Tópicos | igualdade de gênero

A ONU Mulheres Brasil organizou uma campanha de combate ao machismo e violência de gênero na volta às aulas, chamada 'O valente não é violento'. A ideia é levar as discussões sobre gênero, machismo, violência contra a mulher, desconstrução de preconceitos e igualdade a jovens e adolescentes nos anos do Ensino Médio. 

Um currículo foi montado junto com seis planos de aula voltados para a conscientização de meninos e meninas sobre os direitos das mulheres de viver sem violência. Foi realizado também um concurso de vídeos de um minuto sobre como seria um mundo sem imposições sociais de gênero, voltado para estudantes do Ensino Médio e profissionais do audiovisual. 

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Confira o Inventário, o currículo e os planos de aula número um, dois, três, quatro, cinco e seis

Universidades

Sob a liderança da campanha em uma parceria com  grupos de estudos de gênero e raça de universidades brasileiras, coletivos feministas e a Diretoria de Mulheres da União Nacional dos Estudantes (UNE), há ainda outra iniciativa para combate da violência contra a mulher nas universidades. A rede colaborativa "Vozes Contra a Violência" apresenta um currículo não-formal para meninas e mulheres escoteiras-guias que atuam na prevenção da violência de gênero. 

Masculinidades e desconstrução de estereótipos

Há também um esforço no sentido de desenvolver oficinas e atividades culturais com caminhoneiros sobre masculinidades positivas e prevenção da violência contra mulheres e meninas, além da realização de um documentário sobre estereótipos de gênero e masculinidades.

No momento em que a corrida pelo mercado de trabalho é cada vez mais intensa, ao mesmo tempo que as oportunidades são escassas em época de retração econômica, um projeto idealizado na capital pernambucana ganhou vida a partir da luta pela igualdade de gênero. Denominado ‘Monalisa’, o projeto, criado e validado neste semestre no Startup Weekend Recife Comunidades, busca ligar empresas que oferecem emprego a transexuais que sonham em ganhar espaço no mercado de trabalho.

Monalisa venceu o Startup Weekend. No seu histórico, guarda uma conexão de sucesso entre Perolla Rayssa, trans de baixa renda moradora da Comunidade do Pilar, área central do Recife, e a rede Julietto, atuante no ramo de gastronomia. Esse caso, entretanto, ainda é o único registrado pelo empreendimento, pois algumas companhias, apesar de apoiarem a ideia, ainda não se mostraram disponíveis a contratar transexuais. 

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Idealizada pela jornalista Raíssa Ebrahim, além da desenvolvedora Fernanda Almeida, da cientista social Mayara Menezes e da psicóloga e mulher trans Céu Cavalcanti, Monalisa é uma plataforma online. Por meio do site, há sugestões de pontes entre transexuais e empregadores, bem como o projeto busca compartilhar histórias que destacam a importância da inclusão social e da geração de oportunidades igualitárias de emprego.

“Monalisa também oferece apoio psicológico para trans e travestis e capacitação empresarial para que as empresas sejam capazes de construir uma inclusão real, com afeto e respeito. Outro grande diferencial é o Selo Monalisa, que está sendo criado e será atestado para mostrar que empresas são amigas da visibilidade trans. Essa população ainda é enxergada pelas lentes de estigma muito forte e enfrenta uma realidade de preconceito, não aceitação familiar, baixa escolaridade, network restrito”, destaca Raíssa Ebrahim.

Empresas e demais empregadores interessados em firmar conexões podem acessar o site da Monalisa. No mesmo endereço virtual há detalhes do funcionamento do projeto, além do passo a passo para quem busca ou pretende oferecer emprego.

Drama nos números

Levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) aponta que 90% das pessoas trans e travestis ingressam na prostituição. Essa, segundo o estudo, é a única alternativa de sustento financeiro desse público.

De acordo com a ONG Transgender Europe (TGEU), o Brasil é o país que mais mata trans e travestis em todo o mundo. No mais recente cálculo, de 2008 até março de 2014, 604 mortes foram registradas em solo brasileiro.  

Uma plataforma digital, lançada nesta sexta-feira (23), pede a igualdade de gênero nas eleições deste ano. O site “Cidade 50-50: Todas e Todos pela Igualdade” – construído a partir de uma parceria entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Instituto Patrícia Galvão (IPG) e o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades da Universidade de Brasília (Demodê/UnB) – tem a pretensão de reunir as propostas dos postulantes ao comando dos 5.568 municípios brasileiros em um só lugar para que os eleitores possam estar cientes das propostas dos candidatos em todas as áreas.

Os postulantes registrados no TSE vão poder cadastrar os programas de governo a partir de temas pré-definidos, como: empoderamento econômico, enfrentamento à violência contra as mulheres, saúde, educação inclusiva e participação política. 

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A plataforma tem como origem os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pelos Estados-membros da ONU, e a iniciativa global “Por um Planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero”, lançada pela ONU Mulheres. 

“As eleições municipais são um momento propício para se fazer esse diálogo. É quando candidatas e candidatos pelo país afora debatem com a sociedade sua agenda de prioridades para as cidades nos próximos quatro anos”, frisa o texto de divulgação do site. Segundo a organização, a plataforma estará disponibilizada para acesso ainda hoje pelo link cidade5050.org.br.

O ator americano Kevin Bacon quer mais homens pelados nos cinemas e na TV. Ele lançou uma campanha chamada #FreeTheBacon (#LibereOBacon) para estimular a indústria de filmes a produzirmais cenas com nudez masculina. Na verdade, esta foi uma forma bem-humorada que Kevin encontrou para levantar uma questão importante, a desigualdade de gênero no universo audiovisual.

Em um vídeo lançado no YouTube, Bacon alega que os homens também devem mostrar seus corpos nas produções cinematográficas sem problemas. Ele diz que as atrizes sempre aparecem nuas, mas os atores não: "Não é justo com as atrizes. Nós queremos ficar pelados também", diz Kevin. Entre os argumentos usados, o ator cita algumas produções já relizadas: "Game of Thrones, por exemplo. Você tem umas três cenas de sexo por capítulo, que mal faria mostrar um pênis de vem quando?".

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Ele também explica que faz questão de aparecer nu em seus filmes: "Vocês viram Wild Thing? Eu estava super pelado neste filme, e foi incrível. Na verdade, eu tenho uma cena de nudez em cada filme, coloco no meu contrato e eles tiram. Dizem, 'Kevin, você não precisa ficar pelado, não faz sentido, por favor, coloque suas calças'. Que besteira!". Ele ainda sugere interpretar o personagem Christian Grey, de Cinquenta Tons de Cinza, para aparecer pelado e manda um recado à Marvel, dizendo que tem a ideia de fazer um super-herói que tenha uma 'joia do infinito' na ponta do pênis.

Em uma única frase, Kevin sintetiza toda a polêmica: "Esta é uma questão de igualdade de gênero". E, então, ele lança a campanha pedindo que os homens publiquem no Twitter fotos em que apareçam pelados com a hashtag #FreeTheBacon mas, neste momento uma voz o interrompe dizendo que ele não pode fazer este apelo: "Estão me dizendo que vocês não devem fazer isso. Viram? Este é o problema!" O ator encerra o vídeo e sai furioso, não antes de mostrar o próprio pênis, na verdade uma peça de brinquedo que ele deixa para fora da calça.

Pela primeira vez, travestis e transexuais podem usar o nome social no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A medida foi celebrada por ativistas e atraiu mais candidatos ao exame. Dados obtidos com exclusividade pela Agência Brasil mostram que até o penúltimo dia de inscrição, 68 pessoas solicitaram o uso do nome social pelo telefone 0800-616161.

Essas solicitações já entraram no protocolo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e serão atendidas. O número ainda pode aumentar. Segundo o Inep, mais 27 pessoas ligaram para pedir informações sobre a questão. O prazo para solicitar o uso do nome social termina hoje (23), assim como o período de inscrição.

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A pedagoga e presidenta do Conselho Municipal LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) de São Paulo, Janaina Lima, diz que o uso do nome social atraiu mais candidatos ao exame. “No meu convívio social, eu sei de várias [travestis e trans] que estão se inscrevendo. Saber que vai chegar lá e vai ser só mais uma pessoa concorrendo, tem facilitado. Elas dizem que estão se inscrevendo só porque poderão usar o nome delas e que não vão ser expostas antes mesmo de começar a prova”.

Travesti, Janaína também se inscreveu no Enem. Apesar de ser formada, ela quer testar os conhecimentos e verificar de perto o respeito ao nome social.

Os candidatos devem fazer a inscrição normalmente no site do Enem. O nome a ser usado é o que consta no documento de identidade, mas quem quiser, em seguida, pode usar o telefone para pedir que seja identificado pelo nome social no dia do exame - 8 e 9 de novembro. A inscrição só será confirmada após o pagamento da taxa de R$ 35, o que deve ser feito até 28 de maio.  Estudantes da rede pública e pessoas com renda familiar até 1,5 salário mínimo são isentos.

“O nome social garante que a pessoa seja respeitada no gênero em que está, para que não sofra nenhum constrangimento”, explica a coordenadora de Políticas da Região Sudeste da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e coordenadora colegiada do Fórum LGBT do Espírito Santo, Deborah Sabará.

Deborah é trans e fez inscrição no Enem. Ela pretende usar o exame para ingressar no ensino superior. Ainda está em dúvida entre os cursos de história e serviço social.  “O percentual de pessoas trans no ensino superior é baixíssimo. Estamos também longe das escolas, do ensino fundamental e médio. Mas eu acredito que isso vai aumentar. Precisamos empolgar a nossa população a fazer o Enem e usá-lo para o que for possível”.

Deborah diz que não há um levantamento oficial sobre o acesso de travestis e transexuais ao ensino superior. No entanto, em Vitória, são apenas duas pessoas, uma em instituição pública e outra em particular, em um universo estimado de 390 trans em Vitória. Para além da própria formação, ela espera servir de exemplo para o filho, Caio Felipe, de 13 anos.

Atualmente, travestis e transexuais podem solicitar à Justiça a mudança de nome na carteira de identidade, mas o processo feito em particular é caro e pode levar de um mês a mais de um ano. O advogado e coordenador do Grupo de Estudos em Direito e Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP), Thales Coimbra, diz que não há lei específica para a questão e a pessoa pode ser submetida a uma série de constrangimentos. Para ele, a medida adotada pelo Enem é positiva. “É uma medida de muita sensibilidade. O Enem não coloca nenhum critério que dificulte a pessoa a gozar desse direito. O nome parece algo simples, mas tem muito valor, é o passaporte para o acesso a direitos básicos”, diz.

O presidente do Inep, Chico Soares, explica que o nome social constará também no cartão de confirmação de inscrição que os candidatos recebem pelo correio com informações para o exame, como o local de prova. As medidas foram tomadas depois que duas transexuais tiveram problemas, no ano passado, com a identificação no dia da prova.

“Por uma questão de segurança, a identificação dos candidatos tem que ser feita pelo CPF. Mas foi com muita discussão com os movimentos, que chegou-se à solução do atendimento pelo telefone. A pessoa faz a inscrição, se identifica civilmente e liga para o 0800, onde tem um atendimento personalizado”, acrescenta Soares.

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