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O fim do ciclo de quatro anos à frente da seleção brasileira não se deu de forma agradável para a treinadora Pia Sundhage, anunciada na terça-feira como nova comandante da Suíça. Demitida em agosto, após a eliminação ainda na primeira fase da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia, a sueca falou sobre o assunto, em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo GE, e disse ter considerado 'cruel' a conduta do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, no momento de comunicar a decisão.

"Como você sabe, tive um encontro com o presidente e ele só me demitiu", disse Pia. "Sabe, para mostrar respeito sobre essa conversa. Sabe, você não está vencendo, você não vai continuar. Não foi o que foi dito naquela sala. Foi cruel. Três pessoas e o presidente. Para mostrar respeito por essa pequena reunião, eu não vou revelar o que foi dito. Eu sinto muito e fico triste com o que aconteceu", completou.

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Ainda sobre a relação com a CBF, a treinadora mostrou-se desapontada com a inconstância da entidade no apoio prometido à seleção feminina. De acordo com ela, o trabalho tinha um bom suporte no início, mas dificuldades se apresentaram com o passar do tempo, como a impossibilidade de viajar para observar partidas e atletas.

"Sim, bem no começo sim (houve apoio). Depois de um tempo, tivemos dificuldades de fazer o scout. Lembro do meu primeiro dia. Fomos a Porto Alegre. Era fantástico conhecer a liga. Eu precisava fazer com maior frequência, porque é um tipo diferente de futebol e queria fazer isso, mas eventualmente eu não era mais autorizada a viajar o quanto eu queria e nem meus assistentes também. Tivemos que nos acostumar com isso e olhar muitos jogos no computador", disse.

Em nota, a CBF desejou "sorte à treinadora Pia em seu novo desafio à frente da seleção da Suíça", destacou o legado deixado por ela no futebol feminino nacional e disse não ter o que comentar sobre "as demais informações não esclarecidas."

Bicampeã olímpica com a seleção dos Estados Unidos, Pia chegou ao Brasil em 2019, com a esperança de reformular a equipe e buscar feitos inéditos. No entanto, o trabalho passou longe dos resultados almejados. O único título de destaque foi a Copa América de 2022, diante de rivais mais fracos do nosso continente.

Nos Jogos de Tóquio, em 2021, o Brasil foi eliminado nas quartas de final pelo Canadá, que se tornaria campeão olímpico. O jogo terminou empatado sem gols, e as canadenses levaram a melhor nos pênaltis, ganhando por 4 a 3.

A Copa do Mundo, disputada entre julho e agosto do ano passado, marcou a maior frustração da era Pia. O Brasil chegou ao Mundial com a empolgação de bons desempenhos ante as poderosas Inglaterra e Alemanha, mas acabou eliminado ainda na fase de grupos. A seleção brasileira bateu o modesto Panamá (4 a 0), perdeu para a França (2 a 1) e empatou com a também limitada Jamaica (0 a 0).

A Fifa descartou nesta segunda-feira uma punição à CBF, que poderia tirar a seleção brasileira e os clubes do País de qualquer competição internacional. O anúncio foi feito pelo diretor jurídico da Fifa, Emilio Garcia, que se reuniu com o presidente Ednaldo Rodrigues e outros diretores da entidade na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

Segundo o dirigente da Fifa, havia risco iminente "de o Conselho da Fifa expulsar o Brasil de todas as disputas internacionais", o que só não se consumou porque o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devolveu a presidência a Ednaldo Rodrigues na última quinta-feira.

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"Este é um ponto crucial. A CBF, o futebol brasileiro, estava em risco. Havia um risco muito alto de o Conselho da Fifa tomar uma decisão, não contra o futebol brasileiro, mas contra a intervenção exterior no futebol brasileiro. Isso ficou descartado neste momento, com a decisão do Supremo", afirmou Garcia.

"A Fifa e Conmebol vieram ao Rio de Janeiro para poder garantir a independência da Confederação Brasileira de Futebol e o cumprimento dos estatutos da Fifa e da Conmebol. Ficamos aliviados com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (Federal), que restaura a presidência de Ednaldo à decisão livre e democrática do futebol brasileiro", acrescentou o dirigente da Fifa. "Estamos contentes que voltamos à situação original, em que o congresso (assembleia geral) do futebol brasileiro elege o seu presidente".

Ednaldo Rodrigues se mostrou aliviado. "Posso dizer que é o futebol brasileiro que ganha. não é o presidente. Fui eleito de forma clara e transparente pela unanimidade dos presentes na assembleia de 23 de março (de 2022). Ganha o futebol brasileiro quando tem sua autonomia restabelecida, quando tem a certeza que seus clubes vão cumprir as competições internacionais para as quais foram classificados, que a seleção brasileira possa, em todas as categorias, desenvolver seu futebol nas competições, como Eliminatórias de Copa do Mundo e Pré-Olímpico", disse Ednaldo.

A visita dos representantes da Fifa e da Conmebol aconteceu um mês depois de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituir Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Na ocasião, a 21ª Câmara de Direito Privado considerou inválido um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Estado e a CBF. A decisão anulou os efeitos da Assembleia Geral que elegera Ednaldo em 2022. O mandatário retomou o cargo apenas na semana passada, após liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF.

A Fifa não aceita interferência judicial ou de governos em suas confederações esportivas filiadas. Desde que a ação judicial começou a tramitar nos tribunais, a entidade máxima do futebol enviou duas cartas à CBF alertando para o risco de sanções "mesmo que a influência de terceiros não tenha sido culpa da associação membro em questão".

Mais do que uma medida prática, a chegada de um representante da entidade ao País serviu para mostrar à CBF que a Fifa cogitava de fato uma punição. O risco de sanção, contudo, diminuiu com o retorno (pelo menos até o momento) de Ednaldo ao poder.

Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira. Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), despachou favoravelmente ao dirigente após a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) publicarem pareceres favoráveis à suspensão da decisão judicial que afastou Ednaldo do cargo. Foi determinado o retorno imediato de Ednaldo ao cargo, mas o caso ainda deverá ser julgado pelo colegiado da Corte.

O STF foi acionado pelo PCdoB, autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) para tentar obter medida cautelar contra uma decisão emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) no início de dezembro do ano passado. Tal decisão destituiu o presidente da CBF a partir do cancelamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a entidade e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em março de 2022, antes das eleições que tiveram Ednaldo, até então interino, como vencedor.

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Ao Estadão, o advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e representante de Ednaldo, afirmou que havia uma "expectativa muito positiva" de que o dirigente fosse reconduzido ao cargo, citando o fato de a intervenção ferir o estatuto da CBF. A expectativa era de que a liminar determinando o retorno de Ednaldo à presidência fosse publicada nesta sexta-feira. O STF está em recesso e só deve votar o caso a partir do dia 1º de fevereiro.

Anteriormente, o PCdoB, que já havia tentado recolocar Ednaldo no cargo, alegou "fatos novos" para mover a nova ação. Um deles se refere à possibilidade de a seleção brasileira masculina de futebol ficar fora da Olimpíada de Paris-2024 por não poder se inscrever no Pré-Olímpico a tempo. A inscrição junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) tem prazo até esta sexta-feira. O risco enfrentado pela entidade por causa da demora na resolução também pesou a favor de Ednaldo.

Após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, a Justiça do Rio nomeou o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, como interventor na CBF e deu prazo de 30 dias úteis para a convocação de novas eleições. Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), lançaram pré-candidatura ao cargo. Porém, tanto a Conmebol quanto a Fifa não reconhecem a legitimidade de Perdiz como presidente temporário da CBF.

No parecer desta quinta, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, defendeu a legitimidade do acordo entre CBF e o MP-RJ, assim como da eleição de Ednaldo, mas aponta como risco principal da situação "o fato de que a confederação é atualmente dirigida por interventor indicado pelo TJRJ, cujos atos de gestão não são reconhecidos pela Fifa, conforme anunciado pela própria entidade máxima do futebol mundial e divulgado na imprensa".

Em seu parecer, a AGU também aborda que a intervenção da Justiça do Rio na CBF e a nomeação de José Perdiz como interventor não são "constitucionalmente adequadas e consentâneas com a autonomia desportiva constitucionalmente assegurada". Tanto a AGU quanto a PGR também citam o risco de suspensão da seleção e times brasileiros de competições realizadas pela Fifa e pela Conmebol como agravante.

Na segunda-feira, dia 8, uma comitiva com três integrantes da Fifa e da Conmebol desembarca no Brasil para visitar a sede da CBF. A entidade máxima do futebol, por meio de carta, afirmou que pretende se reunir com Ednaldo e José Perdiz, além de lideranças políticas, para acompanhar de perto o desenrolar do caso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) publicaram, nesta quinta-feira, pareceres favoráveis à suspensão da decisão judicial que tirou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Os documentos não têm nenhum efeito prático neste momento, mas dão força para o possível retorno do mandatário à entidade, pois terão influência na deliberação de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que solicitou a avaliação da PGR e da AGU sobre o caso. Os dois órgãos concordam que o risco de o Brasil ficar fora da Olimpíada e de receber outras punições dão base à recondução de Ednaldo, já que José Perdiz, atual interventor da CBF, não é reconhecido pelo Fifa.

O STF foi acionado pelo PCdoB, autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para tentar obter medida cautelar contra uma decisão emitida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) no início de dezembro do ano passado. Tal decisão destituiu o presidente da CBF a partir do cancelamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em março de 2022, antes das eleições que tiveram Ednaldo, até então interino, como vencedor.

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O PCdoB, que já havia feito uma primeira tentativa de devolver a presidência a Ednaldo, alegou "fatos novos" para mover a nova ação. Um deles se refere à possibilidade de a seleção brasileira masculina de futebol ficar fora da Olimpíada de Paris-2024 por não poder se inscrever no Pré-Olímpico a tempo. A inscrição junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) tem prazo até esta sexta-feira.

O problema é que tanto a Conmebol quanto a Fifa não reconhecem a legitimidade do presidente temporário da CBF, José Perdiz de Jesus, que chegou ao cargo também por decisão do TJ-RJ, no início de dezembro. Além disso, o partido político aponta para a ameaça de punições à CBF feita pela Fifa. No parecer desta quinta, o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, avaliou como plausíveis os argumentos.

Gonet defende a legitimidade do acordo entre CBF e o MP-RJ, assim como da eleição de Ednaldo, mas aponta como risco principal da situação "o fato de que a confederação é atualmente dirigida por interventor indicado pelo Tribunal de

Justiça do Rio de Janeiro, cujos atos de gestão não são reconhecidos pela FIFA, conforme anunciado pela própria entidade máxima do futebol mundial e divulgado na imprensa". Também cita a possibilidade de "suspensão da participação da seleção brasileira e dos times nacionais em competições por ela (Fifa) organizadas e, também, pela CONMBEBOL", antes de concluir recomendando "deferimento parcial da medida cautelar".

Já o parecer da AGU também destaca a nomeação de Perdiz como interventor. "De fato, a interpretação dos dispositivos legais impugnados no sentido de permitir que o Poder Judiciário nomeie interventor em instituição, desportiva, a despeito de seus estatutos, não parece, ao menos neste exame preliminar, constitucionalmente adequada e consentânea com a autonomia desportiva constitucionalmente assegurada". Assim como no documento da PGR, cita a possível exclusão da CBF de competições contentais e internacionais. O texto termina pedindo a revalidação ds efeitos do TAC e a "recondução Ednaldo Rodrigues ao cargo de Presidente da Confederação Brasileira de Futebol".

A petição do PCdoB é a segunda tentativa de buscar, via STF, a volta de Ednaldo à presidência da CBF. No fim de dezembro, o Partido Social Democrático (PSD) apresentou uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) com o mesmo objetivo, mas não teve sucesso. O ministro André Mendonça rejeitou o recurso alegando que o processo transcorre há mais de seis anos nas instâncias ordinárias da Justiça do Rio de Janeiro, sem qualquer medida de urgência.

VISITA DA FIFA

O imbróglio deve começar a ser resolvido na segunda-feira, quando desembarcarão no Brasil uma comitiva com três integrantes da Fifa e da Conmebol, que fará uma visita à sede da CBF. Em carta, a entidade que gere o futebol mundial já avisou que quer fazer reuniões tanto com Ednaldo quanto com Perdiz, além de encontrar lideranças políticas do governo federal neste período.

Somente após a visita a entidade poderá vir a reconhecer a legitimidade de Perdiz. A Fifa já avisou que não reconheceria o resultado de nenhuma eleição realizada antes de sua visita - o pleito para definir o novo presidente da confederação brasileira ainda não tem data.

O CASO

O julgamento que acabou tirando Ednaldo do poder do futebol tratou da legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em março de 2022. Na época, o TAC permitiu que a Assembleia Geral da entidade elegesse Ednaldo presidente. Mas os desembargadores Gabriel Zéfiro, Mauro Martins e Mafalda Lucchese consideraram inicialmente que o MP não poderia ter ajuizado Ação Civil Pública (ACP) contra as eleições realizadas pela entidade em 2017, quando Rogério Caboclo foi eleito.

A revisão ocorreu a pedido de dois ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero. Assim, o TAC também foi considerado nulo. Outros dirigentes de federações também acionaram a Justiça.

A CBF e o MP-RJ firmaram o TAC porque o órgão da Justiça considerava ilegais as regras que regiam a eleição na confederação, ou seja, a que levou Ednaldo Rodrigues ao cargo de presidente. Isso porque uma mudança no estatuto da entidade, em 2017, estabeleceu pesos diferentes para os votos praticados por federações e clubes - a brecha permitia clubes e federações de votarem em conjunto para eleger o presidente. Foi sob essa regra que Rogério Caboclo elegeu-se presidente da CBF em 2017, indicado pelo então dirigente afastado Marco Polo del Nero. Caboclo foi destituído, em meio a denúncias de assédio.

Ednaldo, então vice-presidente da CBF, assumiu o comando de forma interina após o afastamento de Caboclo. Opositores tentaram barrar a eleição de março de 2022 alegando que o TAC fora assinado por ele, como presidente interino, e serviu para referendar uma eleição que o tornaria presidente de fato.

Quatro dias após renovar seu contrato com o Real Madrid, Carlo Ancelotti reforçou sua decisão nesta terça-feira e disse que "as coisas aconteceram como eu queria". O técnico italiano também confirmou e agradeceu o contato de Ednaldo Rodrigues, presidente afastado da CBF.

"Todo mundo sabe, é a realidade, o Real Madrid também sabe que eu tive contato com o presidente da CBF, que era o Ednaldo Rodrigues. Quero agradecê-lo pelo carinho e interesse que demonstrou para que eu treinasse a seleção brasileira. Me senti muito honrado e orgulhoso, mas dependia da minha situação no Real Madrid. Isso estava claro para todos", comentou Ancelotti.

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O treinador, sem explicar se esta teria sido a causa da sua renovação com o Real, mencionou que Ednaldo deixou a presidência da CBF recentemente. "Nos últimos meses, aconteceu que o Ednaldo deixou de ser presidente da confederação, mas o contato aconteceu. No fim das contas, as coisas aconteceram como eu queria, que era continuar aqui", declarou.

Questionado sobre o futuro, numa possível nova negociação para comandar a seleção brasileira, Ancelotti se esquivou. "Posso conceber isso, pensar em ser treinador do Brasil é um grande sonho, mas não sei se vão me querer em 2026. Não sei se eles estão felizes com a minha decisão", disse o técnico, que renovou com o Real justamente até 2026.

A renovação foi anunciada na sexta-feira, ampliando o momento de crise e instabilidade vivido pela CBF, após o afastamento de Ednaldo, em decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no início deste mês. A entidade vem sendo comandada temporariamente por José Perdiz de Jesus, que era o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Ednaldo vem tentando retomar seu posto na Justiça, mas só sofreu derrotas recentemente, tanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente afastado considerava Ancelotti o futuro treinador da seleção brasileira, em substituição a Fernando Diniz, contratado por um prazo definido de um ano, em julho de 2023. Na ocasião, Ednaldo anunciou também publicamente Ancelotti, que assumiria o cargo a tempo de liderar a seleção na Copa América, marcada para começar no fim de junho de 2024.

"Então, (Diniz) é um treinador que realmente a proposta de jogo dele é quase parecida também com a do treinador que assumirá a partir da Copa América, o Ancelotti. Tem quase o mesmo tipo de proposta de jogo", declarou Ednaldo, na época.

Apesar das declarações do então mandatário da CBF, Ancelotti vinha se esquivando publicamente. Questionado diversas vezes sobre o seu futuro em entrevistas coletivas no Real, o italiano evitava confirmar qualquer acerto com a seleção brasileira. Em resposta, Ednaldo minimizava a postura do treinador. "É um detalhe dele. Isso aí, só ele para responder", chegou a comentar.

O então presidente da CBF vinha tratando Diniz como o responsável por fazer uma transição na seleção, entre o fim da era Tite, encerrada em dezembro de 2022, e a chegada de Ancelotti, considerado referência pelo próprio treinador gaúcho.

Afastado da presidência da CBF desde 7 de dezembro, Ednaldo Rodrigues não pretende voltar a concorrer ao cargo. Em sua primeira manifestação pública desde a destituição, o dirigente baiano disse aguardar os próximos desfechos judiciais para entender melhor se há viabilidade de retomar o mandato e garante que, caso o retorno não seja possível, está decidido a não participar de novas eleições, seja da votação prevista para janeiro, sob organização do interventor José Perdiz, ou para aquela que acontecerá em 2025, dentro do ciclo habitual de eleições da entidade.

"É preciso esperar a missão da Fifa e da Conmebol, e também as decisões da Justiça, para entender o cenário e ter alguma definição. Da minha parte, tenho conversado muito com minha família e assumi um compromisso: meu tempo de disputas eleitorais acabou", disse Ednaldo em entrevista à "Veja", ao ser questionado sobre sua visão a respeito do cenário político da CBF em meio à intervenção.

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O dirigente está afastado porque a Justiça invalidou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que ele assinou junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro em 2022, quando era presidente interino, após o afastamento do então presidente Rogério Caboclo. Tal documento, no qual Ednaldo se comprometia a rever o formato da eleição anterior ao organizar uma nova votação, foi apontado, em ação movida pelo ex-vice da CBF Gustavo Feijó, como uma manobra do interino para facilitar a chegada à presidência.

Em tom conciliador, Ednaldo disse à "Veja" que reconhece não ter dialogado com alguns setores importantes do esporte enquanto esteve à frente da CBF, mas prometeu se dedicar à reconciliação caso a TAC volte a ser validada, questão que foi levada aos tribunais superiores. "Surgiu agora esta dúvida sobre a competência do Ministério Público e a validade do TAC. Além disso, reconheço que faltou mais diálogo e abertura com setores importantes do futebol e da sociedade brasileira", disse. "Confio na Justiça e nos órgãos do esporte. Se a validade do TAC for reconhecida, buscarei diálogo com todos os atores para fazer as mudanças necessárias até a eleição em 2025, da qual não participarei", concluiu.

Fora da cadeira principal da CBF, o presidente afastado sofreu mais uma derrota pessoal nesta sexta-feira, já que o Real Madrid anunciou a renovação de contrato do treinador Carlo Ancelotti, nome que Ednaldo garantia como próximo técnico da seleção brasileira. O dirigente contratou Fernando Diniz como comandante provisório, com contrato até junho de 2024, quando acabaria o vínculo de Ancelotti com o Real. Com o novo compromisso assinado, o italiano fica no time merengue até 2026, ano da Copa do Mundo dos Estados Unidos, México e Canadá.

O CAMINHO DA DESTITUIÇÃO

O novo imbróglio judicial da CBF se dá em razão de um processo que se arrastava por anos, até ser momentaneamente solucionado com assinatura da TAC. Na eleição para presidente da CBF, cada clube das séries A e B tem direito a um voto, assim como as federações estaduais de futebol. Durante as últimas eleições, inclusive a de 2022, que colocou Ednaldo no poder, os votos das federações tiveram peso 3, contra pesos 2 e 1 dos clubes da primeira e segunda divisão, respectivamente.

Este sistema de divisão de pesos foi definido em uma assembleia em 2017, sem a presença dos clubes, o que feriu a Lei Pelé, por isso o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) questionou o formato por meio de uma ação, movida em 2018.

Em julho de 2021, logo após o afastamento do então presidente Rogério Caboclo por causa de denúncias de assédio sexual - das quais o ex-mandatário foi inocentado pela Justiça -, foi determinado judicialmente que toda a diretoria eleita com Caboclo em 2017, de vices aos demais cargos, deveria ser destituída por ter sido escolhida sob as regras alteradas. Em agosto, após algumas intervenções, Ednaldo, então presidente da Federação Baiana, assumiu interinamente a presidência da CBF.

Antes de ser eleito oficialmente, em março de 2022, Ednaldo assinou a TAC junto ao MPRJ e se comprometeu a rever o formato de votação, desta vez em uma assembleia realizada com presença dos clubes, que acabaram concordando em manter o valor dos pesos que causaram tanta polêmica. Algumas semanas depois, Ednaldo foi eleito, sem nenhuma chapa concorrente.

O problema que levou a destituição, contudo, não foi a manutenção dos pesos, mas uma reivindicação dos vice-presidentes do mandato de Caboclo, que defendem que o acordo com o MPRJ beneficiou Ednaldo, uma vez que ainda era interino quando assinou o documento e foi eleito logo em seguida, sob as regras que ele mesmo homologou. Também é apontado o fato de o acordo ter sido celebrado apenas entre ele e um único promotor.

Atualmente, a CBF está sob comando de José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e encarregado de realizar novas eleições até a segunda quinzena de janeiro. A votação não deve ocorrer antes de uma visita de membros da Fifa no dia 8 de janeiro. A entidade internacional reforçou, no último domingo, que não hesitará em sancionar a CBF, inclusive com suspensão, em caso de qualquer violação no processo de escolha de uma nova presidente.

A liminar que buscava reverter o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi rejeitada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Mendonça, o processo transcorre há mais de seis anos nas instâncias ordinárias da Justiça do Rio de Janeiro sem qualquer medida de urgência. Ednaldo Rodrigues está afastado do comando da entidade desde 7 de dezembro, por decisão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

O pedido da medida de urgência feita ao STF é de autoria do Partido Social Democrático (PSD). O argumento é de que a decisão judicial do TJ-RJ "afronta as atribuições constitucionais do Ministério Público e a autonomia das entidades de práticas desportivas". Na prática, a decisão da Justiça do Rio derrubou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que permitiu assembleias da CBF. Um dos encontros anulados foi o que elegeu Ednaldo.

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Ao decidir sobre o pedido, Mendonça ressaltou que, apesar da complexidade do caso, o processo transcorreu por mais de seis anos sem a vigência de qualquer medida de urgência. Segundo o ministro, isso é motivo para não conceder a liminar que faria Ednaldo voltar ao cargo de presidente da CBF.

ENTENDA O AFASTAMENTO DE EDNALDO RODRIGUES DA PRESIDÊNCIA DA CBF

O caso começou quando uma ação do MP-RJ pediu a anulação de assembleia geral realizada pela CBF, em março de 2017, que alterou regras eleitorais internas. Alegou-se, à época, que as modificações não teriam obedecido aos princípios da transparência e publicidade. Em 2021, essas alterações foram anuladas. Em consequência, foram debatidas novas regras com participação dos clubes e federações e realizadas novas eleições.

Em fevereiro de 2022, foi firmado acordo (Termo de Ajustamento de Conduta) entre o MP-RJ e a CBF para conferir estabilidade em favor da entidade máxima do futebol. No começo deste mês, o TJ-RJ julgou a legalidade do TAC e anulou assembleias da CBF.

No pedido de liminar negado pelo STF, o PSD sustentou que a manutenção do afastamento do presidente da CBF pode representar represálias por parte da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). José Perdiz de Jesus foi nomeado como interventor e presidente em exercício da CBF. Isso desagradou Fifa e Conmebol, que farão uma visita ao Brasil em janeiro.

Enquanto isso, Ednaldo Rodrigues já havia recorrido no Supremo Tribunal Judicial (STJ) para reverter a situação, alegando que o seu afastamento coloca em risco "a organização do futebol no País e toda a sua cadeia econômica". O pedido foi negado. O MP-RJ também foi ao STJ questionar a decisão do TJ-RJ, mas o Tribunal não aceitou a tese apresentada.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), através da ministra Thereza de Assis Moura, negou o retorno de Ednaldo Rodrigues ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que está afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) desde o dia 7 de dezembro. Para o órgão, Ednaldo não tem legitimidades para firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público.

Na última segunda-feira (11), os advogados de Ednaldo Rodrigues entraram com um recurso após o TJRJ publicar a decisão da anulação da eleição do ex-cartola, realizada em março de 2022. Os nove advogados contratados para defender a entidade pediam que se fosse mantida a analuação da eleição de Ednaldo, fosse permitido que ele convocasse um novo pleito.

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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF em julgamento realizado nesta quinta-feira. Por 3 votos a 0, a 21ª Câmara de Direito Privado considerou que o Ministério Público do Rio (MP-RJ) não tinha legitimidade para agir em assuntos ligados à confederação, considerando que se trata de uma entidade privada. A corte também estabeleceu que o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, atue como interventor na CBF até a convocação de novas eleições. A CBF irá recorrer.

O julgamento desta quinta-feira tratou da legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela CBF e pelo Ministério Público do Rio em março do ano passado. Naquela época, o TAC permitiu que a Assembleia Geral da CBF elegesse Ednaldo Rodrigues para comandar a entidade.

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O acordo foi firmado porque o MP-RJ considerava ilegais as regras que regiam a eleição na confederação brasileira. Isso porque uma mudança no estatuto da entidade, em 2017, estabeleceu pesos diferentes para os votos praticados por federações e clubes das Séries A e B. Na prática, bastava as federações votarem em conjunto para definir o presidente.

Foi sob essa regra que Rogério Caboclo, indicado pelo presidente afastado Marco Polo del Nero, elegeu-se presidente da CBF naquele ano. E ele tinha entre um de seus vices o próprio Ednaldo Rodrigues, que acabaria assumindo o comando da entidade de forma interina quando Caboclo foi destituído, em meio a denúncias de assédio - que ele sempre negou e pelas quais foi inocentado na Justiça.

Opositores de Ednaldo tentaram barrar a eleição de março de 2022 alegando que o TAC fora assinado por ele, como presidente interino, e serviu para referendar uma eleição que o tornaria presidente de fato. Nesta quinta-feira, a Justiça do Rio acatou o pleito.

FIFA ENCAMINHOU OFÍCIO À CBF ALERTANDO PARA RISCO DE SUSPENSÃO

Em meio a essa movimentação na Justiça, que teria entre os articuladores cartolas afastados pela Fifa, na semana passada a entidade máxima do futebol mundial enviou uma notificação à CBF alertando que a confederação poderia ser suspensa caso Ednaldo Rodrigues fosse afastado "por influência indevida de terceiros".

"Gostaríamos de lembrar que de acordo com o art. 14 par. 1 i) e art. 19 dos Estatutos da Fifa, as associações membros da FIFA são obrigadas a gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros. Qualquer violação destas obrigações pode levar a potenciais sanções, conforme previsto nos Estatutos da Fifa", dizia trecho do documento.

"Além disso, e em relação ao acima exposto, gostaríamos de enfatizar que quaisquer violações ao art. 14 par. 1 i) dos Estatutos da Fifa também pode levar a sanções, mesmo que a influência de terceiros não tenha sido culpa da associação membro em questão (art. 14, parágrafo 3 dos Estatutos da Fifa)", acrescentava o texto.

Nesta quinta-feira, a Fifa e a Conmebol reiteraram o alerta, em resposta a consultas realizadas pelo secretário-geral da CBF, Alcino Reis. Caso a suspensão seja levada adiante, uma das primeiras consequências práticas pode ser a exclusão do Fluminense do Mundial de Clubes, marcado para este mês na Arábia Saudita.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, disse ao GE, nesta terça-feira (13), qual o prazo dele para esperar por Carlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid e prioridade da CBF para ser o treinador da Seleção Brasileira.

Ednaldo, que está em viagem à Europa para acompanhar a Seleção em dois amistosos, e também para negociar com Ancelotti, afirmou que o prazo para definição do treinador italiano será até o fim do mês atual. 

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“Tivemos contatos e acho que teremos uma definição bem nítida no máximo até dia 30 deste mês. Aí então esclareceremos a todos vocês. Mas continua o nosso plano A, que é exatamente o Carlo Ancelotti, a gente espera que dê certo", disse.

O presidente da CBF, que logo após a Copa do Mundo disse que até o mês de fevereiro esperava já ter uma decisão, segue em busca de tentar contar com o experiente treinador italiano. Ancelotti porém já reforçou o desejo de permanecer no Real Madrid, mas ainda assim Ednaldo insiste no nome.

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, confirmou que Carlo Ancelotti, atual treinador do Real Madrid, é o principal candidato para assumir o comando da seleção brasileira. A declaração foi dada logo após o Brasil perder do Marrocos por 2 a 1 em amistoso. A equipe foi dirigida por Ramon Menezes.

"Ancelotti é unanimemente respeitado entre os jogadores. Não apenas Ronaldo Fenômeno ou Vinicius Junior, mas todos que jogaram sob o seu comando. Eu o admiro muito pela honestidade na forma como trabalha e pela constância do seu trabalho. Não precisa de apresentações. É mesmo um treinador top, que tem várias conquistas e esperamos que possa ter ainda mais", afirmou Ednaldo Rodrigues à agência Reuters.

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O presidente declarou ainda que Ancelotti não é apenas unanimidade na CBF, mas sim entre os brasileiros, que estão pedindo pela contratação do italiano.

"Ancelotti não é apenas o favorito dos jogadores, mas também dos torcedores. Em todos os lugares que vou no Brasil, em todos os estádios, ele é o primeiro nome que os torcedores me perguntam. Eles falam dele de forma muito carinhosa, em reconhecimento a um trabalho exemplar que tem feito em sua carreira. Vamos ter fé em Deus, esperar o momento oportuno e vamos ver se conseguimos na busca do novo técnico da seleção brasileira", disse.

Ednaldo afirmou ainda que a meta da CBF é anunciar um novo treinador até junho. A seleção brasileira está sem um técnico desde quando terminou a Copa do Mundo. Na ocasião, Tite se despediu com a eliminação para a Croácia.

"Seremos muito éticos na nossa abordagem e respeitamos os contratos que estão em vigor. Também respeitamos muito o trabalho que é feito por qualquer treinador e seu clube, para fazer qualquer tipo de abordagem. Seria uma falta de respeito para o presidente dos clubes em questão. Precisamos de um técnico que tenha o respeito e a admiração dos jogadores", disse.

Até o momento, o Brasil segue sem um próximo adversário definido. As Eliminatórias para a Copa do Mundo começam apenas em setembro. Além de Ancelotti, outros nomes estão entre os cotados, a exemplo de Pep Guardiola, Fernando Diniz e Abel Ferreira.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi eleito nessa quarta-feira por unanimidade pela Conmebol para integrar o Conselho da Fifa, principal órgão de tomada de decisões da entidade. O cartola brasileiro assumiu o cargo nesta quinta-feira, durante o 73.º Congresso da Fifa, que reelegeu Gianni Infantino para mais quatro anos à frente da entidade.

O Conselho da Fifa é formado por 37 integrantes e inclui, além do próprio Infantino, dirigentes de todas as confederações continentais. O mandato de cada integrante é de quatro anos, com direito a concorrer a até duas reeleições. O colegiado é responsável por definir rumos importantes do futebol mundial - foi esse grupo, por exemplo, que definiu as regras da próxima Copa do Mundo.

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Em discurso em Kigali, capital de Ruanda, onde nesta quinta-feira acontece o Congresso da Fifa, Ednaldo Rodrigues agradeceu a indicação para o cargo. "Vou trabalhar dentro da filosofia do futebol mundial, em prol de todas as bandeiras que possam fazer o futebol um mundo melhor", declarou.

Historicamente, o Brasil sempre teve representantes no Conselho da Fifa - até 2016, o órgão se chamava Comitê Executivo. O cargo em geral era ocupado pelo presidente da CBF, mas nos últimos anos tinha um dos vices como representante, Fernando Sarney.

Sarney passou a ser o indicado a partir do Fifagate, o escândalo que levou à prisão o ex-presidente da CBF José Maria Marin e que teve outro mandatário da entidade, Marco Polo del Nero, entre os acusados. Sem poder sair do País por risco de ser preso, Del Nero indicou Sarney para assumir cargos de representação na Fifa.

Além deles, Ricardo Teixeira também foi integrante do colegiado. Ele renunciou ao cargo em 2012, após uma série de denúncias de corrupção em que se viu envolvido - e que sempre negou.

Ainda que nenhum nome tenha sido oficialmente procurado, o novo técnico da seleção brasileira será definido nas próximas semanas e estará à beira do campo já para as duas datas Fifa de março. A garantia é do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que declarou ser contra um treinador interino - possibilidade que chegou a ser aventada para o caso de a entidade ir atrás de um técnico europeu que esteja empregado.

"A gente não espera ter um treinador interino. Eu espero que possa ser um treinador em definitivo. As datas Fifa, que serão amistosos da seleção brasileira em março, eu acredito que já estará com treinador", afirmou Ednaldo nesta terça-feira. "Pode até ser que aconteça, mas o que eu pretendo é que em março já possamos ter um treinador definitivo, não um treinador que seja provisório."

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A procura pelo técnico que terá a missão de recuperar o "futebol ofensivo" da seleção, classificá-la para a Copa do Mundo de 2026 e, finalmente, conquistar o Mundial após 24 anos de jejum começou nesta terça-feira, assim que Tite assinou sua rescisão de contrato. O agora ex-treinador esteve na sede da CBF no início da tarde e encerrou de forma oficial seu vínculo.

"A busca vai começar agora", assegurou Ednaldo. "Eu sempre procurei ter respeito às pessoas que prestam trabalho a essa instituição, sejam diretores, sejam colaboradores. Eu ouvi tantos nomes (de treinadores)… Até a virada do ano eu acho que haviam 26 nomes, não sei se de lá pra cá chegou mais", brincou, negando que tivesse partido dele ou de emissários qualquer tipo de consulta.

O cartola não deu pistas de quem é o nome buscado, mas deixou escapar que "um desses que vocês sempre colocaram ali, com certeza já se começou a trabalhar em cima dele". E a tendência é de que seja mesmo um estrangeiro, ainda que Ednaldo despiste.

"Não temos nenhum decreto de que tenha que ser um treinador estrangeiro, como também ser brasileiro. Não temos preconceito de nacionalidade. O que queremos é que possa ser um treinador de respeito e que possa dar à seleção um padrão de jogo que seja condizente com aqueles atletas e com aquilo que o Brasil sempre procurou fazer, ser bem ofensivo", sustentou.

"O treinador que vier a gente quer que seja dedicado, com muito comprometimento, e que possa principalmente não só estar com os olhos voltados para a seleção principal, mas também com as seleções de base, Olímpica, sub-17", acrescentou o presidente da CBF.

DIRETOR DE SELEÇÕES

Além de Tite, toda a comissão técnica será dispensada, assim como o coordenador da seleção, Juninho Paulista. Parte deles - incluindo Juninho - ainda não foi desligado por questões meramente burocráticas. Isso porque todos são contratados sob regime de CLT e há prazos a serem cumpridos. Juninho, inclusive, segue de férias.

O que é certo é que o novo executivo que será contratado terá funções mais amplas. "Será um diretor de seleções, não um coordenador de uma seleção só", explicou Ednaldo, que quer um profissional "com bom trânsito entre os clubes". O perfil buscado é de um ex-atleta.

Os analistas de desempenho da seleção, por sua vez, seguirão empregados - ao menos por ora. A ideia é que o próximo treinador tenha uma grande base de informações para começar seu trabalho. A partir daí, caberá ao profissional decidir se manterá a equipe ou se irá alterá-la.

Em nota publicada nesta quinta-feira (17), o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, desmentiu o vice-presidente, Francisco Noveletto, que afirmou, em entrevista, que Pep Guardiola foi procurado para treinar a Seleção Brasileira.

Francisco disse à Rádio Grenal que, há três anos, procurou o staff de Guardiola e ouviu que ele teria o desejo de treinar a Seleção Brasileira, mas que o valor atual do salário seria um problema. O técnico recebe cerca de 24 milhões de euros por ano, algo em torno de 150 milhões de reais, no Manchester City. Além disso, ele afirmou que Dorival Júnior seria outra opção para o cargo.

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Nesta semana, o comentarista e ex-jogador Caio Ribeiro chegou a cravar que Mano Menezes seria o próximo treinador do Brasil. Os casos acabaram levando o presidente da CBF a reagir. Ednaldo afirma que desde que assumiu o comando da CBF, depois dos escândalos de assédio envolvendo o ex-presidente, Rogério Caboclo, ele nunca tratou com alguma comissão técnica: "Qualquer notícia em contrário é mentira. Não sei o intuito de fazerem isso. Essa questão só será tratada em janeiro", disse.

O assunto só será pauta na CBF depois da Copa do Mundo, quando o Brasil ficará sem treinador, visto que Tite já informou que não vai permanecer no cargo.

Confíra a nota:

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, informa que, desde a data que assumiu o cargo, jamais tratou com qualquer dirigente do futebol do futuro comando técnico da seleção brasileira após a Copa do Mundo. Rodrigues afirma que nunca conversou sobre a questão com qualquer vice-presidente da entidade, presidente de federação, dirigente de clube ou familiar.

O presidente reitera que a entidade está focada 100% na conquista do hexacampeonato, sob o comando do técnico Tite.

"Qualquer notícia em contrário é mentira. Não sei o intuito de fazer isso. Essa questão só será tratada em janeiro", afirma o presidente da CBF."

Quase por aclamação, o baiano Ednaldo Rodrigues foi eleito nesta quarta-feira como novo presidente da CBF. No cargo de forma interina desde agosto do ano passado, ele recebeu 26 votos das federações, 20 dos clubes da Série A e 19 dos clubes da Série B. A federação alagoana e a Ponte Preta foram os únicos que não votaram.

Tão logo foi confirmada a votação, Ednaldo discursou como presidente. "Queremos virar a página da CBF, a página triste", afirmou o novo mandatário da entidade. "Nós queremos agora abrir uma nova jornada no futebol brasileiro."

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Apesar da votação quase unânime, o pleito não foi exatamente tranquilo, o que tem sido comum em tudo o que envolve o poder na CBF nos últimos anos. Antes do início, o ex-vice-presidente Gustavo Feijó tomou a mesa montada para uso da comissão eleitoral e tentou impedir a votação. Ele alegou que a assembleia não poderia ser realizada devido a uma decisão judicial.

A ação citada corre na 1ª Vara Cível de Maceió (AL), que na tarde de terça suspendeu a Assembleia Geral Eleitoral - e que foi protocolada pelo próprio Feijó. Ligado a Marco Polo Del Nero, o ex-vice-presidente fez ampla movimentação nas últimas semanas para tentar se manter na cúpula da entidade, com ações no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, agora, na Justiça de Alagoas.

Apesar disso, a CBF seguiu seu cronograma. Há na entidade a certeza de que a suspensão do pleito decretada pela Justiça de Alagoas será derrubada, uma vez que aquele juízo não se trata do foro adequado para ações envolvendo a entidade - o estatuto da CBF determina que as ações envolvendo as regras da entidade devem ser discutidas no Foro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Indignado, Gustavo Feijó saiu irritado do auditório. "Será que vamos manter a casa (CBF) descumprindo todas as decisões judiciais e desrespeitando o Código de Ética, o estatuto e a própria Lei Pelé? É inaceitável uma coisa dessas!", reclamou.

Eleito, Ednaldo prometeu mudanças na CBF a partir de agora. "Não vamos sair numa caça às bruxas, mas vamos melhorar o futebol brasileiro", comentou. Entre as mudanças, prometeu não se opor à criação de uma liga de clubes e a venda de um helicóptero que está em nome da entidade e que é visto como regalia.

Cartolas das 27 federações estaduais e dirigentes dos 20 clubes da Série A aprovaram novas regras para eleição na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e abriram caminho para o presidente interino da entidade, Ednaldo Rodrigues, ser eleito para um mandato de quatro anos. A eleição ainda não tem data marcada, mas deverá acontecer nas próximas semanas - provavelmente a tempo de Rodrigues comparecer ao Congresso da Fifa, dia 31, no Catar, já como presidente devidamente eleito.

A aprovação aconteceu durante rápida Assembleia Geral Extraordinária realizada na sede da entidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Os cartolas aprovaram redução na cláusula de barreira para alguém se lançar candidato; agora, para alguém lançar uma chapa à presidência da CBF precisará reunir o apoio de quatro federações e de quatro clubes. Antes, era preciso a adesão de oito federações e cinco agremiações.

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Apesar de a regra ter ficado mais branda, Ednaldo Rodrigues deverá ser eleito sem nenhum candidato de oposição. "Eu recebi hoje o apoio maciço de 27 federações. Eles querem, sim, que eu seja o candidato a presidente da CBF em qualquer que seja a data da eleição. E foi comungado por quase todos os clubes da Série A que estavam aqui presentes", afirmou Rodrigues após o encontro. "Não é um apoio de boca, é um apoio escrito."

Ainda assim, o presidente interino negou que já esteja acordado que ele será candidato único. "Eu jamais vou tentar fazer de forma que (só) possa ser candidato único. Há até um paradoxo, porque se eram oito na cláusula de barreira e baixou para quatro, é lógico que está estendendo para que muitos outros sejam candidatos", desconversou Rodrigues.

A Assembleia Geral desta segunda-feira foi convocada para pôr fim a um imbróglio jurídico que a própria CBF havia se metido. Em 2017, a entidade alterou as regras de votação à presidência, estabelecendo diferentes pesos para os votos de federações a clubes. Na prática, a manobra enfraqueceu as agremiações e manteve o direito de as federações estaduais definirem o presidente.

Aquela mudança de estatuto serviu para eleger Rogério Caboclo - já afastado - e toda a sua diretoria, mas o Ministério Público do Rio (MPRJ) ingressou com a ação para questionar a medida. No fim do mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou parcialmente o pedido e ordenou uma intervenção na CBF. Para evitar que a ação prosseguisse, a confederação assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ e se prontificou a retificar as mudanças, o que foi feito nesta segunda.

Curiosamente, o ponto mais polêmico daquela mudança foi mantido: nas eleições da CBF, os votos dos presidentes de federações seguem tendo peso 3; o dos clubes da Série A, peso 2; e os da Série B, peso 1.

A eleição que confirmou o coronel Antônio Carlos Nunes como um dos vice-presidentes da entidade, realizada a portas fechadas no auditório da CBF, foi marcada por pelo menos uma manifestação contra o pleito. Ao ser chamado para votar, o presidente da federação baiana, Ednaldo Rodrigues, disse que era contra a assembleia por considerá-la "não-legal". Depois disso, a comissão eleitoral - comandada pelo presidente da federação do Rio, Rubens Lopes - proibiu novas manifestações alegando "não haver previsão legal".

Ednaldo Rodrigues foi um dos três presidentes de federação que se abstiveram de voto. "Mantive a coerência do que havia manifestado anteriormente. Nada contra ninguém, nada contra o Coronel Nunes, mas em decorrência de uma situação que eu coloquei, de que a convocação foi feita no dia 4, e o documento com a renúncia só foi divulgado dia 11", comentou o dirigente.

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Ele afirmou que "não é oposição nem rebelde", mas sustentou que a eleição desta quarta-feira (16) foi ilegal. "Me manifestar por conta de um processo eletivo que eu considero não-legal não é oposição. Aquilo que for importante para o futebol brasileiro, a Federação Bahiana de Futebol se posicionará a favor. Aquilo que não for tão seguro, vamos nos manifestar de forma contrária", considerou.

"(Sou contra) por questões técnicas. Quando (a assembleia) foi convocada, e eu estou batendo nessa tecla, não havia o ato de renúncia (de José Maria Marin)". Ele lembrou que a eleição chegou a ser suspensa por decisão liminar. "Pode acontecer de o mérito dessa discussão ainda ter desdobramentos."

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