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O embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Kazimirovith Lebetskiy apontou justificativas para o conflito da Rússia e Ucrânia e garantiu que o País vai oferecer fertilizantes para a agricultura brasileira. O embaixador esteve presente em audiência pública nesta terça-feira (5), da Comissão de Relações Exteriores (CRE).

De acordo com a senadora e presidente da Comissão, Kátia Abreu (PP-TO), o conflito já gerou quatro milhões de refugiados e 10 milhões de deslocados internos, o que corresponde a ¼ da população. O governo da Ucrânia estima que sete mil civis já morreram em razão do conflito e as baixas militares situam-se em 1.200 militares. 

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Por sua vez, o embaixador russo lembrou os acontecimentos de fevereiro de 2014 “durante o golpe de estado”. “O governo legitimamente eleito foi derrubado pelas forças direitistas e nazifascistas que foram apoiados pela maioria dos Países do ocidente. Em março de 2014, a Península de Crimeia realiza o referendo e volta à federação da Rússia, que permitiu defender as vidas humanas e reintegrar os russos, que são maioria absoluta, na Península, para a composição da federação da Rússia”, explicou. 

Kazimirovith elencou as ações da operação especial. “Estamos prontos para aprovar que, durante os sete anos de não cumprimento dos acordos, os fascistas ucranianos levaram à prática o genocídio da população. A Ucrânia se tornou um estado anti-Rússia e o primeiro objetivo que não podemos permitir da nossa operação, como foi dito pelo presidente Putin em 24 de fevereiro, é desmilitarizar a Ucrânia”, pontuou.

“A aproximação da Ucrânia com a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) significa ameaças para os russos. No início de 1990, quando retiramos as forças da União Soviética, só 13 estados eram membros da Otan. Hoje, temos 30 estados e a estrutura belicista e ofensiva não se aproximou das nossas fronteiras”. Para ele, a aproximação significa uma ameaça para a população russa. 

Ele confirmou, ainda, o interesse da Rússia em continuar fornecendo insumos para a produção agrícola brasileira. “Confirmamos nosso interesse em demarcar essa cooperação e continuar a fornecer todos os insumos necessários para a produção agrícola brasileira. Estamos cumprindo agora esses entendimentos e os contratos assinados. Estamos abertos e confirmamos a nossa vontade de continuar fornecendo os fertilizantes de todos os grupos para a República Federativa do Brasil”, garantiu. 

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode afetar a produção do café no Brasil e torná-lo em um artigo de luxo no país. Isso porque os países em guerra exportam fertilizantes a base de petróleo e o conflito entre os países da Europa dificulta a importação brasileira dos produtos necessários para a produtividade do café.

O alerta foi feito pelo produtor Carlos Alberto Coutinho Filho em entrevista ao CB.Agro. "Se a situação continuar, teremos uma redução da oferta dos produtos. Os países que estão em guerra exportam fertilizantes a base de petróleo, e isso acarreta na dificuldade de importação brasileira desses mesmos produtos. O resultado disso é o aumento de preços, a diminuição da produtividade e, consequentemente, da produção", declarou.

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Esse risco deve ser melhor observado a partir de outubro, mês limite dado pelos especialistas para a duração do estoque do insumo disponível no Brasil. A crise dos fertilizantes também deve atingir outros produtos agrícolas. 

"O ciclo do café é anual no Brasil: começa em maio e termina em agosto. É um período que consome fertilizante. Mas o período que mais se utiliza é logo depois da colheita, que estará no limite do estoque. Vamos depender do futuro e das questões da guerra", observa Carlos Alberto.

A Petrobras negocia com um consórcio de empresas chinesas, liderado pela estatal Sinopec, a venda da fábrica de fertilizantes nitrogenados que começou a construir no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Na negociação, o consórcio se comprometeu a assumir dívidas que somam R$ 38 milhões com fornecedores. A Sinopec, junto com a Galvão Engenharia, respondia pela construção e montagem da fábrica, interrompidas em dezembro de 2014 com 82% das obras concluídas. A Petrobras rescindiu o contrato com as construtoras com o argumento de que teriam descumprido as condições do acordo.

A venda da fábrica, porém, pode esbarrar numa decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesta quarta-feira (15) o órgão deve julgar se o plano de venda de ativos da estatal terá de voltar à estaca zero.

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O TCU determinou em dezembro que a Petrobras suspendesse a assinatura de seus projetos de venda até uma nova deliberação. Permitiu o prosseguimento de apenas cinco negócios, levando em conta a necessidade de caixa da companhia. O principal motivo da paralisação foi a identificação de "riscos" na sistemática adotada para as alienações.

O tribunal concluiu que os procedimentos poderiam ferir diretrizes da lei de licitações e favorecer atos ilícitos, como o "direcionamento e o ajuste de preços". Por isso, determinou uma série de correções à estatal antes de a retomada ser novamente avaliada e autorizada.

O relator do processo no TCU, José Múcio Monteiro, deve apresentar nesta quarta seu voto propondo que uma nova sistemática de venda de ativos seja adotada, desde o princípio, para todos os desinvestimentos da companhia, o que implicaria refazer procedimentos nos casos já em andamento. A única exceção que estava sendo considerada na segunda-feira era a alienação do controle acionário da BR Distribuidora.

Por conta dessa possibilidade, as ações da Petrobras foram castigadas nesta terça na Bolsa de Valores. Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da estatal caíram 5,43%, enquanto os ordinários (ON, com direito a voto) recuaram 3,75%.

Prática antiga

Na segunda-feira (13), a Petrobras deu sua última cartada na tentativa de convencer o Tribunal de que a venda de ativos é essencial para continuar investindo e para abandonar o posto de petroleira mais endividada do mundo. A empresa apresentou ao TCU um documento de 11 páginas no qual descreve as 149 transações de ativos realizadas de 2009 a 2014. A tese é que o desinvestimento não é uma prática nova dentro da empresa e que, ao contrário do que afirmam opositores, ganhou velocidade na gestão petista.

A estatal argumentou ao TCU que o seu programa de venda de ativos ganhou corpo a partir de 2012, quando o número de aquisições despencou e as alienações aumentaram, como consequência da dificuldade de caixa enfrentada a partir da capitalização da empresa em troca de reservatórios de pré-sal, realizada em 2010.

A venda de ativos é "uma das ferramentas mais importantes no processo de saneamento financeiro da empresa", diz a Petrobras. Se nada tivesse sido feito para controlar a dívida, "a Petrobras chegaria a um pagamento de juros anuais de US$ 17 bilhões", complementa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Bunge Limited anunciou na madrugada desta sexta-feira que firmou um acordo definitivo com a Yara International ASA, no qual a Yara adquirirá o negócio de fertilizantes da Bunge Brasil, incluindo misturadoras, armazéns e marcas, por US$ 750 milhões, à vista.

Em comunicado, a empresa informa que a transação prevê um acordo de longo prazo de fornecimento de fertilizantes entre as duas empresas. Isso permitirá que "a Bunge continue a fornecer fertilizantes aos agricultores, como parte de suas atividades de originação de grãos, criando uma estrutura para logística e outras atividades comerciais relacionadas à venda de fertilizantes". A Bunge manterá e continuará a operar o terminal de fertilizantes no Porto de Santos, no litoral paulista.

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Alberto Weisser, chairman e CEO da Bunge Limited, declarou: "Ambas as empresas ganham com a transação, pois, por um lado, permitirá que a Bunge dimensione suas atividades na área de fertilizantes, de forma que complemente suas operações de agronegócio, conferindo maior agilidade à empresa. Por outro lado, proporcionará à Yara uma posição maior em um mercado em crescimento. Temos certeza de que a transação beneficiará nossos colaboradores e clientes, e que o negócio continuará a crescer como parte do portfólio global da Yara".

A expectativa é que a transação, que está sujeita às condições de fechamento de praxe, incluindo aprovação pelos órgãos reguladores do Brasil, seja finalizada no segundo semestre de 2013. O preço de compra está sujeito a certos ajustes pós-fechamento.

O Credit Suisse (Brasil) S.A. prestou assessoria financeira para a Bunge na transação. A Bunge recebeu assessoria jurídica de Souza Cescon Barrieu & Flesch Advogados e de Shearman & Sterling LLP.

A Yara fertilizantes, com sede em Oslo, na Noruega, é considerada uma das maiores fornecedoras mundiais de fertilizantes minerais.

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