fator a ajudar na apreciação do real pelo canal de juros, mas é apenas um vetor a influenciar a taxa de câmbio. São muitos vetores e não podemos colocar todas as fichas em apenas um", avaliou Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) e sócio da consultoria BRGC.

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Para Ribeiro, o que mais tem influenciado é o recuo das taxas dos títulos dos Estados Unidos (treasuries) com prazo mais longo de vencimento. "O Fed (banco central americano) tem botado um pouco mais de água na fervura ao mostrar que a elevação dos juros americanos, que o mercado tinha na cabeça, não virá tão rápida."

O economista do Ibre ressaltou, porém, que está no radar o início da normalização da política monetária global e, consequentemente, redução dos estímulos adotados pelos Países durante a pandemia da covid-19. Esses estímulos levaram os bancos centrais em todo o mundo a injetarem dinheiro na economia como resposta ao combate do impacto da pandemia, aumentando o crédito e reduzindo os juros. Ribeiro destacou que esse processo vai influenciar os juros no mundo inteiro e ter impacto em outros preços, como de commodities, produtos básicos, como petróleo, grãos e minério de ferro.

Ao analisar os dados dos fatores que influenciaram o movimento do câmbio, Ribeiro discorda da avaliação recente de muitos economistas de que o dólar mais baixo reflete uma "descompressão" do risco fiscal por conta dos sinais de melhora na economia, como previsão mais baixa de dívida pública e crescimento mais alto do que o inicialmente previsto do PIB em 2021. "A melhora do câmbio teve influência de vários fatores que nada têm a ver com a situação fiscal."

Para ele, há espaço para o dólar cair abaixo de R$ 5. Mas é preciso ficar de olho nos fatores de risco que podem afetar esse caminho, sobretudo os ventos da política de juros global.

Apetite

O diretor de Estratégias Públicas do Grupo MAG, Arnaldo Lima, destacou que a recuperação da atividade econômica mundial gera maior apetite a risco dos investidores estrangeiros para injetar capital nos países em desenvolvimento, cujas expectativas de retorno financeiro podem ser maiores do que a dos países desenvolvidos. Segundo ele, o real não é a única moeda de países emergentes que está se apreciando frente ao dólar. Mas para que esse movimento positivo seja duradouro, o Brasil precisa ter vantagens comparativas, especialmente no equilíbrio das contas públicas e no controle da inflação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O dólar opera com sinais mistos e ajustando-se ao fechamento de sexta-feira (4) no mercado doméstico. O dólar para julho chegou a ensaiar viés de alta em meio ao avanço do dólar à vista depois de ter acumulado queda de 3,39% na semana passada, na esteira da alta dos rendimentos dos Treasuries longos. Contudo, o contrato futuro de julho volta a exibir viés de baixa.

O recuo dos preços do petróleo está no radar bem como fluxo cambial após captações corporativas e também IPOs na Bolsa. O resultado da balança comercial da China em maio veio pior que o esperado, embora com um saldo líquido forte.

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Também fica no foco desta segunda-feira (7) o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, que participa de coletiva sobre Relatório de Economia Bancária de 2020 (11h), dois dias antes do início do período de silêncio de uma semana de membros do Copom, que antecede a decisão sobre juros (dias 15 e 16).

Na pesquisa Focus, do Banco Central, divulgada mais cedo, os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em maio de 2021, de alta de 0,68% para 0,70%. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,46%. Para junho, a projeção no Focus foi de alta de 0,44% para 0,49% e, para julho, foi de alta de 0,32% para 0,34%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,31% e 0,30%, nesta ordem. No Focus de hoje, a inflação suavizada para os próximos 12 meses permaneceu em 4,16% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,06%.

Mas a projeção para o PIB de 2021 melhorou, passando de +3,96% para +4,36%, bem como para a relação do déficit primário/PIB em 2021, que caiu de 3,00% para 2,85%. Para a taxa de câmbio no fim de 2021, a mediana das expectativas seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,35 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio também seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,40 de quatro pesquisas atrás.

Às 9h30 desta segunda-feira, o dólar à vista subia 0,22%, a R$ 5,0467. O dólar futuro para julho tinha viés de baixa de 0,05%, a R$ 5,0595.

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (4) na volta do feriado local, ajustando-se ao dólar forte na esteira do avanço dos juros dos Treasuries na quinta-feira (3) em Nova York, após os dados de emprego privado dos Estados Unidos da ADP, pedidos de auxílio-desemprego norte-americanos e PMIs de serviços dos EUA melhores que o esperado. O índice DXY, que compara o dólar ante seis rivais, passou a exibir viés de baixa há pouco, mas a moeda americana ainda subia ante algumas divisas emergentes e ligadas a commodities, como o peso mexicano. O rendimentos dos Treasuries longos também recuam.

O driver dos investidores globais e no Brasil hoje é o resultado do payroll (dado de emprego) de maio dos Estados Unidos, previsto para o período da manhã.

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A mediana das expectativas é de criação de 700 mil postos (intervalo de 500 mil a 900 mil vagas), de acordo com as estimativas de 26 analistas consultados pelo Projeções Broadcast.

Às 9h22, o dólar à vista subia 0,42%, a R$ 5,1052, ante máxima a R$ 5,1187 (+0,68%) na abertura dos negócios.

O dólar futuro de julho ganhava 0,58%, a R$ 5,1165, ante máxima a R$ 5,1385 (+1,00%).

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 31, pelo Banco Central (BC), mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim período seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,40 de um mês atrás.

Para 2022, a projeção para o câmbio seguiu em R$ 5,30, ante R$ 5,40 de quatro pesquisas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano.

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A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

O dólar abriu e é negociado em queda ante o real na manhã desta terça-feira (18). O exterior positivo - com índices acionários e moedas emergentes em alta - é o que favorece esse movimento, numa manhã de atenção à CPI da Covid. A sessão com o ex-ministro Ernesto Araújo começou pouco antes das 9h30.

O petróleo sobe, diante do dólar fraco globalmente e do maior otimismo dos agentes econômicos com a reabertura das economias dos EUA e da Europa, que neste momento se sobrepõe a temores de que a demanda pela commodity na Ásia seja comprometida por uma nova onda de Covid-19.

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Serão conhecidos pela manhã os novos parâmetros macroeconômicos do governo brasileiro. Às 9h30, o Ministério da Economia divulga o boletim Macro Fiscal e, na sequência, realiza coletiva de imprensa.

Também fica no radar a reunião virtual do Banco Central com analistas do Rio de Janeiro. Ontem, em reunião com economistas de São Paulo, o grupo que participou do encontro à tarde com diretores do BC mostrou uma divisão em relação à "normalização parcial" da taxa de juros e inflação, que pode, segundo as fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, estar ocorrendo também entre os membros do Copom. "Reuniões dos economistas com o Banco Central devem exacerbar as preocupações do mercado com a inflação", escreveu hoje o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.

Mais cedo, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que o "governo deve voltar a exercer papel mais ativo e inteligente na economia". "Estímulos são investimentos para tornar economia mais competitiva e sustentável. Devemos reorientar política fiscal e resolver subinvestimento em infraestrutura", afirmou a secretária.

Em relatório, o Bradesco BBI projetou o Ibovespa a 135 mil pontos no fim de 2021 e 150 mil pontos no término de 2022, segundo relatório divulgado hoje. De acordo com a instituição, a mudança ocorreu devido a projeções mais altas para os lucros.

Às 9h20, O dólar spot caía 0,39% aos R$ 5,2469. O futuro recuava 0,59% aos R$ 5,253. O barril do Brent tinha alta de 0,62% e beirava os US$ 70, sendo vendido a US$ 69,88.

O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (17) pelo Banco Central, mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período foi de R$ 5,35 para R$ 5,30, ante R$ 5,40 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,40 para R$ 5,35, ante R$ 5,26 de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro passado pelo BC. Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

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A declaração do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, de que ainda não é hora nem de começar a discutir a retirada dos estímulos extraordinários nos Estados Unidos ajudou a enfraquecer o dólar no mercado mundial e a fortalecer os ativos de risco. Em meio a recordes nas bolsas em Nova York e desaceleração da alta dos juros longos americanos, o dólar ampliou a baixa nos países desenvolvidos e emergentes, caindo a R$ 5,35 ante o real na mínima do dia.

Ajudado por fluxo externo e um noticiário positivo interno, que inclui criação de vagas em março, medida pelo Caged, melhor que o esperado e previsão de chegada na quinta-feira do primeiro lote de vacina da Pfizer ao Brasil, o real teve o melhor desempenho nesta quarta-feira no mercado mundial de moedas, considerando as 34 divisas mais líquidas.

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No fechamento, o dólar à vista terminou a quarta-feira em queda de 1,82%, cotado em R$ 5,3616, menor nível desde o dia 2 de fevereiro (R$ 5,35). No mercado futuro, o dólar para maio era negociado em baixa de 1,78%, a R$ 5,3580 às 17h30.

As declarações de Powell após a reunião de política monetária do Fed, que manteve os juros e as compras mensais de ativos, foram vistas como "dovish", ou seja, defendendo juros baixos e mais tolerantes com a inflação. Powell e os demais dirigentes reconheceram a melhora da economia americana e a aceleração dos preços, mas avaliam que ela se deve a fatores transitórios e o apoio do Fed ainda é necessário para manter o fôlego da economia. "Não é ainda a hora de 'começar a começar' a falar sobre redução nos estímulos", afirmou o dirigente, levando a moeda americana para as mínimas e as bolsas para as máximas.

"O Fed foi claro em sua intenção de seguir provendo estímulos extraordinários para a economia", avalia a economista-chefe da corretora americana Stifel, Lindsey Piegza. Ela observa que Powell destacou que ainda não há sequer um cronograma para voltar a subir os juros e que os dirigentes são favoráveis a seguir tudo como está, pois é preciso "progresso adicional substancial" da atividade antes que o Fed mude sua política.

No noticiário local, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou a criação de vagas de março, de 184,1 mil vagas, e disse que todos os setores estão criando postos de trabalho, além de sinalizar avanço na reforma tributária, o que sempre agrada as mesas de operação. Ele disse que as primeiras doses de vacina da Pfizer chegam ao País nesta quinta-feira e no dia seguinte haverá a privatização da companhia de saneamento do Rio, a Cedae, o que pode trazer mais fluxo externo ao Brasil.

Dados do Banco Central mostram que o fluxo cambial em abril está positivo em US$ 773 milhões até o dia 23, com destaque para o canal comercial, com entradas de US$ 599 milhões. Na semana passada, houve maior peso do canal financeiro, com entrada líquida de US$ 831 milhões.

O dólar fechou a sexta-feira, 23, em alta, em um movimento de realização de ganhos, devolvendo parte da queda recente, mas acumulou baixa de 1,6% nos últimos cinco dias. Foi a quarta semana consecutiva de desvalorização ante o real, impulsionada pela maior propensão do investidor internacional a tomar risco, por conta das quedas das taxas de retorno dos juros longos americanos, o que tem trazido fluxo de capital externo para o país.

A resolução do imbróglio do Orçamento, que já durava quase um mês, também teve peso decisivo na melhora do real e a expectativa nas mesas é que agora a agenda de reformas volte a andar, embora a preocupação fiscal siga no radar.

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No encerramento da semana mais curta, o dólar terminou cotado em R$ 5,4973, em alta de 0,78%. No mercado futuro, era negociado com ganho de 0,68%, a R$ 5,4880 às 17h30.

Apesar de ter deixado gastos extra teto no orçamento, em nível acima do esperado, o fato de o governo ter encontrado uma solução para a novela envolvendo o texto sem decretar o estado de calamidade acabou dando algum alívio para os mercados, avalia a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, em sua carta semanal.

No caso do câmbio, a economista destaca ainda o crescimento das exportações este mês, ajudado pelas vendas da safra de soja, com superávit comercial de R$ 3 bilhões até a terceira semana do mês. Pela frente, a perspectiva de fluxo via comércio exterior é boa, por conta da exportação da safra de grãos e minério que acontecem em momento de alta dos preços das commodities.

Para o economista de América Latina da Capital Economics, Nikhil Sanghani, a sanção do orçamento por Bolsonaro traz alívio porque "tira o governo de uma buraco" e resolve a questão "por ora", deixando um ambiente que pode ser positivo para reformas. Por isso, o alívio no câmbio. Mas o orçamento mostra um Congresso propenso a querer mais gastos e o governo ainda teve que cortar despesas que podem afetar o funcionamento da máquina pública pela frente.

O resultado, observa Sanghani, é que o risco fiscal segue alto no Brasil, e deve continuar tendo efeito nos prêmios de risco, pressionando o câmbio, que deve fechar o ano em R$ 5,75, segundo previsões da consultoria. A Fitch Ratings também elogiou a preservação do teto de gastos pelo governo, mas alertou para a situação fiscal frágil do país, que precisa ser ajustada.

Contrariando o clima de cautela observado na Bolsa e no mercado de moedas internacional, o real teve um dia de fortalecimento e o melhor desempenho mundial, considerando uma cesta de 34 moedas mais líquidas. Entrada de capital estrangeiro e desmonte de posições contra a moeda brasileira no mercado futuro explicam a melhora, ressaltam profissionais das mesas de câmbio. Este movimentos é estimulado pelo fim da novela sobre o Orçamento de 2021, que deve ser sancionado nesta quinta-feira pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, com veto parcial, e leva o câmbio a corrigir exageros recentes. Com isso, a divisa dos EUA caiu a R$ 5,44 na mínima do dia.

No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 1,73%, a R$ 5,4546, o menor nível desde 24 de fevereiro, enquanto subiu em emergentes como México e África do Sul. No mercado futuro, o dólar para maio cedia 2,09%, cotado em R$ 5,4530 às 17h36.

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Apesar do Orçamento ter deixado R$ 125 bilhões em recursos fora do teto e do alerta nesta quinta da agência Moody's de que isso é negativo para o perfil de crédito para o Brasil, a visão entre participantes do mercado é que o impasse chega ao fim e abre caminho para a agenda de reformas, incluindo as microeconômicas, prosseguir. "A saga do orçamento parece ter chegado ao fim", afirma o economista para América Latina da consultoria inglesa Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia.

Abadia destaca que é preciso agora monitorar os próximos número da pandemia, para ver se mais pressão para gastos públicos virão. O economista espera uma atividade econômica mais aquecida na segunda metade do ano, com o avanço da vacinação, mas este cenário também depende da evolução da pandemia, além do cenário fiscal e do ambiente político. "Os mercados estão monitorando de perto cada movimento para avaliar a determinação do governo de ajustar as contas fiscais."

Nesse ambiente, abril tem sido marcado pela volta de aportes externos no Brasil e também por maior fluxo comercial, influenciado pela venda da safra agrícola a preços mais altos, destaca um gestor de multimercados. O real, ressalta este profissional, estava muito atrasado em relação a outras moedas e vem recuperando algum terreno. O ambiente de taxas mais comportadas de retornos (yields) dos juros longos americanos também ajuda.

Dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central mostram que o fluxo cambial está positivo no mês em US$ 747 milhões até o dia 16. Pelo comércio exterior entraram US$ 1,4 bilhões no período, de forma líquida. Mais recentemente, o canal financeiro também tem atraído mais capital. Na B3, por exemplo, no último dia 19, houve entradas de R$ 2,2 bilhões de estrangeiros.

O dólar engatou trajetória de alta nesta primeira sessão de abril e véspera de feriado, após encerrar a sessão da quarta-feira, 31, em queda de mais de 2%, chegando a R$ 5,7158 na máxima intraday na contramão do movimento frente a moedas de pares do real, que se valorizavam, principalmente na etapa vespertina dos negócios. De acordo com especialistas em câmbio, os investidores tomam posição defensiva por causa do imbróglio em relação ao Orçamento de 2021 que espelha os graves riscos fiscais do país e, do ponto de vista externo, a expectativa de que dados mais fortes do mercado de trabalho americano - a serem divulgados nos Estados Unidos enquanto o mercado estará fechado no Brasil - possam pressionar os juros dos Treasuries. E isso em meio à crise sanitária na qual o ritmo de vacinação é lento.

Ao final do dia, a divisa norte-americana encerrou em alta de 1,54%, cotada a R$ 5,7153.

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"Após o resultado do Payroll, o câmbio no Brasil deve abrir corrigindo na segunda-feira", ressalta Camila Abdelmalack economista-chefe da Veedha Investimentos. "Por isso, do ponto de vista externo, há uma cautela com o fortalecimento do dólar e a pressão sobre os juros dos Treasuries."

Segundo ela, localmente, o segundo trimestre do ano inicia com muitas incertezas do ponto de vista orçamentário, com algum ruído no que diz respeito às tratativas sobre as emendas e cortes das despesas obrigatórias e, sem a sanção presidencial, um risco de 'shutdown' batendo à porta.

Nesta quinta-feira, em relatório a clientes economistas do Santander escreveram que o ajuste terá que ocorrer mediante vetos, créditos suplementares ou contingenciamento, o que sempre traz fricções no relacionamento com ministérios, Congresso, outros Poderes, e com reflexos para a governabilidade.

O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco País, recuou a 224.57 pontos no período da tarde após chegar a 225.00 pontos na véspera, de acordo com cotações da IHS Markit.

Nos ativos correlacionados, os contratos futuros de petróleo fecharam em alta após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) informar que vai suspender gradualmente seus cortes de produção entre maio e julho. Investidores olham para as perspectivas de alta da demanda global por petróleo, diante do esperado relaxamento das medidas restritivas contra a pandemia em algumas das principais economias mundiais nos próximos meses. Já o contrato mais líquido do ouro também fechou em alta, impulsionado pelo recuo nos juros dos Treasuries e desvalorização do dólar ante pares durante a sessão, principalmente frente a uma cesta de moedas fortes e ainda de boa parte de emergentes, como México, Turquia e Chile.

Muito embora em queda forte nesta quarta-feira, que se acentuou na parte da tarde, o dólar encerra o mês de março praticamente no zero a zero, avanço de 0,41%. Entretanto, no primeiro trimestre a evolução foi de 8,48%, começando o ano no segmento à vista cotado a R$ 5,2681 para fechar o dia a R$ 5,6286 (recuo de 2,31%). No meio deste caminho encontrou o pico na casa dos R$ 5,80 no intraday.

O movimento na sessão de negócios desta quarta-feira esteve bastante alinhado com o de divisas de pares emergentes que ganharam força ante a moeda norte-americana, ainda que os juros dos títulos do governo norte-americano apontassem alta - o rendimento dos treasuries com vencimento em dez anos chegou a 1,74590%. O real foi o que mais se valorizou na comparação com uma cesta de 34 moedas.

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Para especialistas em câmbio, também houve certo alívio nas tensões políticas, a despeito do troca-troca ministerial, mas com a percepção de que o Congresso ganha força sobre o governo e a condução da crise sanitária.

Segundo Fernanda Consorte, economista-chefe da Ouroinvest, embora tenha havido uma escalada nas últimas semanas, algumas derrotas do governo para o Congresso, que cresceu com isso, podem ter dado algum fôlego aos agentes do mercado e isso é espelhado na taxa de câmbio. "Mas, ainda que recuando, o nível dos R$ 5,60 é muito alto e aponta para a conjuntura ruim que vivemos no país", ressalta.

Segundo ela, o risco embutido na taxa de câmbio atual está mais voltado para questões domésticas, como a demora no processo de vacinação dentro da crise sanitária, as perspectivas de um Produto Interno Bruto (PIB) negativo nestes primeiros três meses do ano, além das questões políticas.

Pela manhã, em um movimento técnico, o dólar chegou a escalar à marca dos R$ 5,77, mas firmou tendência de baixa em meio à briga pela definição da Ptax referencial do fim de março e do primeiro trimestre entre investidores vendidos e comprados em contratos cambiais.

Para Consorte, olhando para frente, um ponto de convergência nessa conjuntura seria a aceleração no processo de vacinação. Ela lembrou que, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que, em abril, o país já poderá estar imunizando 1 milhão de pessoas por dia. "Podemos chegar a níveis melhores na taxa de câmbio, se a vacinação acelerar."

Pelo segundo dia consecutivo, o dólar subiu a R$ 5,80 em uma manhã de volatilidade para depois arrefecer na etapa vespertina dos negócios. O movimento de apreciação do real, que também foi positivo nos ativos domésticos nesta terça-feira, 30, contrasta com um exterior ruim onde os rendimentos dos treasuries de vencimento mais longo avançavam, as cotações dos contratos futuros de petróleo recuavam, as moedas de pares emergentes perdiam valor frente à divisa americana e, ainda, os principais índices das bolsas de Nova York operavam no vermelho.

Neste último dia antes do fechamento do trimestre, o comportamento dos ativos locais em direção oposta ao exterior pode ser explicado por uma tendência técnica de ajuste de carteiras.

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O dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,7619, em baixa de 0,08%, mas oscilou no range entre R$ 5,8024, na máxima intraday e R$ 5,722, na mínima.

"O chamado 'embelezamento das carteiras' leva o movimento para a contramão dos sinais externos, mesmo diante do caos político e sanitário no qual o país está envolto", afirma Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, que nota que os investidores, ainda assim, estão vendo todo o cenário negativo, tanto que o Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco-País, avançou à marca dos 231.39 pontos no período da tarde, ante 228.38 pontos na véspera. "O investidor também está digerindo o que foi a reforma ministerial e avaliando o quanto isso pode ser positivo ou negativo em relação à ala mais ideológica."

Para Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, nos últimos dias, o real estava muito pressionado e houve uma melhora nesta terça. "Não vejo grande mudança de cenário, apenas houve um retorno do exagero que estava tendo", afirmou, ressaltando que a sessão tem ares de correção técnica.

Segundo Morelli, alguns analistas estão dizendo que o país está no pior momento da pandemia, tendo chegado ao pico da crise sanitária e já se mostram um pouco menos pessimistas. E, do ponto de vista político, a leitura é a de que, com as mudanças nos ministérios, o chamado Centrão ganhou um pouco mais de poder para fazer um contraponto ao governo. "O Centrão é muito pragmático, não vejo desprezando sinais, como até onde pode ir e o que pode ultrapassar, ainda mais no contexto em que foi procurado por empresários". A despeito disso, a cena política, afirma, ainda é complexa e disfuncional.

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